
Uma viagem pelas memórias da maior fábrica de sonhos do mundo… guiada por uma pequena marioneta de madeira.
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Pode parecer estranho, mas um dos momentos mais tocantes da celebração dos 55 anos dos Walt Disney Archives é protagonizado… por um boneco de madeira. Não, não é o Pinóquio da versão live-action com Tom Hanks. É o Pinóquio — ou melhor, um modelo de animação usado na produção original de 1940 que serve de fio condutor para a curta-metragem comemorativa A Daring Journey into the Walt Disney Archives. E que viagem!
Fundados a 22 de junho de 1970, os Walt Disney Archives nasceram da necessidade de preservar a herança criativa deixada por Walt Disney e todos os artistas que deram corpo (e alma) à companhia. 55 anos depois, o espírito mantém-se vivo — e esta curta prova-o com um toque de fantasia e nostalgia que só a Disney sabe orquestrar.
O arquivo mais encantado de Hollywood
A curta-metragem não é apenas uma homenagem a objetos antigos: é uma carta de amor ao processo, ao cuidado e à paixão que envolve guardar a história de um império cinematográfico. Tudo começa com o modelo de Pinóquio a ser descoberto, digitalizado e cuidadosamente documentado no laboratório de preservação digital. A dada altura, alarmado com as modernices tecnológicas, Pinóquio decide escapar dos arquivistas — e é aqui que a magia (e os easter eggs) entram em cena.
Enquanto corre pelas estantes dos bastidores da história da Disney, cruzamo-nos com tesouros do cinema: o vestido de Mary Poppins usado por Julie Andrews, a Arca da Aliança de Indiana Jones (via The Great Movie Ride), o fato de Kate Winslet em Titanic (sim, agora propriedade da Disney via 20th Century Studios) e muito mais.
O boneco cruza-se ainda com uma versão gigante de si próprio vinda do espectáculo Fantasmic! e até com uma gaiola usada na recente adaptação de Pinóquio. É um misto de reconhecimento, espanto e um certo toque existencialista: o que é ser uma personagem que já foi animada, esquecida, preservada e agora… relembrada?
Um elenco feito de… arquivistas
Outro toque encantador? Quase toda a equipa dos Walt Disney Archives aparece em cena. Dos atuais 40 funcionários ao lendário fundador Dave Smith — cuja iniciativa em 1970 deu origem a este tesouro histórico — até Theodore Thomas, filho de Frank Thomas (um dos “Nine Old Men” da animação original), que surge no final a contemplar o modelo do Pinóquio que o pai ajudou a criar.
Mais do que apenas uma peça de propaganda corporativa, esta curta emociona por mostrar que o cinema, mesmo quando arrumado numa prateleira ou guardado a vácuo num cofre digital, continua a viver. Os objetos respiram memórias, os adereços têm alma, os figurinos contam histórias. E os arquivistas… são os verdadeiros contadores de histórias em segundo plano.
Preservar o passado para continuar a sonhar
Como sublinha Rebecca Cline, diretora dos Walt Disney Archives, “a missão não é apenas guardar — é partilhar”. E é isso que esta pequena produção faz tão bem: partilha connosco o amor por um legado. Porque quem ama cinema sabe que as histórias não começam no grande ecrã — começam muito antes, nas mãos dos que desenham, escrevem, costuram, pintam e… guardam.
A Daring Journey into the Walt Disney Archives ainda não está disponível no Disney+, mas esperemos que isso mude. Porque há magia demais aqui para ficar escondida nos cofres do Mickey. Por enquanto e se dominar o Inglês pode ver aqui
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