“Os Mercen4rios”: Explosões, Estrelas e Sangue Novo na Estreia no TVCine

Preparem-se para apertar os cintos (ou antes, os cintos de munições), porque a saga mais testosterónica do cinema regressa esta semana ao pequeno ecrã com “Os Mercen4rios”. O quarto capítulo desta franquia de culto estreia-se já no dia 18 de julho, às 21h30, em exclusivo no TVCine Top e no TVCine+, e traz consigo um novo arsenal de estrelas, explosões e músculos — tudo embrulhado numa generosa dose de nostalgia e adrenalina.

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Depois de três filmes em que as maiores lendas do cinema de ação marcaram presença com balas, murros e one-liners memoráveis, chega agora uma nova geração pronta a entrar na linha da frente. Jason Statham, Dolph Lundgren, Randy Couture e o incontornável Sylvester Stallone voltam a vestir a pele dos mercenários de elite, desta vez acompanhados por sangue fresco que promete redefinir o conceito de “reforços de peso”: Curtis “50 Cent” Jackson, Megan Fox, Tony Jaa, Iko Uwais, Jacob Scipio, Levy Tran e Andy Garcia.

Realizado por Scott Waugh — conhecido pelo seu trabalho em “Need for Speed” e “Homens de Coragem” — este novo capítulo promete honrar o legado da saga iniciada em 2010, acrescentando-lhe um toque contemporâneo com novos estilos de combate, novas abordagens e, claro, uma boa dose de rivalidade entre gerações. Afinal, quando o mundo está à beira do colapso e todas as alternativas já falharam, quem é que se chama? Exactamente: os Mercenários.

O filme assume-se como uma carta de amor ao cinema de ação da velha guarda, ao mesmo tempo que abre caminho a um possível futuro com rostos mais jovens, mais rápidos e igualmente impiedosos. Será que a nova equipa está à altura das botas (e das metralhadoras) deixadas por Stallone e companhia? O veredicto será dado pelos espectadores, mas uma coisa é certa: entretenimento puro está garantido.

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Se és fã de explosões coreografadas, diálogos duros como granadas e combates corpo-a-corpo com o selo de Hollywood, marca já o serão de quinta-feira para esta estreia no TVCine Top. “Os Mercen4rios” é o tipo de filme que não pede licença — entra a arrombar e deixa o ecrã em chamas.

“Superman” Voou Alto nas Bilheteiras: Estreia de James Gunn é um dos Grandes Triunfos de 2025

O novo filme Superman, realizado por James Gunn e protagonizado por David Corenswet, estreou-se com força nas bilheteiras norte-americanas, arrecadando cerca de 123 milhões de dólares no seu primeiro fim de semana. Trata-se de um arranque robusto para o primeiro capítulo da nova fase do universo DC – intitulada “Gods and Monsters” – e de um claro sinal de confiança dos espectadores na visão optimista e humanista que Gunn trouxe para o super-herói mais icónico da cultura pop.

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Apesar das expectativas inflacionadas (alguns analistas previam uma abertura entre 140 e 150 milhões), os resultados são sólidos e posicionam o filme como o segundo maior arranque para um filme de Superman, apenas atrás de Batman v Superman: Dawn of Justice (166 milhões) e acima do reinício anterior de Zack Snyder, Man of Steel (116,6 milhões).

Para a Warner Bros. e a DC Studios, este é o segundo filme do ano a ultrapassar os 100 milhões de dólares na estreia, depois de A Minecraft Movie (162 milhões), o que confirma um momento positivo para o estúdio numa temporada de verão tradicionalmente competitiva.

Uma estreia com pernas para andar

Os indicadores de satisfação do público são animadores: o filme obteve uma classificação de A- no CinemaScore (a mesma de Man of Steel) e uma impressionante pontuação de 94% no Rotten Tomatoes por parte do público, o que sugere que a narrativa de Gunn está a ressoar de forma positiva. O filme também registou um “definite recommend” de 74% no PostTrak e um “score positivo” de 86%.

Parte do sucesso poderá também dever-se a um marketing eficaz, com destaque para a exibição do trailer antes do gigantesco A Minecraft Movie, o que terá ajudado a colocar o novo Superman na mira de públicos mais jovens e familiares. A Warner, segundo dados da EntTelligence, conseguiu fazer chegar o trailer a mais de 95 milhões de espectadores em sala.

Um filme para todos?

Gunn assumiu desde o início que queria contar uma história de bondade e esperança. Em entrevista ao Sunday Times, o realizador afirmou: “Superman é a história da América… de um imigrante que vem de outro lugar. Mas para mim é, acima de tudo, uma história sobre a gentileza humana, um valor que perdemos.”

Esta leitura mais “humanista” do super-herói não passou incólume à crítica conservadora. Algumas figuras mediáticas como Kellyanne Conway, habitual presença em The Five da Fox News, acusaram o filme de ter uma agenda ideológica. Mas os números provam o contrário: os condados tradicionalmente republicanos nos EUA (os chamados “red counties”) registaram níveis de bilheteira em linha com os padrões de filmes PG-13, afastando o fantasma de um boicote político.

Gunn parece ter encontrado o equilíbrio: um filme com emoção, humor, espectáculo e um subtexto social subtil, mas não panfletário.

Corenswet, Brosnahan e o poder de um elenco unido

David Corenswet (o novo Clark Kent) e Rachel Brosnahan (Lois Lane) foram bem recebidos, mas uma das grandes surpresas foi Nicholas Hoult como Lex Luthor. O seu desempenho, frio e calculista, trouxe uma nova dimensão ao vilão. Outro destaque foi a portuguesa Sara Sampaio no papel de Eve Teschmacher, cuja interpretação trouxe leveza e empatia inesperadas à assistente de Luthor.

O ambiente nas filmagens foi, segundo relatos, marcado por colaboração e camaradagem. A crítica elogiou também a reinterpretação visual e sonora da mitologia de Superman, com direito a apontamentos nostálgicos (incluindo referências musicais ao tema de John Williams) mas sem perder frescura.

Um voo que pode durar

Com 42% da bilheteira a vir de formatos premium (IMAX e PLF) e uma presença forte entre os menores de 35 anos (66% do público total), o filme demonstra vitalidade nas faixas demográficas mais procuradas pelos estúdios. A maior faixa etária foi a dos 18-24 anos (31%), o que mostra que a personagem continua a inspirar novas gerações.

Mesmo que o filme não chegue aos 1.000 milhões globais como outros colossos do género, está bem posicionado para garantir longevidade nas salas e lançar as bases de uma nova era para a DC Studios.

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Com uma estreia calorosa tanto no box office como na crítica, Superman confirma que a abordagem emocional e luminosa de James Gunn encontrou o seu público. E, pelo menos por agora, o Homem de Aço voltou a voar alto

Ed Helms confessa que os pais conservadores não esperavam vê-lo em “The Hangover”

🎬 “A Ressaca” (título original: The Hangover) foi um fenómeno de bilheteira em 2009, com mais de 469 milhões de dólares arrecadados e dois filmes seguintes que consolidaram o seu estatuto como uma das comédias mais irreverentes da década. Mas para Ed Helms, que interpreta o contido dentista Stu Price, a entrada nesse universo cinematográfico esteve longe de ser um passo óbvio — especialmente considerando as suas origens familiares.

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Em conversa recente com Ted Danson, no podcast da SiriusXM Where Everybody Knows Your Name, o actor revelou que cresceu “num lar sulista reprimido, politicamente muito progressista, mas ainda assim socialmente conservador”. E, segundo ele, The Hangover era “tudo menos” aquilo que os pais tinham em mente para o filho.

“Não foi para isto que me educaram”, confessou Helms, entre risos. “Estavam habituados a ver-me em coisas como o The Daily Show ou The Office, portanto já tinham aceitado algum grau de loucura, mas mesmo assim estava nervoso com a ideia de os levar à estreia de The Hangover.”

A reacção da mãe, no entanto, não podia ter sido mais inesperada — e tocante.

“As luzes acendem-se e vejo a minha mãe a chorar. E, por um segundo, pensei: ‘Acabei de partir o coração da minha pobre mãe?’. Mas afinal eram lágrimas de riso. Ela virou-se para mim e disse: ‘Foi tão engraçado’, e deu-me um grande abraço. Nunca esquecerei esse momento. Foi especial.”

O sucesso repentino e o caos interior

Helms, que tinha 35 anos quando o primeiro filme estreou, já era conhecido do público graças à série The Office, onde interpretava o hilariantemente insuportável Andy Bernard. Mas nada o preparou para o nível de fama que The Hangoverlhe trouxe — e admite que não foi fácil lidar com isso.

“Foi um tornado de fama. Estava a receber guiões para todos os tipos de projectos e a pensar: ‘O que faço agora?’. Andava em pânico, sem saber que carreira queria seguir.”

Apesar do caos, encontrou estabilidade nos colegas de elenco: Zach Galifianakis e Bradley Cooper. Segundo Helms, o trio funcionava como um sistema de apoio mútuo.

“Se não fossem eles, acho que teria perdido o juízo. Estávamos todos a tentar manter os pés no chão. Foi uma forma de não nos deixarmos levar pela fama.”

Do conservadorismo ao culto da comédia

Ed Helms tem sido uma figura relativamente discreta desde a trilogia The Hangover, mas a sua carreira equilibra comédias mainstream com projectos mais pessoais. Ainda assim, continua a ser lembrado como o homem que arrancou um dente verdadeiro em nome da comédia (sim, aquela cena foi inspirada numa situação real: Helms tem um implante dentário e removeu-o para filmar uma das sequências).

