
đ¶ïž Val Kilmer, o eterno Iceman de Top Gun, o excĂȘntrico Jim Morrison de The Doors e o controverso Batman de Batman Forever, morreu esta terça-feira em Los Angeles aos 65 anos. A notĂcia foi confirmada pela filha, Mercedes Kilmer, que revelou que a causa da morte foi uma pneumonia. O ator, que hĂĄ muito lutava contra graves problemas de saĂșde, partiu como viveu: com intensidade, sem pedir desculpa e sem remorsos.

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Na dĂ©cada de 90, Kilmer parecia imparĂĄvel. Nascido em Los Angeles, o californiano brilhou no inĂcio com a comĂ©dia Top Secret! (1984), mas foi ao lado de Tom Cruise, como o gelado Iceman em Top Gun (1986), que se tornou uma estrela mundial. A partir daĂ, construiu uma carreira que misturava talento, polĂ©mica e um perfeccionismo quase destrutivo. Os bastidores dos seus filmes eram frequentemente palco de conflitos e egos inflacionados â e o dele nĂŁo era pequeno.
đ€ Em 1991, surpreendeu o mundo ao cantar com a sua prĂłpria voz no papel de Jim Morrison no filme The Doors, realizado por Oliver Stone. E em 1995, brilhou ao lado de dois monstros sagrados do cinema, Al Pacino e Robert De Niro, em Heat. No mesmo ano, vestiu o fato do Cavaleiro das Trevas em Batman Forever⊠e nĂŁo deixou saudades. Apesar do sucesso comercial, as crĂticas foram duras e a sua relação com o realizador Joel Schumacher acabou em gritos e porta a bater. Segundo o prĂłprio Schumacher, Val era âo ser humano mais psicologicamente perturbadoâ com quem tinha trabalhado.
đŹ E nĂŁo foi o Ășnico. Em A Ilha do Dr. Moreau (1996), o conflito com Marlon Brando e o realizador John Frankenheimer foi tĂŁo Ă©pico quanto o filme foi um desastre. A indĂșstria nĂŁo esqueceu, e a reputação de Kilmer ficou gravemente ferida. Ainda assim, protagonizou outros tĂtulos marcantes como The Saint (1997), Kiss Kiss Bang Bang (2005) ou The Salton Sea (2002), alternando entre ĂȘxitos discretos e fracassos clamorosos.
đŠ Nos bastidores de Hollywood, passou a ser conhecido como âo menino mauâ da indĂșstria â uma etiqueta que ele prĂłprio nunca tentou sacudir. âPortei-me mal. Comportei-me corajosamente. Para alguns, comportei-me de forma bizarraâ, confessaria anos mais tarde no documentĂĄrio Val (2021). E com isso, talvez tenha dito tudo.
Nos Ășltimos anos, o cancro na garganta que lhe foi diagnosticado em 2014 obrigou-o a uma traqueostomia e a perder grande parte da sua voz. Mas nem isso o travou. Voltou a ser Iceman na sequela de Top Gun: Maverick, num momento breve mas poderoso, ao lado de Tom Cruise. Foi tambĂ©m poeta, autor de livros e atĂ© nomeado para um Grammy em 2011 com The Mark of Zorro, um ĂĄlbum em ĂĄudio-drama.
đ Val Kilmer foi tudo menos morno. Um ator de extremos, de escolhas imprevisĂveis, de talento genuĂno e temperamento difĂcil. Deixou uma marca indelĂ©vel no cinema â nĂŁo apenas pelos papĂ©is que desempenhou, mas pela maneira como os viveu (e sobreviveu a eles).
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O rebelde de Hollywood despediu-se, mas as suas personagens continuarão a viver no grande ecrã⊠e na memória de todos os que apreciam o cinema com caråcter e personalidade.
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