Dave Bautista, ator de grande sucesso conhecido pelas sagas “Guardiões da Galáxia” e “Dune”, recentemente chamou a atenção dos fãs ao aparecer visivelmente mais magro no Festival de Cinema de Toronto, a 6 de setembro, na antestreia de “The Last Showgirl”, filme realizado por Gia Coppola. Com 55 anos e 1,98 metros de altura, Bautista revelou uma silhueta significativamente mais esbelta, o que causou preocupação entre os seus seguidores.
O ator, que já pesou 170 quilos durante o auge da sua carreira como lutador da WWE, revelou que perdeu mais de 33 quilos no último ano e meio. Segundo ele, não pesava tão pouco desde os seus 19 anos. A decisão de emagrecer veio da sua carreira no cinema, especialmente após engordar para um papel no filme “Batem à Porta”, de M. Night Shyamalan, no qual pesava cerca de 143 quilos. Bautista afirmou que, após esse filme, percebeu que precisava de perder peso, pois sentia-se desconfortavelmente grande.
Nas suas próprias palavras, Bautista mencionou que o ganho de peso foi acelerado e causado, em parte, por uma dieta rica em batatas fritas e panquecas. Ao iniciar o processo de perda de peso, o ator descobriu que se sentia melhor, tanto física como mentalmente. Além disso, ele referiu que a sua nova aparência o ajuda a sentir-se mais confortável em frente às câmaras e ao lado de outros atores.
Apesar de algumas preocupações expressas pelos fãs, Bautista garantiu que a sua saúde está em boas condições. Atualmente com 109 quilos, afirmou que ainda é um “grande ser humano” e que planeia continuar a emagrecer para garantir uma maior versatilidade nos papéis que desempenha.
Esta transformação física faz parte do empenho do ator em continuar a expandir a sua carreira em Hollywood, demonstrando que, além de um corpo musculado, está focado em ser uma presença menos “distrativa” nos ecrãs, permitindo que os seus personagens brilhem mais.
A Netflix estreou recentemente o filme “Uglies”, uma adaptação da popular saga literária para jovens adultos de Scott Westerfield. O filme, lançado no dia 13 de setembro, transporta os espetadores para um futuro distópico onde a beleza é uma exigência social. Nesta realidade, todos os jovens, ao completarem 16 anos, são submetidos a uma cirurgia plástica para adquirir a aparência desejada.
A história acompanha a jovem Tally, interpretada por Joey King, que vive ansiosamente à espera da sua vez de se submeter à cirurgia. No entanto, quando a sua amiga foge, Tally embarca numa missão para a salvar, questionando-se se realmente quer seguir o caminho que a sociedade lhe impõe.
O realizador McG, conhecido pelo trabalho em “Os Anjos de Charlie”, afirmou que o filme oferece uma crítica ao conceito moderno de beleza e à crescente obsessão com as redes sociais. “Uglies” é um reflexo da pressão que muitos jovens sentem para idealizar a sua imagem online, num mundo onde as fotografias são constantemente editadas e filtradas para atingir um padrão de perfeição.
A atriz Joey King, que leu o livro original aos 11 anos, considera que o filme é extremamente relevante nos dias de hoje. A narrativa de “Uglies” convida os espetadores a refletirem sobre a importância de aceitar quem somos, em vez de tentar seguir os padrões de beleza impostos pela sociedade.
Com uma mensagem poderosa e atual, “Uglies” promete ser mais do que um simples filme de ficção científica, oferecendo uma reflexão sobre a identidade e os valores humanos.
Chad McQueen, filho da lenda do cinema Steve McQueen e conhecido pelo seu papel como “Dutch” em “Karate Kid”, faleceu aos 63 anos. A notícia foi confirmada pela família, através de um comunicado partilhado nas redes sociais, onde, apesar de não ter sido revelada a causa oficial da morte, um amigo próximo indicou que McQueen faleceu devido a falha de órgãos no seu rancho em Palm Desert. O ator nunca recuperou totalmente de uma queda sofrida em 2020.
Chad McQueen teve uma carreira diversificada que combinava a sua paixão pelas corridas de carros e o cinema. Tal como o seu pai, o lendário Steve McQueen, Chad também se destacou no mundo do automobilismo, competindo em grandes eventos como as 24 Horas de Le Mans e as 12 Horas de Sebring. No entanto, a sua carreira como piloto profissional foi interrompida em 2006, após um acidente quase fatal durante os treinos para as 24 Horas de Daytona.
No mundo do cinema, Chad McQueen não teve o mesmo impacto que o seu pai, mas continuou a atuar em diversos filmes de ação ao longo dos anos 90. Entre os seus trabalhos mais notáveis estão “Death Ring” (1992), “New York Undercover Cop” (1993) e “Firepower” (1993). Apesar de os produtores da popular série “Cobra Kai” terem tentado convencer McQueen a participar numa reunião dos membros originais do dojo Cobra Kai, ele recusou a oferta.
Chad McQueen deixa três filhos, dois dos quais estão envolvidos na escudaria McQueen Racing, fundada pelo próprio em 2010. Para além disso, os seus filhos também participaram na produção de dois documentários dedicados à memória de Steve McQueen: “Steve McQueen: The Man & Le Mans” e “I Am Steve McQueen”.
Lançado em 2001, o épico de guerra “Pearl Harbor”, dirigido por Michael Bay e produzido por Jerry Bruckheimer, prometia ser um sucesso cinematográfico à altura de filmes como “Titanic”, de James Cameron. Com um orçamento de 140 milhões de dólares, jovens estrelas populares como Ben Affleck, Josh Hartnett e Kate Beckinsale, e o pano de fundo de uma das maiores catástrofes militares da história, o ataque japonês à base americana de Pearl Harbor, o filme parecia ter todos os ingredientes para um enorme sucesso de bilheteira e de crítica.
