Ariana Grande Quer Muito Ficar de Fora da “Narrativa 6-7” — E Adam Sandler Não Tem Culpa Nenhuma

Ariana Grande está em plena campanha de promoção para Wicked: For Good, mas acabou, involuntariamente, no centro de um meme que nem sabia que existia. A cantora e actriz sentou-se recentemente com Adam Sandler para uma nova edição do Actors on Actors, da Variety/CNN — uma conversa descontraída, calorosa e cheia de admiração mútua. Mas bastou uma expressão ligeiramente franzida de Grande para incendiar a internet.

A origem do episódio é quase absurda. Durante a conversa, Sandler comentou que Grande tinha filmado “seis ou sete” cenas emocionais consecutivas no set de Wicked: For Good. Uma frase totalmente inocente. Porém, no exacto momento em que as palavras “six or seven” saíram da boca de Sandler, Ariana fez um micro-franzir de sobrancelha, quase imperceptível, mas suficiente para que o público mais online entrasse em alvoroço. Era, para muitos, a prova de que Ariana Grande estava — mais uma vez — a reagir ao famigerado meme “6-7”.

Para os espectadores que não vivem mergulhados na cultura de internet, o fenómeno precisa de explicação. “6-7” tornou-se um meme universal entre adolescentes e jovens adultos depois de o rapper de Filadélfia, Skrilla, usar os números no refrão do seu tema viral “Doot Doot (6 7)”. O significado? Depende de quem se pergunta. O artista já disse que os números “representam o seu cérebro”. Outros vêem ali referências a ruas, códigos policiais ou simplesmente nonsense puro. A verdade é que os miúdos não querem saber: “6-7” tornou-se uma espécie de piada automática. Se alguém diz as palavras “seis” e “sete” juntas, o meme ganha vida.

Ariana, que costuma estar bem sintonizada com os fenómenos virais, tornou-se alvo desta narrativa há semanas, quando fãs alegaram que já tinha reagido a um “6-7” num momento anterior da tour promocional. Daí que o simples comentário de Sandler tenha sido interpretado como o gatilho perfeito. O clipe do franzir de sobrancelha espalhou-se rapidamente pelas redes sociais.

Só que Ariana Grande insiste que não percebe nada disto. Numa caixa de comentários do Instagram, foi directa ao assunto: “i don’t know what this means !”, escreveu, exasperada. Explicou que a expressão no rosto era apenas reacção às palavras de Sandler sobre o número de cenas dramáticas que teve de gravar de seguida. E depois deixou escapar um inocente pânico digital: “i’m scared what is 67.

Poucos minutos depois, publicou um segundo comentário ainda mais clarificador — e divertido: “actually i don’t want to know please i love you all enjoy”. Ou seja, Ariana Grande está oficialmente fora da narrativa. Ou, como diria Taylor Swift, “I would very much like to be excluded from this story.”

Ainda assim, o momento tornou-se mais um capítulo delicioso na crónica moderna da cultura pop, onde qualquer sobrancelha levantada pode alimentar memes globais. E tudo isto enquanto Grande e Sandler falavam calmamente sobre os seus novos trabalhos — ele com Jay Kelly, ela com o musical que promete redefinir o universo de Wicked.

Ironia máxima: Adam Sandler, lenda da comédia, não demonstrou o mais pequeno sinal de saber que o meme existia. Ariana, que teoricamente estaria mais por dentro, também não. Mas a internet, sempre vigilante, viu mais do que estava lá.

No fim, fica um daqueles episódios que são puro oxigénio para os fãs de cultura digital e um lembrete de que, na era dos vídeos curtos e reacções instantâneas, ninguém está imune a tornar-se meme — nem mesmo quando só está a falar de cenas emocionais. E Ariana Grande, pelo menos desta vez, prefere manter-se bem longe disso.

Globos de Ouro 2026: “One Battle After Another” e “The White Lotus” lideram nomeações da nova edição

A temporada de prémios arranca com força e com várias surpresas no cinema e televisão

Os nomeados para os Golden Globes 2026 foram anunciados esta sexta-feira, antecipando uma cerimónia que promete ser uma das mais concorridas dos últimos anos. A grande força desta edição é o filme de acção “One Battle After Another”, protagonizado por Leonardo DiCaprio, que lidera na secção de cinema e se posiciona como um dos títulos mais fortes da temporada.

