Euphoria salta cinco anos no tempo: as novas imagens da 3.ª temporada revelam um futuro ainda mais inquietante

A espera foi longa, mas começa finalmente a ganhar forma. A HBO divulgou as primeiras imagens oficiais da terceira temporada de Euphoria e, como seria de esperar, não são exactamente tranquilizadoras. Sydney Sweeney segura um gelado a derreter, Jacob Elordi prepara carne crua, Zendaya surge sentada num banco de igreja e Hunter Schafer posa em frente a uma pintura. Fragmentos visuais que dizem pouco… e dizem tudo.

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A nova temporada da série criada por Sam Levinson estreia em Abril de 2026, na HBO e na Max, e traz consigo uma mudança estrutural decisiva: um salto temporal de cinco anos. As personagens já não estão no liceu, mas os fantasmas emocionais continuam bem presentes — talvez ainda mais difíceis de ignorar agora que a idade adulta começou oficialmente.

Segundo Levinson, a decisão de avançar no tempo foi deliberada. Cinco anos pareceram-lhe o ponto ideal para reencontrar estas personagens num momento em que, se tivessem seguido o percurso “normal”, já teriam terminado a universidade. O resultado é um retrato de jovens adultos à deriva, cada um a tentar sobreviver com as ferramentas — ou cicatrizes — que trouxe da adolescência.

Onde estão agora as personagens?

As imagens divulgadas funcionam quase como naturezas mortas emocionais, mas o criador da série já deixou cair algumas pistas importantes sobre o destino de cada personagem.

Rue, interpretada por Zendaya, é talvez o caso mais extremo. A personagem é reencontrada no México, endividada com Laurie e a tentar encontrar formas cada vez mais arriscadas de pagar o que deve. Um ponto de partida que promete manter a série no território sombrio que sempre a definiu.

Jules, vivida por Hunter Schafer, está numa escola de arte, a tentar afirmar-se como pintora enquanto foge, como sempre, às responsabilidades que a vida adulta exige. Maddy trabalha agora em Hollywood, numa agência de talentos, rodeada de poder e ilusões, mas com os seus próprios esquemas paralelos sempre em andamento.

Lexi, por sua vez, tornou-se assistente de uma showrunner interpretada por Sharon Stone, uma escolha de casting que promete trazer uma nova energia — e um novo tipo de tensão — à série. Já Cassie e Nate são, previsivelmente, o epicentro do drama mais desconfortável: vivem nos subúrbios, estão noivos e profundamente presos a uma relação marcada por dependência emocional, redes sociais e inveja constante das vidas aparentemente perfeitas dos antigos colegas.

Sam Levinson foi mais longe e confirmou aquilo que muitos fãs suspeitavam: Cassie e Nate acabam mesmo por casar. Um casamento que, nas palavras do criador, será “uma noite inesquecível” — o que, em Euphoria, dificilmente significa algo de positivo.

Uma série que cresce… mas não amadurece em paz

Desde a estreia, Euphoria destacou-se por recusar qualquer ideia de redenção fácil. A terceira temporada parece seguir exactamente esse caminho. O salto temporal não suaviza as personagens; antes expõe as consequências de escolhas mal resolvidas, traumas ignorados e dependências que nunca foram verdadeiramente enfrentadas.

As imagens agora reveladas reforçam essa sensação. Nada nelas é explícito, mas tudo é inquietante. Um gelado a derreter, carne crua, silêncio, contemplação. Euphoria continua a falar através de símbolos, gestos e atmosferas, mais interessada em estados emocionais do que em narrativas lineares.

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A HBO também incluiu imagens da série num sizzle reel de 2026, ao lado de títulos como House of the Dragon e Lanterns, sublinhando que Euphoria continua a ser uma das apostas centrais do canal, apesar dos longos intervalos entre temporadas.

Se Sam Levinson tem razão ao afirmar que esta será “a melhor temporada até agora”, ainda está por provar. Mas uma coisa é certa: cinco anos depois, estas personagens podem ser adultas no papel — mas continuam perigosamente longe de estarem resolvidas.

Vanguard – O Preço do Sucesso: a minissérie que expõe o lado mais obscuro do poder nos media europeus

A televisão portuguesa recebe esta semana uma das minisséries europeias mais faladas do ano. Vanguard – O Preço do Sucesso estreia na terça-feira, 16 de Dezembro, às 22h10, no TVCine Edition e no TVCine+, trazendo para o pequeno ecrã o retrato complexo e controverso de Jan Stenbeck, o homem que mudou para sempre o panorama dos media e das telecomunicações nos países nórdicos  .

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Inspirada numa história real, a minissérie acompanha o regresso forçado de Stenbeck à Suécia depois de uma tragédia pessoal. Antiga estrela de Wall Street, o empresário vê-se confrontado com o legado da família e com um país ainda preso a estruturas conservadoras, num momento em que o mundo dos media começa a acelerar rumo à modernidade. É a partir desse choque — entre ambição, tradição e visão futurista — que nasce um império. E também o seu preç

Vanguard – O Preço do Sucesso não é apenas um relato de ascensão empresarial. É, acima de tudo, um estudo de personagem. Jan Stenbeck surge como uma figura profundamente ambígua: visionário para uns, tirano para outros. A série explora com detalhe as tensões familiares, os conflitos políticos e as decisões estratégicas que permitiram ao magnata desafiar monopólios estatais, redefinir o mercado das telecomunicações e transformar radicalmente os media nórdicos. Cada vitória vem acompanhada de perdas pessoais, isolamento e rupturas que deixam marcas difíceis de apagar.

A realização está a cargo de Goran Kapetanović, que constrói uma narrativa sóbria, rigorosa e visualmente elegante, apoiada numa cuidada reconstituição histórica. A base literária — a biografia Stenbeck: A Biography of a Successful Businessman, de Per Andersson — garante densidade factual e solidez dramática, evitando o sensacionalismo fácil. O resultado é uma série que observa o poder de perto, sem o romantizar, mas também sem cair em julgamentos simplistas.

Um dos grandes trunfos da minissérie é a interpretação de Jakob Oftebro, que dá vida a Stenbeck com uma intensidade contida e inquietante. O actor norueguês consegue transmitir simultaneamente carisma, frieza e vulnerabilidade, compondo um retrato humano de alguém que parecia sempre um passo à frente do seu tempo — e muitas vezes longe demais das pessoas que o rodeavam. Não por acaso, Oftebro foi distinguido este ano com o prémio de Melhor Actor no Festival de Televisão de Monte Carlo, onde a série arrecadou também o Golden Nymph para Melhor Série  .

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Ao longo dos episódios, Vanguard – O Preço do Sucesso levanta questões que continuam a ecoar no presente: até onde pode ir a ambição individual? Que impacto têm as grandes decisões económicas na vida privada? E será possível construir um império sem pagar um preço humano elevado? Num tempo em que os media e a tecnologia continuam a concentrar poder a uma velocidade vertiginosa, a história de Jan Stenbeck revela-se surpreendentemente актуал.

A estreia acontece terça-feira, 16 de Dezembro, às 22h10, com novos episódios nas semanas seguintes, sempre no TVCine Edition e no TVCine+. Para quem se interessa por histórias reais de poder, ambição e queda — e por séries europeias de grande qualidade — esta é uma proposta difícil de ignorar.

Stephen Colbert questiona cancelamento de The Late Show após proposta bilionária da Paramount

“Falta de dinheiro” ou prioridades muito bem definidas?

Stephen Colbert voltou a mostrar que o humor continua a ser uma das melhores ferramentas para comentar os bastidores da indústria do entretenimento. No seu monólogo mais recente, o apresentador de The Late Show questionou abertamente a decisão da CBS de cancelar o programa, depois de se saber que a empresa-mãe, a Paramount, está disposta a investir mais de 108 mil milhões de dólares numa tentativa de compra da Warner Bros. Discovery.

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A piada — que arrancou gargalhadas e aplausos no estúdio — foi tão simples quanto eficaz: se há dinheiro para uma das maiores aquisições da história dos media, talvez também haja margem para “descancelar” um dos talk-shows mais emblemáticos da televisão americana.

A proposta da Paramount que levantou sobrancelhas

Na segunda-feira, a Paramount, liderada pelo CEO David Ellison, lançou uma proposta hostil para adquirir a Warner Bros. Discovery, poucos dias depois de esta ter aceite um acordo com a Netflix. Esse negócio com a plataforma de streaming avaliava o grupo em cerca de 82,7 mil milhões de dólares, ou 27,75 dólares por acção.

A Paramount subiu a parada para 30 dólares por acção, elevando o valor total da proposta para mais de 108 mil milhões de dólares — um número que, inevitavelmente, reacendeu o debate sobre as finanças internas da empresa e as decisões tomadas nos últimos meses.

“Se há tanto dinheiro, porque cancelar o programa?”

Durante o monólogo, Colbert foi directo ao ponto:

“Se a minha empresa tem assim tanto dinheiro disponível, tenho a certeza de que pode pagar para não cancelar um dos seus melhores programas.”

A ironia não ficou por aqui. O apresentador aproveitou ainda para brincar com o facto de parte do financiamento da proposta envolver fundos soberanos da Arábia Saudita, Qatar e Abu Dhabi, sugerindo — com o seu habitual sarcasmo — que “certamente não há nenhuma condição associada”.