No entanto, embora o filme tenha arrecadado 449,2 milhões de dólares mundialmente, mais de três vezes o seu orçamento, não conseguiu replicar o sucesso de “Titanic” em termos de crítica. Ao contrário do romance trágico de Cameron, “Pearl Harbor” foi arrasado pelos críticos, com apenas 24% de avaliações positivas no Rotten Tomatoes. Muitos apontaram para o facto de Bay ter tentado seguir a fórmula de sucesso de “Titanic”, mas sem a sensibilidade romântica necessária para emaranhar o público emocionalmente no triângulo amoroso central entre dois soldados e uma enfermeira.
O principal problema apontado pelos críticos foi a falta de profundidade emocional e a abordagem desajeitada ao contar a história do triângulo amoroso durante o ataque. A grandiosidade das cenas de batalha, caracterizadas pelo espetáculo visual e efeitos especiais pirotécnicos, acabou por sobrepor-se à construção das personagens e às suas relações. A imprensa especializada condenou o filme por ser, em grande parte, um espetáculo visual sem substância emocional.
No entanto, nem tudo foi negativo para o filme. A espetacular reconstituição do ataque a Pearl Harbor foi amplamente elogiada, recebendo inclusive quatro nomeações aos Óscares, das quais venceu a de Melhor Edição de Som. O filme é considerado um dos maiores feitos técnicos de Bay e, mesmo após duas décadas, as cenas de ação continuam a ser impressionantes.
Hoje em dia, “Pearl Harbor” encontra-se disponível na plataforma Disney+, onde novos espetadores podem descobrir (ou redescobrir) este épico de guerra que, apesar das críticas, conseguiu deixar a sua marca no panorama cinematográfico.
Em baixo deixamos o trailer original e o como elemento de comédia o “Honest Trailer dos Screen Junkies”
O filme Reality, realizado por Tina Satter, retrata de forma crua e meticulosa o interrogatório de Reality Winner, a jovem que divulgou informações confidenciais sobre a interferência russa nas eleições americanas de 2016. Esta obra cinematográfica é uma estreia impressionante de Satter no grande ecrã, trazendo consigo uma tensão quase palpável, sustentada pela reconstituição fiel de cada palavra trocada durante o interrogatório que culminou na detenção de Winner.
O título Reality não só remete para o conceito de realidade em si, mas também para o nome improvável da protagonista, Reality Winner, que em 2017 foi abordada pelo FBI depois de ter libertado um relatório confidencial da Agência de Segurança Nacional (NSA), onde trabalhava como tradutora. Este documento revelava a interferência russa nas eleições americanas de 2016. Reality, uma jovem de 25 anos e veterana da Força Aérea dos Estados Unidos, acabou por ser sentenciada a cinco anos de prisão – a maior pena de sempre para um caso de fuga de informação deste tipo.
A Reconstrução do Dia Decisivo
O ponto fulcral de Reality decorre a 3 de julho de 2017, quando Winner regressa a casa em Augusta, Geórgia, após uma ida ao supermercado. Antes de conseguir entrar, é interpelada por dois agentes do FBI, que a confrontam com o seu crime. Este momento é recriado no filme de forma absolutamente fiel, onde cada detalhe conta, desde a posição dos agentes até à descrição das compras que Reality transportava. O filme de Tina Satter tem como base a transcrição integral do interrogatório realizado pelo FBI, o que lhe confere um realismo cronometrado, quase documental.
A Precisão do Argumento
O argumento de Reality não inventa nem enfeita. Satter, também dramaturga, construiu o filme a partir da peça que estreou em 2019, baseada exatamente na transcrição daquele dia. No ecrã, os diálogos reproduzem palavra por palavra o que foi dito durante o interrogatório. Em várias ocasiões, as falas são acompanhadas pelas próprias transcrições escritas, exibidas para o público como forma de intensificar a experiência. Desta maneira, o espectador sente o desconforto e a banalidade do momento, onde a vida quotidiana de Reality Winner se mistura com a gravidade da situação, revelando a linha ténue entre a autoridade e o cidadão comum.
Minimalismo e Suspense
A força de Reality reside no minimalismo com que constrói o seu suspense. O filme evita qualquer dramatização desnecessária e mantém-se fiel ao material não dramático em que se baseia. A relação entre Winner e os agentes do FBI oscila entre o absurdo e o opressor, com conversas aparentemente triviais sobre crossfit e os animais de estimação de Winner a contrapor a seriedade da investigação. Esta justaposição cria momentos de comédia negra que amplificam a tensão subjacente.
Reality não procura forçar qualquer comentário político direto, mas a sua fiel reconstituição deste caso serve de lembrete do poder das forças de autoridade e da fragilidade do indivíduo perante o Estado. Embora o filme seja um retrato particular da paranoia política americana, o seu impacto vai além das fronteiras dos Estados Unidos. Com novas eleições americanas a aproximarem-se, Reality relembra-nos de como a democracia pode ser vulnerável a ameaças, internas e externas, e da importância de denunciar injustiças, mesmo quando o preço a pagar é elevado.
Conclusão
O filme Reality é um testemunho da complexidade da vida moderna e da fragilidade da nossa condição como cidadãos num mundo onde a informação e o controlo caminham de mãos dadas. Ao reconstituir um momento de enorme tensão política e pessoal, Tina Satter criou uma obra que nos leva a refletir sobre a natureza do poder, da verdade e da justiça. O caso de Reality Winner serve como um alerta constante sobre os riscos inerentes à transparência e às fugas de informação em sociedades democráticas.
