Jacinda Ardern Vira Documentário: Quando Liderar com Empatia é um Acto Revolucionário

Prime Minister retrata os bastidores da liderança da ex-primeira-ministra da Nova Zelândia com uma humanidade raramente vista em documentários políticos

Há líderes que marcam uma geração. E há documentários que nos lembram porquê. Prime Minister, dos realizadores Michelle Walshe e Lindsay Utz, oferece-nos um olhar íntimo, corajoso e profundamente humano sobre os cinco anos de liderança de Jacinda Ardern, a ex-primeira-ministra da Nova Zelândia que encantou o mundo pela sua coragem, empatia e autenticidade — tudo isso enquanto se estreava simultaneamente na política de alto nível… e na maternidade.

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Ao contrário da maioria dos documentários políticos, que preferem os bastidores de campanhas e os slogans de última hora, Prime Minister mostra aquilo que raramente se vê: o peso real de governar, dia após dia, com decisões que afectam milhões — e uma bebé nos braços.

De Primeira-Ministra a Mãe de Neve: A Vida Pessoal Mistura-se com a Política

Jacinda Ardern subiu ao poder em 2017, com apenas 37 anos, após uma reviravolta improvável nas eleições. Em poucos meses, passou de líder da oposição a chefe de governo, liderando uma coligação minoritária que surpreendeu a Nova Zelândia — e o mundo.

A câmara acompanhou cada passo, muitas vezes através das lentes de alguém muito especial: o parceiro (agora marido) Clarke Gayford, um dos operadores de câmara e entrevistadores mais ternurentos do filme. A sua hesitação natural diante das perguntas difíceis (sobretudo quando a entrevistada é a sua companheira acabada de sair de uma reunião tensa) confere ao documentário uma camada de afecto raramente vista em retratos políticos.

Neve, a filha do casal, é presença recorrente e adorável. E a forma como o filme alterna entre a dureza do cargo e a suavidade da vida familiar é uma das suas maiores forças — desafiando os preconceitos que Jacinda enfrentou ao longo do mandato. Governar e ser mãe? Para Ardern, uma coisa fortalece a outra.

O Estilo Ardern: Coração, Humor e Lei

Prime Minister não perde tempo com tecnicalidades legislativas ou debates parlamentares — mas deixa bem claro o impacto da sua governação. Ardern foi incisiva na defesa do direito à interrupção voluntária da gravidez, fez avançar legislação climática relevante e liderou com firmeza emocional após os atentados de Christchurch, onde morreram 51 pessoas em 2019. Numa mistura de luto e acção, retirou armas de assalto das ruas da Nova Zelândia — num gesto que os EUA ainda invejam.

É impossível não recordar a sua graça em entrevistas internacionais (quem mais brilha com tanto à-vontade no The Late Show de Stephen Colbert?) ou a sua expressão de cansaço disfarçada por um sorriso tranquilo após mais uma noite sem dormir com a filha.

Mas o documentário não oculta as sombras: as ameaças, os protestos alimentados por desinformação importada dos EUA, e a pressão insustentável que a levou a abdicar do cargo em 2023. Ardern escolheu a sanidade em vez do poder. E esse gesto — tal como tantos outros — revelou a sua fibra.

Um Retrato Incomum Numa Época de Líderes Descartáveis

Prime Minister é mais do que uma biografia: é um manifesto de liderança com valores, num tempo em que o cinismo e o populismo parecem triunfar. Ardern é mostrada como alguém vulnerável, real, por vezes assustada, mas sempre orientada pelo bem comum. A sua sensibilidade é a sua maior arma. E o filme não tem medo de mostrar que sim, isso também é força.

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Ao sair da sala (ou desligar o ecrã), o espectador não só se emociona — sente-se inspirado. Porque, num mundo onde os megalómanos parecem multiplicar-se como cogumelos em solo húmido, Prime Minister relembra-nos de que é possível liderar com empatia. E que talvez — só talvez — o futuro ainda possa estar nas mãos de pessoas como Jacinda Ardern.

🎯 Ballerina Não É o Tiro Certo: O Universo John Wick Está a Perder o Norte?

Ana de Armas brilha, mas o spinoff deixa mais dúvidas do que certezas. Estará o mundo de John Wick a afundar-se sob o peso da sua própria expansão?

Três semanas após a sua estreia mundial, Ballerina confirma os receios de muitos fãs: o universo John Wick começa a ceder. Embora visualmente competente e com uma protagonista carismática, o filme acaba por desorientar-se na cronologia, perde força na bilheteira e, pior que tudo, dilui aquilo que tornava John Wick… John Wick.

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Uma assassina em pontas — mas tropeça na narrativa

Ballerina situa-se entre os eventos de John Wick: Capítulo 3 – Implacável e John Wick: Capítulo 4. Seguimos Eve Macarro (Ana de Armas), uma bailarina treinada pela Ruska Roma, numa busca por vingança contra os assassinos do seu pai — ao mesmo tempo que tenta cortar os laços com a sua família adoptiva de matadores.

O conceito parece promissor: mais uma peça do quebra-cabeças do submundo que John Wick tão bem nos apresentou. Mas o que poderia ter sido uma expansão sólida transforma-se rapidamente num problema de continuidade. E isso não se resolve com piruetas bem filmadas ou sequências coreografadas com precisão.

A aparição de John Wick… é o verdadeiro tropeço

Desde cedo, o marketing fez questão de martelar a presença de Keanu Reeves como grande trunfo de Ballerina. E sim, ele aparece. Mas essa escolha destrói a coerência interna da narrativa.

Para quem se lembra: no final de Capítulo 3, Wick está às portas da morte e recolhe-se aos túneis de Nova Iorque com o Bowery King. Passam seis meses até ao início de Capítulo 4. Ora, Ballerina decorre dois meses após Capítulo 3, e apresenta-nos um John Wick misteriosamente activo, a circular livremente, envolvido com a Ruska Roma — grupo ao qual, segundo Capítulo 4, ele ainda terá de pedir readmissão.

Em termos de continuidade, isto é mais do que uma falha: é uma sabotagem à própria mitologia da saga. Ao tentar manter viva a presença de Keanu Reeves, o filme atropela a cronologia e mina a construção narrativa dos capítulos principais.

Multiplicar Wicks não é estratégia — é cansaço

Quando John Wick chegou às salas em 2014, o protagonista destacava-se como um mito solitário num mundo de vilões banais. Agora, temos uma galeria de assassinos igualmente carismáticos e letais: Caine, Mr. Nobody, Sofia… e agora Eve. Todos são “quase-Wicks”.

Mas este excesso de figuras com o mesmo perfil — assassinos silenciosos em luto, letais, com códigos próprios — está a desgastar a aura de exclusividade de John Wick. Eve não tem culpa: Ana de Armas está em excelente forma, tanto física como dramática. O problema é estrutural. A saga começa a parecer uma fábrica de personagens com molde pré-definido.

E quanto mais se tenta repetir a fórmula, menos impacto ela tem.

Bilheteira modesta, sinal de alarme

Apesar das boas críticas iniciais (CinemaScore A-, 87 % de aprovação no PostTrak), Ballerina abriu com apenas 25 milhões de dólares no mercado norte-americano. Um número que, face ao orçamento de 90 milhões, é preocupante.

A título de comparação:

  • John Wick 4 abriu com 73,8 milhões
  • John Wick 3 com 56 milhões
  • John Wick 2 com 30 milhões

Mesmo considerando o crescimento internacional (51 milhões mundiais até ao momento), Ballerina está longe de se afirmar como um sucesso. E isto levanta uma questão inquietante: será que o público só se interessa por este universo quando é Keanu Reeves quem carrega a pistola?

O que nos diz Ballerina sobre o futuro da franquia?

Com John Wick 5 já em desenvolvimento e um spinoff centrado em Caine a caminho, a Lionsgate está a tentar esticar a corda ao máximo. Mas Ballerina mostrou que o público talvez já esteja satisfeito com o desfecho do Capítulo 4. E qualquer tentativa de “ressuscitar” Wick ou prolongar-lhe a lenda pode acabar por manchar aquilo que foi um final digno.

Há espaço para expandir este universo? Talvez. Mas será preciso mais criatividade e, acima de tudo, mais respeito pela narrativa que se construiu até aqui.

Onde ver “Ballerina”

  • Portugal: em exibição nos cinemas desde 6 de Junho de 2025. Disponibilização digital prevista para Amazon Prime Video até final de Julho.
  • Brasil: estreou a 6 de Junho de 2025, disponível brevemente no Amazon Prime Video Brasil.
  • Blu-ray (importado): já disponível na Amazon EUA

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Ballerina é um filme com estilo, alguma alma… mas sem chão. O que era para ser um passo seguro no futuro do universo John Wick tornou-se num tropeção narrativo. A coreografia está lá, os tiros também. Mas sem uma história sólida, e sem um herói verdadeiramente novo, tudo soa a eco. E como qualquer bailarino sabe, por vezes o silêncio entre os passos diz mais do que o ruído das botas a bater no palco.

