Edgar Wright adapta Stephen King numa nova versão distópica cheia de adrenalina, crítica social e… Michael Cera!
“Um corre. Milhões caçam. E o mundo assiste.”
É com esta premissa bombástica que chega o trailer de The Running Man, o novo filme de Edgar Wright com estreia marcada para 13 de Novembro em Portugal. Inspirado no romance homónimo de Stephen King (escrito sob o pseudónimo Richard Bachman), esta nova adaptação promete muito mais do que explosões e corridas pela sobrevivência — promete uma crítica feroz à nossa obsessão com o entretenimento e à desumanização mediática.
No papel principal está Glen Powell, cada vez mais em ascensão, a interpretar um homem empurrado para os limites da moral e da resistência. Desempregado, desesperado e com uma filha gravemente doente, decide participar num jogo televisivo letal — The Running Man — onde o prémio é a sobrevivência… e talvez uma réstia de dignidade
30 Dias, Uma Nação a Ver, Zero Chances de Sobrevivência
Neste jogo, não basta correr. É preciso escapar a milhões. Literalmente. Numa América do futuro, onde o entretenimento se tornou o novo coliseu romano, o concorrente é caçado por cidadãos, drones, mercenários e o próprio sistema — tudo transmitido em direto para milhões sedentos de sangue e espetáculo.
A premissa original de Stephen King, publicada em 1982, era já perturbadoramente profética ao antecipar a ascensão da cultura dos reality shows. E Edgar Wright parece não ter medo de mergulhar de cabeça nesta sátira moderna. O trailer não poupa nas cenas intensas de perseguições, confrontos urbanos e uma estética onde Black Mirror encontra Jogos da Fome… com uma pitada de Baby Driver, claro.
Um Elenco de Peso a Correr (e Matar) Contra o Tempo
Para além de Glen Powell, o elenco inclui nomes de luxo como Colman Domingo, Josh Brolin, William H. Macy, Lee Pace, Emilia Jones e, para surpresa de muitos, Michael Cera — de regresso ao universo de Edgar Wright após Scott Pilgrim Contra o Mundo. Um grupo improvável, mas potencialmente explosivo, que promete dar corpo (e alma) a esta distopia frenética.
A realização está nas mãos de Edgar Wright, britânico irreverente e apaixonado pela cultura pop, que nos deu pérolas como Zombies Party, Hot Fuzz e Baby Driver. Aqui, Wright volta a colaborar com Michael Bacall, e juntos criaram uma nova leitura do texto original — mais sombria, mais actual e, aparentemente, mais emocional.
De Schwarzenegger a Glen Powell: Um Upgrade com Propósito
Muitos ainda se lembram de O Gladiador (1987), a primeira adaptação da obra de King, protagonizada por Arnold Schwarzenegger. Apesar do charme oitentista, o filme foi uma desilusão comercial e ficou aquém da densidade do livro. Agora, com um novo tom, nova estética e uma sociedade ainda mais colada aos écrans, The Running Man pode finalmente ter a adaptação que merece.
A estreia está marcada para 13 de Novembro, mas o hype já arrancou a toda a velocidade.