A HBO anunciou oficialmente o início das audições para a sua aguardada série baseada na saga de Harry Potter. O casting procura novos talentos para interpretar as icónicas personagens de Harry Potter, Ron Weasley e Hermione Granger. Este convite destina-se exclusivamente a crianças entre os 9 e os 11 anos, que residam no Reino Unido ou na Irlanda, e que estejam interessadas em dar vida a estas figuras lendárias da cultura pop. A notícia foi confirmada pela HBO à revista Variety, gerando entusiasmo entre os fãs da saga mágica.
As audições são abertas, permitindo que qualquer criança que cumpra os requisitos básicos se candidate, sem a necessidade de experiência prévia. Os jovens atores devem ter entre 9 e 11 anos em abril de 2025 e residir no Reino Unido ou na Irlanda. As candidaturas devem ser submetidas pelos pais ou pelos guardiões legais até 31 de outubro de 2024, segundo as orientações do anúncio, que foi partilhado nas redes sociais.
Inclusão e Diversidade no Elenco
Um dos aspetos que mais se destaca neste processo de seleção é o compromisso da HBO com um elenco inclusivo e diverso. O anúncio sublinha que a escolha dos novos atores será baseada unicamente no seu talento, independentemente da “etnia, deficiências, raça, orientação sexual ou identidade de género”. Este enfoque na diversidade contrasta com as recentes polémicas em torno da autora da saga, J.K. Rowling, que se envolveu em debates sobre a questão da identidade de género, sendo criticada por algumas das suas opiniões sobre mulheres trans.
O Processo de Audição
Os aspirantes a feiticeiros terão de gravar dois vídeos como parte do processo de candidatura. O primeiro vídeo deve mostrar a criança a recitar uma história ou um poema de sua preferência, com a única condição de que não seja um excerto dos livros de Harry Potter e que não exceda os 30 segundos. No segundo vídeo, os candidatos devem apresentar-se, referindo a sua idade, local de residência, altura, e descrevendo uma pessoa ou animal com quem tenham uma relação próxima. Em ambos os vídeos, as crianças devem usar o seu sotaque natural, uma instrução clara no anúncio da HBO.
Para auxiliar os pais ou guardiões legais, a produtora incluiu diretrizes sobre como gravar os vídeos, incentivando a escolha de roupas confortáveis e que as crianças gostem de usar. Além disso, há três formulários disponíveis para a submissão de candidaturas específicas para as personagens de Harry Potter, Hermione Granger e Ron Weasley. Este formato de audições abertas recorda o processo utilizado no ano 2000 para descobrir Emma Watson e Rupert Grint, que interpretaram Hermione e Ron, respetivamente, nos filmes. Daniel Radcliffe, que ficou mundialmente conhecido como Harry Potter, foi selecionado por um processo um pouco diferente, sendo descoberto por um produtor e um argumentista após meses de audições.
Uma Nova Adaptação para a Televisão
A nova série de Harry Potter será composta por sete temporadas, cada uma baseada nos respetivos livros da saga. Contudo, ainda não foi anunciada uma data oficial de estreia. Em fevereiro de 2024, David Zaslav, diretor-executivo da Warner Bros., revelou que a série está programada para estrear no início de 2026. A referência à data de abril de 2025 para os candidatos sugere que as gravações devem começar em meados de 2025.
Embora o elenco para as personagens principais ainda seja desconhecido, há especulação sobre o envolvimento de atores mais velhos para papéis secundários, seguindo o modelo dos filmes originais. Até ao momento, não foram divulgados nomes. O que se sabe é que Francesca Gardiner e Mark Mylod, conhecidos pelo seu trabalho na série Succession, serão os produtores executivos e realizadores de alguns episódios da nova adaptação.
Conclusão
Com a promessa de um elenco diversificado e uma adaptação televisiva fiel aos livros, os fãs de Harry Potter aguardam com entusiasmo o desenvolvimento desta nova série. A abertura das audições dá esperança de que novos talentos possam emergir e conquistar o público com interpretações frescas e cativantes das personagens que marcaram gerações. Será interessante ver quem serão os novos rostos que irão personificar Harry, Ron e Hermione nesta versão televisiva de uma das sagas mais amadas da literatura e do cinema.
O filme Grand Tour, de Miguel Gomes, foi oficialmente escolhido como o candidato de Portugal para uma nomeação ao Óscar de Melhor Filme Internacional em 2025. Esta revelação foi feita pela Academia Portuguesa de Cinema, que destacou o longa-metragem entre cinco finalistas, todos eles exemplares notáveis da cinematografia portuguesa contemporânea. A obra chega às salas de cinema portuguesas no dia 19 de setembro, depois de ter conquistado o prémio de Melhor Realização no prestigiado Festival de Cinema de Cannes, em maio deste ano. Este prémio marcou um feito inédito para o cinema nacional, afirmando ainda mais o talento de Miguel Gomes a nível internacional.
Entre as obras finalistas escolhidas pela Academia Portuguesa de Cinema, além de Grand Tour, encontravam-se A Flor do Buriti, de João Salaviza e Renée Nader Messora, Manga d’Terra, de Basil da Cunha, O Teu Rosto Será o Último, de Luís Filipe Rocha, e O Vento Assobiando nas Gruas, de Jeanne Waltz. No entanto, foi a visão singular de Miguel Gomes e a sua abordagem inovadora ao cinema que captaram a atenção dos membros da Academia.
A história de Grand Tour desenrola-se no início do século XX, acompanhando Edward, interpretado por Gonçalo Waddington, um funcionário público britânico que foge da sua noiva, Molly (Crista Alfaiate), no dia da chegada desta para o casamento. Edward embarca numa viagem solitária pela Ásia, numa tentativa de escapar não só ao matrimónio, mas também aos dilemas existenciais que o atormentam. Molly, por sua vez, decide persegui-lo, determinada a cumprir o seu destino conjugal, enquanto atravessa o continente asiático. O filme, assim, explora temas como a fuga, o medo do compromisso e a busca pela identidade, tudo num cenário que combina exotismo e introspeção.