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É curioso — e até inspirador — ver como um actor criado num ambiente onde The Hangover seria tudo menos apropriado, acabou por se tornar num dos rostos icónicos da comédia do século XXI. E com o selo de aprovação da própria mãe.

Corrida a 007: Nova Aposta Surpreende na Disputa pelo Próximo James Bond

A busca pelo próximo James Bond continua a aquecer e, para surpresa de muitos, um nome até agora praticamente desconhecido está a conquistar terreno entre os favoritos. Scott Rose-Marsh, actor britânico com poucos créditos no currículo, tornou-se um inesperado fenómeno nas casas de apostas online — e parece decidido a desafiar os pesos-pesados da indústria.

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De acordo com os dados mais recentes da Betfair, Rose-Marsh surge com odds de 11/8, ultrapassando nomes como Aaron Taylor-Johnson (2) e Henry Cavill (1/10), que até agora lideravam a lista de candidatos ao papel de 007. Este aumento súbito nas apostas sugere uma crescente curiosidade e apoio dos fãs, mesmo sem qualquer confirmação oficial sobre o elenco do novo filme da saga.

Quem é Scott Rose-Marsh?

Para a maioria dos cinéfilos, o nome poderá soar desconhecido. Rose-Marsh conta com participações discretas em filmes como Wolves of War (2022) e na série The Outlaws. Mas, se a história da franquia nos ensina alguma coisa, é que a escolha de um Bond inesperado não é inédita. George Lazenby foi um completo desconhecido quando substituiu Sean Connery em Ao Serviço de Sua Majestade, e Timothy Dalton também chegou ao papel sem o estatuto de estrela mundial. Mesmo Daniel Craig, apesar de uma carreira sólida, viu a sua fama catapultar-se após Casino Royale (2006).

Esta tradição de apostar em talentos emergentes pode dar força à candidatura de Rose-Marsh — ainda que a idade possa pesar contra ele. Com 37 anos, fica acima da faixa etária idealizada pelos produtores e pela Amazon, que segundo rumores procuram um actor britânico com menos de 30 anos para rejuvenescer a personagem. Isso poderá igualmente excluir outros favoritos como Taylor-Johnson (35) e Henry Cavill (42).

Uma lista de concorrentes cada vez mais imprevisível

Entre os nomes mais discutidos continuam a destacar-se Theo James, Tom Holland, Paddy Gibson, Jack Lowden, Aaron Pierre e Harris Dickinson. Alguns destes, como Holland (29 anos) e Dickinson (29), encaixam perfeitamente no perfil desejado. Já Aaron Pierre tem sido apontado como um dos favoritos internos à produção, beneficiando da sua presença magnética e do crescente reconhecimento crítico.

Idris Elba, há muito sugerido por fãs, parece cada vez mais fora da equação com os seus 52 anos — além de já ter manifestado várias vezes o seu desinteresse em assumir o papel. Henry Golding, por seu lado, mostrou entusiasmo, mas sugeriu que gostaria de ver uma expansão do universo Bond, com mais agentes 00. “Porque não criar novos agentes? Isso daria muito mais liberdade, sem o peso da pressão cultural”, disse numa entrevista.

O que sabemos sobre o novo filme?

Ainda sem título oficial, o 26.º filme de James Bond será realizado por Denis Villeneuve (DuneBlade Runner 2049), que prometeu uma abordagem fiel às origens do espião britânico. “Bond é sagrado para mim”, confessou. “Vi todos os filmes com o meu pai, desde Dr. No com o Sean Connery. Sinto-me honrado por poder contribuir para este legado”.

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Embora não exista ainda uma data de estreia confirmada, estima-se que o filme só chegue aos cinemas em 2028, dando tempo para um planeamento meticuloso e — como se vê — uma escolha ponderada do novo protagonista. A julgar pelo actual entusiasmo em torno das apostas, o público está mais do que pronto para um novo capítulo… mesmo que venha de um rosto ainda pouco conhecido.

James Brolin, o Bond Que Quase Foi: Quando Roger Moore Mudou de Ideia à Última Hora

Nos bastidores do cinema, existem histórias que, se tivessem tido um final ligeiramente diferente, poderiam ter mudado por completo o rumo da sétima arte. Uma dessas histórias envolve James Brolin, actor veterano de Hollywood, que esteve a centímetros de vestir o icónico fato de espião com licença para matar… até Roger Moore dizer que afinal ainda não era altura de largar o volante do Aston Martin.

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O Verão de 1983: Um Agente em Suspense

Estamos em 1983. Roger Moore, que já havia dado corpo e charme britânico a James Bond em seis filmes, estava a ponderar seriamente reformar-se da personagem. Foi nessa altura que os produtores da saga, com Cubby Broccoli à cabeça, começaram a procurar alternativas. E encontraram uma promessa segura do outro lado do Atlântico: James Brolin.

Brolin, que já havia alcançado notoriedade com The Amityville Horror (1979), foi chamado a Londres, conheceu os produtores, instalou-se num apartamento e começou a treinar com os duplos. A decisão parecia tomada. James Brolin ia ser o próximo Bond, e tudo apontava para que Octopussy fosse o seu filme de estreia como 007.

Mas antes de assinar contrato, o telefone tocou.

Roger Moore tinha mudado de ideias. Ia voltar, afinal, para mais um filme. Brolin foi dispensado — sem ressentimentos, mas com a vaga de Bond a escapar-lhe por entre os dedos.

Um “Superman” Rejeitado e um Carreira de Carácter

Curiosamente, esta não foi a única oportunidade “titânica” recusada por James Brolin. Noutra ocasião, foi-lhe oferecido o papel de Superman no filme de Richard Donner, que viria a lançar Christopher Reeve para o estrelato. Mas Brolin recusou: “Não me via pendurado por fios com um collant vermelho. Não era o tipo de carreira que queria”, explicou numa recente entrevista à People.

Com o tempo, James Brolin encontrou o seu espaço — não como herói de acção, mas como actor de carácter. Participou em filmes como Traffic (2000), Catch Me If You Can (2002), ao lado de Leonardo DiCaprio, e emprestou a sua voz ao vilão Zurg no spin-off Lightyear da saga Toy Story.

E Roger Moore?

Moore, por sua vez, viria a interpretar James Bond em mais dois filmes: Octopussy (1983) e A View to a Kill (1985). Com sete aparições no papel, continua a ser o actor que mais vezes vestiu a pele do agente secreto no grande ecrã.

Tinha 56 anos quando filmou Octopussy, e o seu legado como um dos Bonds mais carismáticos (e cómicos) permanece até hoje.

Uma Vida de Hollywood — e de Amor

James Brolin não desapareceu nas sombras. Desde 1998 é casado com a cantora e actriz Barbra Streisand, com quem forma um dos casais mais queridos da indústria. Curiosamente, foi um comentário que Brolin fez sobre o início do seu romance com Streisand que inspirou a compositora Diane Warren a escrever o tema “I Don’t Want to Miss a Thing”, imortalizado por Aerosmith no filme Armageddon (1998).

Brolin é também pai de Josh Brolin, estrela de filmes como No Country for Old Men e Milk, e uma figura de peso no cinema contemporâneo.

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E se…?

Fica a pergunta inevitável: como teria sido James Brolin como James Bond? Teria trazido um ar mais americano ao agente britânico? Teria durado mais do que um filme? Nunca saberemos. Mas numa realidade paralela, Octopussy foi protagonizado por um Bond de Los Angeles… e Roger Moore estava confortavelmente reformado numa villa algarvia (quem sabe?).

Jacques Demy Encanta as Noites de Verão no TVCine Edition com Ciclo Imperdível de Clássicos Musicais

Entre 12 de Julho e 16 de Agosto, os sábados à noite vão ganhar uma nova melodia no TVCine Edition, com a exibição de seis obras fundamentais do universo encantado de Jacques Demy. O canal celebra o legado do cineasta francês com um ciclo intitulado Especial Realizado por Jacques Demy, onde será possível revisitar os seus filmes mais emblemáticos — verdadeiras pérolas do cinema europeu, onde o real e o fabuloso se cruzam num bailado de cor, música e emoção.

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Jacques Demy (1931–1990), um dos nomes maiores da Nouvelle Vague, distingue-se pela sua visão romântica do mundo e pelas colaborações inesquecíveis com o compositor Michel Legrand, que resultaram em musicais tão distintos quanto marcantes. O ciclo agora apresentado é uma rara oportunidade para redescobrir, em televisão, uma filmografia onde o quotidiano se transforma em poesia, os sentimentos se cantam, e a estética pop dos anos 60 ganha um charme eterno.

Um universo de encontros, desencontros e encantamento

O ciclo começa a 12 de Julho com Lola (1961), a primeira longa-metragem de Demy. Um filme profundamente lírico, passado em Nantes, onde uma dançarina de cabaré vive à espera do seu grande amor enquanto um amigo de infância regressa à sua vida. Com Anouk Aimée no papel principal, Lola antecipa já a geografia emocional que marcará toda a obra do realizador.

Segue-se, a 19 de Julho, A Baía dos Anjos (1963), um mergulho no fascínio do jogo e das relações tóxicas, protagonizado pela lendária Jeanne Moreau. Em Os Chapéus de Chuva de Cherburgo (1964), a 26 de Julho, Demy assina o seu musical mais célebre: uma história de amor e separação, inteiramente cantada, com Catherine Deneuve e Nino Castelnuovo, e uma paleta cromática inesquecível. É um clássico absoluto que continua a comover gerações.

