
Da recriação de vozes a curtas geradas por IA, os estĂșdios experimentam â mas os criadores levantam o sobrolho
Com Star Wars: Field Guide, a Lucasfilm lançou a sua primeira curta-metragem totalmente gerada por IA. E embora o resultado tenha causado alguma curiosidade, tambĂ©m gerou crĂticas â por parecer demasiado ânormalâ, demasiado mecĂąnico⊠e, para muitos, assustadoramente desinspirado.
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Mas este nĂŁo Ă© um caso isolado. De vozes recriadas digitalmente a guiĂ”es parcialmente escritos por modelos generativos, o cinema estĂĄ a atravessar um novo limiar tecnolĂłgico. A pergunta que paira no ar? Estamos a assistir a uma revolução⊠ou ao princĂpio do fim da autoria humana?
A Voz de Darth Vader⊠sem James Earl Jones
Na sĂ©rie Obi-Wan Kenobi, a voz icĂłnica de Darth Vader foi recriada por inteligĂȘncia artificial, com autorização do prĂłprio James Earl Jones, que se retirou da personagem apĂłs dĂ©cadas. A ILM usou tecnologia da empresa Respeecher, alimentando o sistema com gravaçÔes do ator para gerar novas falas digitalmente.
Foi um momento simbĂłlico: um dos personagens mais mĂticos da cultura pop, agora perpetuado por uma mĂĄquina.
A24 e o algoritmo dramatĂșrgico
VĂĄrios estĂșdios independentes, incluindo a A24, começaram a experimentar modelos de IA para anĂĄlise de guiĂŁo: prever a receção crĂtica, identificar arcos narrativos frĂĄgeis e atĂ© sugerir cortes. Uma ferramenta para ajudar os criadores ou um primeiro passo para os substituir?
The Late Actor
: O filme com protagonistas gerados a partir de artistas falecidos
Um estĂșdio europeu provocou polĂ©mica ao anunciar um projeto experimental onde os protagonistas seriam gerados por IA com base em atores jĂĄ falecidos. A produção, que nunca chegou a ser concretizada, gerou um debate aceso sobre direitos de imagem pĂłstumos e Ă©tica na recriação digital.
Argumentos com IA? Jå hå quem o faça
HĂĄ cada vez mais relatos de guiĂ”es hĂbridos, escritos em colaboração entre humanos e IA â seja para gerar diĂĄlogos preliminares, sugestĂ”es de cenas ou mesmo descriçÔes visuais. Alguns guionistas defendem o uso como ferramenta de brainstorming. Outros consideram que Ă© uma porta aberta para a perda de identidade artĂstica.
Onde traçamos o limite?
O uso da inteligĂȘncia artificial no cinema levanta questĂ”es que nĂŁo sĂŁo apenas tĂ©cnicas, mas profundamente filosĂłficas e Ă©ticas.
- Quem Ă© o autor de um filme feito com IA?
- Deve um ator ter direitos sobre a sua imagem digitalizada?
- Ă legĂtimo recriar vozes e rostos de pessoas falecidas?
- E o que acontece à alma do cinema, quando a måquina começa a contar histórias?
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Por agora, a IA ainda Ă© usada como apoio â mas os experimentos estĂŁo a crescer, e o debate estĂĄ longe de terminar.
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