
Muito antes de filmar as famosas (e polémicas) Cinquenta Sombras, James Foley já tinha assinado alguns dos dramas mais intensos e subvalorizados das últimas décadas. Aqui ficam cinco filmes que ajudam a perceber o verdadeiro calibre do realizador.
ver também : #MeToo Regressa às Origens: Modelo Polaca Testemunha Pela Primeira Vez Contra Harvey Weinstein ⚖️💔
1. Glengarry Glen Ross (1992)
O seu filme mais respeitado. Adaptado da peça de David Mamet, é um clássico do cinema verbal, tenso, claustrofóbico e carregado de interpretações inesquecíveis — de Al Pacino, Jack Lemmon, Ed Harris, Alec Baldwin e Kevin Spacey. Uma aula de direcção de actores e ritmo narrativo. Uma obra-prima sem acção, onde as palavras são as balas.
“Coffee’s for closers only.” — uma das falas mais citadas do cinema dos anos 90 nasceu aqui.
2. At Close Range / Perigo Perto (1986)
Um thriller criminal sombrio e denso, com Sean Penn e Christopher Walken em estado de graça. Baseado num caso verídico, o filme explora relações familiares tóxicas, traições e heranças perigosas. Visualmente contido mas emocionalmente brutal, é um dos primeiros grandes momentos da carreira de Foley.
Um daqueles filmes que merecia mais atenção e que hoje é visto como um cult classic.
3. Fear / Medo (1996)
Antes de Gone Girl e dos thrillers teen dos anos 2000, Foley já andava a explorar a obsessão adolescente e o perigo por trás do romance aparente. Com Mark Wahlberg e Reese Witherspoon, este é um thriller psicológico com vibração de série B, mas que ficou na memória de muita gente por… bem, pela cena da montanha-russa.
Um exemplo de como Foley sabia criar tensão mesmo em tramas aparentemente banais.
4. Reckless (1984)
A estreia na longa-metragem foi com este romance rebelde entre um jovem marginalizado e uma rapariga da alta sociedade. Com Aidan Quinn e Daryl Hannah, o filme capta bem o espírito inquieto dos anos 80 — e já revela o gosto de Foley pela tensão entre classes, ambientes fechados e emoção contida.
Um ponto de partida sólido e esquecida pérola do início da década.
5. Fifty Shades Darker & Fifty Shades Freed (2017–2018)
Sim, não têm o peso artístico dos títulos anteriores — mas marcaram um regresso mediático para Foley e mostram a sua capacidade de se adaptar ao universo do cinema comercial, com orçamentos milionários e expectativas altíssimas. Apesar das críticas, os filmes foram sucessos de bilheteira globais.
Foley trouxe uma realização mais clássica e “limpa” ao universo Cinquenta Sombras — algo que, no meio de tanto exagero, foi até refrescante.
O estilo Foley: tensão contida, olhar teatral, actores em primeiro plano
James Foley nunca foi um realizador de pirotecnia visual. O seu foco estava quase sempre no actor, no texto e na tensão entre personagens. Foi um director que sabia ouvir e observar — e isso tornou-o respeitado entre os seus pares e actores, mesmo quando não era uma estrela do circuito mediático.
No comment yet, add your voice below!