O comentário surge num contexto delicado. Em Julho, a CBS anunciou que The Late Show with Stephen Colbert chegaria ao fim após a temporada actual, justificando a decisão com razões financeiras. Segundo a estação, o programa representa um prejuízo anual na ordem dos 40 milhões de dólares.

Um símbolo maior do que um simples talk-show

Mais do que uma piada bem colocada, o comentário de Colbert expõe uma contradição difícil de ignorar: a de um conglomerado mediático disposto a investir somas astronómicas em aquisições estratégicas, enquanto corta custos em formatos tradicionais que continuam a ter impacto cultural, político e mediático.

The Late Show não é apenas um programa de entretenimento nocturno. Ao longo dos últimos anos, tornou-se um espaço central de comentário político e sátira social nos Estados Unidos, com Colbert a assumir um papel cada vez mais relevante no debate público.

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O contraste entre o discurso oficial de contenção de custos e a agressividade financeira da proposta à Warner Bros. Discovery deixa no ar uma pergunta incómoda: estará o problema realmente no dinheiro — ou na forma como as prioridades estão a mudar dentro da indústria televisiva?

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A promessa de um atalho inteligente tropeça num detalhe essencial

A Amazon Prime Video decidiu retirar, sem grande alarido, os seus recaps automáticos gerados por inteligência artificial, depois de a funcionalidade ter cometido um erro grave numa das séries mais discutidas do ano: Fallout. O caso tornou-se rapidamente um exemplo incómodo dos limites actuais da IA quando aplicada a narrativas complexas — sobretudo num meio onde o detalhe é tudo.

Lançados em fase de testes no mês passado, estes recaps pretendiam oferecer aos espectadores um resumo rápido em vídeo antes de avançarem para uma nova temporada. A ideia parecia sedutora: uma combinação de excertos da série com uma narração artificial que explicaria os principais acontecimentos da história. O problema é que, em Fallout, a máquina falhou redondamente naquilo que não podia falhar: a compreensão do mundo da série.

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Um erro que mexe com o ADN de Fallout

No resumo da primeira temporada, a narração gerada por IA afirmava que um dos flashbacks de The Ghoul, personagem interpretada por Walton Goggins, decorria na América dos anos 50. Ora, para quem conhece minimamente o universo Fallout, este detalhe não é apenas incorrecto — é profundamente enganador.

O flashback acontece, na verdade, em 2077, o ano exacto que antecede o apocalipse nuclear que define toda a mitologia da saga. Confundir esse momento com a década de 1950 não é um erro estético: é uma leitura errada do contexto histórico-ficcional que dá sentido à personagem e à própria série. A estética retro-futurista de Fallout joga precisamente com essa ambiguidade visual, algo que a inteligência artificial não soube — ou não conseguiu — interpretar.

Quando o resumo simplifica o que não devia

O mesmo recap tropeçou também na relação entre The Ghoul e Lucy MacLean (Ella Purnell). Segundo a narração, a personagem masculina oferece a Lucy uma escolha directa entre “morrer” ou “partir com ele”. Na série, a situação é bem mais subtil e moralmente ambígua: Lucy podia acompanhá-lo ou ficar, correndo o risco de ser atacada pela Brotherhood of Steel. Reduzir essa decisão a uma escolha binária esvazia a complexidade dramática da cena e empobrece a leitura da narrativa.

Não surpreende, por isso, que os fãs tenham reagido rapidamente, apontando os erros e questionando a utilidade de um sistema que falha precisamente onde deveria ajudar.

Um recuo silencioso — mas revelador

Após o incidente, os recaps automáticos desapareceram não só de Fallout, mas também de outras séries incluídas no teste, como BoschUploadThe Rig e Tom Clancy’s Jack Ryan. A Amazon não prestou esclarecimentos oficiais, mas o desaparecimento da funcionalidade sugere uma retirada total — pelo menos até nova avaliação.

O episódio levanta uma questão inevitável: está a inteligência artificial preparada para interpretar histórias? O cinema e a televisão vivem de subtexto, contexto, simbolismo e memória emocional. São elementos que não se resumem facilmente a pontos-chave ou linhas narrativas simplificadas.

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No caso de Fallout, ficou claro que compreender uma série não é o mesmo que analisá-la tecnicamente. E, para já, essa continua a ser uma diferença que só o olhar humano consegue preencher.

“Undone”: A Série de Ficção Científica Que a Prime Video Escondeu — e Que Merece Ser Redescoberta Já

No vasto mar de séries lançadas por plataformas de streaming, há títulos que brilham intensamente… mas apenas para quem teve a sorte de os encontrar. Undone, estreada em 2019 na Prime Video, é um desses casos raros: uma obra-prima discreta, experimental, emocionalmente devastadora e, ainda assim, profundamente divertida — e que inexplicavelmente passou ao lado do grande público.

Seis anos depois, vale a pena dizê-lo sem rodeios: Undone é uma das melhores séries de ficção científica do século. E continua a ser um dos segredos mais bem guardados da televisão moderna.

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Uma viagem no tempo — e ao interior de uma mente em fratura

Criada por Kate Purdy e Raphael Bob-Waksberg (a dupla por trás de BoJack Horseman), Undone segue Alma Winograd-Diaz, interpretada pela extraordinária Rosa Salazar, cuja vida muda radicalmente após um acidente de viação. A partir daí, Alma percebe que consegue deslocar-se livremente no tempo — e decide usar essa capacidade para investigar a misteriosa morte do pai, interpretado por Bob Odenkirk.

Mas ao contrário de muitas narrativas sobre viagens temporais, Undone não está interessada em paradoxos cósmicos, nem em batalhas épicas. O que a série faz é mais íntimo, mais arriscado e muito mais perturbador: mergulha-nos no caos da memória, da identidade, da dor e da culpa.

A ficção científica é apenas a superfície; o que está por baixo é puro drama humano.

Animação rotoscópica que parece um sonho vivo

Visualmente, Undone é uma experiência singular. Filmada com actores reais e posteriormente animada em rotoscopia — uma técnica que confere aos movimentos um realismo fantasmagórico — a série situa-se num espaço entre o real e o impossível.

A comparação mais directa talvez seja Waking Life ou A Scanner Darkly de Richard Linklater. Mas mesmo estas referências não chegam para descrever o efeito de ver Alma cruzar portas que se transformam em memórias, mergulhar em pinturas abertas como portais e atravessar o passado como quem percorre uma casa familiar.

É como assistir a um sonho lúcido — um que nos quer dizer algo urgente.

Uma interpretação monumental de Rosa Salazar

É impossível falar de Undone sem sublinhar a performance de Rosa Salazar, que oferece um equilíbrio improvável entre humor, fragilidade, ironia e desespero absoluto. A série exige-lhe que mantenha os pés no chão enquanto a realidade desmorona ao seu redor — e ela fá-lo com uma autenticidade quase dolorosa.

Bob Odenkirk, por sua vez, dá ao pai de Alma um magnetismo ambíguo: protector? Manipulador? Mentor? Fantasma? Tudo ao mesmo tempo.

O elenco secundário (Daveed Diggs, Jeanne Tripplehorn, Angelique Cabral, John Corbett) completa uma série onde cada personagem importa — porque cada relação é uma peça do puzzle emocional de Alma.

O que torna “Undone” tão especial?

Porque é que esta série, apesar dos elogios, não encontrou o público que merecia? As razões podem ser várias — estética exigente, natureza introspectiva, marketing discreto — mas o essencial mantém-se: Undone continua a ser uma das experiências mais originais alguma vez produzidas pela Prime Video.

É profunda sem ser pretensiosa.

É experimental sem ser inacessível.

É surreal sem perder o coração.

E acima de tudo, é uma história sobre família, perdão e o modo como o tempo — real ou psicológico — molda quem somos.

Dois anos, duas temporadas, uma obra completa

Undone durou apenas duas temporadas. Para alguns, foi cancelada cedo demais; para outros, disse tudo o que tinha a dizer. O certo é que deixou uma marca indelével: uma série pequena no formato, mas gigante na ambição.

E se há 6 anos muitos a ignoraram, hoje já não há desculpa. Está ali, inteira, pronta a ser descoberta — e a mexer connosco.

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Porque poucas séries conseguem, como esta, dobrar o tempo e fazer-nos sentir que o passado, afinal, nunca passou

Disney investe mil milhões na OpenAI e abre as portas a Mickey, Marvel e Star Wars no Sora: Hollywood entra noutra era

A relação entre Hollywood e a inteligência artificial sempre foi um casamento difícil: muita desconfiança, muita negociação, muitas linhas vermelhas. Mas esta quinta-feira, a Disney decidiu atravessar o espelho e assumir, sem reservas, que o futuro passa mesmo por aqui. A companhia anunciou um investimento de mil milhões de dólares na OpenAI e um acordo de licenciamento que permite ao Sora — a ferramenta de criação de vídeo da empresa — utilizar personagens das suas maiores franquias, como Star Wars, Pixar e Marvel.

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É um gesto que não apenas altera as regras do jogo: estabelece um novo tabuleiro.