No universo televisivo, o destaque volta a ir para “The White Lotus”, presença habitual entre os favoritos e novamente a produção mais reconhecida nos Globos, confirmando o domínio continuado da série antológica da HBO.

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As categorias deste ano revelam uma competição diversificada, onde filmes de autor, super-produções internacionais, musicais, animação e projectos independentes disputam espaço em pé de igualdade. Nomes como Leonardo DiCaprio, Timothée Chalamet, Cynthia Erivo, Jessie Buckley, Jennifer Lawrence, Michael B. Jordan, Oscar Isaac e Ariana Grande surgem entre os candidatos mais mediáticos.

Em televisão, a luta promete ser apertada entre títulos aclamados como “Severance”, “Slow Horses”, “The Diplomat”, “The Bear” e “Only Murders in the Building”, além do regresso triunfante de “The White Lotus” com um elenco renovado.

A cerimónia decorre em Janeiro e marca o arranque oficial da temporada de prémios, funcionando como barómetro antecipado para os Óscares — especialmente nas categorias dramáticas e de comédia/musical, onde a diversidade de nomeados é maior do que nunca.

Seguem-se agora todos os nomeados, categoria a categoria.

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📜 Lista completa de nomeados — Golden Globes 2026

(Mantida exactamente como divulgada oficialmente, apenas formatada para leitura clara.)

FILME

Melhor Filme — Drama

  • Alexandre Desplat – Frankenstein
  • Max Richter – Hamnet
  • It Was Just An Accident
  • The Secret Agent
  • Sentimental Value
  • Sinners

Melhor Filme — Musical ou Comédia

  • Blue Moon
  • Bugonia
  • Marty Supreme
  • No Other Choice
  • Nouvelle Vague
  • One Battle After Another

Melhor Filme em Língua Não-Inglesa

  • It Was Just An Accident
  • No Other Choice
  • The Secret Agent
  • Sentimental Value
  • Sirât
  • The Voice of Hind Rajab

Melhor Filme de Animação

  • Arco
  • Demon Slayer: Infinity Castle
  • Elio
  • KPop Demon Hunters
  • Little Amélie or The Character of Rain
  • Zootopia 2

Melhor Actriz — Drama

  • Jessie Buckley – Hamnet
  • Jennifer Lawrence – Die, My Love
  • Renate Reinsve – Sentimental Value
  • Julia Roberts – After the Hunt
  • Tessa Thompson – Hedda
  • Eva Victor – Sorry, Baby

Melhor Actor — Drama

  • Joel Edgerton – Train Dreams
  • Oscar Isaac – Frankenstein
  • Dwayne Johnson – The Smashing Machine
  • Michael B. Jordan – Sinners
  • Wagner Moura – The Secret Agent
  • Jeremy Allen White – Springsteen: Deliver Me From Nowhere

Melhor Actriz — Musical ou Comédia

  • Rose Byrne – If I Had Legs I’d Kick You
  • Cynthia Erivo – Wicked: For Good
  • Kate Hudson – Song Sung Blue
  • Chase Infiniti – One Battle After Another
  • Amanda Seyfried – The Testament of Ann Lee
  • Emma Stone – Bugonia

Melhor Actor — Musical ou Comédia

  • Timothée Chalamet – Marty Supreme
  • George Clooney – Jay Kelly
  • Leonardo DiCaprio – One Battle After Another
  • Ethan Hawke – Blue Moon
  • Lee Byung-Hun – No Other Choice
  • Jesse Plemons – Bugonia

Melhor Actriz Secundária

  • Emily Blunt – The Smashing Machine
  • Elle Fanning – Sentimental Value
  • Ariana Grande – Wicked: For Good
  • Inga Ibsdotter Lilleaas – Sentimental Value
  • Amy Madigan – Weapons
  • Teyana Taylor – One Battle After Another

Melhor Actor Secundário

  • Benicio Del Toro – One Battle After Another
  • Jacob Elordi – Frankenstein
  • Paul Mescal – Hamnet
  • Sean Penn – One Battle After Another
  • Adam Sandler – Jay Kelly
  • Stellan Skarsgård – Sentimental Value

