
Há histórias de bastidores que nos comovem mais do que os próprios filmes. E esta, protagonizada por Sylvester Stallone e o seu fiel companheiro de quatro patas, Butkus, é um desses casos raros em que a realidade supera a ficção. Antes de conquistar Hollywood com Rocky, Stallone viveu na pobreza mais absoluta — e o cão que dividia consigo um minúsculo quarto de albergue acabou por ser peça central na narrativa improvável da sua redenção.
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Nos anos 70, Stallone era um actor desconhecido, praticamente sem dinheiro e sem perspectivas. Partilhava um pequeno quarto numa pensão em Nova Iorque com Butkus, um mastim imponente mas de olhar doce. Viviam acima de uma paragem de metro e, segundo o próprio Stallone recordaria mais tarde, “ambos estávamos com fome”.
Sem dinheiro sequer para comprar comida, o jovem actor tomou uma decisão devastadora: vender Butkus. Foi em frente a uma loja 7-Eleven que Stallone entregou o seu melhor amigo por 40 dólares, numa troca que lhe rasgou o coração mas que lhe permitiu, pelo menos, sobreviver mais uns dias.
Mas o destino tinha outros planos.
O Milagre Chamado “Rocky”
Pouco tempo depois, Stallone escreveu o argumento de Rocky, inspirado em parte na sua própria luta e determinação. Quando finalmente conseguiu vendê-lo — e com a condição de interpretar ele próprio o papel principal —, a sua vida mudou da noite para o dia. Ganhou reconhecimento, abriu portas e, acima de tudo, teve uma prioridade inquestionável: encontrar Butkus.
E encontrou-o. Mas o antigo comprador sabia que Stallone, agora uma estrela em ascensão, estava desesperado por recuperar o seu cão. Exigiu 15.000 dólares para o devolver — mais de 375 vezes o preço original. Stallone pagou sem hesitar. “Valeu cada cêntimo!”, declarou anos depois.
Butkus voltou a casa — e não foi apenas para servir de mascote. O mastim tornou-se presença incontornável nos dois primeiros filmes da saga Rocky, aparecendo ao lado do seu dono dentro e fora do ecrã. De certa forma, Butkus não era apenas um cão: era símbolo da luta, da amizade e da lealdade que Rocky representa.
Um Ícone Quase Esquecido
Butkus faleceu em 1981, após ter acompanhado o meteórico crescimento de Stallone e participado na criação de um dos maiores ícones do cinema americano. Embora não receba o mesmo destaque que outros elementos da saga, os verdadeiros fãs conhecem-lhe a importância.
Para Stallone, Butkus não foi apenas um animal de estimação. Foi família, foi colega de cena e foi, acima de tudo, uma âncora emocional numa altura em que tudo parecia desmoronar.
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Esta história tem tudo o que o cinema adora: queda, redenção, sacrifício e um reencontro digno de um final feliz. E talvez por isso mesmo tenha tocado tantos corações ao longo dos anos. Butkus não ganhou um Óscar — mas esteve ao lado de quem o ganhou. E isso é, por si só, um argumento melhor do que muitos que passaram por Hollywood.
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