Trata-se de uma parceria para três anos que, se correr como ambas as partes esperam, poderá redefinir a forma como os estúdios criam conteúdos e como o público interage com as suas marcas favoritas. O acordo surge numa altura em que Hollywood ainda digere as polémicas recentes sobre IA e direitos de imagem, mas Disney e OpenAI avançam com o objectivo declarado de “trabalhar de forma responsável”, deixando de fora qualquer uso de semelhanças vocais ou físicas de actores reais.

A partir do início de 2025, o Sora e o ChatGPT Images poderão gerar vídeos com figuras icónicas como Mickey Mouse, Cinderella, Mufasa, Buzz Lightyear, Spider-Man ou Darth Vader — embora sempre com sistemas de segurança que impeçam representações indevidas ou conotações abusivas. É o tipo de controlo que a Disney exige e que a OpenAI, ao que tudo indica, aceitou desde o início das conversações.

Uma conversa que começou anos antes

Segundo fontes próximas do processo, Bob Iger e Sam Altman vinham a discutir esta colaboração há anos, muito antes das ferramentas de IA generativa se tornarem omnipresentes no quotidiano digital. A Disney recebeu versões preliminares do Sora e percebeu rapidamente que havia um potencial criativo difícil de ignorar — especialmente para um estúdio que vive de personagens, mundos e narrativas visuais.

Durante uma chamada com investidores em Novembro, Iger já tinha deixado escapar parte da estratégia: abrir espaço para que assinantes da Disney+ criem os seus próprios conteúdos curtos utilizando ferramentas de IA. Agora, tudo ganha forma concreta. Os vídeos criados pelos utilizadores poderão, inclusive, ser disponibilizados na própria plataforma, tornando o streaming num ecossistema mais interactivo e dinâmico.

Além disso, a Disney terá direito a warrants para adquirir participação adicional na OpenAI, reforçando a natureza estratégica — e não apenas operacional — da parceria.

A revolução interna e os receios externos

O acordo prevê ainda que a Disney adopte o ChatGPT nas suas equipas internas e utilize modelos da OpenAI para apoio em processos de produção, procurando optimizar etapas e tornar certas áreas mais eficientes. Numa indústria marcada por orçamentos gigantes e calendários apertados, esta integração pode significar uma reorganização profunda de fluxos de trabalho.

Mas, naturalmente, há nuvens no horizonte. Agências e sindicatos já tinham manifestado receios sobre o impacto destas tecnologias, especialmente depois de empresas como a Midjourney terem sido alvo de acções legais por uso indevido de personagens protegidas por direitos de autor. Recorde-se que Disney e Universal processaram a empresa em Junho por precisamente esse motivo.

Ross Benes, analista da Emarketer, não vê forma de travar este movimento: “Um gigante do entretenimento a juntar-se a uma empresa de IA vai inevitavelmente gerar reacções negativas, mas os sindicatos têm pouca margem para travar a maré.”

Há também um conflito latente entre estúdios e gigantes tecnológicos: no próprio dia do anúncio, a Disney enviou uma carta de cessar e desistir à Google, alegando infração de direitos por parte de sistemas de geração de imagem.

O futuro do conteúdo já começou

No meio das tensões e euforias, há um facto inegável: nunca um estúdio deste calibre tinha licenciado oficialmente personagens para uma IA generativa. E isso abre portas a um novo território onde criatividade, tecnologia e negócios se cruzam de forma irreversível.

Para os espectadores, poderá significar experiências personalizadas com figuras que moldaram a infância de várias gerações. Para os criadores, um desafio sem precedentes: reinventar-se num mundo onde ferramentas poderosas multiplicam possibilidades… e também responsabilidades.

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Disney e OpenAI prometem fazê-lo “com respeito pelos criadores”. Hollywood, entretanto, observa — hesitante, curiosa e, acima de tudo, consciente de que este é o momento em que o futuro começa a ganhar forma concreta.

Marcello Mastroianni: o homem por detrás do mito chega à RTP2 num documentário imperdível

Há actores que pertencem ao cinema. E depois há Marcello Mastroianni, que pertence à própria ideia de sedução, mistério e liberdade que o cinema tantas vezes tenta capturar. É essa figura — simultaneamente luminosa e inalcançável — que o documentário Marcello Mastroianni: Irresistivelmente Livre procura desvendar, numa estreia marcada para quinta-feira, às 22h55, na RTP2.

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A proposta é sedutora: desmontar o mito sem o destruir, compreender o homem sem o aprisionar numa narrativa fácil. Afinal, quem era realmente Mastroianni quando as câmaras deixavam de filmar? Que relação mantinha com a imagem de galã latino que o mundo lhe impôs — uma espécie de máscara dourada que ele próprio, discretamente, tentava afastar?

O documentário parte precisamente desse confronto entre persona e identidade, revelando um actor cuja aparente leveza escondia camadas de sensibilidade, contradição e indisciplina emocional. Não apenas o protagonista dócil e indolente que Fellini transformou em símbolo universal do desencanto moderno, mas um homem inquieto, determinado a não ser reduzido à perfeição dos seus traços ou ao charme que todos reconheciam antes mesmo de ele entrar em cena.

Os anos 60, com La Dolce Vita, elevaram-no ao estatuto de estrela absoluta. Naquela icónica imagem de Marcello a caminhar pela Via Veneto ao lado de Anita Ekberg, cristalizou-se uma ideia de masculinidade mediterrânica que o ultrapassou, quase como uma lenda que se escreve por si própria. Mas Mastroianni, homem de olho doce e espírito irónico, resistiu sempre à tentação de acreditar na sua própria mitologia.

Não era cínico, nem desencantado. Pelo contrário: transmitia a sensação de que a vida, demasiado séria para ser levada tão a sério, precisava de ser vivida com prazer, humor e, sobretudo, liberdade. Daí o título do documentário — Irresistivelmente Livre — que evoca não apenas o actor, mas também o ser humano que se recusou a deixar-se aprisionar pelos rótulos de uma indústria que fazia dele o seu ícone ideal.

O que o filme da RTP2 oferece é a oportunidade de reencontrar Marcello para lá da superfície: os bastidores, as fragilidades, a inteligência subtil e a permanente ambiguidade de um artista que parecia flutuar entre os papéis, como se cada personagem fosse apenas mais um ponto de partida para questionar o mundo e a si próprio.

Através de imagens de arquivo, depoimentos e uma construção narrativa que honra tanto o mito como o homem, o documentário traça o retrato íntimo daquele que muitos consideram o actor italiano mais complexo da sua geração — imprevisível, elegante e cheio de uma humanidade luminosa, difícil de capturar mas impossível de esquecer.

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Na noite de quinta-feira, a RTP2 convida-nos a olhar novamente para Mastroianni. E a descobrir que, por trás da maquilhagem, do sorriso preguiçoso e da aura eterna de La Dolce Vita, existia um homem que passou a vida inteira a tentar ser apenas isso: ele próprio.

“A F*ckuldade”: sexo, ambição e poder num thriller psicológico que expõe as sombras da academia

O TVCine prepara-se para estrear uma das minisséries europeias mais desconfortavelmente pertinentes dos últimos anos. A Fckuldade*, produção holandesa inspirada no impacto do movimento #MeToo no meio académico, chega à televisão portuguesa no dia 15 de dezembro, às 22h10, no TVCine Edition e TVCine+.  

Trata-se de uma série intensa, carregada de dilemas éticos, memórias reprimidas e um jogo de poder onde ninguém sai ileso. A narrativa acompanha Anouk Boone, interpretada por Julia Akkermans, uma jovem advogada em ascensão que se encontra à beira do momento decisivo da carreira: tornar-se a sócia mais jovem do seu prestigiado escritório. Mas aquilo que parecia um futuro promissor começa a ruir quando o passado que julgava enterrado regressa com força avassaladora.

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O detonador deste processo é o professor Patrick Hartman, antigo orientador de tese de Anouk e figura carismática da Faculdade de Direito onde estudou. Quando Hartman é acusado de conduta imprópria por várias mulheres, no auge da onda #MeToo, a protagonista sente o chão desaparecer. O caso ressoa de forma perigosa na sua própria vida, já que também ela manteve uma relação íntima com o professor durante a época universitária — uma relação que, na altura, encarou como o preço necessário para conquistar espaço num mundo dominado por homens. Agora, percebe que talvez sempre tenha sido algo mais sombrio.

Com o surgimento de novas denúncias, aquilo que Anouk considerava um episódio isolado revela-se parte de um padrão alargado de abuso de poder. A situação complica-se ainda mais quando um jornalista decide investigar os casos de assédio na faculdade. A jovem advogada torna-se, então, simultaneamente testemunha, cúmplice involuntária e potencial vítima de uma verdade que tentou ignorar. O conflito moral torna-se inevitável: poderá continuar a silenciar a sua própria história? E, acima de tudo, está preparada para enfrentar aquilo que realmente aconteceu?

Realizada por Simone van Dusseldorp, A Fckuldade* mergulha nas dinâmicas tóxicas que habitam instituições aparentemente inatacáveis: universidades que se querem progressistas mas escondem hierarquias rígidas; professores brilhantes que usam o estatuto para manipular; estudantes que confundem protecção com dependência; e sistemas legais que, por vezes, erguem barreiras invisíveis entre justiça e reputação.