“Batman Begins”: O Recomeço Sombrio Que Mudou o Cinema de Super-Heróis Para Sempre

O primeiro filme da trilogia de Christopher Nolan não foi um sucesso imediato de bilheteira — mas tornou-se o ponto de viragem de uma era

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Hoje, parece impensável: um filme do Batman realizado por Christopher Nolan, com Christian Bale no papel principal, Morgan Freeman, Michael Caine e Gary Oldman no elenco, e mesmo assim… um arranque tímido nas bilheteiras. Mas foi precisamente isso que aconteceu com Batman Begins, lançado em 2005. E vinte anos depois, vale a pena revisitar a história do filme que reinventou o Cavaleiro das Trevas — e reescreveu as regras do cinema de super-heróis.


Do Caos de “Batman & Robin” à Visão de Nolan

Em 2003, a ideia de um Batman “realista” parecia quase heresia. Estávamos apenas seis anos afastados do desastre que foi Batman & Robin, com George Clooney, piadas congelantes do Mr. Freeze e, claro, os infames mamilos na armadura. Foi nesse contexto que a Warner Bros. anunciou que Christopher Nolan, autor dos aclamados mas discretos Memento e Insomnia, iria liderar um novo reboot da saga.

Nolan via Batman como o mais “credível e realista” dos super-heróis. Sem superpoderes, sem magia — apenas trauma, treino e vontade férrea. Para dar forma à sua visão, chamou David S. Goyer (argumentista de Blade) e mergulhou fundo na psique de Bruce Wayne. O objectivo: voltar ao princípio e mostrar como um homem se transforma em símbolo.


Uma Origem Densa, Um Elenco de Luxo

Batman Begins não tem pressa em vestir o fato. O filme acompanha Bruce Wayne na sua jornada pelo Oriente, onde treina com Ra’s al Ghul (Liam Neeson) e aprende os ensinamentos da Liga das Sombras. De regresso a Gotham, mergulha num submundo corrupto e encontra no medo a sua maior arma — nascendo assim o Batman.

Nolan reuniu um elenco impressionante: Christian Bale (que teve de recuperar peso após The Machinist), Michael Caine como Alfred, Gary Oldman como Jim Gordon, Cillian Murphy como o perturbador Espantalho e Morgan Freeman como Lucius Fox. Katie Holmes fechava o núcleo principal.

Mas o foco não estava apenas na acção — estava na humanidade. Nolan queria que sentíssemos o peso da perda, da dúvida, da transformação. Como ele próprio afirmou: “Batman é interessante porque é humano.”


Crítica Sim, Bilheteira… Assim-Assim

O filme estreou a 17 de Junho de 2005, arrecadando $48,7 milhões no primeiro fim-de-semana nos EUA. Nada mau — mas longe do impacto de Spider-Man ou até Batman Forever. No final da sua carreira nas salas, Batman Begins somou $373 milhões a nível mundial, um valor modesto tendo em conta o orçamento de $150 milhões e as expectativas associadas à marca Batman.

Curiosamente, Fantastic Four, da Marvel, superou a estreia de Begins pouco tempo depois, apesar de ser… bem, Fantastic Four. Mas onde Nolan ganhou vantagem foi na crítica e na longevidade: o boca-a-boca foi extremamente positivo e o DVD teve vendas massivas — naquela altura, um factor ainda decisivo.


A Semente de Uma Revolução Cinematográfica

Três anos depois, The Dark Knight não só ultrapassaria a marca dos mil milhões, como redefiniria o que um blockbuster podia ser. E tudo começou com Batman Begins.

O impacto foi imediato em Hollywood. Em 2006, Casino Royale deu-nos um James Bond mais cru e emocional. Em 2012, Skyfall tornou-se o Bond mais lucrativo de sempre. Até produções como Alice in Wonderland, de Tim Burton, abraçaram um tom mais “sério”. E claro, o universo DC posterior — incluindo Man of Steel — bebeu directamente da estética Nolan.

Mas nem tudo correu bem. A obsessão por reboots sombrios também nos deu falhanços como Fantastic Four (2015) e experiências divisivas como Batman v Superman. Copiar o estilo sem entender o conteúdo raramente resulta.


Lições de Um Recomeço

Hoje, com o género de super-heróis em crise de identidade, Batman Begins permanece um exemplo de como um risco calculado pode mudar tudo. Nolan não fez concessões: entregou uma história sólida, coerente, centrada em personagens, que confiava na inteligência do público.

A Warner poderia ter recuado perante os números mornos de 2005. Mas confiou em Nolan. E essa aposta transformou-o num dos realizadores mais respeitados do século XXI, culminando com o fenómeno Oppenheimer, que arrecadou quase mil milhões e o Óscar de Melhor Filme.

este: Bryce Dallas Howard Está de Volta e em Grande!A sua nova comédia de improviso Deep Cover conquista os críticos e o público logo na estreia 🎭💥

Num momento em que Hollywood parece perdida entre fórmulas e algoritmos, talvez esteja na altura de lembrar: o verdadeiro poder está nas histórias bem contadas, mesmo quando não brilham logo à primeira.

Bryce Dallas Howard Está de Volta e em Grande!A sua nova comédia de improviso Deep Cover conquista os críticos e o público logo na estreia 🎭💥

Depois do desaire que foi Argylle — aquele filme de espionagem que não convenceu nem audiências nem críticos —, Bryce Dallas Howard regressa à ribalta com uma inesperada mas explosiva comédia de improviso chamada Deep Cover. E desta vez, a recepção não podia ser mais diferente: a estreia no Prime Video foi um verdadeiro sucesso, com a crítica a aplaudir de pé e os espectadores a entrar no jogo.

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Logo no arranque, Deep Cover atingiu uns impressionantes 100% no Rotten Tomatoes e, mesmo com a passagem do tempo, mantém-se sólida com 92% no Tomatometer e 82% de aprovação por parte do público. Uma vitória clara para Howard, que aqui tem a oportunidade de mostrar que também sabe brilhar fora dos dinossauros de Jurassic World. E não está sozinha: junta-se a Orlando Bloom e Nick Mohammed numa missão tão absurda quanto hilariante.

Improvisar até ao submundo do crime? Sim, por favor!

Realizado por Tom Kingsley (Stath Lets FlatsGhosts) e escrito por um quarteto criativo liderado por Colin Trevorrow (realizador de Jurassic World), Deep Cover conta a história de uma professora de improviso e os seus alunos que se infiltram, por engano (ou não), no mundo do crime organizado. Como? Usando as suas capacidades de improvisação como “agentes” infiltrados ao serviço da Polícia Metropolitana, liderados por uma figura enigmática interpretada por Sean Bean. Porque não?

A ideia é tão insana que só podia resultar… e resulta mesmo. A crítica tem sublinhado a química do elenco e a entrega total dos actores a um argumento que exige “yes, and?” a cada cena — uma técnica clássica do teatro de improviso onde se aceita o que é proposto e se acrescenta algo novo. O resultado é um cocktail de comédia, perseguições cheias de estilo e personagens deliciosamente exageradas.

Além dos nomes principais, o elenco é reforçado por pesos-pesados como Ian McShane, Paddy Considine, Sonoya Mizuno, Omid Djalili e os próprios argumentistas Ben Ashenden e Alexander Owen. Uma verdadeira festa de talento.

Uma Bryce mais relaxada… e mais divertida

Este regresso em grande estilo acontece depois de um período mais discreto em frente às câmaras. Nos últimos tempos, Howard esteve mais dedicada à realização: dirigiu um episódio da aguardada série Skeleton Crew do universo Star Wars e um documentário para a Disney+ chamado Pets. Em relação à saga Jurassic World, Bryce está de fora da próxima entrada, Jurassic World Rebirth, que conta com Scarlett Johansson, Jonathan Bailey e Mahershala Ali. E está tudo bem assim. Segundo disse à Screen Rant, só voltaria “daqui a uns 20 anos, se pedissem”. E parece estar a gostar da nova liberdade criativa.

Deep Cover

 já está disponível no Prime Video

Com acção, risos, um elenco afinado e uma premissa que pisca o olho tanto a Missão: Impossível como a The OfficeDeep Cover pode muito bem tornar-se um dos filmes-surpresa do ano. E depois do falhanço que foi Argylle, é bom ver que Bryce Dallas Howard não perdeu o ritmo — apenas afinou o tom.