Este longa-metragem foi produzido pela produtora portuguesa Uma Pedra no Sapato, em coprodução com países como Itália, França, Alemanha, China e Japão. A produção foi feita em duas fases distintas: a primeira envolveu uma equipa reduzida que acompanhou o realizador em várias localizações do Oriente; a segunda, mais tradicional, teve lugar em estúdios em Roma e Lisboa, onde se realizaram as filmagens com os atores principais.
A 97.ª edição dos Óscares, marcada para 2 de março de 2025, será um momento crucial para o cinema português. As nomeações serão reveladas a 17 de janeiro, e Portugal, desde 1980, tem submetido candidatos à categoria de Melhor Filme Internacional. Apesar de nunca ter conseguido uma nomeação nesta categoria, a expectativa cresce em torno de Grand Tour, um filme que já provou o seu valor nos palcos internacionais.
É importante sublinhar que este é o segundo filme de Miguel Gomes a ser escolhido pela Academia Portuguesa de Cinema. Em 2016, a academia submeteu o tríptico As Mil e Uma Noites, também realizado por Gomes, à consideração para os Óscares. Contudo, tal como em anos anteriores, a obra não foi selecionada entre os nomeados. Para além deste processo de seleção da Academia, o cinema português pode ainda ser considerado noutras categorias dos Óscares, dependendo de critérios como a premiação em festivais internacionais de prestígio.
A nível internacional, outros países também já começaram a revelar os seus candidatos à corrida pelo Óscar de Melhor Filme Internacional. A Alemanha escolheu Les Graines du Figuier Sauvage, do realizador iraniano Mohammad Rasoulof, uma coprodução franco-alemã premiada em Cannes. A Letónia, por sua vez, aposta em Flow, uma obra de animação sem diálogos realizada por Gints Zilbalodis, que foi galardoada no Festival de Annecy. Já a Palestina submeteu From Ground Zero, um projeto que junta 22 curtas-metragens de novos realizadores oriundos de Gaza.
Com uma forte tradição de cinema de autor e obras que frequentemente desafiam convenções, Portugal continua a procurar o seu lugar entre os nomeados para os Óscares. Grand Tour poderá ser a chave que finalmente abre as portas de Hollywood ao cinema português, mas até ao anúncio das nomeações, resta apenas aguardar e torcer para que a visão única de Miguel Gomes seja reconhecida pela Academia de Hollywood.
O famoso Tribeca Film Festival, fundado por Robert De Niro e Jane Rosenthal em resposta aos ataques de 11 de setembro, vai realizar a sua primeira edição fora dos Estados Unidos, e Lisboa foi a cidade escolhida para acolher este evento de renome internacional. O Tribeca Festival Lisboa decorrerá de 17 a 19 de outubro no Beato Innovation District e promete destacar novos talentos do cinema e das artes em Portugal.
De acordo com Jane Rosenthal, a produtora e cofundadora do festival, a expansão para Lisboa tem como objetivo dar palco a uma nova geração de cineastas e artistas portugueses, algo que considera crucial para a revitalização da indústria cinematográfica. Robert De Niro, que também esteve presente na apresentação do festival em Nova Iorque, referiu que Lisboa é uma cidade com “forte apetite pelas artes e entretenimento”, elogiando a sua herança cultural.
O programa do festival em Lisboa contará com uma mistura de filmes independentes norte-americanos e portugueses, além de sessões ao vivo com figuras do entretenimento, como Ricardo Araújo Pereira, Daniela Ruah e César Mourão. Entre as obras em destaque estão o filme Anora, vencedor da Palma de Ouro em Cannes, e In the Summers, premiado no Festival de Sundance. Além disso, o festival terá a estreia portuguesa de Ezra (2023) de Tony Goldwyn, seguido de uma conversa com Robert De Niro, e uma exibição especial de A Bronx Tale The Original One Man Show com Chazz Palminteri.
Esta edição do festival representa uma oportunidade única para cineastas e artistas emergentes em Portugal, que terão a possibilidade de apresentar os seus trabalhos a um público internacional e de participar em conversas com algumas das maiores figuras do cinema mundial.
O Festival Internacional de Cinema de Toronto (TIFF) foi palco para duas grandes estreias que já começam a agitar as previsões para a temporada de prémios. O thriller Conclave, protagonizado por Ralph Fiennes e Stanley Tucci, e a animação Robot Selvagem, da DreamWorks, são os dois filmes que têm gerado mais burburinho entre críticos e cinéfilos.
Conclave, realizado por Edward Berger, é uma adaptação do romance homónimo de Robert Harris e leva o espectador para os bastidores do Vaticano, num momento de grande tensão após a morte de um Papa. Ralph Fiennes interpreta o Cardeal Lawrence, responsável por organizar o conclave — a eleição secreta que determina o novo pontífice. O filme retrata a batalha política e espiritual entre facções da Igreja, com Fiennes a ser elogiado pelo seu desempenho intenso e multifacetado. Especialistas já apontam a sua interpretação como uma possível nomeação ao Óscar de Melhor Ator.
Já Robot Selvagem, da DreamWorks, aposta na emoção e na originalidade para conquistar o público. A vencedora do Óscar Lupita Nyong’o dá voz à robô Roz, que fica abandonada numa ilha desabitada após um naufrágio. O filme aborda temas de adaptação e sobrevivência, enquanto Roz interage com os animais da ilha, especialmente o ganso Brightbill. A animação destaca-se pela sua estética deslumbrante, com paisagens que parecem pintadas à mão, e uma banda sonora emocionalmente rica. O realizador Chris Sanders, conhecido por Lilo & Stitch, trouxe uma nova abordagem visual ao género de animação, com menos diálogos e mais foco na música e nos visuais.