As Donzelas de Rochefort (1967), a 2 de Agosto, junta novamente Catherine Deneuve à sua irmã Françoise Dorléac num caleidoscópio musical onde o amor surge por entre feiras, dançarinos e músicos — com Gene Kelly num papel especial. Já em A Princesa com Pele de Burro (1970), previsto para 9 de Agosto, Demy entrega-nos uma excêntrica adaptação de um conto de fadas com uma estética barroca e surreal, onde Catherine Deneuve volta a brilhar.

O ciclo termina a 16 de Agosto com O Tocador de Flauta (1972), uma alegoria política disfarçada de conto popular, passada numa Europa medieval assolada pela peste negra, onde o misticismo e a crítica social convivem em perfeita harmonia.

Uma oportunidade rara para descobrir — ou redescobrir — Jacques Demy

Estes seis filmes formam um retrato coeso da obra de Jacques Demy, marcada por uma estética inconfundível, onde o cinema musical ganha uma nova dimensão — mais melancólica, mais política e sempre profundamente humana. Em vez de grandes coreografias ou números espectaculares à Hollywood, Demy aposta na intimidade, na repetição de temas e personagens, e numa delicadeza emocional que toca fundo.

Este ciclo do TVCine Edition é particularmente relevante por dar continuidade a um movimento de redescoberta de Jacques Demy, que já passou por salas de cinema e agora se estende ao pequeno ecrã. Para os espectadores portugueses, trata-se de um convite irrecusável para mergulhar num universo mágico, que nos recorda que o cinema pode ser uma canção, uma dança ou simplesmente um sonho projectado em technicolor.

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A não perder, todos os sábados às 22h, entre 12 de Julho e 16 de Agosto, no TVCine Edition e também no TVCine+.

Butkus, o Melhor Amigo de Rocky: A Incrível História do Cão que Viveu o Sonho Americano com Stallone

Há histórias de bastidores que nos comovem mais do que os próprios filmes. E esta, protagonizada por Sylvester Stallone e o seu fiel companheiro de quatro patas, Butkus, é um desses casos raros em que a realidade supera a ficção. Antes de conquistar Hollywood com Rocky, Stallone viveu na pobreza mais absoluta — e o cão que dividia consigo um minúsculo quarto de albergue acabou por ser peça central na narrativa improvável da sua redenção.

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Nos anos 70, Stallone era um actor desconhecido, praticamente sem dinheiro e sem perspectivas. Partilhava um pequeno quarto numa pensão em Nova Iorque com Butkus, um mastim imponente mas de olhar doce. Viviam acima de uma paragem de metro e, segundo o próprio Stallone recordaria mais tarde, “ambos estávamos com fome”.

Sem dinheiro sequer para comprar comida, o jovem actor tomou uma decisão devastadora: vender Butkus. Foi em frente a uma loja 7-Eleven que Stallone entregou o seu melhor amigo por 40 dólares, numa troca que lhe rasgou o coração mas que lhe permitiu, pelo menos, sobreviver mais uns dias.

Mas o destino tinha outros planos.

O Milagre Chamado “Rocky”

Pouco tempo depois, Stallone escreveu o argumento de Rocky, inspirado em parte na sua própria luta e determinação. Quando finalmente conseguiu vendê-lo — e com a condição de interpretar ele próprio o papel principal —, a sua vida mudou da noite para o dia. Ganhou reconhecimento, abriu portas e, acima de tudo, teve uma prioridade inquestionável: encontrar Butkus.

E encontrou-o. Mas o antigo comprador sabia que Stallone, agora uma estrela em ascensão, estava desesperado por recuperar o seu cão. Exigiu 15.000 dólares para o devolver — mais de 375 vezes o preço original. Stallone pagou sem hesitar. “Valeu cada cêntimo!”, declarou anos depois.

Butkus voltou a casa — e não foi apenas para servir de mascote. O mastim tornou-se presença incontornável nos dois primeiros filmes da saga Rocky, aparecendo ao lado do seu dono dentro e fora do ecrã. De certa forma, Butkus não era apenas um cão: era símbolo da luta, da amizade e da lealdade que Rocky representa.

Um Ícone Quase Esquecido

Butkus faleceu em 1981, após ter acompanhado o meteórico crescimento de Stallone e participado na criação de um dos maiores ícones do cinema americano. Embora não receba o mesmo destaque que outros elementos da saga, os verdadeiros fãs conhecem-lhe a importância.

Para Stallone, Butkus não foi apenas um animal de estimação. Foi família, foi colega de cena e foi, acima de tudo, uma âncora emocional numa altura em que tudo parecia desmoronar.

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Esta história tem tudo o que o cinema adora: queda, redenção, sacrifício e um reencontro digno de um final feliz. E talvez por isso mesmo tenha tocado tantos corações ao longo dos anos. Butkus não ganhou um Óscar — mas esteve ao lado de quem o ganhou. E isso é, por si só, um argumento melhor do que muitos que passaram por Hollywood.

Sara Sampaio Brilha em “Superman”: Uma Nova Eve Teschmacher para a Nova Era de James Gunn

Está lançada a nova era da DC. E com ela, surge uma inesperada mas muito bem-vinda surpresa para o público português: Sara Sampaio entra oficialmente no universo de Superman. A supermodelo e atriz portuguesa dá corpo e alma a uma versão renovada da assistente e namorada do vilão Lex Luthor, num papel que, segundo a própria, foi construído com sensibilidade, inteligência emocional e… estilo.

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Em entrevista à agência Lusa, Sara revelou que a sua interpretação de Eve Teschmacher foi “um bocadinho diferente da original”, procurando oferecer uma versão mais fresca, contemporânea e emocionalmente complexa. “Ela parece que tem uma essência quase de criança, muito pura”, descreve, apontando para uma inocência desarmante por trás da imagem superficial.

Influenciadora ou aliada?

Na nova versão escrita e realizada por James Gunn, Eve Teschmacher surge inicialmente como uma influencer fútil, obcecada por visuais e outfits — e Sampaio garante que tem “os melhores do filme” — mas a personagem depressa se revela mais profunda do que parece. “As pessoas não têm de ser só uma coisa”, insiste a atriz. “Ela pode gostar de coisas bonitas e de cor-de-rosa, mas não significa que seja uma pessoa sem cérebro”.

Este jogo de expectativas — em que o que parece frívolo é, afinal, estratégico — é um dos trunfos da personagem. Eve está com Lex Luthor por segurança, por necessidade de estabilidade. Mas quando percebe que essa proteção está em risco, mostra que sabe cuidar de si mesma. “Ela tem um plano B”, reforça Sampaio.

A personagem, originalmente introduzida nos filmes de Richard Donner dos anos 70, onde foi interpretada por Valerie Perrine, tem vindo a ser redescoberta nas novas gerações. Sara Sampaio viu todas as versões anteriores e diz ter-se apaixonado pela personagem. Agora, é a sua vez de deixá-la gravada na memória do público.

James Gunn, um realizador ao serviço do elenco

O novo Superman marca também o início do novo universo cinematográfico da DC sob a liderança de James Gunn, realizador de Guardiões da Galáxia e Esquadrão Suicida. Com um orçamento astronómico de 225 milhões de dólares, o filme tem tudo para relançar o super-herói mais icónico da banda desenhada. E, segundo Sampaio, a experiência nos bastidores foi memorável.

“O James é fantástico”, diz com entusiasmo. “É um colaborador incrível, dá-nos liberdade para experimentar, está sempre com um microfone e manda piadas para dizermos no momento. Foi muito acima das expectativas”.

A atriz não esconde o nervosismo inicial, por estar entre gigantes como David Corenswet (Superman), Rachel Brosnahan (Lois Lane) e Nicholas Hoult (Lex Luthor). Mas o ambiente no set desfez qualquer insegurança. “Ajudávamo-nos muito uns aos outros, sentíamos que estávamos a fazer uma coisa muito especial. Foi melhor do que podia imaginar”.

De passarelas a Krypton: a ascensão de Sara

Com este papel, Sara Sampaio dá um salto decisivo na sua carreira em Hollywood. Após pequenas participações em CriseAt Midnight e nos trabalhos portugueses A Carga e Sombra, a ex-Victoria’s Secret Angel estreia-se agora numa superprodução mundial com uma personagem icónica. É a transição mais ambiciosa da sua carreira como atriz — e aquela que poderá consolidar a sua presença na indústria norte-americana.

É importante notar que o papel de Eve Teschmacher, apesar de secundário à primeira vista, torna-se central no desenrolar da narrativa. E a escolha de Sampaio não terá sido apenas estética: a sua entrega, dedicação e capacidade de encontrar nuances numa figura tantas vezes vista como decorativa pode fazer desta versão a mais memorável de sempre.

Um legado reimaginado

Superman de James Gunn é, nas palavras do próprio realizador, “uma carta de amor à banda desenhada”. Mas também é um exercício de reinvenção — das personagens, das suas motivações, da própria linguagem do cinema de super-heróis. E a Eve Teschmacher de Sara Sampaio é um exemplo disso: um rosto conhecido, sim, mas com alma nova.

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O filme estreia hoje em mais de 30 salas portuguesas, e marca o início de uma nova etapa para o universo DC. Para os fãs do género, é o regresso do símbolo máximo da esperança. Para o público português, é também o momento em que uma das suas maiores estrelas do mundo da moda se afirma como atriz de cinema com nome próprio.