🎬 Deep Cover está disponível para streaming no Prime Video. Se gostam de comédias que não têm medo do ridículo, esta é para vocês.

“Materialists”: A Nova Comédia Romântica de Celine Song Que Vai Direto ao Coração (e à carteira) 💔💸

Depois de Past Lives, a realizadora volta a explorar o amor… mas com números, estatísticas e um toque muito pessoal

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Depois de nos emocionar com Past Lives, um dos filmes mais delicados e elogiados dos últimos anos, Celine Song regressa ao grande ecrã com Materialists, uma comédia romântica que — como o próprio título indica — mergulha no lado mais… quantificável do amor. Mas não se deixem enganar: embora os diálogos falem de altura, salários e outras medidas friamente calculadas, o coração do filme bate com a mesma sensibilidade e autenticidade que nos conquistou em Past Lives.

E tal como aconteceu com o seu primeiro filme, a inspiração vem da vida real da própria realizadora — neste caso, do período invulgar em que trabalhou como casamenteira em Nova Iorque. Sim, leu bem. Casamenteira.

Celine Song e o Amor Como Dados Estatísticos

Antes de ser argumentista nomeada aos Óscares, Song era uma jovem aspirante a dramaturga em Nova Iorque, sem grande jeito para servir cafés ou vender roupa. Quando conheceu uma casamenteira numa festa, pensou: “Porque não?” — e acabou por passar seis meses a organizar encontros entre milionários e potenciais parceiros ideais. Não pelos sentimentos, mas pelas estatísticas.

Materialists pega exactamente nessa experiência e transforma-a numa história contemporânea que equilibra o absurdo com a melancolia. Dakota Johnson interpreta Lucy, uma casamenteira de elite que leva o seu trabalho muito a sério — com um currículo impressionante de nove casamentos bem-sucedidos e uma abordagem quase científica ao romance. Perguntas como “quem queres que te mude as fraldas quando fores velho?” são respondidas com listas de altura mínima, salário e idade ideal.

Mas o verdadeiro dilema começa quando Lucy se vê dividida entre dois homens: Harry (Pedro Pascal), um magnata irresistivelmente rico com tudo no “checklist”, e John (Chris Evans), o ex-namorado carismático mas falido, que serve canapés em casamentos e sonha com o estrelato.

Amor ou Estatísticas? A Escolha Mais Difícil do Mundo

O filme explora com humor e franqueza as pressões do mercado dos encontros em 2025. Num mundo onde até a altura se pode comprar (sim, Harry fez uma cirurgia para crescer seis centímetros), Song levanta questões inquietantes sobre o que realmente valorizamos nas relações amorosas. As cenas entre Lucy e a sua colega, onde discutem abertamente os “benefícios” de ser mais alto, arrancaram gargalhadas em várias sessões — mas Song vê-as como profundamente trágicas.

“O que ele passou é muito difícil”, explicou Song sobre a personagem de Pedro Pascal. “É um reflexo de como os números moldam as nossas vidas, até na forma como somos amados — ou não.”

Mais do que apenas criticar, Song procura humanizar todos os intervenientes. Homens incluídos. “Os homens também são esmagados por este mercado de encontros”, diz. “Não é só conversa de raparigas. Todos sofremos com a forma como nos objectificamos uns aos outros.”

Romance Não É Só Para Poetas

No fundo, Materialists é mais uma carta de amor à complexidade das emoções humanas. E apesar do cinismo aparente, há esperança. O final — inspirado no próprio casamento civil de Song com o argumentista Justin Kuritzkes (Challengers) — é uma lembrança de que, por trás dos algoritmos e dos filtros, o amor ainda pode ser simples.

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E se perguntarem a Song se o amor é fácil, ela responde com a certeza de quem já viveu (e escreveu) sobre o assunto: “O amor é fácil. Mas só quando se deixa o controlo de lado e se entrega por completo.”

Han Disparou Primeiro… e Agora Temos Provas! 🌟

Cópia original de Star Wars (1977) ressuscitada e exibida em Londres — e sim, sem o “Episode IV” e com Han a puxar do gatilho

Star War

Num daqueles momentos que parecem saídos de um filme de ficção científica, a cópia original de Star Wars, de 1977 — sim, aquela que George Lucas nunca quis que voltássemos a ver — foi encontrada, restaurada e exibida publicamente no BFI Film on Film Festival, em Londres. E quem apareceu de surpresa na estreia? Nada menos que Kathleen Kennedy, presidente da Lucasfilm, que fez questão de legitimar o acontecimento histórico perante uma plateia extasiada de fãs e cinéfilos.

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O que foi exibido não é apenas uma versão alternativa. É a primeira cópia do filme. Sem o famigerado subtítulo “Episode IV: A New Hope”, e com o mítico momento em que Han Solo dispara contra Greedo — sem esperar que o pobre caçador de recompensas atire primeiro. A famosa frase “Han shot first” voltou a fazer sentido… oficialmente.

O regresso da versão renegada

Durante décadas, George Lucas defendeu a sua “versão final” de Star Wars, alterando efeitos, diálogos e até cenas inteiras nas edições subsequentes. Para Lucas, o filme original de 1977 era, nas suas palavras, “meio inacabado”. “Lamento que tenham visto meio filme e se tenham apaixonado por ele, mas quero que o filme seja como eu o idealizei”, declarou numa entrevista à AP. E assim nasceram os debates infinitos sobre alterações canónicas e purismos nostálgicos.

Mas agora, graças a um “milagre” arqueológico cinematográfico — como lhe chamou Ben Roberts, director do BFI — o público teve finalmente acesso àquela versão original que muitos julgavam perdida no espaço… ou nos cofres da Lucasfilm.

“É folclore puro”, afirmou Kathleen Kennedy. “Mesmo quando entrei na empresa, havia conversas intermináveis sobre onde estava tudo e o que é que era, de facto, a primeira cópia. E é extraordinário o que vão ver. Não sei se existe outra assim. É mesmo rara.”

Uma nova esperança para o futuro da saga

Apesar do simbolismo do momento, Kennedy aproveitou também para falar do futuro da saga galáctica. E por futuro entenda-se, neste caso, Starfighter, o novo projecto de Shawn Levy (realizador de Deadpool 3) com Ryan Gosling no papel principal, que está prestes a entrar em produção.

Para Kennedy, o universo Star Wars está agora mais aberto do que nunca a novas vozes e narrativas. “Podemos trazer realizadores com histórias que lhes dizem algo pessoal. Não tem de estar tudo ligado ao que já foi feito. Pode ser uma história independente que depois despoleta outras.”

E não deixa de ser irónico que, numa altura em que a Lucasfilm promove a diversidade de histórias, seja precisamente o Star Wars original, puro e sem filtros, que volte a ser mostrado como exemplo. “Este é o filme com que começamos sempre que discutimos uma nova história. É o padrão de excelência”, sublinhou Kennedy.

Um momento verdadeiramente galáctico

Para os fãs que cresceram a discutir quem disparou primeiro, ver esta cópia no grande ecrã é mais do que um deleite: é uma espécie de justiça cósmica. Um lembrete de que, por mais que se mexa numa obra, o impacto do original nunca desaparece — apenas fica adormecido à espera de ser redescoberto.

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E agora que foi, o fandom respira de alívio. Porque sim, Han disparou primeiro. E o mundo voltou a fazer sentido.

Pixar Apresenta Gatto: Um Filme de Gatos, Máfia e Amizade em Veneza 🇮🇹🐾

O novo projecto do realizador de Luca chega aos cinemas em 2027 — e já estamos rendidos

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A Pixar está de volta a Itália! E desta vez não é para mergulhar nas águas límpidas da Riviera, mas sim para explorar os becos labirínticos e as pontes sombrias de Veneza… com um gato preto como protagonista e um submundo felino à mistura. O novo filme chama-se Gatto e promete ser uma aventura original que mistura drama, humor e, claro, muitas bigodes.

A revelação foi feita esta sexta-feira no Festival Internacional de Animação de Annecy, numa apresentação conduzida por Pete Docter, o director criativo da Pixar. Entre as várias novidades do estúdio (incluindo cenas de Toy Story 5 e do curioso Hoppers), Gatto destacou-se como o novo grande projecto original da casa.

Um gato preto, uma dívida e um caminho improvável

Gatto conta a história de Nero, um gato preto que vive nas margens mágicas e decadentes da cidade de Veneza. Só que a sua vida está longe de ser tranquila: endividado com um mafioso felino, Nero vê-se obrigado a formar uma amizade inesperada que poderá finalmente dar-lhe um propósito. Sim, parece que até os gatos têm crises existenciais.