A série funciona tanto como drama psicológico quanto como comentário social. Convida o espectador a interrogar-se sobre as zonas cinzentas das relações de poder, sobre a forma como a ambição pode distorcer decisões e como o silêncio, mesmo quando explicado pela sobrevivência, pode alimentar ciclos de abuso. É uma obra especialmente relevante num tempo em que o #MeToo continua a revelar as fissuras éticas de múltiplos sectores profissionais.

A Fckuldade* propõe uma narrativa que não procura respostas fáceis. Prefere explorar o desconforto, a ambiguidade e a culpa — elementos que raramente surgem de forma tão frontal em televisão. E, ao fazê-lo, oferece-nos um retrato brutalmente honesto de uma mulher obrigada a revisitar a história que passou a vida a tentar descrever de modo menos doloroso.

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Com estreia marcada para 15 de dezembro, às 22h10, e exibição nas segundas-feiras seguintes, esta é, sem dúvida, uma das séries mais desafiantes e pertinentes do final do ano — uma reflexão sobre o poder e as suas fronteiras, sobre o preço do silêncio e sobre o difícil processo de recuperar a verdade quando esta ameaça destruir tudo o que foi construído.  

Prime Video revela primeiras imagens de Young Sherlock, a nova prequela de Guy Ritchie sobre o detective mais famoso do mundo

Depois de mais de uma década sem novidades no grande ecrã, o universo de Sherlock Holmes regressa — mas não como muitos esperavam. Guy Ritchie, responsável pelos dois filmes protagonizados por Robert Downey Jr. e Jude Law, volta agora ao mundo de Conan Doyle com Young Sherlock, uma série que funciona como prequela espiritual do franchise cinematográfico, apesar de não estar formalmente ligada a ele.

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A Prime Video divulgou as primeiras imagens oficiais e, à primeira vista, há um detalhe impossível de ignorar: Hero Fiennes Tiffin parece nascer para este papel. Com apenas 19 anos na narrativa — e um visual marcado pela intensidade e inquietação — o jovem Sherlock surge num cenário académico e turbulento da Oxford da década de 1870, prestes a confrontar-se com o que será o primeiro grande teste ao seu génio dedutivo.

A série acompanha um Sherlock ainda bruto, impulsivo e socialmente deslocado, distante do ícone elegante e metódico que se tornará mais tarde em Baker Street. Aqui, ele é um jovem desacreditado, quase à deriva, quando um caso de homicídio ameaça não só a sua reputação mas também a sua liberdade. A investigação leva-o a cruzar-se, ironicamente cedo demais, com aquele que se tornará o seu némesis: James Moriarty, interpretado por Dónal Finn.

O elenco inclui ainda Natascha McElhone como Cordelia Holmes, Max Irons como Mycroft, e Colin Firth num papel de autoridade académica, Sir Bucephalus Hodge. Zine Tseng surge como a misteriosa Princesa Gulun Shou’an, figura que promete expandir o enredo além dos limites britânicos. A série não se contenta com os espaços fechados da academia: prepara-se para levar Sherlock numa conspiração de escala global, marcada por intriga, política e aventura.

Apesar de não existir qualquer ligação oficial entre esta nova produção e os filmes de Ritchie protagonizados por Downey Jr., a Prime Video garante que Young Sherlock preserva o mesmo espírito estético — a mistura de irreverência, ritmo acelerado e humor seco que marcou o universo cinematográfico. A ausência de conexão formal deve-se, ao que tudo indica, a questões de direitos, mas também oferece liberdade criativa à equipa para reinventar o detective numa fase da vida ainda pouco explorada.

Guy Ritchie descreveu a série como uma oportunidade para “abrir” a personalidade enigmática de Holmes e mostrar o que o transformou no génio que a cultura popular adoptou. A promessa é simples mas ambiciosa: revelar o que existe antes da lenda, antes da lupa, antes do chapéu-deerhunter. O Sherlock que aqui encontramos está longe do método clínico que definirá o seu futuro — é emocional, imprudente, por vezes até caótico. Mas as sementes da genialidade estão lá, prontas a rebentar.

Adaptada dos livros Young Sherlock Holmes de Andrew Lane, a série conta com Ritchie como realizador e produtor executivo, e com Matthew Parkhill como showrunner. O lançamento está previsto para 2026, embora ainda sem data concreta.

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Tudo indica que Young Sherlock será uma peça central da oferta da Prime Video no próximo ano, sobretudo para os fãs que há muito esperam um renascimento do detective, mas que acabam agora por receber algo ainda mais raro: a oportunidade de ver o mito a construir-se — uma dedução de cada vez.

Netflix cancela Starting 5 após duas temporadas — e nem LeBron James nem os Obama conseguiram salvar a série

A Netflix voltou a apertar o lápis vermelho. Starting 5, a ambiciosa série documental que prometia oferecer um olhar intimista sobre a vida de cinco estrelas da NBA em cada temporada, não regressará para um terceiro ano. Produzida por um trio improvável mas poderoso — LeBron JamesBarack Obama e Michelle Obama — a série parecia destinada a tornar-se um dos projectos premium do catálogo da plataforma. A realidade, porém, contou outra história.

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Cinco meses após a estreia da segunda temporada, a Netflix decidiu cancelar Starting 5. A decisão, segundo o Sports Business Journal, prende-se com um motivo que tem sido cada vez mais determinante na era do streaming: a audiência não correspondeu às expectativas. O público nunca aderiu de forma consistente e, pior ainda, a primeira temporada não conseguiu igualar os resultados de Quarterback, a série sobre a NFL que a plataforma lançou em 2023 e que rapidamente se tornou num fenómeno global.

No papel, Starting 5 parecia ter tudo para triunfar. A série oferecia acesso directo ao quotidiano de alguns dos atletas mais influentes do basquetebol contemporâneo, alternando entre os bastidores da competição, os dramas pessoais, a pressão da alta competição e a construção das suas respectivas heranças desportivas. A primeira temporada seguiu LeBron JamesJimmy ButlerAnthony EdwardsDomantas Sabonis e Jayson Tatum, um conjunto de protagonistas cujas histórias reflectem diferentes fases da vida na NBA — desde o estatuto de superestrela consolidada até ao talento explosivo em ascensão.

A segunda temporada manteve o conceito, mas apostou numa mistura de veteranos de elite e figuras emergentes: Jaylen BrownKevin DurantShai Gilgeous-AlexanderTyrese Haliburton e James Harden. O logline oficial prometia uma temporada marcada por episódios que “abalaram a liga”, lesões devastadoras e “uma série final para a história”. Tudo isto envolvido no tipo de tratamento cinematográfico que tem marcado os documentários desportivos da última década.

Mas a verdade é que a série nunca conseguiu romper a barreira do nicho. Apesar do peso dos nomes envolvidos — e de um trio de produtores executivos que inclui LeBron James, Maverick Carter e a equipa da Higher Ground dos Obama — Starting 5 não encontrou o mesmo apelo transversal que projectos como The Last Dance ou Drive to Survive. O basquetebol, global quanto é, não foi suficiente para transformar oito episódios por temporada em eventos obrigatórios no calendário dos assinantes.

A produção, realizada por Trishtan Williams, Susan Ansman, Peter J. Scalettar e Rob Ford, apresentava uma abordagem visual cuidada, com ritmo e intensidade, mas nunca deixou de ser vista como uma obra cujo principal público era… fãs hardcore de NBA. E, na guerra feroz pelo tempo de atenção do espectador, a Netflix tem demonstrado pouca paciência para títulos que não atinjam números sólidos rapidamente — mesmo que carreguem nomes presidenciais nos créditos.

O cancelamento de Starting 5 representa mais um sinal da mudança de prioridades no streaming: o período de investimento ilimitado deu lugar a uma lógica de corte rápido. A série tinha pedigree, tinha estrelas, tinha drama — mas não tinha audiência suficiente. E na era dos algoritmos, isso é o que mais pesa.

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Ironicamente, poderá ser esta decisão que venha a reavivar a discussão sobre como contar histórias desportivas num meio saturado de conteúdo. Mas, por agora, para LeBron, para os Obama e para a equipa criativa, o jogo acabou antes do tempo.

“Gritos 6”: Ghostface Troca Woodsboro por Nova Iorque — e Está Mais Implacável do que Nunca

Quando achávamos que a saga Scream já tinha reinventado todas as máscaras possíveis, surge Gritos 6 para provar que Ghostface ainda tem muito para dizer — e, sobretudo, muito para perseguir. A sexta entrada da icónica franquia estreia em exclusivo na televisão portuguesa no dia 13 de dezembro, às 21h30, no TVCine Top, levando a carnificina para longe de Woodsboro e para o coração de Nova Iorque.  

A premissa parece simples, quase esperançosa: quatro sobreviventes dos últimos ataques de Ghostface tentam reconstruir as suas vidas numa nova cidade. Sam, dividida entre dois empregos e ainda marcada pelo trauma, tenta proteger com unhas e dentes a meia-irmã Tara, agora universitária e ávida por recuperar um vislumbre de normalidade. A eles juntam-se os gémeos Mindy e Chad, igualmente à procura de um recomeço. Woodsboro ficou para trás — a promessa era essa.