Ewan McGregor Barrado Pela Câmara Escocesa: Pedido Para Substituir Telhado de Mansão de £2 Milhões Rejeitado

🏰 O regresso às raízes escocesas não está a ser feito sem percalços para Ewan McGregor. O actor de Trainspotting e Star Wars, hoje com 54 anos, viu recentemente ser rejeitado o pedido para substituir o telhado da sua mansão histórica no centro da Escócia. A propriedade, adquirida em 2023 por cerca de £2 milhões, é uma villa do século XVIII com dez quartos, localizada numa zona rural do concelho de Perth and Kinross, e encontra-se classificada como edifício de interesse histórico (grau C).

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Segundo o requerimento apresentado pelos arquitectos David Bell, o telhado em chumbo encontra-se “irreparável”, apresentando fissuras, fendas e falhas nas caleiras. Para além dos riscos estruturais, os arquitectos alertaram ainda para a possibilidade de roubo do valioso material — uma preocupação crescente em edifícios isolados e de grande valor patrimonial. A solução proposta? Substituir o telhado original por uma cobertura moderna em Sarnafil, uma membrana monocamada de PVC, mais segura, leve e resistente à água.

Segurança vs Património: o dilema

No entanto, a Câmara de Perth and Kinross foi clara na sua decisão: o pedido foi recusado. O motivo? A alteração iria comprometer o “carácter arquitectónico especial” do edifício e contrariar o Plano de Desenvolvimento Local, que favorece a preservação e restauração de materiais tradicionais.

Na fundamentação da decisão, pode ler-se: “A substituição por materiais não-tradicionais, como a membrana monocamada e os ripados de PVC, bem como a inclusão de lanternins de telhado reprofilados, afectaria negativamente a integridade estética e patrimonial do imóvel”.

Apesar do esforço dos representantes do actor para justificar a mudança com argumentos técnicos e de segurança, o município manteve-se firme: preservar o património exige fidelidade aos materiais originais, mesmo quando estes representam desafios logísticos e financeiros.

Uma mansão cinematográfica — mas com burocracia bem real

A propriedade em causa, construída em 1789, estende-se por três pisos e 15.000 pés quadrados (cerca de 1.400 m²). Entre os seus encantos, contam-se uma sala de bilhar, uma garrafeira e 18 acres de jardins privados. Um cenário digno de filme — e, de certa forma, é precisamente isso que a torna tão sensível a alterações.

Desde a compra do imóvel, Ewan McGregor tem procurado restaurá-lo com equilíbrio entre conforto moderno e respeito histórico. Já tinha recebido aprovação para construir uma garagem nova, alterar a suite principal e reparar os danos causados pela humidade. O telhado, no entanto, revelou-se um obstáculo mais complexo.

Um regresso sentimental — e um pouco frustrado

Em entrevista à Architectural Digest no ano passado, McGregor revelou que o regresso à Escócia foi quase instintivo: “Comecei a sentir um chamamento para casa. Nunca pensei que isso acontecesse, é estranho. Acho que quem quer que tenha feito o mundo, começou pela Escócia — e acertou.”

Após mais de duas décadas a viver entre Londres, Nova Iorque e Los Angeles, o actor decidiu voltar às origens, adquirindo uma casa perto da zona onde nasceu. A sua intenção: restaurar um pedaço do passado, para criar um novo futuro. Só não contava com os entraves administrativos.

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Enquanto tenta resolver o impasse, McGregor continua em destaque nos palcos de Londres, protagonizando My Master Builder — o seu regresso ao teatro britânico após 17 anos de ausência.

Hugh Grant Adormece em Wimbledon Atrás da Rainha Camilla – e a Internet Não Perdoa

🎾 O torneio de Wimbledon é sinónimo de tradição, elegância… e, ao que parece, também de sonos inesperados. O actor britânico Hugh Grant protagonizou um dos momentos mais virais da edição deste ano do campeonato, ao ser apanhado pelas câmaras a dormir durante o jogo dos quartos-de-final entre Novak Djokovic e Flavio Cobolli. Um detalhe não passou despercebido: Grant adormeceu na Royal Box, mesmo atrás da rainha Camilla.

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O episódio aconteceu no dia 9 de julho, durante o tie-break do primeiro set — precisamente quando a tensão em campo aumentava. As câmaras procuravam captar a reacção dos famosos na bancada nobre e, ao invés de encontrar entusiasmo… encontraram o actor de Notting Hill com a cabeça descaída e os olhos bem fechados. O momento, claro, espalhou-se rapidamente pelas redes sociais, gerando uma onda de memes, piadas e uma certa empatia universal: quem nunca lutou contra o sono em plena formalidade?

Royal Box, Sesta Real

A Royal Box de Wimbledon é um espaço reservado para membros da realeza e convidados ilustres. Estar ali é, por si só, um gesto de prestígio. Hugh Grant, de 64 anos, marcou presença no evento acompanhado pela mulher, a produtora sueca Anna Elisabet Eberstein, com quem trocou sorrisos e cumprimentos com a rainha Camilla e o ex-primeiro-ministro John Major.

O ambiente era de cerimónia, os olhares atentos… até que o sono venceu o charme britânico de Grant. O apresentador da BBC Chris Fowler não resistiu ao momento e, em directo, questionou o colega John McEnroe: “Ele está connosco?” Ao que McEnroe respondeu com humor: “Parece que seria bom uma pequena chamada de atenção. É um desempate, avisem-no!”

Humor Britânico em Estado Puro

Apesar do momento embaraçoso — ou talvez precisamente por isso — Grant mostrou-se descontraído e bem-disposto no final do jogo, como se nada se tivesse passado. Depois da breve sesta, foi visto a conversar animadamente com a esposa e a desfrutar do ambiente típico de Wimbledon, onde as fresas com natas, os chapéus elegantes e o espírito britânico continuam a imperar.

A internet, naturalmente, não perdoou. Os memes multiplicaram-se com títulos como “Notting Asleep”“Love Actually, Nap Definitely” ou “A Very British Siesta”. Alguns fãs especularam se Grant estaria simplesmente a meditar ou a descansar os olhos… mas as imagens não deixam margem para dúvidas: foi mesmo uma soneca real.

Um Clássico em Forma de Meme

Hugh Grant sempre foi mestre em encarnar o britânico bem-comportado com um toque de auto-ironia. Desta vez, a vida imitou a arte: o actor não só dormiu em pleno jogo como o fez com a compostura de um verdadeiro cavalheiro — de fato impecável, atrás da realeza e com pose de quem nem sequer ronca.

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No meio de tantas tensões políticas e sociais, este pequeno momento de humanidade arrancou sorrisos ao mundo. Afinal, se até Hugh Grant adormece num dos eventos mais formais do Reino Unido, talvez todos possamos ser um pouco mais indulgentes com as nossas próprias “pausas” sociais.

“Sonhar com Leões” Representa Portugal na Competição Oficial do Festival de Gramado com Humor Negro e Existencialismo Surreal

🎬 A segunda longa-metragem de Paolo Marinou-Blanco, Sonhar com Leões, prepara-se para atravessar o Atlântico e competir na prestigiada seleção oficial do Festival de Cinema de Gramado, no Brasil. O filme, uma coprodução entre Portugal, Brasil e Espanha, integra a mostra competitiva de longas-metragens brasileiras, graças à participação da produtora brasileira Capuri — e será exibido entre os dias 13 e 23 de agosto, naquela que é a 53.ª edição do certame sul-americano.

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Depois de ter estreado nos cinemas portugueses em maio, Sonhar com Leões continua agora o seu percurso internacional com uma proposta que mistura comédia negra, drama existencial, romance improvável e uma pitada de surrealismo. O filme é, em essência, uma meditação irreverente sobre a vida, a morte e as zonas nebulosas que as separam.

E se a morte pudesse ser agendada?

No centro da narrativa está Gilda, interpretada pela actriz brasileira Denise Fraga, uma mulher com uma doença terminal que, cansada de tentativas de suicídio falhadas, recorre a uma empresa clandestina especializada em oferecer… uma “boa morte”. É aí que conhece Amadeu, interpretado pelo actor português João Nunes Monteiro, funcionário de uma funerária que sofre de insónia crónica e vive mergulhado numa apatia existencial.

Ambos são arrastados por uma série de testes bizarros e rituais fúnebres sem lógica aparente. Mas, à medida que vão descobrindo o esquema fraudulento da empresa, nasce entre eles uma inesperada cumplicidade — e uma fuga. Juntos, decidem abandonar o programa e embarcam numa viagem rumo a Espanha em busca de uma alternativa à eutanásia… e talvez à vida.

Tragicomédia com sabor ibérico

Rodado entre Portugal e Espanha, Sonhar com Leões combina paisagens reais com um tom onírico e absurdo, que lembra por vezes o universo de filmes como O Despertar da Mente ou Amarcord. A realização de Marinou-Blanco equilibra com cuidado os extremos do trágico e do cómico, explorando os limites da condição humana com sensibilidade e humor negro.

Além dos protagonistas, o elenco conta ainda com presenças de peso como Joana Ribeiro, Sandra Faleiro, Victoria Guerra, António Durães e o veterano brasileiro Roberto Bomtempo, numa coabitação de talentos lusófonos que sublinha a natureza transnacional do projecto.

Portugal no Brasil: Uma Competição que Faz História

A presença de Sonhar com Leões em Gramado representa mais do que uma exibição internacional: é também um momento de visibilidade significativa para o cinema português num dos mais respeitados festivais da América Latina. A mostra brasileira, que acolhe anualmente obras com forte identidade autoral, será também a plataforma de lançamento da estreia comercial do filme no Brasil, já marcada para 11 de setembro.