A realização está a cargo de Enrico Casarosa, o talentoso cineasta italiano que já nos ofereceu o encantador Luca em 2022, também ele passado em solo italiano. Casarosa, que colabora com a Pixar desde 2002, tem no currículo trabalhos como RatatuiUp – AltamenteCoco e The Good Dinosaur, onde assumiu o cargo de chefe de argumento visual.

Gatto estreia em 2027 — mas Annecy já revelou mais surpresas

Embora ainda esteja em fase de produção, Gatto tem estreia prevista para 2027 e será, a par de Elio e Hoppers, um dos grandes trunfos da Pixar para os próximos anos.

Na apresentação de Annecy, o estúdio revelou também 25 minutos de Elio, uma aventura intergaláctica com promessas de emoção e imaginação a rodos, bem como as primeiras imagens de Hoppers, onde uma adolescente que adora a natureza transfere a sua mente para um castor robótico (!?) para se ligar ao mundo animal. E claro, os fãs da casa ficaram ao rubro com a sequência inicial de Toy Story 5, que chegará no próximo verão.

Pixar: um estúdio que ainda sabe surpreender

Depois de um período de altos e baixos, parece que a Pixar está pronta para voltar à sua fórmula mágica: histórias emotivas, originais e visualmente arrebatadoras. Com Gatto, Enrico Casarosa promete levar-nos a uma Veneza que não é de postais — é de gatos, máfia e redenção.

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E nós já estamos de patas e coração prontos para a viagem.

O regresso explosivo de Fast X aos tops de streaming 🌍💥

Com Jason Statham, Alan Ritchson e companhia, a saga continua a acelerar — até quando?

Fast X, a décima entrada da saga Velocidade Furiosa, pode ter deixado os críticos a torcer o nariz (56% no Rotten Tomatoes), mas isso não impediu o filme de conquistar o público — e agora também as plataformas de streaming. A longa-metragem, protagonizada por Jason Statham, Vin Diesel, Alan Ritchson e um elenco que parece um festival de superestrelas, está de volta aos holofotes graças à sua escalada meteórica nas tabelas de visualizações em todo o mundo.

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E não estamos a falar só dos mercados habituais. Fast X está entre os filmes mais vistos em territórios tão diversos como Hong Kong, Gana ou Moçambique. Nos Estados Unidos, está disponível na Starz, enquanto que internacionalmente domina nas vendas digitais do iTunes.

704 milhões de razões para continuar a saga

Com um orçamento gigantesco de 340 milhões de dólares, Fast X conseguiu arrecadar 704 milhões de bilheteira — o suficiente para evitar o desaire financeiro, mas longe dos números estratosféricos de capítulos anteriores. Ainda assim, o interesse não desapareceu. Pelo contrário: a presença constante da franquia no imaginário pop, aliada ao poder das suas estrelas, continua a garantir gasolina no depósito.

Alan Ritchson, o musculado protagonista da série Reacher, junta-se aqui à trupe explosiva da saga, reforçando a componente física e carismática que tantos fãs adoram. Já Jason Statham, no papel de Deckard Shaw, tem pouco tempo de ecrã, mas suficiente para garantir que regressa em força em Fast X: Part 2.

O crossover que os fãs pediram está a chegar?

Um dos momentos mais comentados de Fast X foi o regresso surpresa de Dwayne Johnson como Luke Hobbs na cena pós-créditos. A cena serve como pista para o que está para vir — nomeadamente a possibilidade de uma nova aliança entre Hobbs e Shaw. A tão falada sequela de Hobbs & Shaw continua envolta em mistério, mas esta aparição reacendeu as esperanças dos fãs.

Entretanto, o elenco de Fast X parece uma reunião de galácticos do cinema de acção: Vin Diesel, Michelle Rodriguez, Brie Larson, Jason Momoa, Charlize Theron, John Cena, Helen Mirren, Nathalie Emmanuel, Tyrese Gibson, Ludacris e até Scott Eastwood. Uma autêntica parada de estrelas que eleva o caos controlado e os carros voadores a um nível quase mitológico.

E agora?

A segunda parte de Fast X, anunciada como a última entrada da saga principal (embora isso já tenha sido dito antes…), está prevista para 2026 e deverá reunir novamente Jason Statham e Dwayne Johnson num último sprint cheio de pancadaria, explosões e frases de efeito.

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Enquanto isso, Fast X está a fazer sucesso nas plataformas de streaming — provando que, mesmo com uma década de filmes às costas e um conceito que desafia as leis da física, a saga ainda tem combustível para queimar.

Elio: o filme da Pixar que ninguém estava à espera — e que promete ser a grande surpresa do verão 🚀🌌

Uma história sobre solidão, pertença… e bloopers! Sim, os bloopers estão de volta 🎬

A Pixar voltou — e em força. Depois do sucesso emocional de Inside Out 2 no ano passado, o estúdio da lâmpada regressa este verão com uma aventura cósmica chamada Elio. À primeira vista parece “mais um” filme animado para miúdos. Mas segundo as reacções iniciais à estreia mundial no El Capitan Theater, em Los Angeles, estamos perante a maior surpresa cinematográfica da estação. E sim, traz de volta uma tradição esquecida há mais de 20 anos…

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Um miúdo perdido no universo… e dentro de si próprio

Elio conta a história de um rapaz de 11 anos com uma imaginação galopante e um fascínio por tudo o que é galáctico. Num daqueles momentos Pixar que desafiam a lógica mas nos conquistam o coração, Elio é acidentalmente “raptado” para a Communiverse, uma espécie de ONU intergaláctica, onde é confundido com o embaixador da Terra.

O que se segue é uma jornada cósmica de crescimento interior, descoberta pessoal e ligações improváveis com seres de todos os cantos da galáxia. O tema pode parecer rebuscado, mas como dizem os críticos, o coração é 100% Pixar.

Elio começa com um rapaz a lidar com a solidão, mas desdobra-se numa história surpreendentemente terna sobre auto-descoberta e encontrar ligação nos cantos mais inesperados do universo”, escreveu Michael J. Lee.

Humor, emoção e aquele velho brilho Pixar

Realizado por Adrian Molina (correalizador de Coco), o filme tem vozes de Yonas Kibreab como Elio, e um elenco de luxo que inclui Zoe SaldañaBrad GarrettJameela Jamil e Shirley Henderson.

Críticos como Dempsey Pillot e Joaquín Teodoro elogiam o equilíbrio entre humor e sentimento, a criatividade visual e o que consideram ser um regresso ao espírito dos primeiros filmes da Pixar. A comparação com clássicos como Monstros e Companhia ou À Procura de Nemo é inevitável.

“Uma exploração macrocósmica da solidão contada de forma brilhante da perspectiva de uma criança… Preparem os lenços!”, escreveu Pillot.

A Pixar trouxe os bloopers de volta! 😱

Sim, leu bem. Uma das grandes surpresas é o regresso dos bloopers animados — pequenas cenas cómicas em jeito de “erros de gravação”, totalmente criadas em animação. Esta tradição, que conquistou corações em filmes como Toy Story 2Monstros e Companhia, desapareceu dos filmes Pixar há mais de duas décadas… mas Elio ressuscita-a com estilo.

“Nunca imaginei que a Pixar voltasse aos bloopers… mas estou deliciado”, escreveu o perfil Animated Antic.

Um filme original num mundo de sequelas

Numa altura em que Hollywood parece dominada por continuações, remakes e IPs reciclados, Elio destaca-se como uma ideia original, que fala de identidade, exclusão e crescimento — temas universais, tratados com aquele toque Pixar que consegue fazer crianças e adultos rirem e chorarem… ao mesmo tempo.

Elio é uma história vibrante sobre não se encaixar — e porque isso pode ser a tua maior força”, resumiu o crítico Justin Lawrence.

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Preparem-se para embarcar

Elio estreia nos cinemas portugueses a 20 de junho. Se os primeiros testemunhos servem de barómetro, este é o filme que ninguém sabia que precisava ver — mas que vai tocar fundo. Tragam os miúdos, tragam os lenços, e preparem-se para mais uma viagem intergaláctica com assinatura Pixar. 🌠

Sinners: o fenómeno original que conquistou bilheteiras e corações — e cujo final continua a dar que falar

O filme de Ryan Coogler tornou-se num dos maiores sucessos originais das últimas décadas — e o seu clímax levanta mais questões do que aquelas que resolve

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Numa era dominada por sequelas, remakes e universos partilhados, Sinners surgiu como um verdadeiro acto de fé: um filme original, ousado, violento e profundamente político. A aposta da Warner Bros. e do realizador Ryan Cooglerpagou-se com juros: $275 milhões em bilheteira nos EUA e presença no topo das maiores receitas de filmes originais dos últimos 15 anos — apenas atrás de Inception (2010).

