
Críticos detestam, o público não quer saber — e a Apple está a rir-se até ao banco.
Num ano recheado de apostas ambiciosas no catálogo da Apple TV+, nenhum título chamou tanta atenção (e tanta polémica) como A Fonte da Juventude, a aventura internacional realizada por Guy Ritchie, protagonizada por John Krasinski e Natalie Portman. O filme? Um sucesso estrondoso… de streaming. As críticas? Um desastre arqueológico digno de museu.
ver também : De “Succession” para Panem: Culkin é o novo rosto do anfitrião mais excêntrico da Capital
Sim, senhoras e senhores, temos entre mãos o clássico exemplo de “filme que todos dizem que é mau, mas que todos viram”. E não foi só “meio mundo”. Foi quase o mundo inteiro.
O sucesso que ninguém previu (nem a Rotten Tomatoes)
Com uns mirrados 36% no Rotten Tomatoes — a pior pontuação para uma produção original da Apple TV+ até hoje — A Fonte da Juventude parecia destinada ao esquecimento. As críticas foram unânimes: enredo reciclado, química ausente entre Portman e Krasinski, Guy Ritchie em modo automático e cenas de ação mais previsíveis que uma mensagem de phishing.
Mas como bem sabemos, o gosto do público nem sempre anda de ãos dadas com o snobismo crítico. No dia de estreia, o filme foi o conteúdo mais visto da plataforma em 99 países. Sim, noventa e nove. Nem o iPhone vende assim.
Mas afinal, porquê tanto sucesso?

Talvez porque o trailer prometia uma mistura irresistível de Indiana Jones, O Código Da Vinci e National Treasure. Talvez porque John Krasinski continua a ser uma cara simpática, mesmo quando faz de arqueólogo em piloto automático. Talvez porque Natalie Portman ainda nos faz acreditar que algo mágico pode acontecer… mesmo quando não acontece.
Ou talvez, só talvez, porque o público gosta de aventuras leves e previsíveis para uma sexta-feira à noite. E ninguém quer fazer análises semióticas à terceira taça de vinho.
A Apple TV+ ganha, o bom gosto perde (mas quem se importa?)
É difícil explicar este fenómeno sem recorrer a expressões como “prazer culposo”, “filme pipoca” ou “o algoritmo venceu outra vez”. Mas a verdade é que, apesar das críticas negativas, A Fonte da Juventude está no topo do mundo do streaming.
É o maior sucesso da Apple TV+ em 2025, superando títulos aclamados mas ignorados pelo público — porque sejamos sinceros, ninguém quer ver um drama sueco sobre a crise existencial de um carpinteiro solitário às 23h.
ver também : Do mundo dos jogos para o grande ecrã: “Elden Ring” ganha adaptação cinematográfica
Conclusão? Ria-se quem quiser, conte os cliques quem puder
Se a crítica achava que o filme era um falhanço, a realidade respondeu com números. Milhões de visualizações, memes nas redes sociais, e provavelmente uma sequela em desenvolvimento. Porque, no fim, o que conta é mesmo isto: o filme mais mal amado do ano… é também o mais amado pelo algoritmo.
No comment yet, add your voice below!