O western político de Ari Aster, com Phoenix e Pedro Pascal, arranca aplausos, críticas divididas e gente a abandonar a sala — tudo num só filme

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Joaquin Phoenix em lĂĄgrimas. Ari Aster a pedir desculpa. O pĂșblico dividido. Eddington, o novo filme do realizador de HereditĂĄrio e Midsommar, teve a sua estreia mundial em Cannes esta sexta-feira, 17 de maio — e, como se esperava, nĂŁo deixou ninguĂ©m indiferente.

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Com um elenco de luxo — PhoenixEmma StonePedro Pascal e Austin Butler â€” o filme teve uma ovação de cinco minutos no Palais des Festivals. Phoenix, emocionado, nĂŁo conteve as lĂĄgrimas, enquanto Aster, visivelmente nervoso, reagia com o seu habitual humor autodepreciativo:

“Não sei o que dizer. Não sei o que pensam. Desculpem, acho eu? Obrigado, acho eu?”

Um western MAGA? Um estudo sobre o caos? Uma sĂĄtira polĂ­tica?

Eddington Ă© tudo isso — e talvez demasiado disso. A histĂłria, passada em maio de 2020, em plena pandemia, acompanha o conflito crescente entre um xerife de provĂ­ncia (Phoenix) e um presidente da cĂąmara em campanha (Pascal), numa pequena localidade do Novo MĂ©xico. À medida que vizinho se vira contra vizinho, instala-se uma tensĂŁo que ecoa as divisĂ”es ideolĂłgicas da AmĂ©rica moderna — especialmente sob a sombra do movimento MAGA (Make America Great Again).

O filme tem sido descrito como uma sĂĄtira polĂ­tica com estrutura de western contemporĂąneo, onde a ameaça nĂŁo vem do exterior, mas de dentro da prĂłpria comunidade. A realização de Aster mistura simbolismo, violĂȘncia e crĂ­tica social, numa obra que muitos jĂĄ apelidaram de “experiĂȘncia”. E nem todos ficaram para ver o fim: pelo menos 20 pessoas abandonaram a sala durante a projeção, especialmente nos lugares superiores do Palais.

Um elenco de peso a confrontar o colapso social

Para alĂ©m dos nomes principais, o elenco inclui ainda Luke GrimesDeirdre O’ConnellMicheal Ward e Clifton Collins Jr.. Emma Stone interpreta a esposa do xerife, Louise Cross, num registo menos excĂȘntrico do que o habitual — mas igualmente intenso.

A banda sonora, os planos longos e os diĂĄlogos carregados de subtexto polĂ­tico tornam Eddington num filme denso e provocador. Uma crĂ­tica ao tribalismo ideolĂłgico, ao medo do “outro” e Ă s cicatrizes abertas pela pandemia — com ecos de western clĂĄssico, mas temperado com paranoia contemporĂąnea.

A estreia de Aster em Cannes — e uma resposta
 complexa

Esta foi a primeira vez que Ari Aster estreou um filme em Cannes. Hereditary passou por Sundance, Midsommar e Beau Is Afraid foram directamente para os cinemas. O regresso de Phoenix ao festival foi tambĂ©m simbĂłlico: jĂĄ tinha vencido o prĂ©mio de Melhor Ator em 2017, por You Were Never Really Here, de Lynne Ramsay. JĂĄ Emma Stone esteve presente em 2023 com Kinds of Kindness, de Yorgos Lanthimos.

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Eddington tem estreia marcada nos cinemas a 18 de julho de 2025, com distribuição da A24. O que nos resta agora Ă© ver se o pĂșblico fora do Palais vai aplaudir
 ou sair a meio.

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