Mas Sinners não é apenas um sucesso comercial. É também uma obra densa, metafórica e inquietante, que continua a gerar debate e interpretações, especialmente após a estreia nas plataformas digitais e a chegada iminente às edições físicas (DVD, Blu-ray e 4K a 8 de julho).

Vampiros, racismo e escolha: o dilema dos gémeos Smoke e Stack

Situado no Mississippi dos anos 1930, Sinners acompanha dois irmãos gémeos afro-americanos — Smoke e Stack, ambos interpretados com intensidade por Michael B. Jordan — que regressam à terra natal depois de trabalharem para a máfia de Chicago. Lá, compram um antigo serração e transformam-no num juke joint para a comunidade negra local, onde o primo Sammie (Miles Caton) brilha com as suas performances musicais.

Mas o que parecia um drama sobre racismo sistémico e construção comunitária revela-se rapidamente um conto sobrenatural, quando uma criatura vampírica chamada Remmick (Jack O’Connell) começa a infiltrar-se no espaço — atraído pela música e pela energia vibrante do local.

À medida que os vampiros atacam e transformam, Stack sucumbe. Smoke resiste. E é aqui que a narrativa começa a revelar camadas mais profundas.

Um final agridoce — ou uma vitória silenciosa?

No clímax, Stack — já vampirizado — implora ao irmão que se junte a ele. Que abracem juntos a eternidade, livres da opressão dos homens brancos, livres do medo, livres de morrer. É um argumento tentador, especialmente quando sabemos que o Klan está a caminho, armado e pronto a queimar tudo.

Smoke recusa. Fica. E enfrenta os agressores. Mata vários membros do Klan, incluindo o desprezível Hogwood (David Maldonado), mas acaba mortalmente ferido. Antes de morrer, vê uma visão reconfortante da sua amada Annie (Wunmi Mosaku) e do filho que perderam.

A leitura mais evidente? Smoke morre por princípio. Não pelo juke joint. Não pela vitória. Mas porque recusar a submissão — seja à violência racista, seja à sedução simbólica do vampirismo — é a única forma de manter a sua identidade intacta.

Vampirismo como metáfora de assimilação

Ryan Coogler vai além do mero horror. O vampirismo em Sinners é uma poderosa metáfora sobre:

  • Colonização cultural — onde os vampiros representam uma espécie de coletividade que apaga individualidades;
  • Assimilação forçada — onde se perde a voz, a expressão única, o legado;
  • Resistência negra — onde morrer livre é preferível a viver escravizado ou homogeneizado.

O filme deixa claro que Remmick e os seus não são simples vilões. São uma alternativa ambígua a um mundo hostil. Mas, para Smoke, até a eternidade deixa de valer a pena se isso significar perder o que o torna ele próprio.

Stack, o pós-créditos e a última tentação

Na cena pós-créditos, Stack aparece com Mary (Hailee Steinfeld), longe do Mississippi, longe de Remmick, longe de Smoke. Diz que encontrou “liberdade” agora que o vampiro principal foi eliminado. Mas será liberdade real? Ou apenas outra forma de ilusão?

A decisão de Smoke em não o seguir ganha, assim, ainda mais peso: ele escolheu morrer livre em vez de viver sem alma, mesmo ao lado do irmão que mais amava.

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Sinners é mais do que um sucesso — é um aviso

Aclamado pela crítica, adorado pelo público e objeto de análise contínua, Sinners prova que há espaço no mercado para cinema original com ambição artística e coragem política. O seu sucesso deve servir de sinal claro a estúdios e produtores: o público quer ser surpreendido, desafiado e comovido — não apenas entretido

24 aposta em talento viral: The Backrooms será realizado por jovem de 19 anos

Kane Parsons, fenómeno do YouTube, vai dirigir filme de terror com Chiwetel Ejiofor e Renate Reinsve

A24 continua a apostar em cinema ousado e inesperado — e desta vez, a surpresa vem da idade do realizador. Com apenas 19 anosKane Parsons será o mais jovem cineasta da história do estúdio a realizar uma longa-metragem: “The Backrooms”, um filme de terror com base no seu universo viral criado no YouTube.

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Do terror analógico à tela grande

O fenómeno The Backrooms nasceu em 2022 como uma série de vídeos no YouTube, misturando ficção científica, horror psicológico e estética found footage. A ideia? Um labirinto infindável de corredores fluorescentes, onde a realidade parece falhar e o espaço se transforma num pesadelo sem lógica — ou saída.

Com mais de 190 milhões de visualizações, os vídeos tornaram-se um marco da nova vaga de terror online, gerando teorias, fanfics e uma comunidade fervorosa.

Agora, esse universo perturbador vai ganhar adaptação cinematográfica, com produção da A24, Atomic Monster (de James Wan) e 21 Laps Entertainment (de Stranger Things). As filmagens arrancam este verão.


Um elenco de peso: Ejiofor e Reinsve no centro do labirinto

A protagonizar o filme estarão:

  • Chiwetel Ejiofor, nomeado ao Óscar por 12 Anos Escravo e recentemente visto em Doctor Strange: Multiverse of Madness e Venom: The Last Dance;
  • Renate Reinsve, estrela de The Worst Person in the World, nomeado a dois Óscares, e já colaboradora da A24 em A Different Man, com Sebastian Stan.

Dois actores talentosos, conhecidos pela intensidade emocional e presença magnética — ingredientes perfeitos para o tipo de terror inquietante e existencial que The Backrooms promete entregar.


Uma produção recheada de nomes sonantes

O filme será co-financiado pela Chernin Entertainment e terá um verdadeiro “dream team” de produtores:

  • James Wan e Michael Clear (Atomic Monster)
  • Shawn Levy, Dan Cohen e Dan Levine (21 Laps)
  • Chris Ferguson (Oddfellows Pictures)
  • Roberto Patino (DMZ)
  • Supervisão criativa de Alayna Glasthal e Chris White

É uma fusão rara entre cinema independente e grandes produtores de blockbusters — o que sugere um filme de terror com liberdade criativa, mas também ambição comercial.


A24 continua imparável

No meio da nova vaga de lançamentos da A24, The Backrooms junta-se a títulos promissores como:

  • Materialists, de Celine Song (Past Lives);
  • Eddington, western de Ari Aster;
  • The Smashing Machine, de Benny Safdie com Dwayne Johnson;
  • Marty Supreme, a comédia ping-pong de Josh Safdie;
  • Sorry Baby, a nova aposta indie que encantou o Festival de Sundance.

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O medo pode vir de onde menos esperas

The Backrooms representa uma nova geração de terror: feito por nativos digitais, para públicos que já não se assustam com fórmulas antigas. Com apenas 19 anos, Kane Parsons pode muito bem ser a próxima grande voz do género. E se a A24 aposta nele… é porque algo verdadeiramente especial se está a preparar nos bastidores.

Dois documentários expõem os bastidores do desastre da OceanGate — mas deixam perguntas por responder 🌊🚢

A história da implosão do Titan continua a abalar — e pode não ter sido apenas um acidente

Quase dois anos depois do submersível Titan ter implodido numa missão à zona do Titanic, ceifando a vida de todos os cinco ocupantes, dois documentários lançados recentemente trazem novas revelações, suspeitas e, acima de tudo, dúvidas inquietantes.

Implosion, disponível na HBO Max e Discovery+, e Titan, agora em streaming na Netflix, traçam um retrato profundo e perturbador do que levou ao colapso da missão da OceanGate. E se antes havia a ideia de tragédia acidental, agora começa a formar-se um consenso desconfortável: isto pode ter sido evitado.

Stockton Rush: pioneiro ou imprudente?

Ambos os documentários apontam os holofotes para Stockton Rush, CEO da OceanGate, criador do Titan e piloto da fatídica viagem. Rush faleceu no desastre, ao lado de Paul-Henri Nargeolet, Hamish Harding, Shahzada Dawood e o filho deste, Suleman, de apenas 19 anos.

Em Titan, é possível perceber como, desde 2013, a OceanGate foi sendo afastada por engenheiros da Universidade de Washington e da Boeing, alarmados com o uso de materiais como fibra de carbono no casco do submersível — uma escolha controversa e sem precedentes no mergulho tripulado a grandes profundidades.

Alertas ignorados, dados escondidos

O que talvez mais assuste é o padrão recorrente: sinais de alerta ignorados, vozes silenciadas, riscos minimizados em nome da ambição.

  • Um protótipo do casco implodiu num teste.
  • Em 2018, o engenheiro David Lochridge alertou formalmente para falhas críticas no projeto. Foi processado pela OceanGate.
  • Em 2022, dados sonoros da missão “Dive 80” apontaram para rupturas internas. Ninguém agiu.