Ao mesmo tempo, a inclusão do filme numa competição brasileira, fruto da coprodução luso-brasileira, levanta também uma reflexão interessante sobre as novas formas de colaboração internacional e a dissolução de fronteiras artísticas. O cinema português, tantas vezes marginalizado em grandes mercados, encontra aqui uma janela ampla de diálogo, reconhecimento e circulação.

Vida, Morte e Leões

Sonhar com Leões é, como o próprio título indica, uma obra que flutua entre o devaneio e o impulso de sobrevivência. Entre o cansaço de viver e o medo de morrer. Ao transformar a morte em indústria, o filme convida-nos a pensar na forma como banalizamos o fim — e, ao mesmo tempo, como podemos reinventar o significado de continuar.

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Não é um filme “fácil”, mas é um filme necessário. Comédia, sim, mas daquelas que deixa uma inquietação a pairar. Porque, por vezes, sonhar com leões é sonhar com coragem. Com transformação. Com liberdade.

“O Sorriso de Afonso”: João Pedro Rodrigues Leva Novo Projeto ao Mercado de Veneza e Aborda o 25 de Abril com Olhar Íntimo e Revolucionário

🎬 Depois de ter agitado Cannes com Fogo-Fátuo, João Pedro Rodrigues prepara-se para voltar ao centro do debate cinematográfico europeu com O Sorriso de Afonso, o seu mais recente projecto de longa-metragem. O filme estará em destaque no mercado de financiamento do Festival de Veneza, entre 29 e 31 de agosto, num espaço reservado a obras em fase final de desenvolvimento que prometem marcar o futuro do cinema internacional.

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Ao lado de mais 66 projectos oriundos de todo o mundo — entre ficções e documentários —, O Sorriso de Afonso será apresentado a potenciais financiadores, distribuidores e parceiros de coprodução. A obra, produzida pela portuguesa Terratreme Filmes, conta com coprodução italiana e luxemburguesa e já reúne apoios do Instituto do Cinema e do Audiovisual (ICA), do Fundo de Apoio ao Turismo e ao Cinema (cash rebate), e ainda do Fundo de Cinema do Luxemburgo.

Uma Revolução por Contar: 25 de Abril, Adolescência e Desejo

Segundo palavras do próprio realizador, O Sorriso de Afonso será “a história de um adolescente que descobre a sexualidade durante o período da revolução do 25 de Abril”. O filme propõe-se a revisitar um momento-charneira da história portuguesa, não a partir do discurso político ou da historiografia institucional, mas através de um prisma íntimo, afectivo e profundamente humano.

Em entrevista à Lusa em 2022, João Pedro Rodrigues sublinhou: “A mim apetece-me falar sobre o nosso passado recente. Discute-se pouco. Na ficção, temos dificuldade em voltar ao nosso passado presente.” E reforçou a urgência do olhar queer sobre a Revolução: “Logo após o 25 de Abril, surgiu um grupo de trabalho homossexual que publicou um manifesto no Diário de Lisboa… E veio o Galvão de Melo à televisão dizer que a revolução não foi feita para prostitutas e homossexuais.”

É este tipo de tensão — entre a promessa de liberdade e os limites dessa liberdade — que o filme se propõe a explorar. Porque se o 25 de Abril simbolizou, para muitos, o fim da repressão, para outros continuou a haver exclusão, silenciamento e marginalização. A homossexualidade só seria legalizada em Portugal já na década de 1980.

João Pedro Rodrigues: Um Olhar Singular sobre o Desejo e a História

O percurso de João Pedro Rodrigues é marcado por uma coerência estética e temática rara. Desde O Fantasma (2000), passando por Odete (2005), A Última Vez Que Vi Macau (2012), até ao provocador Fogo-Fátuo (2022), o realizador tem vindo a construir uma obra onde o corpo, o desejo e a identidade são explorados com irreverência, subtileza e uma vontade permanente de desconstruir convenções narrativas e sociais.

Com O Sorriso de Afonso, tudo indica que Rodrigues continuará a provocar o espectador — não no sentido gratuito da provocação, mas enquanto gesto político e estético de libertação. Regressar ao 25 de Abril é também revisitar os seus não-ditos, os seus paradoxos, as vozes que ficaram fora da narrativa oficial.

Veneza e o Cinema Português: Uma Presença em Expansão

Para além de O Sorriso de Afonso, o mercado de financiamento de Veneza contará com outros dois projectos com participação portuguesa: Torn Heart, do realizador brasileiro Helvécio Marins Jr. (coproduzido com Brasil, Alemanha e Portugal), e o documentário The Mammoths That Escaped the Kingdom of Erlik Khan, da realizadora macedónia Tamara Kotevska, com coprodução entre Portugal, Dinamarca, Reino Unido e Macedónia do Norte.

Estes projectos revelam uma presença cada vez mais activa de Portugal no tecido internacional da produção cinematográfica. O apoio institucional, aliado à criatividade e ao risco autoral, tem permitido ao cinema português marcar posição não apenas em festivais, mas também nos mercados e bastidores onde se define o futuro da sétima arte.

Um Sorriso à Espera da Liberdade

Ainda sem data de estreia anunciada, O Sorriso de Afonso promete ser mais do que um filme sobre a juventude ou a revolução: será, provavelmente, uma revisitação do Portugal pós-25 de Abril à luz de corpos e desejos que a história oficial preferiu ignorar.

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Num tempo em que o cinema se torna cada vez mais necessário como espaço de memória, crítica e afirmação de identidades, a nova obra de João Pedro Rodrigues poderá ser um marco. Um sorriso, sim — mas também um gesto de resistência.

“Emilia Pérez” Chega à Televisão Portuguesa: Um Musical de Narcotráfico, Identidade e Revolução Emocional

🎬 A noite de domingo, 13 de julho, promete ser tudo menos banal. O TVCine Top estreia, em exclusivo, Emilia Pérez, um dos filmes mais surpreendentes, ousados e politicamente provocadores do último ano. Realizado por Jacques Audiard — o autor de obras incontornáveis como Um Profeta ou Ferrugem e Osso —, o filme junta musical, thriller de narcotráfico e drama de identidade de género numa proposta absolutamente invulgar e que conquistou os júris e a crítica internacional.

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Vencedor do Prémio do Júri no Festival de Cannes, de dois Óscares (incluindo Melhor Atriz Secundária para Zoe Saldaña), quatro Globos de Ouro e inúmeros elogios apaixonados por parte da crítica especializada, Emilia Pérez afirma-se como uma das produções mais marcantes da década, cruzando géneros, geografias e convenções com um arrojo raramente visto no cinema contemporâneo.

De “Manitas” a Emilia: Uma Transição Literal e Metafórica

A história começa com Rita, interpretada com garra por Zoe Saldaña — papel que lhe valeu o Óscar —, uma advogada ambiciosa mas subestimada, presa num escritório que defende criminosos em vez de os combater. A reviravolta chega quando é raptada por um cartel de droga, apenas para descobrir que o temível líder, conhecido por “Manitas”, não quer eliminá-la… mas contratá-la.

O plano de Manitas? Abandonar o narcotráfico e realizar o seu maior sonho: tornar-se mulher. O resultado é Emilia Pérez, uma ópera pop inesperada onde o drama identitário se entrelaça com o thriller criminal e a exuberância musical. O filme não foge a temas difíceis — violência, transição de género, perdão, maternidade e redenção — mas fá-lo com uma fluidez surpreendente, coreografando emoções com a mesma energia com que monta tiroteios ou cenas de tribunal.

Karla Sofía Gascón e a Força de uma Presença

No papel-título, Karla Sofía Gascón — actriz trans espanhola que interpreta Emilia após a transição — oferece uma das prestações mais notáveis do cinema recente. Ao lado de Saldaña, Selena Gomez e Adriana Paz, o elenco feminino venceu de forma colectiva o prémio de Melhor Atriz no Festival de Cannes, um reconhecimento da força emocional e política da performance conjunta. Esta escolha do júri cannoise foi não apenas simbólica, mas também justa: raramente se vê um elenco tão comprometido com a vulnerabilidade das suas personagens.

E como se não bastasse, Emilia Pérez inclui ainda a canção “El Mal”, vencedora do Óscar de Melhor Canção Original, interpretada por Saldaña com uma intensidade surpreendente. A música, tal como o filme, mistura géneros, ritmos e dor — mas também libertação.

Audiard Reinventa-se (Outra Vez)

Jacques Audiard é conhecido por nunca se repetir. Do drama criminal urbano (Um Profeta) ao faroeste existencial (Os Irmãos Sisters), o realizador francês continua a reinventar-se a cada projecto. Com Emilia Pérez, mergulha no território do musical latino com a ousadia de quem já não tem nada a provar — e muito a dizer.

Ao misturar formatos e códigos de forma tão fluída, o filme consegue algo raro: desafiar o espectador sem o afastar. Há melodrama, sim, mas também ironia. Há denúncia social, mas também espaço para o sonho. E no centro de tudo, uma personagem que quer apenas viver em paz consigo mesma, depois de uma vida feita de violência, medo e dissimulação.

Uma Estreia Televisiva Imperdível

Depois de passar pelos maiores palcos do mundo — de Cannes aos Óscares —, Emilia Pérez chega finalmente à televisão portuguesa, com estreia marcada para domingo, 13 de julho, às 21h15 no TVCine Top e no TVCine+. Para quem perdeu a estreia em sala (ou para quem quer rever), esta é uma oportunidade imperdível para descobrir uma das obras mais singulares e emocionalmente potentes dos últimos anos.

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Numa época em que o cinema muitas vezes se refugia em fórmulas seguras, Emilia Pérez é uma lufada de ar fresco — corajosa, musical, feroz e profundamente humana. Prepare-se para ser desafiado. E comovido.