Ambos os filmes estão bem posicionados para figurar entre os principais candidatos aos Óscares de 2024, em categorias como Melhor Filme, Melhor Ator e Melhor Animação.
Após o sucesso de séries como Dahmer e Vigilante, Ryan Murphy e Ian Brennan estão de volta com um novo capítulo da sua antologia intitulada Monstros, desta vez focando-se na história real dos irmãos Menendez. A série estreia-se a 19 de setembro na Netflix e promete captar a atenção do público com a sua narrativa intensa e perturbadora.
A trama gira em torno de Lyle e Erik Menendez, dois irmãos condenados em 1996 pelo brutal assassinato dos seus pais, José e Kitty Menendez. O elenco é encabeçado por Nicholas Chavez e Cooper Koch, que interpretam Lyle e Erik, respetivamente, com Javier Bardem e Chloë Sevigny a desempenharem os papéis dos pais. A história explora os detalhes do julgamento, onde a acusação defendeu que o motivo dos homicídios era a herança dos pais, enquanto os irmãos alegaram que os seus atos foram resultado de uma vida de abusos físicos, emocionais e sexuais.
A série promete mais do que uma simples reconstituição dos factos, explorando as complexas relações familiares e os traumas ocultos que culminaram no trágico desfecho. Além dos protagonistas, o elenco conta também com Nathan Lane e Ari Graynor, que desempenham papéis chave na investigação e julgamento.
Este novo capítulo da antologia Monstros não só promete envolver os espectadores com uma narrativa chocante, como também levanta questões sobre o impacto de uma vida de abuso, algo que continua a ser discutido até aos dias de hoje. Com a reputação que Ryan Murphy e Ian Brennan têm construído no universo das séries, espera-se que esta nova temporada seja um sucesso à altura dos seus antecessores.
Entre os dias 17 e 19 de outubro, Lisboa receberá pela primeira vez a edição europeia do Tribeca Festival, evento fundado há mais de duas décadas por Robert De Niro e Jane Rosenthal em Nova Iorque. Esta estreia em solo europeu acontecerá no Beato Innovation District e contará com a presença de grandes nomes do cinema internacional, como Robert De Niro, Whoopi Goldberg e Patty Jenkins.
O Tribeca Festival Lisboa apresentará uma programação eclética, com filmes norte-americanos, produções independentes, séries, podcasts e atuações musicais. Entre os destaques está o filme “Anora”, de Sean Baker, que venceu a Palma de Ouro em Cannes, e “In the Summers”, de Lacorazza Samudio, premiado no Festival de Sundance. Também será exibido o filme “Ezra”, de Tony Goldwyn, seguido de uma conversa exclusiva com Robert De Niro.
Além do cinema, o evento incluirá cerca de vinte conversas com grandes personalidades do setor, como Robert De Niro, Whoopi Goldberg e Griffin Dunne. Estes diálogos abrangerão temas contemporâneos, como o impacto da inteligência artificial na produção cinematográfica e o futuro das plataformas de streaming. Haverá ainda espaço para explorar o cinema português, com a exibição da série “Azul”, de Pedro Varela, e a longa-metragem “Podia Ter Esperado por Agosto”, de César Mourão.
O festival pretende consolidar-se como um espaço de troca cultural entre os Estados Unidos e Portugal, destacando tanto o talento internacional como a criatividade portuguesa. A estreia de Tribeca em Lisboa promete ser um evento marcante, que reunirá estrelas de Hollywood, cineastas emergentes e um público ávido por novas experiências cinematográficas.
O cineasta português Rodrigo Areias traz-nos a sua mais recente obra, “A Pedra Sonha Dar Flor”, um filme inspirado na obra literária de Raul Brandão. Com estreia marcada para o dia 12 de setembro no Cinema Trindade, no Porto, o filme será apresentado em formato de cineconcerto, com música ao vivo composta por Dada Garbeck. Esta forma de exibição tem vindo a ganhar popularidade, combinando a experiência cinematográfica com uma performance musical ao vivo.
A narrativa do filme baseia-se na obra “A Morte do Palhaço”, de Raul Brandão, mas incorpora elementos de outras criações do autor, como “Os Operários”, “Os Pobres” e “Húmus”. A história desenrola-se numa casa de hóspedes isolada, onde a pobreza e o desespero marcam a vida das personagens, mergulhadas num ambiente sombrio de crimes e alucinações. A obra literária de Brandão, com o seu estilo contemplativo e crítico, ganha nova vida através da lente cinematográfica de Areias.
Rodrigo Areias, natural de Guimarães, tem uma forte ligação afetiva e geográfica à obra de Brandão, já que cresceu próximo à casa onde o autor viveu e escreveu grande parte da sua obra. O realizador confessa que, inicialmente, pensava em fazer um documentário, mas após uma profunda pesquisa no espólio de Brandão, decidiu juntar várias das suas obras num único filme, criando uma narrativa complexa e visualmente impactante.
Após a estreia no Porto, o filme será exibido em vários locais do país, incluindo Lisboa, Ovar e Guimarães, sempre em formato de cineconcerto. Esta inovadora abordagem permite que o público experimente o filme de uma forma única, onde a música e o cinema se fundem para criar uma atmosfera imersiva.
O filme “The Apprentice – A História de Trump” já está a gerar controvérsia mesmo antes da sua estreia em Portugal, marcada para 17 de outubro. Realizado por Ali Abbasi, o filme aborda a juventude de Donald Trump, ex-presidente dos EUA, e a sua ascensão no setor imobiliário de Nova Iorque. A produção, que causou um forte impacto no Festival de Cannes em maio, provocou a ira de Trump, cujos advogados já ameaçaram processar os produtores.