Em vez de trazer o submersível de volta a Everett para inspeção, a empresa deixou-o estacionado num parque em Newfoundland durante o inverno.

O som da tragédia

Num momento devastador do documentário Implosion, a esposa de Rush, Wendy Rush, é mostrada a monitorizar a comunicação com o sub na viagem fatal. Um estrondo abafado é audível. “O que foi esse barulho?”, pergunta.

Segundo os investigadores, esse som foi a implosão do Titan.

E se não foi acidente?

Os responsáveis pela investigação da Guarda Costeira dos EUA são categóricos: os dados indicam que o desastre não foi apenas falha técnica.

“O que temos aqui não é um acidente. É potencialmente um crime,” afirma Jason Neubauer.

“Ele sabia os riscos que estava a correr com o casco de fibra de carbono. Mas não contou a ninguém. Porque precisava do dinheiro”, reforça Thomas Whalen, também investigador da Guarda Costeira.

O que ainda falta saber?

  • relatório final da Guarda Costeira ainda não foi divulgado.
  • Não há, para já, acusações criminais formais.
  • Existem processos cíveis em andamento, como o pedido de indemnização de 50 milhões apresentado pela família de Nargeolet.
  • Não houve ainda uma declaração pública significativa por parte de Wendy Rush ou dos principais investidores da OceanGate.

Vale a pena ver ambos os documentários?

Sim — e por razões diferentes.

  • Titan oferece um olhar mais interno sobre a cultura da empresa e os conflitos de bastidores.
  • Implosion concentra-se mais na investigação e no impacto mediático e humano da tragédia.

Em conjunto, traçam um retrato complexo de ambição desmedida, silêncio institucional e consequências trágicas.

Spaceballs está de volta! Bill Pullman, Rick Moranis e… o filho do presidente? 🚀🍿

A sequela de culto da comédia espacial chega em 2027 — com Moranis de regresso e Keke Palmer no elenco

É oficial: o espaço volta a ser uma palhaçada. Trinta e nove anos depois da estreia de SpaceballsBill Pullman e Rick Moranis vão voltar aos seus icónicos papéis como Lone Starr e Dark Helmet numa nova sequela da comédia sci-fi realizada por Mel Brooks em 1987 — e a sátira intergaláctica prepara-se para mais um salto hiperespacial… com nova tripulação a bordo.

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O filme, produzido pela Amazon MGM Studios, tem estreia marcada para 2027 nos cinemas e já está a dar que falar antes mesmo de termos um título ou um enredo confirmado.

Moranis está de volta — e isso é notícia por si só

O regresso de Rick Moranis é talvez o maior choque de todos: o actor, conhecido por filmes como GhostbustersQuerida, Encolhi os Miúdos e Little Shop of Horrors, afastou-se do mundo da representação nos anos 90 para se dedicar à família, após a morte da mulher. Fora uma breve aparição ao lado de Ryan Reynolds numa campanha publicitária em 2020, tem estado praticamente ausente dos ecrãs.

Agora, aos 70 anos, regressa com o icónico capacete de vilão — e o universo agradece.

Família Pullman em dobro (literalmente)

Ao lado de Pullman (o Lone Starr original) estará agora o seu próprio filho, Lewis Pullman, estrela em ascensão e conhecido por Top Gun: Maverick e Thunderbolts. O papel de Lewis ainda está no segredo dos deuses, mas a ideia de um Spaceballs com legado familiar… já nos faz rir só de pensar.

Keke Palmer entra na jogada

A sempre energética Keke Palmer junta-se ao elenco, embora o seu papel ainda não tenha sido revelado. Depois de brilhar em Nope de Jordan Peele e estar a caminho da comédia The Pickup com Eddie Murphy, Palmer promete trazer nova vitalidade (e caos?) a este universo absurdo.

E Mel Brooks? Sim, está de volta também

Mel Brooks, agora com 98 anos, regressa como Yogurt, o mestre espiritual com merchandising para tudo. Não é claro se terá papel activo no argumento (o que seria glorioso), mas o seu nome como produtor e actor já garante que o ADN da obra original se mantém intacto.

A realização ficará a cargo de Josh Greenbaum (Barb and Star Go to Vista Del Mar) e o argumento é assinado por Benji Samit, Dan Hernandez e Josh Gad (que também entra no filme).

Uma sequela, um reboot, uma expansão? Sim, tudo isso

Oficialmente, o novo filme tem sido descrito como:

A Non-Prequel Non-Reboot Sequel Part Two but with Reboot Elements Franchise Expansion Film.

Ou seja… uma sequela que não é bem sequela, mas também não é reboot, e expande o universo. Confusos? É exactamente assim que Mel Brooks gostaria que estivéssemos.


Relembrar o clássico

Spaceballs (1987) foi uma paródia sem freios a Star Wars2001: Odisseia no Espaço e outros épicos sci-fi. Com Pullman como herói-relutante, Moranis como vilão ridículo, John Candy como o melhor amigo meio-cão, e Daphne Zuniga como a princesa Druish, o filme arrecadou pouco mais de 38 milhões de dólares — mas conquistou um estatuto de culto absoluto ao longo das décadas.

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Expectativas? Altíssimas. Gravidade? Zero

O que podemos esperar deste novo Spaceballs? Provavelmente tudo o que o cinema moderno leva demasiado a sério — ridicularizado com amor e génio. Se Rick Moranis volta para vestir novamente aquele capacete gigante, então o mundo pode aguentar mais um episódio da saga mais desmiolada da galáxia.

Gérard Depardieu volta a estar no centro da polémica… agora em Itália 🇮🇹

Justiça italiana chama o ator a tribunal após alegada agressão ao lendário paparazzo Rino Barillari

O nome de Gérard Depardieu volta a surgir nos títulos dos jornais — e mais uma vez, pelos piores motivos. O ator francês, um dos ícones do cinema europeu das últimas décadas, foi intimado a comparecer em tribunal em Roma, acusado de ter agredido fisicamente o famoso fotógrafo Rino Barillari, conhecido como o “rei dos paparazzi”.

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A audiência está marcada para terça-feira, 17 de junho, às 9h30, perante o juiz de paz da capital italiana.

Uma altercação no coração da Via Veneto

O incidente ocorreu a 21 de maio de 2024 no luxuoso bar Harry’s, ponto emblemático da mítica Via Veneto. Segundo Barillari, de 80 anos, ao tentar fotografar Depardieu e a sua companheira, Magda Vavrusova, foi agredido com três socos no rosto pelo ator.

A versão de Depardieu e Magda é bem diferente: num comunicado emitido no dia seguinte, a advogada do casal afirma que foi Barillari quem agrediu Magda, empurrando-a com o braço ao nível do peito, e que Depardieu apenas interveio para a proteger, acabando por “escorregar sobre ele” na confusão.

Dois ícones em lados opostos

A figura de Rino Barillari é incontornável na história da cultura pop italiana: com uma carreira iniciada na era dourada de La Dolce Vita, fotografou estrelas como Elizabeth Taylor, Brigitte Bardot, Sophia Loren ou Marcello Mastroianni. Mas a sua fama também se deve aos métodos agressivos — uma reputação que, segundo a defesa de Depardieu, terá pesado neste episódio.

Do outro lado, Gérard Depardieu — 76 anos, premiado e reconhecido mundialmente, mas cuja reputação tem vindo a degradar-se nos últimos anos. Em maio deste ano, o ator foi condenado a 18 meses de pena suspensa em Paris, por agressões a duas mulheres durante a rodagem de Volets verts em 2021.

Além disso, já foi acusado por mais de vinte mulheres de agressão sexual ao longo da última década. Muitos dos processos foram arquivados por prescrição legal, mas a imagem pública do ator está longe de recuperar.

Um julgamento simbólico?

Mais do que uma altercação entre celebridades, este caso em Roma pode tornar-se mais um capítulo num processo de queda pública de uma das maiores figuras do cinema francês. E ao mesmo tempo, levanta questões sobre os limites da privacidade, da fotografia de celebridades e da reação à intrusão mediática.

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Por agora, todos os olhos estarão postos na audiência marcada para 17 de junho. E sobre o que ainda falta esclarecer.

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Desde 1989 que Bart, Lisa e Maggie mantêm a mesma idade — e segundo Matt Groening, isso não vai mudar

Já lá vão 35 temporadas, incontáveis donuts e até um filme que arrecadou mais de 500 milhões de dólares. Mas há uma coisa que nunca mudou em Os Simpsonsas personagens continuam exactamente como estavam em 1989.

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No Festival de Animação de Annecy, Matt Groening e Matt Selman — os “pais” espirituais de Springfield — reafirmaram: Homer, Marge, Bart, Lisa e Maggie vão manter-se eternamente jovens. E não é por falta de tempo. É por escolha criativa.