Melhor Realização

  • Paul Thomas Anderson – One Battle After Another
  • Ryan Coogler – Sinners
  • Guillermo del Toro – Frankenstein
  • Jafar Panahi – It Was Just An Accident
  • Joachim Trier – Sentimental Value
  • Chloé Zhao – Hamnet

Melhor Argumento

  • Paul Thomas Anderson – One Battle After Another
  • Ronald Bronstein, Josh Safdie – Marty Supreme
  • Ryan Coogler – Sinners
  • Jafar Panahi – It Was Just An Accident
  • Eskil Vogt, Joachim Trier – Sentimental Value
  • Chloé Zhao, Maggie O’Farrell – Hamnet

Melhor Canção Original

  • Miley Cyrus, Andrew Wyatt, Mark Ronson, Simon Franglen – Avatar: Fire and Ash; Dream As One
  • Joong Gyu Kwak et al. – KPop Demon Hunters; Golden
  • Raphael Saadiq, Ludwig Göransson – Sinners; I Lied To You
  • Stephen Schwartz – Wicked: For Good – No Place Like Home
  • Stephen Schwartz – Wicked: For Good – The Girl in the Bubble
  • Nick Cave, Bryce Dessner – Train Dreams; Train Dreams

Melhor Banda Sonora

  • Alexandre Desplat – Frankenstein
  • Ludwig Göransson – Sinners
  • Jonny Greenwood – One Battle After Another
  • Kanding Ray – Sirât
  • Max Richter – Hamnet
  • Hans Zimmer – F1

Conquista Cinematográfica e de Bilheteira

  • Avatar: Fire and Ash
  • F1
  • KPop Demon Hunters
  • Mission: Impossible – The Final Reckoning
  • Sinners
  • Weapons
  • Wicked: For Good
  • Zootopia 2

TELEVISÃO

Melhor Série — Drama

  • The Diplomat
  • The Pitt
  • Pluribus
  • Severance
  • Slow Horses
  • The White Lotus

Melhor Série — Comédia ou Musical

  • Abbott Elementary
  • The Bear
  • Hacks
  • Nobody Wants This
  • Only Murders in the Building
  • The Studio

Melhor Minissérie

  • Adolescence
  • All Her Fault
  • The Beast in Me
  • Black Mirror
  • Dying for Sex
  • The Girlfriend

Melhor Actriz — Drama

  • Kathy Bates – Matlock
  • Britt Lower – Severance
  • Helen Mirren – Mobland
  • Bella Ramsey – The Last of Us
  • Keri Russell – The Diplomat
  • Rhea Seehorn – Pluribus

Melhor Actor — Drama

  • Sterling K. Brown – Paradise
  • Diego Luna – Andor
  • Gary Oldman – Slow Horses
  • Mark Ruffalo – Task
  • Adam Scott – Severance
  • Noah Wyle – The Pitt

Melhor Actriz — Comédia ou Musical

  • Kristen Bell – Nobody Wants This
  • Ayo Edebiri – The Bear
  • Selena Gomez – Only Murders in the Building
  • Natasha Lyonne – Poker Face
  • Jenna Ortega – Wednesday
  • Jean Smart – Hacks

Melhor Actor — Comédia ou Musical

  • Adam Brody – Nobody Wants This
  • Steve Martin – Only Murders in the Building
  • Glen Powell – Chad Powers
  • Seth Rogen – The Studio
  • Martin Short – Only Murders in the Building
  • Jeremy Allen White – The Bear

Melhor Actriz — Minissérie

  • Claire Danes – The Beast in Me
  • Rashida Jones – Black Mirror
  • Amanda Seyfried – Long Bright River
  • Sarah Snook – All Her Fault
  • Michelle Williams – Dying for Sex
  • Robin Wright – The Girlfriend

Melhor Actor — Minissérie

  • Jacob Elordi – The Narrow Road to the Deep North
  • Paul Giamatti – Black Mirror
  • Stephen Graham – Adolescence
  • Charlie Hunnam – Monster: The Ed Gein Story
  • Jude Law – Black Rabbit
  • Matthew Rhys – The Beast in Me

Melhor Actor Secundário — TV

  • Owen Cooper – Adolescence
  • Billy Crudup – The Morning Show
  • Walton Goggins – The White Lotus
  • Jason Isaacs – The White Lotus
  • Tramell Tillman – Severance
  • Ashley Walters – Adolescence