Protagonizado por Sebastian Stan, o filme centra-se na relação entre um jovem Donald Trump e Roy Cohn, o seu mentor e advogado, interpretado por Jeremy Strong. A narrativa explora como Trump, ansioso por deixar a sua marca como filho de uma família rica, foi moldado por Cohn, um dos advogados mais temidos da época. Cohn via em Trump o protegido perfeito, alguém com ambição e fome de poder, disposto a fazer tudo para vencer.
Embora o filme não seja um ataque direto, ele apresenta um retrato ambíguo de Trump como um social escalador implacável, cuja decência é gradualmente corroída pelas lições de Cohn. Algumas das cenas mais polémicas incluem uma recriação de um suposto incidente de violência entre Trump e a sua primeira esposa, Ivana, e a representação de problemas pessoais, como disfunção erétil, procedimentos de lipoaspiração e cirurgia capilar.
Além de enfrentar pressão de Trump e seus aliados, o filme teve dificuldades em garantir distribuição devido a um dos seus primeiros financiadores, Dan Snyder, um multimilionário pró-Trump, que ficou insatisfeito com a forma como o ex-presidente é retratado. Apesar disso, “The Apprentice” conseguiu assegurar uma estreia antes das eleições presidenciais dos EUA, com a data de lançamento nos cinemas norte-americanos prevista para 11 de outubro.
A premiada atriz Kathy Bates, vencedora de um Óscar por “Misery” (1990) e conhecida por papéis em filmes como “Titanic” (1997) e séries como “American Horror Story”, anunciou que se vai reformar após a conclusão da nova versão da série “Matlock”, onde interpreta a protagonista.
Com 76 anos, Bates revelou em entrevista ao The New York Times que a decisão de se retirar da vida profissional já vinha a ser ponderada há algum tempo. A atriz mencionou que, durante a rodagem de um filme (cujo nome não revelou), teve um momento emocional difícil que a fez questionar o futuro da sua carreira. “Esta é a minha última dança”, confessou.
A nova versão de “Matlock”, a popular série de tribunal originalmente protagonizada por Andy Griffith, será o último trabalho da atriz. Nesta versão atualizada, Bates interpreta Madeline Matlock, uma brilhante advogada septuagenária que regressa ao mercado de trabalho após uma longa pausa, num prestigiado escritório de advocacia. O primeiro episódio terá uma antestreia especial no dia 22 de setembro no canal CBS, com a série a estrear oficialmente a 17 de outubro. Os episódios estarão também disponíveis na Paramount+, mas a estreia europeia ainda não foi confirmada em Portugal.
A atriz explicou que, embora tenha considerado a reforma mais cedo, o argumento de “Matlock” a cativou ao ponto de adiar a decisão. “Foi como se tudo pelo qual trabalhei e rezei estivesse a ser colocado à prova”, comentou. No entanto, Bates admitiu que, caso a série seja renovada para uma segunda temporada, terá de rever os seus planos de retirada definitiva.
O Beast – Festival Internacional de Cinema regressa ao Porto para a sua 7ª edição, que decorrerá entre os dias 25 e 29 de setembro. O festival, que promove o diálogo cinematográfico entre o Leste e o Oeste da Europa, será inaugurado com a exibição de três curtas-metragens da Estónia, o país convidado deste ano.
As obras escolhidas para abrir o evento no cinema Batalha incluem “Sauna Day” (2024), uma co-produção entre Anna Hints e Tushar Prakash, que estarão presentes no Porto para acompanhar a sessão, “Heiki on the Other Side” (2022), de Katariina Aule, e “Miisufy” (2024), de Liisi Grünberg. Estas curtas-metragens oferecem uma visão sobre a realidade mais recente da Estónia, um país cujo cinema tem vindo a ganhar notoriedade no panorama europeu.
O festival contará com a exibição de 80 filmes no total, dos quais 23 são curtas-metragens que participam na competição oficial. A seleção inclui ainda a AnimaEast, uma secção dedicada à animação de cineastas emergentes da Europa Central e de Leste, com destaque para produções da Hungria, Polónia, Croácia e República Checa.
Além das curtas-metragens, o programa da Estónia no Beast inclui uma retrospetiva de documentários dos anos 70 e 80, conhecidos por misturarem a linguagem cinematográfica com composições musicais marcantes, retratando diferentes cenários urbanos, suburbanos e rurais. Também serão exibidos jornais de atualidades e anúncios publicitários da época soviética, produzidos pela agência Eesti Reklaamfilm.
Ainda no âmbito da colaboração com a Estónia, a Academia de Artes do país terá carta branca para apresentar uma seleção de filmes realizados por estudantes entre 2021 e 2024. O festival Beast é uma oportunidade única para explorar o cinema da Europa de Leste, refletindo sobre a sua estética, história e relevância atual.
Depois do sucesso de “Os Três Mosqueteiros: D’Artagnan”, a saga épica inspirada na obra de Alexandre Dumas regressa com uma nova e emocionante aventura. “Os Três Mosqueteiros: Milady” chega aos ecrãs portugueses no dia 13 de setembro, às 21h30, em estreia exclusiva no TVCine Top, prometendo cativar o público com uma narrativa cheia de ação, intrigas e personagens inesquecíveis.
Nesta segunda parte, D’Artagnan (François Civil) volta a estar no centro dos acontecimentos quando a sua amada Constance é raptada. Desesperado por a salvar, o jovem mosqueteiro é obrigado a formar uma aliança improvável com a misteriosa Milady de Winter, interpretada pela carismática Eva Green. Juntos, embarcam numa busca frenética, que os levará a enfrentar inimigos poderosos e a desenterrar segredos do passado, capazes de abalar as fundações de velhas alianças e precipitar uma grande guerra.