“É assim que o público continua ligado a eles”

Segundo Groening, a chave está na ligação emocional que as pessoas mantêm com a série:

“Os espectadores ainda se identificam com as personagens da mesma forma que sempre o fizeram.”

Matt Selman, produtor e argumentista, acrescenta que isso permite que a série passe de geração em geração:

“Quem era fã na infância pode agora ver Os Simpsons com os filhos — e as personagens continuam iguais.”

A ideia é simples mas eficaz: mantendo Bart sempre com 10 anos e Lisa com 8, a série preserva o seu equilíbrio e espírito original, enquanto comenta o mundo real em constante mudança.


E o filme 2? Não vai acontecer (para já)

Apesar de Os Simpsons – O Filme (2007) ter sido um sucesso estrondoso, com mais de 536 milhões de dólares em bilheteira, Groening deitou um balde de água fria nos fãs que esperavam uma sequela:

“A triste verdade é que simplesmente não temos tempo para trabalhar na série e num filme ao mesmo tempo.”

É o preço de manter uma máquina criativa com mais de três décadas de produção contínua. Afinal, Springfield nunca dorme… e o Homer também não, desde que tenha uma cerveja na mão.

Uma série eterna com audiências em mutação

Os Simpsons é, de longe, a série de animação americana mais longa de sempre. Mas, apesar da longevidade e do sucesso global (é transmitida em cerca de 100 países e 26 línguas), a audiência doméstica caiu: de 13,4 milhões de espectadores na primeira temporada, em 1990, para menos de dois milhões na 35.ª, em 2023/24.

Ainda assim, continua a ser um fenómeno cultural. Ao longo dos anos, celebridades como Tony Blair, Lady Gaga, Paul McCartney, Elon Musk (e muitos mais) passaram pela série — muitas vezes a fazer de si próprios.

Envelhecer é para os outros

Enquanto muitas séries apostam no crescimento, evolução e até despedida das suas personagens, Os Simpsons escolhem o caminho oposto. E talvez por isso ainda estejam cá, três décadas depois.

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Bart continua a fazer traquinices, Lisa ainda é a criança mais inteligente de Springfield, e Maggie… bom, continua a não falar. E é assim que queremos que fiquem. Para sempre.

De Chefe de Gabinete a Presidente: Allison Janney chega finalmente ao topo em A Diplomata

A terceira temporada da série da Netflix estreia no outono — e sim, o reencontro com The West Wing é real

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Demorou duas décadas e uma mudança de série, mas Allison Janney está, finalmente, na Sala Oval. Depois de sete temporadas a dar ordens como C.J. Cregg em The West Wing, a actriz volta à política em A Diplomata, agora com um novo título: Presidente dos Estados Unidos.

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E como cereja no topo da tarte (de campanha), o “primeiro-cavalheiro” é interpretado por Bradley Whitford, outro veterano da mítica série criada por Aaron Sorkin. Se isto não é fan service de luxo, não sabemos o que é.


A terceira temporada promete… caos, conspirações e mais chá

O trailer da nova temporada foi revelado pela Netflix, confirmando o regresso da série para o outono, com oito episódios novinhos em folha e um xadrez político que nunca foi tão pessoal.

Kate Wyler (Keri Russell) está de volta, e se achavas que ela já tinha problemas suficientes, prepara-te:

  • O presidente morreu (pois…);
  • A nova presidente é ninguém menos que Grace Penn (Janney);
  • Hal Wyler (Rufus Sewell) pode estar acidentalmente envolvido na morte do presidente;
  • E Kate é agora a favorita à vice-presidência — um cargo que nunca pediu, mas que toda a gente parece querer ver-lhe atribuído.

Intriga palaciana em tempo de eleições

Criada por Debora Cahn (The West WingHomeland), A Diplomata mistura tensão geopolítica com drama conjugal, diplomacia internacional com tequilas mal bebidas e… uma amizade cada vez mais ambígua com o Ministro dos Negócios Estrangeiros britânico, Austin Dennison (David Gyasi).

Na terceira temporada, Kate Wyler tem de enfrentar:

  • A sua própria ambição;
  • Uma presidente que ela acusou de conspiração terrorista;
  • Um marido manhoso que quer que ela seja vice-presidente;
  • E o espectro constante de perder o controlo de tudo — ou ganhar mais poder do que alguma vez quis.

Quarta temporada? Já tem luz verde 🚦

Antes mesmo da estreia da nova temporada, a Netflix já confirmou que A Diplomata terá uma quarta temporada. Porque, sejamos honestos, entre chávenas de porcelana e golpes de bastidores, ninguém quer que esta guerra de olhares e alianças termine tão cedo.


Um regresso político com sabor a nostalgia

Ver Allison Janney e Bradley Whitford juntos, outra vez em Washington (mesmo que fictício), é mais do que uma piscadela a The West Wing — é uma herança televisiva a ser respeitada, com uma boa dose de humor e ferocidade.

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Se Janney foi uma das melhores Chefe de Gabinete da história da televisão, agora prepara-se para mostrar como se lidera o mundo com classe e punho de ferro. Preparem o juramento — a Presidente chegou.

Uma ausência inesperada nos créditos de Thunderbolts. E sim, foi escolha da própria… 👀

Scarlett Johansson explicou por que motivo pediu para ser retirada do novo filme da Marvel — e a razão pode surpreender

Quem espreitou os créditos de Thunderbolts com atenção reparou numa ausência curiosa: Scarlett Johansson, figura central do universo Marvel durante mais de uma década, não aparece listada como produtora executiva — apesar de, originalmente, o seu nome constar no projecto.

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Agora, em conversa com David Harbour para a Interview Magazine, a actriz explicou tudo. E a resposta não é bem o que se esperava.

“Pedi que o meu nome fosse retirado”

Durante o bate-papo com Harbour — que também faz parte de Thunderbolts e contracenou com Scarlett em Black Widow— a pergunta surgiu de forma casual:

“Já viste o filme? A tua personagem está por todo o lado…”

Johansson sorriu, hesitou… e largou a bomba:

“Pedi para retirarem o meu nome dos créditos. Não estive envolvida.”

Apesar de ter sido originalmente listada como produtora executiva, a actriz revelou que não teve qualquer participação criativa no novo filme. E por isso, preferiu não constar nos créditos. Uma decisão invulgar, especialmente num franchise onde o nome conta — e muito.


Entre afecto e frustração: o legado da Viúva Negra

Scarlett Johansson foi uma das grandes protagonistas da saga Marvel, dando corpo (e alma) a Natasha Romanoff desde Iron Man 2 (2010). A sua despedida aconteceu em Avengers: Endgame (2019), mas ainda voltou em Black Widow (2021), numa prequela que ajudou a fechar o arco da personagem.

Na mesma conversa, a actriz foi sincera sobre a experiência de mais de 10 anos no MCU:

“Alguns filmes envolveram mais a minha personagem, noutros sentia-me apenas como um mecanismo para avançar a história. Às vezes, como actriz, isso é frustrante.”

E admitiu ainda que o envolvimento prolongado numa personagem pode consumir:

“A tua identidade fica presa a esse papel. E se não estás a fazer trabalho estimulante, isso pode pesar.”

E regressar? A resposta é (ainda) não

Apesar do carinho óbvio que tem pela personagem e pelos colegas — “tenho saudades dos meus amigos e adorava estar com eles para sempre” — Johansson é clara: não quer mexer numa história que considera encerrada.

“O que funcionou com a Natasha foi precisamente ter um fim. E acho que os fãs também precisam disso.”

Thunderbolts: sucesso, polémica… e um spoiler no cartaz

Thunderbolts tornou-se um dos filmes mais bem recebidos da Marvel nos últimos anos, com mais de 374 milhões de dólares em bilheteira. Mas também teve o seu quinhão de polémica — desde as mudanças de título em plena campanha (revelando um twist importante) até à própria ausência de Scarlett nos créditos.

Com o MCU a tentar recuperar o fôlego após uma série de lançamentos mornos, Thunderbolts parece ter funcionado — mesmo que com ausências sentidas.

O que vem a seguir?

Todas as atenções voltam-se agora para The Fantastic Four: First Steps, com estreia a 25 de julho e um novo elenco de luxo liderado por Pedro Pascal, Vanessa Kirby, Joseph Quinn e Ebon Moss-Bachrach. Mas por agora, o mistério dos créditos (ou da sua ausência) de Thunderbolts continua a dar que falar.

Almodóvar regressa ao castelhano com “Amarga Navidad”🎄

Cineasta espanhol troca o inglês por um Natal emocional em Lanzarote e Madrid

Depois da sua primeira longa-metragem inteiramente falada em inglês, O Quarto ao Lado, Pedro Almodóvar volta ao idioma que o consagrou. E fá-lo com estilo, emoção e um título que promete aquecer (e amargar) os corações: Amarga Navidad.

