
Novo “dress code” na passadeira vermelha apanha celebridades de surpresa e reabre o debate sobre o que se deve (ou não) vestir em festivais de cinema
Se há lugar onde o guarda-roupa é quase tão comentado quanto os filmes, é em Cannes. Mas este ano, o glamour teve de ceder a um novo conjunto de regras: a organização do festival implementou um dress code mais restritivo e, com isso, nem Halle Berry, vencedora de um Óscar e membro do júri, escapou às consequências.
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A atriz confessou que teve de mudar o vestido que tinha escolhido para a cerimónia de abertura por causa da cauda — que ultrapassava os limites definidos pelas novas diretrizes.
“Tinha um vestido incrível para usar esta noite e não posso usá-lo porque a cauda é longa demais”, disse à imprensa.
Mas não houve drama: Berry garantiu que está alinhada com a organização e apoia a medida, incluindo a nova proibição explícita de nudez.
“A parte da nudez provavelmente também é uma boa regra”, reforçou.
Bye bye, vestidos transparentes (e escândalos à la Grammy)
Esta é a primeira vez que o festival publica por escrito regras sobre trajes para a passadeira vermelha, uma reação a tendências recentes como o famigerado naked dress — vestidos tão ousados que revelam mais do que escondem.
Um exemplo célebre foi o da arquiteta Bianca Censori, mulher de Kanye West, que causou furor nos Grammy deste ano. O impacto mediático terá ajudado Cannes a dar um passo que durante anos evitou: estabelecer de forma clara o que é — e não é — aceitável.
“Não se trata de controlar”, disse um porta-voz do festival à AFP, “mas de banir a nudez total da passadeira vermelha, de acordo com a lei francesa”.
Também nos pés há novas regras
Outra área sensível? Os sapatos. Durante anos, Cannes enfrentou críticas por, alegadamente, obrigar as mulheres a usar saltos altos. Estrelas como Julia Roberts, Isabelle Huppert e Cate Blanchett rebelaram-se. E Kristen Stewart foi ainda mais longe: em 2018, tirou dramaticamente os seus sapatos de salto em plena passadeira vermelha.
Agora, finalmente, a regra está clara: “sapatos ou sandálias elegantes com ou sem saltos” são permitidos.
A presidente do júri deste ano, Juliette Binoche, aplaudiu a mudança e, com bom humor, disse falar “por experiência própria”.
Cannes quer menos provocação… e mais cinema?
As novas diretrizes provocaram alguma controvérsia, mas também foram recebidas com alívio por quem considera que o foco do festival deve continuar a ser o cinema — e não o vestuário.
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E se até Halle Berry aceitou adaptar-se com elegância, talvez este seja um novo capítulo na longa história de equilíbrio entre arte, estilo e polémica no Festival de Cannes.
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