MDOC 2024: Festival Internacional de Documentário de Melgaço Regressa com 33 Filmes em Competição e um Olhar Atento sobre o Mundo

🎥 Melgaço volta a afirmar-se como epicentro do cinema documental em Portugal com a 11.ª edição do MDOC – Festival Internacional de Documentário, que decorre entre 28 de julho e 3 de agosto. Com 33 filmes em competição, provenientes de 23 países, o festival mantém a sua vocação como espaço de reflexão crítica, onde as imagens não servem apenas para entreter, mas para entender melhor o mundo que habitamos.

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Este ano, a selecção — feita a partir de mais de 800 submissões — é marcada por um tema transversal: Identidade, Memória e Fronteira. Uma tríade que percorre todas as obras em exibição e que ganha especial pertinência num momento em que as questões identitárias, os legados históricos e as fronteiras físicas e simbólicas estão no centro dos debates sociais e políticos contemporâneos.

Um festival cada vez mais internacional

A edição de 2024 assinala também a crescente visibilidade do MDOC no panorama internacional. Para além dos habituais prémios Jean-Loup Passek e D. Quixote (atribuído pela Federação Internacional de Cineclubes), será, pela primeira vez, entregue o prestigiado FIPRESCI Prize, da Federação Internacional de Críticos de Cinema — um reconhecimento da qualidade e da curadoria rigorosa que caracteriza o festival.

A competição divide-se entre 16 curtas e médias-metragens e 17 longas-metragens, com todos os títulos internacionais a serem exibidos pela primeira vez em Portugal. A diversidade temática e geográfica é assinalável, confirmando a vocação global do MDOC — mas com os pés bem assentes na realidade local e na memória do território de Melgaço.

Filmes que mergulham no coração do nosso tempo

Entre os destaques da programação está Bedrock (29 de julho), de Kinga Michalska, que recupera os ecos do Holocausto e a sua persistente marca na história contemporânea. Flowers of Ukraine (1 de agosto), de Adelina Borets, retrata a resistência silenciosa de uma mulher em contexto de guerra, enquanto My Memory is Full of Ghosts (31 de julho), de Anas Zawahri, oferece uma visão poética e devastadora da cidade síria de Homs.

O cinema português também marca presença com obras como O Diabo do Entrudo (30 de julho), de Diogo Varela Silva, que regista as tradições do Entrudo de Lazarim, ou Kora (3 de agosto), de Cláudia Varejão, que acompanha mulheres refugiadas em Portugal na reconstrução das suas vidas. Há ainda espaço para abordagens mais íntimas, como Ancestral Visions of the Future (2 de agosto), de Lemohang Jeremiah Mosese, ou Cutting Through Rocks (2 de agosto), de Sara Khaki, sobre a primeira vereadora eleita numa aldeia iraniana, num gesto de ruptura com séculos de patriarcado.

E há também cinema de longo fôlego, como Afterwar (1 de agosto), de Birgitte Stærmose, filmado ao longo de 15 anos, acompanhando crianças que crescem sob o peso dos traumas da guerra. Um exemplo de perseverança artística e de compromisso ético com os protagonistas e com o espectador.

Homenagens, formação e novos olhares

Fora da competição, o MDOC reserva espaço para a homenagem e a pedagogia. A estreia nacional de O Homem do Cinema, de José Vieira, presta tributo ao crítico e programador Jean-Loup Passek, figura incontornável do pensamento cinematográfico europeu e cuja memória continua a inspirar o festival.

O programa Plano Frontal dará a conhecer filmes produzidos no âmbito da residência cinematográfica de 2024, incentivando novos olhares e abordagens autorais. E, como já é tradição, não faltará espaço para a formação: a oficina de cinema com Margarida Cardoso, a masterclass com Sandra Ruesga e o X-RAY DOC com Jorge Campos, centrado em obras de Chris Marker e Joris Ivens, são oportunidades únicas para aprofundar o conhecimento e a reflexão sobre o cinema documental.

Um festival que olha o mundo a partir de Melgaço

Num país onde o circuito documental continua a lutar por visibilidade, o MDOC destaca-se pela coerência curatorial, pela aposta em filmes com densidade temática e estética e pela ligação profunda ao território. Melgaço não é apenas um cenário: é parte integrante da identidade do festival, cuja missão passa também por preservar e interrogar a memória local, nacional e global.

Mais do que um festival de cinema, o MDOC é um gesto político, poético e humano. Um espaço onde se cruzam linguagens, geografias e histórias — e onde o cinema se afirma, mais uma vez, como instrumento essencial para pensar o mundo.

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Mais informações e programação completa em: https://mdocfestival.pt/

Ada Costa, Carolina Rosendo e Diogo Fernandes Recebem Prémios Nico: Novos Talentos Brilham no Cinema Português

🎥 O futuro do cinema português está em boas mãos — e tem agora nomes bem definidos. Ada Costa, Carolina Rosendo e Diogo Fernandes foram distinguidos com os Prémios Nico 2025, entregues pela Academia Portuguesa de Cinema (APC), numa cerimónia que celebrou não apenas os 14 anos da Academia, mas sobretudo a nova geração de profissionais que começa a deixar marca no panorama audiovisual nacional.

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Criados em 2017 como homenagem ao eterno Nicolau Breyner (1940–2016), os Prémios Nico visam reconhecer e incentivar talentos emergentes em áreas ligadas ao cinema português. Desde a sua criação, tornaram-se numa plataforma fundamental para dar visibilidade a artistas que, mesmo em início de carreira, já demonstram notável qualidade artística e criativa.

Ada Costa: talento precoce com raízes luso-italianas

Com apenas 14 anos, Ada Costa representa o rosto mais jovem entre os distinguidos — mas também o mais promissor. Nascida em 2010 e com ascendência luso-italiana, Ada destacou-se pela sua interpretação na curta-metragem À Tona d’Água (2022), realizada por Alexander David. A sua prestação surpreendeu críticos e público pela maturidade emocional e subtileza, num registo que raramente se vê em atrizes tão jovens.

O prémio Nico surge como o primeiro grande reconhecimento público do seu percurso, mas é seguro dizer que este será apenas o início de uma carreira a acompanhar de perto.

Carolina Rosendo: uma nova voz na realização

Licenciada pela Escola Superior de Teatro e Cinema, Carolina Rosendo nasceu em Lisboa, em 2001, e rapidamente se afirmou como uma das jovens realizadoras mais interessantes da nova geração. A sua estreia com a curta-metragem Iara(2021) garantiu-lhe entrada no prestigiado festival IndieLisboa em 2022, e o seu documentário A Obra (2022) voltou ao festival no ano seguinte, confirmando a consistência do seu trabalho.

Com uma sensibilidade estética apurada e um olhar atento às questões sociais e humanas, Carolina representa uma nova forma de fazer cinema: pessoal, consciente e cinematograficamente ambiciosa.

Diogo Fernandes: entre Gus Van Sant e o teatro português

A trajectória de Diogo Fernandes é das mais peculiares e enriquecedoras. Começou no teatro, ainda criança, no colectivo O Bando, licenciou-se em engenharia informática, viveu em Londres e acabou por se formar em Teatro – Ramo Atores na Escola Superior de Teatro e Cinema. O grande salto deu-se em 2021, quando protagonizou Trouble, o primeiro espectáculo de teatro do realizador norte-americano Gus Van Sant.

Diogo tem sido apontado como um dos actores mais versáteis da nova geração, com uma presença em palco e câmara que alia técnica, intensidade e instinto. O Prémio Nico reconhece essa trajectória invulgar e o potencial de um artista que pode vir a ser uma referência tanto em teatro como em cinema.

Menção Honrosa para Tiago Roma Almeida

A Academia Portuguesa de Cinema atribuiu ainda uma menção honrosa ao realizador Tiago Roma Almeida, sinalizando a sua relevância no panorama criativo actual. A menção reforça a ideia de que os Prémios Nico não são apenas sobre o futuro distante, mas sobre o presente vibrante e em constante transformação do cinema português.

Os Prémios Nico 2025 são mais do que troféus: são afirmações de confiança e investimento no talento nacional. Ao distinguir estes jovens criadores, a Academia contribui para que o cinema português continue a evoluir com originalidade, diversidade e ambição.

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E, como diria o próprio Nicolau Breyner: “O talento pode vir de qualquer lado. O importante é não o deixarmos fugir.”

Catherine Hardwicke e o Cupcake Amargo: Realizadora de Twilight Expõe a Desigualdade em Hollywood

🎬 Em 2008, Catherine Hardwicke parecia prestes a entrar no panteão dos realizadores mais influentes de Hollywood. Tinha acabado de dirigir Twilight, o primeiro capítulo da saga baseada nos romances de Stephenie Meyer, protagonizada por Kristen Stewart e Robert Pattinson. O filme, produzido com um orçamento modesto e expectativas discretas, tornou-se um fenómeno global, arrecadando mais de 400 milhões de dólares nas bilheteiras — um valor que ultrapassou em mais de dez vezes as previsões iniciais da Summit Entertainment.

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Mas enquanto o estúdio celebrava o inesperado sucesso com prémios e novos contratos, a mulher por trás das câmaras recebeu… um mini cupcake.

Sim, um cupcake.

Um presente simbólico — e profundamente revelador

Em entrevista recente ao The Guardian, Catherine Hardwicke falou de forma franca e emotiva sobre a forma como foi tratada após o sucesso estrondoso de Twilight. Segundo a realizadora, o momento em que percebeu o desequilíbrio gritante entre o tratamento dado a realizadores homens e mulheres foi tão “doce” quanto devastador.