Melhor Actriz Secundária — TV

  • Carrie Coon – The White Lotus
  • Erin Doherty – Adolescence
  • Hannah Einbinder – Hacks
  • Catherine O’Hara – The Studio
  • Parker Posey – The White Lotus
  • Aimee-Lou Wood – The White Lotus

Melhor Performance de Stand-Up em Televisão

  • Bill Maher – Is Anyone Else Seeing This?
  • Brett Goldstein – The Second Best Night of Your Life
  • Kevin Hart – Acting My Age
  • Kumail Nanjiani – Night Thoughts
  • Ricky Gervais – Mortality
  • Sarah Silverman – PostMortem

PODCAST

Melhor Podcast

  • Armchair Expert with Dax Shepard
  • Call Her Daddy
  • Good Hang with Amy Poehler
  • The Mel Robbins Podcast
  • SmartLess
  • Up First (NPR)

Chris Pratt e o túmulo de São Pedro: o novo documentário que leva Hollywood às profundezas do Vaticano

Um Star-Lord no subsolo da Basílica de São Pedro

Chris Pratt trocou, por uns dias, as galáxias distantes e os blockbusters de acção pelas galerias silenciosas sob a Basílica de São Pedro, no Vaticano. O actor norte-americano está a filmar um documentário sobre a descoberta da Necrópole Vaticana e do túmulo do Apóstolo Pedro, num projecto que junta o Vatican Media, a Fabbrica di San Pietro e a produtora AF Films. A estreia está prevista para 2026, ano em que se assinala o 400.º aniversário da inauguração e dedicação da actual basílica.

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Segundo o Vatican News, as filmagens decorrem na própria Basílica de São Pedro e na Necrópole Vaticana, num acesso raríssimo que transforma Pratt no guia de um itinerário que mistura fé, história e arqueologia. O actor confessou sentir-se “extraordinariamente honrado” por colaborar com o Vaticano neste projecto e por ter a oportunidade de ajudar a levar a história de São Pedro ao grande público.

A direcção do documentário fica a cargo da realizadora espanhola Paula Ortiz, enquanto o argumento é assinado por Andrea Tornielli, com a colaboração de Pietro Zander. O filme deverá ser lançado em 2026, alinhado com a data simbólica de 18 de Novembro de 1626, quando a actual Basílica de São Pedro foi oficialmente inaugurada e consagrada.

Da Galileia ao Vaticano: a rota de Pedro

A história da basílica e a do próprio cristianismo estão intimamente ligadas à figura de Pedro, o pescador da Galileia a quem, segundo a tradição cristã, Jesus confiou a liderança da Igreja. Pedro terá sido martirizado em Roma, na colina vaticana, por volta do ano 64 d.C., e desde os primeiros séculos que o seu local de sepultamento se tornou destino de peregrinação, devoção e culto — ao ponto de muitos cristãos desejarem ser sepultados o mais perto possível do Apóstolo.

O documentário pretende precisamente revisitar, passo a passo, esse percurso, conduzindo o espectador numa viagem no tempo através de imagens exclusivas e de acesso restrito. O ponto central será a identificação do local do túmulo de Pedro na Necrópole Vaticana, uma questão que ocupou arqueólogos, historiadores e papas durante décadas.

Da escavação às relíquias: um enigma de séculos

Foi o Papa Pio XII que, em 1939, ordenou as escavações sob a Basílica de São Pedro, num impulso que mudou para sempre o conhecimento sobre o subsolo do Vaticano. Em 1950, Pio XII anunciava oficialmente a identificação do local de sepultamento do Apóstolo na Necrópole Vaticana, com base nas evidências então encontradas.

As investigações prosseguiram durante as décadas seguintes e, em 1968, o Papa Paulo VI deu um novo passo, revelando ao mundo que os ossos associados a Pedro tinham sido identificados de forma que considerava “convincente”. O pontífice declarou ter “razões para crer” que os poucos, mas sacrossantos, restos mortais do Príncipe dos Apóstolos tinham sido finalmente localizados.

É este caminho — entre fé e ciência, tradição e arqueologia — que o documentário agora em rodagem pretende tornar acessível ao grande público, com Chris Pratt como rosto e narrador desta descoberta contínua.