Com a direção de Martin Bourboulon, “Os Três Mosqueteiros: Milady” eleva a fasquia das produções de época, transportando o espectador para a França do século XVII, um país dividido por conflitos religiosos e ameaçado por invasões britânicas. O filme leva-nos numa viagem entre o Louvre e o Palácio de Buckingham, passando pelas perigosas sarjetas de Paris até ao cerco de La Rochelle, com cenas de batalha e duelos de espadas que mantêm o ritmo frenético e a adrenalina no auge.
Além de Eva Green e François Civil, o elenco de luxo conta com a participação de grandes nomes do cinema francês, como Vincent Cassel, Romain Duris, Lyna Khoudri, Pio Marmai e Eric Ruf. Cada um dos personagens traz uma nova dimensão a esta aventura épica, com desempenhos intensos que prometem cativar tanto os fãs das histórias de Dumas como os novos espectadores.
A produção já arrecadou seis nomeações para os Prémios César 2024, destacando-se na categoria de Melhor Cenografia, que venceu graças aos detalhes meticulosos e realistas da recriação histórica. Com uma atenção cuidada aos cenários e aos figurinos, “Os Três Mosqueteiros: Milady” mergulha o espectador numa experiência visual imersiva, que faz justiça à riqueza do universo criado por Alexandre Dumas.
Depois de conquistar o público com “Os Três Mosqueteiros: D’Artagnan”, esta segunda parte é aguardada com grande expectativa. A história de Milady promete aprofundar ainda mais as relações entre as personagens, explorando o lado mais sombrio de uma das figuras mais enigmáticas do cânone literário de Dumas. Conhecida pela sua astúcia e pelo papel decisivo que desempenha nas tramas políticas e emocionais da saga, Milady surge aqui com uma nova camada de complexidade, numa interpretação que promete marcar a carreira de Eva Green.
Para quem não puder assistir à estreia na televisão, o filme estará também disponível no serviço de streaming TVCine+, permitindo que os espectadores possam ver e rever esta épica continuação quando desejarem.
“Os Três Mosqueteiros: Milady” é uma grande produção francesa que celebra a intemporalidade da obra de Alexandre Dumas, adaptando-a com uma energia renovada e uma abordagem cinematográfica moderna. Esta nova versão da história dos lendários mosqueteiros traz à televisão uma combinação perfeita de ação, romance, intriga e emoção, transportando o público para uma era onde honra, coragem e traição são as forças motrizes de uma das narrativas mais amadas da literatura mundial.
Não perca a estreia a 13 de setembro, às 21h30, no TVCine Top, para acompanhar esta grande aventura repleta de emoção, batalhas épicas e personagens inesquecíveis.
Esta segunda-feira, o mundo do cinema despediu-se de James Earl Jones, o ator norte-americano que marcou gerações com o poder da sua voz e presença em múltiplas produções. Com 93 anos, o ator faleceu em sua casa, em Nova Iorque, conforme foi anunciado pelos seus representantes à imprensa norte-americana. Jones será eternamente lembrado pelo público, não só pelo seu trabalho icónico como a voz de Darth Vader na saga “Star Wars”, mas também como Mufasa em “O Rei Leão”, entre outras memoráveis performances.
Nascido a 17 de janeiro de 1931, James Earl Jones construiu uma carreira de mais de seis décadas no cinema, televisão e teatro. A sua versatilidade levou-o a conquistar diversos prémios de prestígio, incluindo dois Emmys, um Grammy, um Óscar honorário e três Tony Awards. A sua ligação à indústria do entretenimento foi profunda e multidimensional, sendo reconhecido como um dos poucos atores a aproximar-se do estatuto “EGOT” – o raro feito de ganhar os prémios Emmy, Grammy, Óscar e Tony.
A carreira de Jones começou no teatro, onde se destacou em diversas peças de Shakespeare, antes de ingressar no mundo do cinema com um papel marcante em “Dr. Estranhoamor” de Stanley Kubrick, em 1964. No entanto, foi a sua voz poderosa e inconfundível que o eternizou, sobretudo ao dar vida ao vilão Darth Vader na trilogia original de “Star Wars” (1977-1983). Esta interpretação tornou-o uma figura icónica, imortalizada pela sua performance sinistra e autoritária que ajudou a moldar a identidade de uma das maiores sagas da cultura pop.
Além de “Star Wars”, Jones também deu voz a Mufasa, o nobre leão de “O Rei Leão” (1994), que rapidamente se tornou uma das suas personagens mais adoradas. A sua entrega vocal à personagem, que guia o jovem Simba com sabedoria e amor paternal, continua a ser uma das mais poderosas e emotivas da história da animação.
Para além dos sucessos no grande ecrã, James Earl Jones também brilhou na televisão, sendo galardoado com dois Emmys em 1991. Ao longo da sua carreira, trabalhou em séries de drama e telefilmes, consolidando-se como uma presença respeitada em múltiplos formatos. No teatro, foi distinguido com vários prémios Tony, incluindo um pelo seu trabalho na peça “Vedações”, de 1987, demonstrando o seu alcance e talento na arte da representação.
Apesar de a sua saúde se ter fragilizado nos últimos anos, Jones manteve-se ativo até recentemente, com uma das suas últimas aparições no cinema a ser na sequela de “Um Príncipe em Nova Iorque” (2021), onde voltou a interpretar o Rei Joffer. Mesmo com a sua ausência física nos sets de filmagens, a magia do cinema permitiu que ele participasse do projeto, integrando-o de forma emblemática na narrativa.
No entanto, a sua voz continuou a ressoar mesmo após ele se ter afastado das gravações, graças a tecnologias modernas. Em 2022, soube-se que Jones havia cedido os direitos da sua voz para futuras utilizações na saga “Star Wars”. Com a ajuda de uma inovadora tecnologia de inteligência artificial, a sua voz foi utilizada na série “Obi-Wan Kenobi” (2022), mantendo viva a presença de Darth Vader, agora através de uma recriação artificial da sua interpretação original.