“Entrei numa sala com todos aqueles presentes, e todos estavam a dar os parabéns ao estúdio”, recorda Hardwicke. “Deram-me uma caixa. Abri e era um mini cupcake.”

O gesto — aparentemente simpático — não foi acompanhado de nenhuma proposta concreta, nenhum contrato para filmes futuros, nenhum prémio condizente com a escala do feito. Apenas um doce, pequeno e descartável. Enquanto isso, como a própria observou, realizadores homens com sucessos comparáveis recebiam contratos para várias produções, carros novos ou liberdade criativa para fazer o que quisessem.

Uma carreira interrompida… por ser mulher?

Hardwicke, que já tinha dado nas vistas com Thirteen – Inocência Perdida (2003) e Os Reis de Dogtown (2005), não regressou para os três filmes seguintes da saga Twilight, apesar de ter lançado o fenómeno e estabelecido a estética visual da franquia. Todos os capítulos seguintes foram entregues a homens — Chris Weitz, David Slade, Bill Condon —, num padrão recorrente em Hollywood.

“Não, as pessoas não vão contratar mais mulheres realizadoras. Não te vão oferecer o próximo trabalho e deixar-te fazer algo muito bom. Foi imediatamente uma realidade devastadora”, afirmou com desilusão. O sucesso comercial não foi suficiente para quebrar o tecto de vidro.

Esta não é uma história isolada. O desequilíbrio entre géneros no acesso a grandes produções continua a ser evidente na indústria do cinema. Realizadoras como Patty Jenkins (Wonder Woman), Greta Gerwig (Barbie) ou Chloé Zhao (Nomadland) conquistaram, nos últimos anos, visibilidade e reconhecimento. Mas os números continuam a mostrar que as grandes produções — especialmente dentro dos géneros blockbuster, fantasia ou acção — continuam a ser dominadas por homens.

Hollywood, 17 anos depois

A entrevista de Hardwicke surge num momento em que Hollywood começa lentamente a discutir de forma mais aberta o sexismo institucional. O que aconteceu com Twilight é um exemplo paradigmático: um filme juvenil, com uma realizadora mulher e protagonizado por uma jovem actriz, que foi subestimado antes da estreia e desvalorizado mesmo após a sua explosiva recepção.

Hoje, Twilight é alvo de reavaliações críticas, com muitos a reconhecerem o seu impacto cultural e a forma como abriu portas para outras sagas centradas em protagonistas femininas. Mas o reconhecimento para quem lhe deu vida atrás das câmaras continua a ser escasso.

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E talvez não haja metáfora melhor para a forma como a indústria trata muitas das suas criadoras do que a imagem de Catherine Hardwicke, sozinha numa sala cheia de executivos, a receber um mini cupcake depois de gerar centenas de milhões para o estúdio.

“The Naked Gun” Está de Volta: Liam Neeson Assume o Papel Principal na Comédia Mais Disparatada de 2025

🎬 Preparem-se para o regresso de uma das franquias mais absurdamente hilariantes da história do cinema. The Naked Gun está de volta, desta vez em modo reboot, com estreia marcada para 31 de Julho de 2025. E sim, leu bem: Liam Neeson é o novo Detective Frank Drebin — ou, pelo menos, uma versão actualizada e igualmente trapalhona deste ícone da paródia policial.

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A nova versão é realizada por Akiva Shaffer (Hot RodPopstar: Never Stop Never Stopping), membro do trio The Lonely Island e mestre no humor irreverente. A produção está a cargo de Seth MacFarlane, criador de Family Guy e Ted, que se juntou ao projecto em 2021 e viu em Neeson a escolha perfeita para liderar esta comédia de acção completamente descabelada.

Mas reviver um clássico não é tarefa fácil — e MacFarlane admite que, durante muito tempo, não conseguiam encontrar o “ângulo certo”. “Tínhamos um guião que parecia mais uma banda de covers do original. Não sabíamos justificar porque é que este filme precisava de ser feito”, confessou à Entertainment Weekly. A resposta surgiu quando Akiva Shaffer apresentou uma abordagem que actualizava o universo da comédia, mantendo o espírito de loucura dos filmes originais sem os copiar directamente.

Paródia Moderna com ADN Clássico

O novo The Naked Gun não tenta apenas replicar os filmes anteriores. Em vez disso, tira partido das novas tendências do entretenimento criminal para criar uma sátira adaptada aos tempos actuais. Shaffer confirmou que a inspiração vem agora de franquias modernas como Law & OrderNCISMissão: ImpossívelJohn Wick e 007. Até a própria carreira de Liam Neeson em Taken servirá de fonte para piadas — uma deliciosa metalinguagem que promete momentos de puro delírio cómico.

Apesar da modernização, a equipa de argumentistas (Shaffer, Dan Gregor e Doug Mand) mergulhou profundamente nos filmes originais para perceber o que os tornava tão eficazes. O resultado será um equilíbrio entre homenagem e reinvenção. O estilo noir clássico, com referências a títulos como Double Indemnity e The Big Sleep, também estará presente, o que poderá agradar tanto aos nostálgicos como a novas audiências.

Uma Nova Geração de Spoofs?

Durante décadas, nomes como Mel Brooks e o trio Zucker-Abrahams-Zucker (ZAZ) dominaram a arte da paródia com clássicos como Frankenstein JúniorBalbúrdia no OesteAeroplano! e claro, The Naked Gun. Mas o género entrou em declínio nos anos 2000, depois do sucesso de Scary Movie ter gerado uma avalanche de imitações de qualidade duvidosa (Date MovieEpic MovieDisaster Movie… o pesadelo continua).

No entanto, projectos como Walk Hard: The Dewey Cox Story ou They Came Together provaram que, com o talento certo, ainda há espaço para a paródia inteligente. Este reboot de The Naked Gun poderá muito bem ser o momento de viragem — especialmente numa era em que as grandes comédias estão cada vez mais ausentes dos cinemas.

Liam Neeson: De Herói de Acção a Ícone da Comédia?

Liam Neeson já nos habituou a vê-lo perseguir criminosos implacáveis, salvar famílias e usar o seu “conjunto muito específico de habilidades” para castigar vilões. Mas nos últimos anos, tem mostrado um apetite inesperado para o humor. A sua participação em Ted 2 e A Million Ways to Die in the West revelaram um lado auto-paródico que poderá agora brilhar a tempo inteiro neste novo The Naked Gun.

A escolha de Neeson é, por isso, simultaneamente surpreendente e perfeita. Com o seu ar sério e presença imponente, ele será o contraponto ideal para o absurdo total que caracteriza esta saga — à imagem do que Leslie Nielsen fez nos anos 80 e 90, quando transformou o seu background dramático numa arma cómica devastadora.

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Se há algo que The Naked Gun nos ensinou, é que o crime pode ser resolvido… com muito pouco bom senso e um monte de piadas físicas. Em 2025, a fórmula mantém-se — mas com novo fôlego, novos alvos e, espera-se, muitas gargalhadas em sala cheia. Preparem-se: o detective mais inepto do mundo está de volta, e promete tropeçar nos próprios pés… outra vez.

“Uma Noite no Museu” Está de Volta: Novo Filme Vai Reimaginar a Saga com Novas Personagens e Histórias

🦖 Depois de fazer história ao dar vida… à própria História, a saga Uma Noite no Museu prepara-se para um novo capítulo. A 20th Century Studios está oficialmente a desenvolver um reboot cinematográfico da icónica comédia de aventuras, com Shawn Levy — o realizador dos três primeiros filmes — a regressar, desta vez como produtor.

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Segundo a Entertainment Weekly, a nova versão contará com um argumento de Tripper Clancy (StuberDie Hart) e será produzida por Levy e Dan Levine através da sua produtora 21 Laps Entertainment. Emily Morris produzirá em nome do estúdio. Ainda não foi confirmado quem será o realizador nem os membros do elenco, mas uma coisa é certa: este novo filme não será uma continuação directa das aventuras de Larry Daley (Ben Stiller), mas sim uma história completamente nova, com um conjunto fresco de personagens e figuras históricas a ganhar vida depois do fecho do museu.

Um regresso inesperado… mas muito bem-vindo

Lançado em 2006, Uma Noite no Museu conquistou públicos de todas as idades ao mostrar um guarda nocturno atrapalhado (Stiller) a descobrir que, graças a uma antiga maldição egípcia, as exposições do Museu de História Natural ganham vida todas as noites. Ao longo de três filmes e uma animação, o público conheceu figuras icónicas como Teddy Roosevelt (Robin Williams), Attila, o Huno (Patrick Gallagher), Ahkmenrah (Rami Malek), Jedediah (Owen Wilson) e até Amelia Earhart (Amy Adams).

A saga arrecadou mais de 1,3 mil milhões de dólares em receitas globais e marcou uma geração com o seu humor acessível, imaginação visual e um toque emocional inesperado — especialmente no terceiro capítulo, Night at the Museum: Secret of the Tomb, que serviu como despedida simbólica para Robin Williams, falecido pouco tempo antes da estreia.

Agora, mais de uma década depois, o regresso ao museu surge como uma oportunidade de reimaginar o conceito com novos protagonistas e uma nova abordagem àquilo que tornou a franquia tão popular: a combinação de aventura, comédia e uma pitada de lição de História.

