No dia 18 de julho, os Canais TVCine estreiam em exclusivo “A Vida Entre Nós”, o mais recente filme do consagrado realizador francês Stéphane Brizé. A exibição está marcada para as 22h no TVCine Edition e no TVCine+, assinalando o regresso de Brizé ao grande ecrã com uma obra intimista, melancólica e profundamente humana. Estreado mundialmente na 80.ª edição do Festival de Veneza e vencedor do Prémio do Público na última Festa do Cinema Francês, este filme é um convite à contemplação do tempo, da memória e da persistência dos afectos.

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Mathieu e Alice reencontram-se por acaso num spa termal, 15 anos depois do fim do seu romance. Ele é um ator conhecido que vive em Paris; ela, uma professora de piano que vive numa pacata cidade costeira no oeste de França. A separação foi há muito tempo, e cada um seguiu a sua vida, curando feridas e moldando-se às suas rotinas. Mas esse reencontro inesperado, enquanto ambos tentam diluir as suas próprias melancolias nas águas termais, reabre uma porta há muito encerrada — ou assim pensavam. As emoções de outrora ressurgem, confundindo certezas e colocando o passado e o presente num inevitável confronto.

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Com Guillaume Canet no papel de Mathieu e Alba Rohrwacher como Alice, “A Vida Entre Nós” é interpretado com uma sensibilidade rara. Ambos entregam performances contidas, silenciosas e maduras, que dão corpo à densidade emocional do argumento. O elenco conta ainda com Sharif Andoura, Marie Drucker e Emmy Boissard Paumelle, em papéis que complementam este retrato de vidas discretas, mas profundamente marcadas por aquilo que foi e por aquilo que, talvez, ainda possa ser.

Stéphane Brizé, conhecido por obras como A Lei do Mercado, Em Guerra e Um Outro Mundo, afasta-se aqui da crítica social mais contundente para regressar ao domínio da intimidade. Ainda assim, mantém a sua assinatura — a busca por um cinema humano, realista e essencial, onde os silêncios são tão eloquentes quanto os diálogos. A sua realização aposta na contenção, na subtileza dos gestos e na respiração dos espaços, como se a própria câmara hesitasse em invadir a vida das personagens.

O filme não propõe grandes reviravoltas nem catarses arrebatadoras. A sua força reside na atenção aos pequenos gestos, aos olhares prolongados, àquela hesitação que surge quando os sentimentos regressam, mas o tempo já passou. Brizé filma a maturidade afectiva com uma honestidade comovente, desprovida de cinismo ou idealizações.

“A Vida Entre Nós” é um filme sobre reencontros, mas também sobre aquilo que permanece quando tudo parece já ter terminado. Um olhar maduro sobre o amor — não o amor da paixão arrebatadora, mas o amor persistente, que se adapta às mudanças, que sobrevive à distância e que, por vezes, regressa quando menos se espera. É uma obra que encontra beleza na melancolia, e poesia nas cicatrizes da vida.

Para quem acompanha o cinema francófono e o trabalho de Stéphane Brizé, esta é uma oportunidade imperdível. Para os que ainda não descobriram a sensibilidade única do realizador, “A Vida Entre Nós” pode ser o melhor ponto de partida.

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A não perder, dia 18 de julho, às 22h, em estreia exclusiva no TVCine Edition e em TVCine+.

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