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A rodagem da 24.ª longa-metragem do realizador espanhol mais internacional arrancou oficialmente e está a decorrer entre Madrid e a paradisíaca Lanzarote, nas Ilhas Canárias. O filme deverá estrear-se em 2026 nas salas de cinema espanholas, antes de seguir diretamente para a plataforma Movistar Plus+ — tal como aconteceu com o anterior.

Um elenco almodovariano de luxo

No centro do novo filme está um elenco que já é, em muitos casos, da casa:

🔹 Leonardo Sbaraglia, que já tinha brilhado em Dor e Glória

🔹 Aitana Sánchez-Gijón e Milena Smit, ambas de Mães Paralelas

🔹 Victoria Luengo, que participou no mais recente O Quarto ao Lado

🔹 Bárbara LenniePatrick Criado e Quim Gutiérrez, que completam o elenco

A escolha de actores volta a reflectir o estilo inconfundível de Almodóvar: talento, intensidade dramática e uma paleta de emoções em constante ebulição.


O enredo: ficção, luto e realidade misturada

Amarga Navidad vai cruzar duas histórias paralelas:

🎁 Elsa, uma publicitária em luto, que viaja até Lanzarote com uma amiga após a morte da mãe;

🎥 Raúl Durán, um cineasta que vive numa corda bamba entre a ficção e a realidade, numa espécie de autorreflexão que cheira a metacinema.

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O comunicado da produtora El Deseo, dos irmãos Agustín e Pedro Almodóvar, promete uma narrativa com o ADN do realizador: intimista, emocional, provocadora e com espaço para a surpresa. Como sempre.

Entre Hollywood e a sua casa

O regresso ao castelhano marca também um retorno simbólico às raízes. Depois de aventuras internacionais (e de ter dirigido nomes como Tilda Swinton e Ethan Hawke em inglês), Almodóvar parece querer recentrar-se. O calor humano, os dramas familiares e as paisagens da Península Ibérica (e arredores) continuam a ser o seu palco preferido — e, sejamos honestos, o mais eficaz.

Ainda não são conhecidos os planos para distribuição internacional, mas é de esperar que Amarga Navidad chegue a festivais de peso — e que as plataformas em Portugal e Brasil fiquem atentas.

The Batman II está a caminho! James Gunn promete novo guião “em breve” 🦇

Robert Pattinson continua em Gotham, e o universo de Matt Reeves mantém-se firme (e sombrio)

Os fãs do Batman de Robert Pattinson podem respirar de alívio: apesar da reconstrução total do universo DC pelos olhos de James Gunn, a saga iniciada por Matt Reeves em 2022 está bem viva. E segundo o próprio Gunn, um novo guião de The Batman Part II está prestes a chegar.

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“O que o Matt está a fazer continua a ser realmente importante, apesar de tudo o que se tem dito em contrário”, declarou Gunn à Entertainment Weekly.

“Devemos receber o novo guião em breve. Mal posso esperar.”


Um Batman à parte do novo DCU

Importa relembrar: o universo de Matt Reeves — que inclui The Batman (2022) e o spin-off televisivo The Penguin (Max, 2024) — existe fora do novo DCU que Gunn e Peter Safran estão a construir. É, por assim dizer, uma Gotham paralela. Enquanto o novo Superman de Gunn (a estrear a 11 de julho) inicia uma nova cronologia, o “Batman noir” de Pattinson continua o seu caminho — mais sombrio, mais contido e, para muitos fãs, mais autoral.

Filmagens este ano, estreia em 2027

Depois de vários rumores e adiamentos, The Batman Part II está agora previsto para 1 de outubro de 2027 — um ano após a data inicialmente apontada. Matt Reeves já confirmou que as filmagens arrancam ainda em 2025.

Robert Pattinson, com o humor característico, comentou:

“Comecei como Batman jovem, e vou acabar como Batman velho… Já tenho 38 anos, estou velho!”

O que esperar da sequela?

Ainda não há detalhes oficiais sobre a narrativa, mas Reeves já disse que a história continuará diretamente os acontecimentos do primeiro filme — embora com surpresas reservadas.

Entre os pontos expectáveis:

  • A evolução da personagem de Bruce Wayne, ainda num registo marcado pelo trauma e isolamento;
  • O regresso de Colin Farrell como Oswald Cobblepot (Penguin), já estabelecido como figura central do submundo;
  • A possibilidade de introdução de novos vilões — com rumores constantes sobre o Mr. Freeze e a Corte das Corujas.

O tom continuará provavelmente a seguir a linha mais noir e realista que Reeves já definiu, com influências assumidas de SevenZodiac e do cinema policial dos anos 70.

Entre Gotham e Metropolis: dois caminhos paralelos

Com Superman a iniciar um novo capítulo do DCU, e The Batman a seguir o seu próprio caminho, o que se adivinha é uma coexistência de universos — algo inédito mas promissor.

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James Gunn já esclareceu que há espaço para ambos. E se tudo correr bem, os fãs vão ter dois sabores de DC: um mais épico e colorido, e outro mais sombrio e psicológico. E sinceramente? Nós queremos os dois.

Robert Eggers vai reinventar A Christmas Carol — e Willem Dafoe pode ser o novo Scrooge 🎄👻

Depois de Nosferatu, Eggers troca vampiros por fantasmas natalícios e já escreve o papel de Ebenezer Scrooge para o seu ator fetiche

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Sim, leste bem: Robert Eggers vai adaptar A Christmas Carol, o clássico de Charles Dickens, para a Warner Bros — e o papel principal está a ser escrito com Willem Dafoe em mente. Se a ideia de um Natal vitoriano envolto em nevoeiro, espíritos inquietos e angústia existencial ao estilo Eggers te soa bem… junta-te ao clube.

Segundo o Deadline, Eggers vai escrever e realizar esta nova versão do conto imortal de Dickens, que tem sido adaptado inúmeras vezes, desde as versões da Disney até às variações mais sombrias (Scrooged, alguém se lembra?). Mas desta vez, a história do velho avarento Ebenezer Scrooge ganha contornos bem mais góticos — como só Eggers sabe fazer.

Willem Dafoe, o Scrooge que nunca pensámos… mas agora não queremos outro

Ainda não há negociações formais em curso, mas fontes próximas do projeto confirmam que Eggers está a escrever o papel de Scrooge com Dafoe em mente. E faz todo o sentido: os dois trabalharam juntos em The LighthouseThe Northman e mais recentemente em Nosferatu, onde Dafoe roubou todas as cenas em que apareceu.

Scrooge, com a sua amargura, isolamento e confronto com o passado e o além, parece feito à medida do tipo de personagem que Dafoe domina como ninguém. E nas mãos de Eggers, podemos esperar algo mais próximo de O Sétimo Selo do que de Um Conto de Natal com sinos e fitas.

Fantasmas, crítica social e atmosferas carregadas: sim, é mesmo um projeto de Eggers

A escolha de A Christmas Carol pode parecer insólita para quem associa Eggers ao terror histórico — mas se olharmos bem, a história encaixa perfeitamente no seu universo.

  • É uma narrativa assombrada, literalmente;
  • Está situada numa Londres vitoriana decadente;
  • Lida com culpa, redenção e o peso do tempo — temas que Eggers já explorou com mestria.

Depois de Nosferatu, Eggers em alta

Esta nova aposta surge no seguimento do enorme sucesso de Nosferatu, que arrecadou 181 milhões de dólares mundialmente e quatro nomeações aos Óscares (Fotografia, Direção de Arte, Guarda-Roupa e Maquilhagem). Foi o maior êxito comercial da carreira de Eggers até à data — e consolidou o seu estatuto como um dos realizadores mais visuais e autorais da atualidade.

Antes de avançar com A Christmas Carol, Eggers tem ainda na agenda a rodagem de Werwulf, um novo projeto com a Focus Features previsto para este ano.

Produção com selo familiar (e natalício)

A produção do filme será assinada por Chris Columbus e Elenor Columbus (via Maiden Voyage), com o próprio Eggers também creditado como produtor. Ou seja, um encontro curioso entre o realizador de Harry Potter e o cineasta de The Witch — talvez o espírito do Natal esteja mesmo a juntar mundos improváveis.

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Scrooge nunca foi tão promissor

Ainda sem data de estreia anunciada, esta versão de A Christmas Carol promete ser uma das mais faladas (e possivelmente mais assustadoras) adaptações do clássico. Com Eggers a afinar o guião e Dafoe na calha para vestir o sobretudo de Ebenezer Scrooge, o Natal nunca mais será o mesmo — e ainda bem.