Shawn Levy: de comédias familiares à Marvel

Este novo reboot surge numa altura em que Shawn Levy se encontra num dos pontos altos da sua carreira. Depois do sucesso inicial com comédias como Doze é DemaisA Mentira (Big Fat Liar) e A Pantera Cor-de-Rosa, Levy tornou-se numa figura incontornável da indústria com os seus trabalhos mais recentes, incluindo Free Guy e The Adam Project, ambos protagonizados por Ryan Reynolds, e, mais recentemente, Deadpool & Wolverine, um dos maiores sucessos da temporada.

Em declarações à SyFy em 2022, Levy revelou que Uma Noite no Museu foi “uma oportunidade assustadora” no início da sua carreira, dado o desafio técnico e narrativo envolvido. “Mas mudou a minha vida. Penetrou a cultura global de uma forma que nunca tinha experienciado. Esta franquia está muito próxima do meu coração”, confessou.

O que esperar do reboot?

Embora os detalhes da história estejam a ser mantidos em segredo, sabe-se que o filme apostará num elenco e contexto inteiramente novos, deixando para trás as personagens originais que conquistaram o público. A ideia é manter a essência mágica da saga, mas com um olhar renovado, à imagem do que tem acontecido com outras propriedades clássicas reimaginadas nos últimos anos.

Trata-se, acima de tudo, de uma nova oportunidade para revisitar aquele sentimento de encantamento que o primeiro filme proporcionou: o fascínio de ver a História ganhar vida — literalmente — perante os nossos olhos.

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E sim, também nos perguntamos se haverá novamente um Tiranossauro a brincar com ossos como se fossem paus de estimação.

Superman, o Imigrante: Entre a Esperança de James Gunn e a Polémica

Está longe de ser apenas mais um filme de super-heróis. O novo Superman, realizado por James Gunn e protagonizado por David Corenswet, chega às salas esta quinta-feira, 11 de Julho, com uma missão que vai muito além de salvar Metrópolis: devolver ao público uma centelha de esperança num mundo cada vez mais cínico — e, inevitavelmente, reacender velhos debates sobre o que significa ser “o herói da América”.

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O filme foi calorosamente recebido pela crítica, com a Rolling Stone a descrevê-lo como uma obra “viva, vibrante e fiel ao espírito dos comics”. Mas se por um lado a visão humanista e inclusiva de James Gunn foi elogiada por muitos, por outro não escapou a reacções intensamente críticas — nomeadamente por parte de Dean Cain, o antigo intérprete do Homem de Aço na série dos anos 90 Lois & Clark: The New Adventures of Superman.

A visão de Gunn: um Superman vulnerável, empático e… imigrante

James Gunn não escondeu que, para ele, Superman é “a história da América”: a de um estrangeiro que chega a uma terra desconhecida e tenta fazer o bem, mesmo quando enfrenta desconfiança. “Superman é alguém que acredita na bondade humana, e essa bondade tornou-se uma coisa em vias de extinção”, explicou o realizador. O novo filme mostra um herói já com três anos de actividade, numa fase em que questiona o seu papel, as suas limitações e o verdadeiro significado de justiça num mundo fragmentado e politicamente polarizado.

Ao contrário das versões recentes mais sisudas, esta encarnação de Clark Kent é calorosa, vulnerável, profundamente ligada à sua humanidade — uma opção que obrigou Corenswet a trabalhar tanto os ombros como a empatia. A relação com Lois Lane (Rachel Brosnahan), os momentos no Daily Planet, a parceria com Krypto e a colaboração com uma nova “Justice Gang” (nome provisório), tudo contribui para retratar um Superman inserido num ecossistema de afectos, dúvidas e decisões morais.

Para o elenco, o filme é mais do que entretenimento: é uma resposta directa a tempos conturbados. A actriz Isabela Merced (Hawk Girl) confessou que o filme lhe deu alento depois de uma semana dominada por más notícias. Já Wendell Pierce (Perry White) sublinhou o poder do cinema como “acto colectivo de reflexão sobre os nossos valores”. Até Will Reeve, filho do inesquecível Christopher Reeve, surge numa participação especial, reforçando a ponte emocional com o legado do passado.

Dean Cain: “Estão a tornar o Superman demasiado woke”

Do outro lado do espetro, Dean Cain insurgiu-se contra o que considera ser uma politização indevida da personagem. Numa entrevista recente ao TMZ, o actor afirmou: “Como é que Hollywood vai tornar esta personagem ainda mais woke? Alteraram o lema de ‘Truth, Justice and the American Way’ para ‘a better tomorrow’… Estão a mudar personagens adoradas para se adaptarem aos tempos. Acho um erro.”

Cain foi particularmente crítico quanto à associação de Superman à questão da imigração. “O ‘American way’ é amigável para imigrantes, claro. Mas tem de haver regras. E quando se traz o Superman para esta conversa política, isso vai prejudicar as receitas do filme.” O actor chegou mesmo a acusar ONGs e políticos de instrumentalizarem a imigração, e alertou que os comentários de Gunn poderão afastar parte do público.

As respostas do elenco: “Superman é — e sempre foi — um imigrante”

Perante as declarações de Cain, os membros do elenco reagiram com serenidade e alguma ironia. Nathan Fillion (Guy Gardner/Green Lantern) limitou-se a responder: “Aw, alguém precisa de um abraço. É só um filme, pessoal.” Já Sean Gunn, irmão do realizador e intérprete do vilão Maxwell Lord, foi mais directo: “Sim, o Superman é um imigrante. E se não gostas disso, então não estás do lado do verdadeiro American Way.”

A resposta mais contundente talvez tenha sido a de James Gunn: “Este é um filme sobre bondade. E isso é algo que toda a gente pode compreender. Não estou aqui para julgar ninguém.”

Um filme político?

É inevitável perguntar: Superman é um filme político? Sim, mas não panfletário. Ao resgatar o espírito original da personagem — criada por dois filhos de imigrantes judeus, numa América de crise — Gunn reconecta o herói com as suas raízes mais profundas. A versão de 2025 é menos sobre invulnerabilidade e mais sobre compaixão. O conflito já não é apenas contra supervilões como Lex Luthor, mas contra a apatia, o medo e o individualismo.

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Num momento em que o mundo se divide entre trincheiras ideológicas, este novo Superman recorda-nos que os grandes heróis não são aqueles que nos mostram o quanto são fortes, mas sim os que nos lembram do que podemos ser.

“Better Man”: O Biopic Mais Surpreendente do Ano Traz Robbie Williams em Versão Chimpanzé (Literalmente!)

Preparem-se para uma das experiências televisivas mais bizarras, emocionantes e inesperadas do ano: Better Man, o filme biográfico sobre Robbie Williams que ninguém viu a chegar — literalmente. Estreia já este sábado, 12 de julho, às 21h30, no TVCine Top e TVCine+, e promete deixar qualquer fã do cantor (ou de biopics em geral) com o queixo no chão.

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Realizado por Michael Gracey, o mesmo responsável por O Grande Showman, este é tudo menos um biopic convencional. Em vez de seguirmos o típico percurso ascensão-quebra-redenção com actores parecidos ou transformações físicas premiáveis, Better Man opta por uma abordagem completamente fora da caixa: o protagonista é um chimpanzé digital, animado com tal mestria que o filme foi nomeado para o Óscar de Melhores Efeitos Visuais. E sim, esse chimpanzé canta, dança e sente – como se tivesse nascido para os palcos.

Robbie Williams Como Nunca o Vimos (e Isso Diz Muito)

Baseado na vida do cantor britânico mais irreverente da sua geração, Better Man acompanha Robbie Williams desde a infância em Stoke-on-Trent, passando pelo estrelato juvenil com os Take That, até à sua gigantesca carreira a solo — marcada por sucessos planetários como AngelsLet Me Entertain You ou Feel. Mas por trás das luzes e das multidões, o filme mergulha nas crises de ansiedade, nos vícios, nas inseguranças e na permanente luta pela reinvenção pessoal.

Gracey opta por narrar a história sob o ponto de vista interno do próprio Robbie, o que confere ao filme uma sensibilidade rara – e uma honestidade brutal. A escolha do chimpanzé como avatar de Williams simboliza a dicotomia entre o espectáculo exterior e o caos interior, de forma tão inusitada quanto eficaz. O resultado é um biopic que oscila entre o delírio visual e o retrato emocional cru.

Nomeações, Humor Negro e Uma Canção que Fica no Ouvido

Para além do reconhecimento pela ousadia técnica, Better Man arrecadou também uma nomeação para o Globo de Ouro de Melhor Canção Original com Forbidden Road, uma balada melancólica que resume bem a essência do filme: o caminho sinuoso de um homem em busca de si próprio, sempre entre o amor do público e o vazio dos bastidores.

O elenco conta com Jonno Davies no papel de Robbie (ou pelo menos da sua versão humana), Steve Pemberton, Alison Steadman, Kate Mulvany, e uma breve – mas saborosa – participação do verdadeiro Williams. A mistura de drama, humor negro e musicalidade fazem deste um título impossível de classificar, mas também impossível de ignorar.

Uma Experiência Única, Só no TVCine Top

Com estreia marcada para sábado, Better Man é um daqueles filmes que dividem opiniões, mas não deixam ninguém indiferente. É provocador, comovente, estranho, e por vezes desconcertante — como o próprio Robbie Williams. E a julgar pela criatividade aqui demonstrada, o futuro dos biopics pode muito bem passar por territórios que nem sequer sabíamos existir.

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Se procura algo diferente, arrojado e emocionalmente honesto, então marque já na agenda: Better Man, dia 12 de julho, às 21h30, só no TVCine Top e no TVCine+. E se alguma vez se perguntou como seria ver um chimpanzé a cantar Rock DJ, a resposta está aqui.