O legado de James Earl Jones vai muito além dos papéis icónicos que desempenhou. O ator teve um impacto duradouro na representação afro-americana em Hollywood, sendo um dos primeiros atores negros a alcançar sucesso contínuo e significativo tanto no cinema quanto no teatro. O seu pai, Robert Earl Jones, também ator, influenciou a sua carreira, mas foi o talento singular de James que o levou a conquistar um lugar especial na história do cinema e do entretenimento global.
James Earl Jones deixa para trás um legado de excelência, uma voz que ecoará por gerações e uma carreira que se destaca pela sua diversidade, profundidade e contribuição imensurável para a arte da representação. Enquanto o mundo chora a sua perda, o seu trabalho continuará a inspirar e a encantar milhões de pessoas, assegurando que o seu nome e a sua voz permaneçam eternamente gravados na memória coletiva.
No dia 13 de setembro, às 22h, o canal TVCine Edition vai transmitir Ryuichi Sakamoto: Opus, um filme-concerto que marca a despedida do lendário compositor e músico japonês Ryuichi Sakamoto. Esta produção intimista apresenta a última atuação de Sakamoto, gravada no final de 2022, quando o artista reuniu as suas últimas forças para deixar ao mundo um derradeiro presente musical: ele e o seu piano, num espetáculo profundamente emotivo.
Ao longo de cinco décadas, Ryuichi Sakamoto foi um dos músicos mais influentes do mundo, com uma carreira que abrangeu desde o seu sucesso como estrela pop com a Yellow Magic Orchestra até às suas colaborações com grandes realizadores de cinema, como Bernardo Bertolucci. O filme-concerto, com curadoria do próprio Sakamoto, apresenta vinte peças icónicas que contam, sem palavras, a história da sua vida e obra. A seleção percorre desde os seus primeiros sucessos até ao seu último álbum meditativo 12, oferecendo aos fãs uma última oportunidade de testemunhar o génio criativo do artista.
Filmado num espaço intimista, com a participação de colaboradores próximos e sob a direção de Neo Sora, filho de Sakamoto, o filme-concerto revela a alma do artista, consciente de que seria a sua última atuação. Ryuichi Sakamoto: Opus é um tributo minimalista e profundamente tocante, que reflete o estilo musical que marcou a carreira de Sakamoto, e é uma estreia imperdível para todos os amantes da música e do cinema.
Antes da exibição de Opus, o canal TVCine Edition transmitirá às 20h20 o documentário Ryuichi Sakamoto: Coda, que oferece uma perspetiva aprofundada sobre a vida do compositor. Ambos os filmes estarão também disponíveis no TVCine+.
The Boys, a aclamada série de super-heróis da Amazon Prime, voltou a surpreender com a sua quarta temporada, trazendo uma visão cada vez mais negra e distópica da América. Criada por Eric Kripke, a série, que estreou em 2019, conquistou os espectadores com a sua abordagem crua e violenta ao mundo dos super-heróis, onde os ditos “heróis” abusam dos seus poderes para benefício próprio.
A nova temporada de The Boys aprofunda ainda mais o paralelismo com a realidade política atual dos Estados Unidos, especialmente na era do trumpismo. Com uma sátira mordaz e muitas vezes chocante, a série retrata um grupo de vigilantes que tenta combater os super-heróis corruptos, expondo as falhas de um sistema controlado por oligarcas e políticos sem escrúpulos. Ao longo dos novos episódios, a série sublinha as semelhanças perturbadoras entre a ficção e a realidade, numa época em que as tensões políticas e sociais estão mais intensas do que nunca.
Violenta, cruel e grotescamente divertida, The Boys é uma série que não poupa no “gore”, oferecendo uma narrativa sombria mas envolvente que leva os espectadores a questionar o conceito de heroísmo. Para os fãs do género, esta quarta temporada promete ser uma montanha-russa de emoções, com reviravoltas chocantes e uma crítica social feroz.
Com o seu estilo único, The Boys continua a destacar-se no panorama televisivo como uma das séries mais relevantes da atualidade, refletindo de forma distorcida e exagerada as inquietações da América moderna.
O MOTELX – Festival Internacional de Cinema de Terror de Lisboa, chega à sua 18.ª edição com uma história marcada pelo crescimento e evolução do cinema de género em Portugal. Desde a sua primeira edição, o festival tem contribuído significativamente para a produção de filmes de terror nacionais, servindo de plataforma para novos realizadores e escritores.
João Monteiro, cofundador do festival, reflete sobre o impacto do MOTELX: “Quando começámos, o cinema de terror era praticamente inexistente em Portugal, mas conseguimos criar um espaço onde este género tem vindo a crescer e a afirmar-se”. A secção Quarto Perdido, dedicada a filmes de terror nacionais, e o Prémio para Melhor Curta Portuguesa são exemplos claros desse sucesso, com o número de curtas-metragens recebidas a aumentar exponencialmente nos últimos anos.
O festival também inclui parcerias como a estabelecida com o Guiões – Festival de Roteiro de Língua Portuguesa, com o objetivo de incentivar a escrita de roteiros focados no terror. Este ano, o MOTELX apresenta, entre outros, A Culpa(1980), de António Victorino D’Almeida, um dos primeiros filmes de ficção a tratar da Guerra Colonial, e o ciclo A Bem da Nação – Filmes de Terror Proibidos pelo Estado Novo, com quatro obras censuradas entre 1944 e 1974.
Com uma programação diversificada, o festival continua a ser uma das principais referências para os amantes do cinema de terror em Portugal e no estrangeiro.