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Mas Ghostface nunca foi personagem de cumprir promessas. Quando o telefone toca e a voz metálica regressa, Nova Iorque transforma-se num novo campo de caça. O que antes era familiar — corredores de liceu, casas suburbanas, ruelas conhecidas — dá agora lugar a uma cidade gigante onde o anonimato joga tanto a favor das vítimas como do assassino. A mensagem, no entanto, permanece a mesma: ninguém está seguro.

Realizado por Tyler Gillett e Matt Bettinelli-OlpinGritos 6 continua a fórmula que revitalizou o franchise em 2022, equilibrando humor negro, violência gráfica e tensão constante. A dupla de realizadores leva Ghostface para um território mais agressivo, mais físico e, segundo os próprios, “mais brutal do que nunca”. O filme expande também a dimensão emocional da narrativa, aprofundando o impacto psicológico da sobrevivência — especialmente no caso de Sam, que vive sob a sombra de um passado que insiste em persegui-la.

O elenco reúne rostos já familiares: Jenna Ortega, em ascensão meteórica desde WednesdayMelissa Barrera, que regressa a um papel marcado tanto pela força como pela fragilidade; Courteney Cox, a eterna Gale Weathers; e Hayden Panettiere, de volta como Kirby Reed, uma das sobreviventes mais queridas da saga. Dermot Mulroney, Jasmin Savoy Brown e Mason Gooding completam o grupo central, numa combinação que mistura experiência, juventude e um espírito renovado que dá ao filme energia de renascimento.

A deslocação para Nova Iorque adiciona mais do que um cenário novo — altera a linguagem do terror. Numa cidade imensa, a sensação de segurança desaparece rapidamente: o metro, os becos, os apartamentos minúsculos, as multidões indiferentes… tudo serve a Ghostface de forma quase perfeita. E se antes o assassino espreitava atrás de portas semi-abertas, aqui pode surgir num corredor cheio de gente ou numa estação de metro ao rubro.

Gritos 6 não promete apenas sustos; promete a continuidade de uma saga que, 28 anos depois, mantém o inesperado no centro de tudo. Se o primeiro filme desconstruía as regras do género, este parece reinventar o espaço em que essas regras se aplicam. E, num franchise onde ninguém está verdadeiramente a salvo, isso é meio caminho para um serão de puro terror cinematográfico.

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Preparem a mantinha, desliguem as luzes, e atendam o telefone por vossa conta e risco. Ghostface está de volta — e quer acompanhar-vos no sofá.

“Gritos 6” estreia no dia 13 de dezembro, às 21h30, em exclusivo no TVCine Top e TVCine+.  

Beetlejuice Está de Volta: A Sequela Assombra o TVCine Top Já a 12 de Dezembro

Três décadas depois de se tornar um ícone absoluto da cultura pop, Beetlejuice regressa — e não poderia chegar em melhor forma. Beetlejuice Beetlejuice, a muito aguardada sequela do clássico de 1988, estreia em exclusivo na televisão portuguesa no dia 12 de dezembro, às 21h30, no TVCine Top e também no TVCine+. Para os fãs de Tim Burton, Winona Ryder e, claro, do fantasma mais caótico e encantador do cinema, trata-se de um momento obrigatório.  

A história retoma a vida da família Deetz após uma tragédia que leva três gerações de mulheres a regressar à casa de Winter River — o mesmo lugar onde, décadas antes, tudo começou. Lydia Deetz, novamente interpretada por Winona Ryder, já não é a adolescente gótica de outrora. É agora mãe de Astrid, interpretada por Jenna Ortega, cuja rebeldia e fascínio pelo macabro ecoam a sensibilidade da mãe.

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É precisamente essa curiosidade de Astrid que desencadeia o caos: ao explorar o sótão, descobre a maqueta da cidade e abre, sem intenção, um portal para o mundo dos mortos. Com isso, o fantasma mais inconveniente da história volta a manifestar-se. Michael Keaton regressa ao papel de Beetlejuice, retomando a sua energia anárquica e imprevisível, pronto para assombrar a vida dos Deetz mais uma vez — e, claro, para roubar todas as cenas.

A sequela mantém não apenas o elenco original, mas também o ADN visual e tonal do universo criado por Tim Burton. O realizador volta a apostar no humor negro característico e numa estética que mistura fantasia, grotesco e um certo charme vintage. Com estreia mundial no Festival de Veneza em 2024, o filme conquistou críticas positivas e um entusiasmo renovado da geração que cresceu com o original e da geração que agora descobre Beetlejuice pela primeira vez.

Além do trio principal, o elenco inclui ainda Monica Bellucci e Catherine O’Hara, reforçando a ligação entre o passado e o presente. Visualmente mais exuberante, mas fiel ao espírito do primeiro filme, Beetlejuice Beetlejuice oferece novos truques, novos sustos e uma boa dose de nostalgia para quem se lembra de repetir o nome três vezes frente ao espelho.

A estreia em Portugal marca uma oportunidade rara de ver, em televisão, uma sequela que não se limita a revisitar um clássico, mas que abraça plenamente o desafio de lhe dar continuidade. Para os amantes de cinema fantástico, para os fãs de Burton ou simplesmente para quem não resiste a histórias onde o absurdo e o sobrenatural se cruzam, a noite de 12 de dezembro promete ser irresistível.

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Preparem-se: não digam o nome dele em voz alta… mas não percam a estreia

Peaky Blinders regressa em força: já sabemos quando chega “The Immortal Man” à Netflix em Portugal

Tommy Shelby troca o exílio pelo caos da guerra

Tommy Shelby troca o exílio pelo caos da guerra – e os fãs portugueses já têm data marcada para o reencontro com o líder dos Peaky Blinders.

Quando a sexta temporada de “Peaky Blinders” chegou ao fim, em 2022, ficou a sensação de despedida… mas nunca de encerramento definitivo. Steven Knight sempre prometeu que a história da família Shelby terminaria no grande ecrã, e agora essa promessa ganha forma com “Peaky Blinders: The Immortal Man”, filme que já tem data de estreia em Portugal: 20 de Março, na Netflix.

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A notícia foi confirmada esta sexta-feira, 5 de Dezembro, e bastou a sinopse oficial para incendiar novamente o entusiasmo dos fãs. Estamos em Birmingham, 1940, em plena Segunda Guerra Mundial. Tommy Shelby regressa de um exílio auto-imposto para enfrentar “o seu acerto de contas mais destrutivo de sempre”. Com o futuro da família e do país em jogo, o patriarca dos Peaky Blinders terá de enfrentar os seus próprios demónios e decidir se enfrenta o seu legado… ou se o deixa arder até às cinzas. Por ordem dos Peaky Blinders, claro.

Cillian Murphy volta a vestir o boné 🪖

Depois de conquistar o Óscar com “Oppenheimer”, Cillian Murphy regressa à personagem que o transformou num ícone da cultura pop televisiva: Thomas “Tommy” Shelby. O actor volta a liderar um elenco de luxo onde encontramos Rebecca Ferguson, Barry Keoghan, Tim Roth e Stephen Graham, nomes que prometem trazer novas camadas de tensão, intriga e perigo à já de si explosiva mitologia de “Peaky Blinders”.

Mas o filme não esquece as raízes. Vários rostos familiares da série regressam, incluindo Sophie Rundle, Ned Dennehy e Packy Lee, garantindo que o universo dos Shelby mantém a sua continuidade emocional. A realização fica a cargo de Tom Harper, que já tinha trabalhado na série e conhece de perto o equilíbrio muito particular entre violência, estilo e tragédia que definiu o fenómeno.

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Da BBC ao topo da Netflix: a ascensão dos Shelby

“Peaky Blinders” estreou em 2013 na BBC, quase como um “gangster drama” de nicho, mas depressa se transformou numa das séries mais influentes da última década. O salto para a Netflix deu-lhe exposição global e transformou a família Shelby num caso raro: um gangue brutal de Birmingham que se tornou objecto de culto de milhões de espectadores.

Inspirada numa gangue real que actuava na cidade no início do século XX, a série acompanha a ascensão dos Shelby a partir do submundo de apostas ilegais, contrabando e violência, até ao confronto com políticos, aristocratas e forças internacionais. Tudo isto embrulhado numa estética marcante – fatos impecáveis, navalhas cosidas nos bonés, cigarro eterno nos lábios de Tommy – e numa banda sonora moderna que aproximou o universo da série de uma espécie de rock operático criminal.

Ao longo das seis temporadas, “Peaky Blinders” destacou-se pela narrativa intensa, pelos confrontos de poder, pelas lealdades quebradas e pela forma como retratou um protagonista em permanente guerra consigo próprio. Muito antes de “The Immortal Man”, Tommy Shelby já parecia alguém a desafiar a morte – física, moral e espiritual.

Do fim da série ao salto para o cinema

O final da sexta temporada, em 2022, foi apresentado como o encerramento da série televisiva, mas também como um ponto de viragem. Steven Knight deixou claro que a saga não acabaria ali e que o capítulo final seria contado em formato de longa-metragem. “The Immortal Man” é, portanto, menos um “spin-off” e mais o passo seguinte natural, pensado desde cedo como o clímax da história.

