
O cineasta da L.A. Rebellion é o convidado de junho e apresenta uma programação marcada por política, poesia e imagens que perduram
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Billy Woodberry, uma das vozes mais influentes do cinema negro norte-americano, é o cineasta convidado de junho na Cinemateca Portuguesa, em Lisboa. Radicado em Portugal desde 2018, o realizador de Bless Their Little Heartsregressa agora à ribalta com um ciclo que cruza a sua obra com a de autores que moldaram a sua visão — e a de muitos outros.
“Triunfar é ter a oportunidade de partilhar o meu trabalho com os outros”, disse recentemente numa entrevista. E é isso mesmo que vai acontecer ao longo de junho em Lisboa.
L.A. Rebellion em Portugal
Woodberry foi uma das figuras fundadoras do movimento L.A. Rebellion, surgido na Universidade da Califórnia nos anos 70, que pretendia reivindicar novas narrativas para a comunidade afro-americana no cinema. As suas obras exploram temas como desigualdade, invisibilidade e resistência cultural.
Entre os filmes a exibir estão:
- Bless Their Little Hearts (1984), um clássico do realismo social afro-americano;
- And When I Die, I Won’t Stay Dead (2015), um retrato vibrante do poeta beat Bob Kaufman;
- Mário (2024), uma abordagem documental sobre Mário Pinto de Andrade, figura central da luta anticolonial em Angola.
Arquivos, afeto e sessões especiais
A sessão de abertura está marcada para 3 de junho, com a exibição de A Story from Africa (2019), curta-metragem construída a partir de imagens de arquivo que reconstituem a ocupação militar portuguesa do Cuamato, em Angola. A noite incluirá também a projeção do filme mudo Voyage en Angola (1929), acompanhado ao vivo por Filipe Raposo ao piano.
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Uma programação escolhida com o coração e a memória
Woodberry também escolheu filmes de outros realizadores que considera essenciais:
- As Vinhas da Ira (1940), de John Ford;
- Tempos Modernos (1936), de Charlie Chaplin;
- Cabra Marcado para Morrer (1984), de Eduardo Coutinho.
A programação reflete um cinema de causas, mas também de emoções, memória e humanidade.
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