
Da recriação de vozes a curtas geradas por IA, os estúdios experimentam — mas os criadores levantam o sobrolho
Com Star Wars: Field Guide, a Lucasfilm lançou a sua primeira curta-metragem totalmente gerada por IA. E embora o resultado tenha causado alguma curiosidade, também gerou críticas — por parecer demasiado “normal”, demasiado mecânico… e, para muitos, assustadoramente desinspirado.
Mas este não é um caso isolado. De vozes recriadas digitalmente a guiões parcialmente escritos por modelos generativos, o cinema está a atravessar um novo limiar tecnológico. A pergunta que paira no ar? Estamos a assistir a uma revolução… ou ao princípio do fim da autoria humana?
🎙️ A Voz de Darth Vader… sem James Earl Jones
Na série Obi-Wan Kenobi, a voz icónica de Darth Vader foi recriada por inteligência artificial, com autorização do próprio James Earl Jones, que se retirou da personagem após décadas. A ILM usou tecnologia da empresa Respeecher, alimentando o sistema com gravações do ator para gerar novas falas digitalmente.
Foi um momento simbólico: um dos personagens mais míticos da cultura pop, agora perpetuado por uma máquina.
🧠 A24 e o algoritmo dramatúrgico
Vários estúdios independentes, incluindo a A24, começaram a experimentar modelos de IA para análise de guião: prever a receção crítica, identificar arcos narrativos frágeis e até sugerir cortes. Uma ferramenta para ajudar os criadores ou um primeiro passo para os substituir?
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The Late Actor
: O filme com protagonistas gerados a partir de artistas falecidos
Um estúdio europeu provocou polémica ao anunciar um projeto experimental onde os protagonistas seriam gerados por IA com base em atores já falecidos. A produção, que nunca chegou a ser concretizada, gerou um debate aceso sobre direitos de imagem póstumos e ética na recriação digital.
✍️ Argumentos com IA? Já há quem o faça
Há cada vez mais relatos de guiões híbridos, escritos em colaboração entre humanos e IA — seja para gerar diálogos preliminares, sugestões de cenas ou mesmo descrições visuais. Alguns guionistas defendem o uso como ferramenta de brainstorming. Outros consideram que é uma porta aberta para a perda de identidade artística.
Onde traçamos o limite?
O uso da inteligência artificial no cinema levanta questões que não são apenas técnicas, mas profundamente filosóficas e éticas.
- Quem é o autor de um filme feito com IA?
- Deve um ator ter direitos sobre a sua imagem digitalizada?
- É legítimo recriar vozes e rostos de pessoas falecidas?
- E o que acontece à alma do cinema, quando a máquina começa a contar histórias?
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Por agora, a IA ainda é usada como apoio — mas os experimentos estão a crescer, e o debate está longe de terminar.
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