As filmagens terminaram em Dezembro de 2024, aumentando a impaciência dos fãs, que passaram meses a especular sobre o enredo, o destino de Tommy e o papel da Segunda Guerra Mundial neste universo. A sinopse agora revelada confirma que o conflito global será mais do que cenário: é a pressão máxima sobre um homem que sempre viveu em guerra, mas que desta vez pode ter mais a perder do que nunca.

O que esperar de “The Immortal Man”?

Sem grandes revelações de enredo, o material oficial sugere um Tommy empurrado para o limite, obrigado a regressar de um exílio onde, claramente, não encontrou paz. A ideia de “acerto de contas mais destrutivo de sempre” aponta para um confronto final em várias frentes: familiar, política, íntima.

A referência ao “legado” que pode ser destruído ou deixado arder até às cinzas também abre caminho a um filme que não se limita a prolongar a série, mas que pode questionar o próprio mito dos Peaky Blinders. Depois de anos a construir um império através da violência, o que é que realmente sobra para Tommy? Família? Culpa? Um lugar na História? Ou apenas cinza e fumo de cigarro?

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Para já, o que os fãs portugueses sabem é o essencial: “Peaky Blinders: The Immortal Man” chega à Netflix a 20 de Março, e a data já pode ser sublinhada a vermelho no calendário. Até lá, é tempo de tirar o pó ao boné, aquecer um whisky e preparar-se para regressar a Birmingham, onde a família Shelby ainda tem contas a ajustar com o mundo – e com o próprio passado.

Porque É que Road to Perdition Continua a Ser Um dos Grandes Clássicos Esquecidos do Cinema?

Tom Hanks trouxe novamente Road to Perdition para a discussão pública — e fê-lo com uma dose de perplexidade. Numa conversa recente com o podcast ReelBlend, o actor confessou que não compreende porque motivo o filme, lançado em 2002, raramente é lembrado quando se fala dos grandes dramas criminais do cinema moderno. A observação não é descabida: apesar do elenco de luxo, da realização de Sam Mendes e da fotografia premiada de Conrad L. Hall, a obra continua a ser um daqueles títulos respeitados, mas pouco mencionados.

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Parte do fascínio de Road to Perdition reside no conjunto invulgar de talentos envolvidos. Hanks sublinhou, com razão, que o filme reúne dois actores que, à data, ainda estavam longe de ser os colossos que se tornariam mais tarde: Jude Law e Daniel Craig. Ambos oferecem interpretações que antecipam o alcance que as suas carreiras viriam a ter — Law no papel de um assassino com uma fisicalidade perturbadora, Craig como o impulsivo herdeiro de uma família criminosa. Hoje são nomes incontornáveis, mas o filme captou-os num momento raro, num ponto charneira das suas trajectórias.

Há ainda um elemento de peso histórico que distingue esta obra: Paul Newman assina aqui a sua última grande interpretação em cinema. O papel de John Rooney, chefe do crime organizado e figura paternal ambígua, valeu-lhe uma nomeação aos Óscares e permanece como um dos desempenhos mais discretamente poderosos da sua carreira. A relação entre a sua personagem e a de Tom Hanks funciona como o eixo emocional do filme, sustentando a narrativa com uma tensão contida e sem artifícios.

A realização de Sam Mendes também merece novo olhar. Depois do sucesso global de American Beauty, Mendes escolheu uma abordagem mais austera e silenciosa, menos dependente de diálogos e mais comprometida com a construção visual. O trabalho com Conrad L. Hall, que venceu o Óscar de Melhor Fotografia de forma póstuma, é central para a atmosfera do filme. A composição de cada plano, o uso da chuva, das sombras e da luz difusa conferem ao filme uma identidade estética que ainda hoje é estudada em escolas de cinema. A célebre sequência do tiroteio, filmada com pouquíssimas palavras, é frequentemente citada como exemplo de como a imagem pode carregar sozinha a carga dramática.

Curiosamente, Road to Perdition nasceu de uma novela gráfica. No início dos anos 2000, adaptações desse género não tinham o prestígio que alcançariam mais tarde, e isso talvez tenha contribuído para que o filme fosse recebido de forma mais discreta. Mas Mendes nunca tratou o material original como um pretexto para estilização. Pelo contrário: optou por uma leitura adulta, sóbria, mais próxima do cinema noir do que das convenções que hoje associamos às produções baseadas em banda desenhada.

A pergunta de Hanks — “Porque é que não falamos deste filme?” — merece reflexão. A verdade é que Road to Perditionestreou num ano particularmente competitivo e mediaticamente saturado, com títulos como Gangs of New YorkMinority Report ou The Two Towers a dominar a conversa. Além disso, é um filme que não procura aplausos fáceis. A sua força está na contenção, na relação entre pai e filho, na violência filmada com frieza documental e no peso moral das escolhas. Não é um thriller ruidoso; é uma tragédia íntima disfarçada de história de gangsters.

Com o passar dos anos, a obra ganhou densidade e reapreciação crítica, mas continua a carecer do reconhecimento mais amplo que merece. Hanks pode muito bem ter reaberto a porta para essa reavaliação. Road to Perdition não é apenas um capítulo importante na carreira de todos os envolvidos; é um filme que envelheceu com elegância e que diz mais ao público actual do que dizia em 2002.

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A verdade é simples: se há clássicos silenciosos que merecem regressar às conversas cinéfilas, este está no topo da lista. E Tom Hanks tem toda a razão em perguntar porque motivo deixámos de falar dele.

Road to Predition pode ser visto ou revisto no Prime Video,

Stranger Things Ruma ao Grande Ecrã: O Último Episódio Vai Chegar ao Cinema — Mas Há Um Detalhe que Vai Deixar os Fãs Portugueses a Roer as Unhas!

A saga que redefiniu a televisão da última década prepara a sua despedida… em grande. Literalmente. A Netflix confirmou que o episódio final de Stranger Things — aquele que vai fechar cinco temporadas de monstros, sintetizadores, bicicletas, amizades épicas e trauma interdimensional — terá 125 minutos e estreará também em salas de cinema. Hollywood style.

Mas calma: antes que vás a correr comprar bilhetes, há um senão — ou melhor, dois.

🎬 Um final tão grande que já não cabe só na televisão

Com 2h05, o capítulo final é oficialmente o mais longo de toda a série. A Netflix descreve-o como o clímax absoluto da batalha contra o Upside Down, onde todas as linhas narrativas que acompanhamos desde 2016 convergem para um desfecho digno da escala que os irmãos Duffer foram construindo temporada após temporada.

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A plataforma prepara um lançamento mundial em streaming, mas, pela primeira vez na história da série, o episódio será exibido também em mais de 500 salas de cinema.

Localização? Exclusivamente Estados Unidos e Canadá.

Ou seja: Portugal e Brasil ficam — para já — de fora desta celebração cinematográfica. Ainda assim, é possível que alguns distribuidores independentes tentem organizar sessões especiais, tal como aconteceu com fenómenos anteriores, mas até ao momento nada foi anunciado.

📅 O calendário que está a deixar os fãs em modo “Demogorgon interior”

A Netflix sabe jogar com a expectativa — e esta última temporada mostra isso até ao limite.

  • Quatro primeiros episódios: já disponíveis desde 27 de novembro.
  • Episódios 5, 6 e 7: chegam a 26 de dezembro, num pós-Natal que promete zero paz de espírito.
  • Episódio final (125 min): estreia a 1 de janeiro de 2026, para começar o ano com lágrimas, nostalgia e potencialmente terapia.

É um calendário pensado para prolongar o suspense e alimentar a conversa global. E está a resultar.

📈 

Stranger Things quebra recordes… outra vez

A quinta temporada não só deixou a Netflix em pausa técnica — como já é tradição — como alcançou a melhor semana de estreia da história da plataforma para uma série em inglês, somando 59,6 milhões de visualizações logo nos primeiros dias.

Ainda mais impressionante: todas as temporadas entraram simultaneamente no top 10 semanal, feito inédito no serviço de streaming.

É o culminar de quase uma década de fascínio colectivo por Hawkins, Eleven, Vecna, waffles e as cicatrizes emocionais deixadas por monstros paranormais.

🎟️ Cinema: reconhecimento ou estratégia?

Exibir o episódio final nos cinemas norte-americanos não é apenas um mimo para fãs hardcore — é um reconhecimento de que Stranger Things ultrapassou há muito o estatuto de “apenas uma série”. Arrastou multidões, redefiniu tendências culturais, relançou canções nos tops mundiais (Running Up That Hill que o diga), e provou que nostalgia bem conduzida é um dos motores mais poderosos da ficção contemporânea.

É, acima de tudo, um gesto simbólico: um final épico merece um ecrã épico.

E nós? Em Portugal e no Brasil, vamos ter de nos contentar (por agora) com o streaming — mas isso não impede que este se torne um dos eventos televisivos do ano.

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Preparem-se: o Upside Down vai fechar as portas… mas não sem antes tentar levá-nos com ele.

Troll 2 Arrasa no Top Global da Netflix — E Já Chegou para Nós

Se procuras fugir às luzes natalícias e preferes monstros nórdicos em vez de pinheiros e renas, este fim-de-semana pode ser ideal: Troll 2 — a sequela do sucesso monster norueguês de 2022 — está oficialmente disponível na Netflix. A continuação foi lançada globalmente a 1 de dezembro de 2025.  

⚔️ O regresso do trol ha regressado — agora maior, mais brutal

Três anos depois de o primeiro filme se tornar o mais visto não-inglês da história da plataforma, Troll 2 promete intensificar tudo aquilo que funcionou: monstros gigantes, caos natural, drama humano e, desta vez, escala Kaiju — com múltiplos trolls e destruição em larga escala.  

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A história repete a premissa original: um novo troll desperta, mais perigoso, e inicia uma onda de destruição pela Noruega. A equipa de heróis — Nora, Andreas e o Capitão Kris — terá de enfrentar o caos, recorrendo ao passado, às lendas e à ciência para salvar o país.  

No entanto, a nova versão não tem medo de se afastar de uma lógica demasiado rígida. A narrativa privilegia o espectáculo, os sustos, os efeitos visuais e as batalhas épicas — ideal para quem procura puro entretenimento cinematográfico, sem grandes exigências literárias.  

📈 Da falha do primeiro filme para o topo da Netflix

Apesar de algumas críticas que apontam falhas no enredo — nomeadamente soluções fáceis para mistérios profundos e certas quedas de tensão dramática — Troll 2 fez o que muitos sequels sonham: subiu directamente ao topo do top global da Netflix nos primeiros dias.  

O realizador Roar Uthaug explicou numa recente entrevista que a ideia foi fazer o troll “sentir-se diferente”: mais ameaçador, mais selvagem, mais monumentais. E o público parece ter respondido — talvez em busca de adrenalina, talvez de escapismo puro.  

🎬 Vale a pena? Depende do que procuras no cinema

Se aceitares que o filme não segue as regras do realismo, que o argumento serve sobretudo de veículo para monstros e destruição, Troll 2 pode ser uma excelente pedida para este fim-de-semana. É perfeito para ver com os amigos: ação, sustos, efeitos visuais, lendas e caos.

Para quem gosta de nuances, lógica certeira e construção dramática sólida, a experiência será mais irregular — mas a adrenalina compensa. O filme não pretende reinventar o horror ou o monster movie, mas sim reivindicar o espaço de entretenimento puro que o género oferece.

✅ Troll 2 é mais um dos grandes eventos de streaming de 2025

Troll 2 não veio apenas como sequela — mas como objecto de desejo para fãs de monstro, de mitologia, de caos cinematográfico. Com a sua chegada à Netflix já confirmada, e com o impacto global nos tops, a sequela reforça que há público — e muito — para filmes assim.

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Se neste fim-de-semana quiseres fugir ao previsível, ao sentimental natalício ou à comédia leve, fecha as cortinas, prepara pipocas e deixa que o troll faça o resto.

“Spartacus: Casa de Ashur” — Roma Veste-se de Sangue e Ambição no Regresso da Saga ao TVCine

A arena volta a abrir-se e, desta vez, o olhar não está posto no herói que desafiou um império, mas no sobrevivente que aprendeu a prosperar nas sombras. Spartacus: Casa de Ashur T1 estreia dia 10 de dezembro, às 22h10, no TVCine Edition e TVCine+, trazendo de volta o universo brutal, político e sedutor que marcou uma das séries mais influentes da última década.

Este novo capítulo parte de uma premissa ousada: e se Ashur tivesse sobrevivido aos eventos da série original? E mais — e se o escravo que um dia rastejou por migalhas fosse agora senhor de um ludus, dono do mesmo espaço que o prendeu, humilhou e moldou? É a partir desta inversão que a série constrói a sua narrativa, mergulhando numa Roma onde a ascensão é tão improvável quanto perigosa, e onde cada gesto pode significar glória… ou morte.

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Ashur no topo? A ascensão mais inesperada de Roma

Ashur sempre foi uma das figuras mais complexas e ambíguas do universo Spartacus: manipulador, sobrevivente nato, inteligente o suficiente para perceber que a força bruta raramente supera a astúcia.

Agora, livre da escravidão e recompensado pelos romanos, ele recebe um prêmio envenenado: o controlo da escola de gladiadores que um dia o escravizou. Entre dívidas emocionais, fantasmas do passado e um poder recém-conquistado, Ashur tenta provar que também ele pode comandar um império — mesmo que seja um império de arena.

Ao seu lado surge uma gladiadora feroz, uma combatente que desafia o lugar da mulher no violento entretenimento romano e que, através da sua presença, agita os alicerces sociais de uma cultura construída sobre hierarquia e sangue. A relação tensa e magnética entre ambos acrescenta um novo pulso emocional à série, colocando paixão, rivalidade e lealdade em jogo.

Um novo espetáculo para um império sedento de sangue

Ashur não quer apenas sobreviver — quer redefinir o que um ludus pode ser. Através de um novo tipo de espetáculo, mais ousado e sensorial, desafia tradições antigas e afronta directamente as elites romanas, sempre desconfiadas de quem sobe rápido demais.

Esse atrevimento tem consequências: conspirações políticas, alianças frágeis e inimigos poderosos começam a formar-se à sua volta, preparando um tabuleiro onde cada jogada pode custar-lhe tudo aquilo que conquistou.

O tom é de tensão constante, misturando o ADN de Spartacus — violência coreografada, sensualidade, intriga e ambição — com um olhar renovado sobre o poder e os seus custos.

O regresso de um universo brutal — com o selo de Steven S. DeKnight

Com produção executiva de Steven S. DeKnight, criador do franchise original, Casa de Ashur mantém a estética crua e estilizada que tornou a série um fenómeno. A realização fica a cargo de Rick Jacobson e Robyn Grace, que abraçam o desafio de expandir um mundo já profundamente amado e exigente em termos de tom e atmosfera.

O elenco inclui o regressado Nick E. Tarabay como Ashur, acompanhado por Graham McTavishTenika DavisJamaica Vaughan e Ivana Baquero, numa mistura entre rostos familiares e novos gladiadores prontos para entrar em combate.

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Uma estreia imperdível — e uma viagem de regresso às origens

O primeiro episódio de Spartacus: Casa de Ashur T1 chega ao TVCine no dia 10 de dezembro, com novos capítulos todas as quartas-feiras. Para quem quiser redescobrir a saga que marcou uma geração, as séries anteriores de Spartacusestão também disponíveis nos canais TVCine—uma oportunidade perfeita para revisitar batalhas lendárias e personagens que deixaram cicatrizes profundas na história da televisão.

Daniel Stern, o Lendário Marv de Sozinho em Casa, Quebrou o Silêncio — e Explicou Por que Abandonou Hollywood

Trinta e cinco anos depois do lançamento de Home Alone (Sozinho em Casa), um dos filmes mais queridos do cinema natalício, Daniel Stern — o inesquecível Marv, parceiro de crime de Harry (Joe Pesci) — decidiu falar abertamente sobre a sua vida longe das câmaras. E, à semelhança da própria comédia, a realidade é surpreendentemente simples, humana e até comovente.

Aos 68 anos, Stern vive numa quinta na Califórnia. É produtor de citrinos, criador de gado e, segundo ele próprio, alguém que encontrou paz longe da azáfama cinematográfica. Quando questionado pela People sobre o facto de não participar nos eventos oficiais que assinalam os 35 anos do filme, o actor foi directo: “Eu não saio da minha quinta.” Não há ressentimentos, nem desencanto com a indústria — apenas a preferência genuína por uma vida discreta. “É sem ofensa para o filme. Estou disponível para uma chamada telefónica, Zoom, o que for. Mas sou mesmo caseiro.”

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Apesar da distância, Stern garante que continua profundamente orgulhoso de ter participado naquele que muitos consideram o pináculo dos filmes de Natal. O carinho do público, no entanto, ainda o deixa atordoado. “Adoro saber que toda a gente o adora. Pessoas reais vêm ter comigo e dizem: ‘Amamos o filme’. Às vezes é um pouco avassalador.”

O actor recorda com clareza o impacto da primeira leitura do argumento. Escrito por John Hughes, o texto era para ele “o guião mais engraçado” que alguma vez tinha lido. “Estava a rebolar no chão a rir enquanto o lia”, confessa. Mas Stern sublinha que o charme de Home Alone não estava apenas no humor físico ou nas peripécias de Kevin McCallister (Macaulay Culkin). Era o equilíbrio raro entre comédia e emoção. “Era tão engraçado, mas também tão cheio de coração… o reencontro, o vizinho que salva o rapaz, a mãe que volta para casa… era tudo tão emocional.”

Ao longo de uma hora de caos muito bem coreografado, Stern e Pesci tornaram-se uma dupla icónica — dois ladrões incompetentes cuja química, exagero e timing cómico continuam a fazer rir gerações inteiras. Mas o actor admite que, apesar de saberem que estavam a fazer algo especial, ninguém poderia prever a longevidade do fenómeno. “Eu tinha esperança de que estivéssemos a fazer um grande filme. Mas não fazia ideia — ninguém podia — da vida que isto teria.”

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Hoje, longe dos holofotes, Daniel Stern continua a ser Marv para o mundo inteiro, mesmo que prefira a tranquilidade de tratar das suas árvores e do seu gado. Talvez haja nisso um eco da própria magia de Natal: às vezes, os heróis improváveis encontram o seu final feliz onde menos se espera.

Os Destaques da Prime Video para Dezembro: Um Mês Cheio de Séries Explosivas, Cinema de Autor e Muito Espírito Festivo

Dezembro chega à Prime Video com um alinhamento que parece pensado para agradar tanto a fãs de séries de grande escala, como a amantes de cinema, thrillers psicológicos, adaptações literárias e até novelas portuguesas reinventadas. É um mês cheio, variado e estrategicamente posicionado para fechar 2025 com força — e abrir o novo ano com discussões quentes nas redes sociais.

A plataforma confirmou oficialmente todas as estreias do mês, e há três títulos que se destacam antes de qualquer lista: o regresso de Fallout para a sua segunda temporada, a chegada de Human Specimens, adaptação do perturbador romance de Kanae Minato, e a estreia de Depois da Caçada, o novo thriller psicológico realizado por Luca Guadagnino com Julia RobertsAndrew Garfield e Ayo Edebiri no centro de um escândalo académico envolto em moralidade fracturada.

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Mas isto é apenas o início. O catálogo de dezembro traz estreias semanais, filmes para compra e uma variedade de géneros capaz de manter o streaming aceso até à passagem de ano.

O que já chegou à plataforma: drama nacional e thriller de autor

Entre os títulos já disponíveis encontra-se Ninguém Como Tu, um remake português que ousa transformar uma novela de enorme sucesso numa série com ambição contemporânea, centrada em temas de desejo, poder e finitude. A história de Luísa Albuquerque — uma mulher confrontada com a própria mortalidade e obrigada a repensar tudo aquilo que acreditava controlar — apresenta um tom mais psicológico do que melodramático, abrindo caminho para novas leituras emocionais.

Outro destaque imediato é Depois da Caçada, uma das longas mais antecipadas da temporada. Guadagnino regressa ao formato thriller, explorando a queda de máscaras numa academia universitária onde segredos pessoais e ambições silenciosas se entrelaçam numa narrativa de tensões crescentes. É um filme que promete dividir público, levantar discussões éticas e acrescentar mais um capítulo à filmografia inquietante do realizador.

As estreias que chegam ao longo do mês

A partir de 1 de dezembro, o catálogo começa a ganhar ritmo com o documentário The Merchants of Joy, um retrato caloroso das famílias que sustentam a tradição natalícia das árvores de Natal em Nova Iorque. Tradição, sobrevivência e relações intergeracionais misturam-se num objecto de cinema que une quotidianos modestos ao espírito festivo.

Logo a seguir, chegam duas propostas para compra que prometem mobilizar públicos diferentes: TRON: Ares, que expande o universo digital para o mundo real com um novo protagonista enviado numa missão de risco, e Downton Abbey: O Grande Final, que encerra de vez a saga da aristocrática família Crawley na década de 1930.

No campo da ficção familiar, há espaço para comédias natalícias leves como Oh. What. Fun., com Michelle Pfeiffer, uma aventura sazonal que brinca com o caos das famílias numerosas, e Merv, que devolve ao Natal uma história de reconciliação através de um cão deprimido com a separação dos donos — delicado, simples e emocional.

Dezembro recebe também uma dose de drama sentimental com Diz-me Baixinho, onde relações antigas, primeiros amores e dilemas familiares regressam em força depois de anos de separação.

O mês dos regressos: Fallout e Human Specimens

O maior acontecimento televisivo do mês é, sem dúvida, a chegada de Fallout – Temporada 2, a 17 de dezembro. Depois do estrondo da primeira temporada, esta nova entrada leva os personagens ao deserto de Mojave e à mítica New Vegas, prometendo mais brutalidade radioactiva, humor negro e crítica social mascarada de ficção pós-apocalíptica.

No dia seguinte, estreia Human Specimens, a aguardada adaptação do romance Confessions de Kanae Minato. A série mergulha na confissão tenebrosa de um professor que admite ter usado seis rapazes — incluindo o próprio filho — em experiências macabras. Trata-se de um thriller psicológico denso, moralmente incômodo e emocionalmente devastador, daqueles que promete conversas intensas no final de cada episódio.

O fecho do mês: assassinatos, conspirações religiosas e vingança sobrenatural

A partir de 22 de dezembro, o tom da Prime Video fica mais sombrio. Miss Sophie – Same Procedure As Every Yearmistura romance proibido com investigação criminal num ambiente aristocrático do início do século XX. O filme Conclave, por sua vez, expõe as tensões internas da Igreja ao seguir um cardeal envolvido numa teia de poder durante a eleição de um novo Papa.

E o último dia do ano apresenta um trio particularmente forte: a estreia da clássica série Arrow, o filme de acção A Casa da Armadilha, e uma das estreias mais esperadas de dezembro: a nova versão de O Corvo, centrada no renascimento vingativo de Eric Draven e Shelly Webster. A lenda da banda desenhada ganha vida novamente — sombria, violenta e carregada de misticismo.

Filmes adicionais para compra

Alguns lançamentos do mês também estarão disponíveis exclusivamente para compra: Goat, sobre rivalidade desportiva e construção de legado; Sempre Tu, centrado na relação fracturada entre mãe e filha após uma tragédia; e A Casa Mágica da Gabby: O Filme, uma aventura para os mais novos cheia de cor, fantasia e espírito natalício.

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Dezembro na Prime Video é um mês para todos os gostos

De thrillers negros a aventuras pós-apocalípticas, passando por dramas familiares, documentários de época festiva, comédias natalícias e séries de culto, a Prime Video entra no mês com uma aposta notavelmente abrangente. A diversidade do catálogo — e a força dos títulos principais — faz de dezembro um dos melhores meses da plataforma em 2025.

Se o streaming é também uma forma de fechar o ano em alta, então a Prime Video assegura que ninguém fica sem algo para ver — seja para rir, chorar, arrepiar ou simplesmente desligar do mundo.

“Back to Black”: A Vida, a Dor e o Génio de Amy Winehouse Chegam ao TVCine

Há artistas cuja voz não pertence apenas ao seu tempo — pertence ao mundo. Amy Winehouse foi uma dessas figuras irrepetíveis, dona de uma expressão musical que misturava vulnerabilidade, irreverência e uma intensidade emocional impossível de imitar. Agora, a sua história volta a ganhar vida no biopic Back to Black, que o TVCine Top estreia a 7 de dezembro, às 21h15, numa sessão que promete emocionar fãs e curiosos.

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Realizado por Sam Taylor-Johnson, o filme traça a viagem completa da artista: dos primeiros anos em Camden, onde o talento desabrochava ao ritmo dos bares e das ruas londrinas, à tempestade global provocada pelo álbum que lhe deu nome e que moldou uma geração inteira. Back to Black não se limita a revisitar canções — reconstrói o percurso humano por detrás da lenda, expondo a ascensão meteórica, o brilho raro e as sombras profundas que acompanharam Amy Winehouse ao longo da vida.

O nascimento de uma estrela — e de uma ferida aberta

O filme segue Amy nos tempos em que era apenas uma jovem com uma voz inconfundível e uma determinação feroz. Em Londres, é retratada a ambição crua, o humor, o talento natural e aquela melancolia que, mesmo antes da fama, parecia já morar dentro dela. O lançamento de Back to Black transforma-a numa superestrela mundial e rende-lhe cinco Grammys, mas também marca o início de uma pressão que ninguém — muito menos alguém tão sensível — consegue suportar sem consequências.

A narrativa não foge aos episódios trágicos da sua vida: dependências, instabilidade emocional, exposição mediática feroz e a relação turbulenta com Blake Fielder-Civil. O filme retrata o contraste entre uma artista de génio e uma mulher profundamente vulnerável, esmagada por forças muito maiores do que ela.

Marisa Abela dá corpo e alma a Amy

No papel de Winehouse está Marisa Abela, cuja transformação física e emocional impressionou crítica e público, culminando numa nomeação para o BAFTA Rising Star Award. A actriz não tenta imitar Amy; tenta compreendê-la. E é essa abordagem — íntima, ferida, confessional — que dá força ao filme. A sua performance não reencena apenas uma carreira; tenta chegar ao coração de alguém cuja vida foi tragicamente curta, mas artisticamente fulgurante.

Uma homenagem moldada pela música

A banda sonora, assinada por Nick Cave e Warren Ellis, acrescenta profundidade emocional à história. O trabalho dos dois músicos, habituados a compor para narrativas sombrias e íntimas, encaixa na perfeição com o universo Winehouse. É música que amplifica feridas e memórias, que ressoa como cicatriz, que honra o legado sem o suavizar.

Uma história que continua a doer — e a encantar

Amy Winehouse morreu em 2011, aos 27 anos, deixando para trás um legado esmagador e uma ausência que continua a ser sentida. Back to Black assume plenamente essa dualidade: é uma celebração da sua arte e um luto pela sua perda. É um filme que procura compreender, mais do que justificar; recordar, mais do que reescrever.

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Para quem amou Amy, para quem apenas a descobriu depois, para quem reconhece no cinema um lugar onde vidas reais podem ser revisitadas com emoção e respeito, Back to Black é uma estreia obrigatória.

A não perder: domingo, 7 de dezembro, às 21h15, no TVCine Top e TVCine+.