Chris Pratt como guia de um património invisível

Para além da curiosidade óbvia de ver uma grande estrela de Hollywood a guiar um documentário profundamente enraizado na tradição cristã, há aqui também um gesto claro de aproximação entre linguagens: a do cinema popular e a da comunicação religiosa e histórica.

Pratt, que já manifestou publicamente a sua fé em várias ocasiões, surge aqui numa faceta menos habitual, longe da comédia e da acção, para conduzir o espectador por corredores estreitos, câmaras funerárias e zonas do Vaticano que a maioria dos crentes — e cinéfilos — nunca verá ao vivo.

Visualmente, o projecto promete explorar não só a monumentalidade da Basílica de São Pedro, mas também o lado invisível da cidade-estado: a necrópole que foi preservada, redesenhada e protegida ao longo de séculos para guardar o lugar onde, segundo a tradição, repousa São Pedro.

Um lançamento pensado ao milímetro

O calendário não foi escolhido ao acaso. Lançar o documentário em 2026, exactamente no 400.º aniversário da dedicação da actual basílica, permite ao Vaticano e às entidades envolvidas reforçar a ligação entre o edifício que hoje vemos e a memória do Apóstolo que o funda simbolicamente.

Para o público, o filme deverá funcionar tanto como experiência espiritual e histórica como produto cinematográfico acessível, ajudado pelo carisma de Chris Pratt e pela curiosidade natural em torno de tudo o que se passa por detrás dos muros do Vaticano.

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Seja visto como acto de fé, exercício de divulgação histórica ou estratégia inteligente de comunicação, uma coisa é certa: em 2026, muitos espectadores vão descer, sem sair do sofá, às profundezas da colina vaticana, à procura do lugar onde começou uma das histórias mais influentes da civilização ocidental

Margot Robbie Responde às Críticas a Wuthering Heights: “Eu Percebo. Mas Esperem Para Ver.”

A adaptação de Wuthering Heights por Emerald Fennell ainda nem chegou às salas e já incendiou a internet — primeiro com o elenco, depois com o marketing sensual, e agora com as primeiras declarações de Margot Robbie, que protagoniza o filme ao lado de Jacob Elordi. A escolha de ambos agitou leitores, fãs de Brontë e puristas da literatura… mas Robbie mantém-se firme, confiante e até surpreendentemente compreensiva: “Eu percebo.”

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A atriz reconhece que parte da polémica nasce do simples facto de ninguém ter visto o filme ainda. Catherine Earnshaw, no romance de 1847, é uma jovem morena e adolescente. Robbie tem 35 anos, é loira e, no imaginário de muitos, demasiado distante da versão literária. Fennell deixa claro que a personagem foi envelhecida deliberadamente para o cinema, passando a situar-se no final dos vinte, início dos trinta — uma decisão estética e narrativa que acompanha muitas das liberdades criativas da realizadora.

A controvérsia em torno de Heathcliff, porém, foi ainda maior. Na obra original, ele é descrito como “escuro”, marginal, alguém visto como intruso pelo mundo social que o rodeia. A escolha de Jacob Elordi — um dos atores mais desejados do momento, vindo do sucesso de Saltburn — gerou ondas de indignação. Mas a verdade é que a adaptação nasceu precisamente da visão de Emerald Fennell ao vê-lo em cena: “Oh meu Deus… é o Heathcliff da capa do livro que tenho desde adolescente”.

Margot Robbie vai mais longe: “Ele é o Heathcliff. Confiem. Vão ficar satisfeitos.”

Para a actriz, Elordi não só honra a linhagem de gigantes que desempenharam o papel antes — Laurence Olivier, Richard Burton, Ralph Fiennes, Tom Hardy — como o eleva. Robbie arrisca até a comparação mais ousada da entrevista: “Acredito que ele é o Daniel Day-Lewis da nossa geração.”

No caso de Catherine, Fennell faz uma defesa apaixonada da escolha de Robbie, argumentando que a personagem exige uma força carismática extrema: alguém cruel, fascinante, sedutora e impossível de resistir — mesmo quando se comporta de forma imperdoável. “Cathy é uma estrela”, diz Fennell, explicando que a personagem precisava de alguém com “energia avassaladora”. E acrescenta, sem rodeios, que Robbie surge com aquilo que a realizadora descreve como “big dick energy”, uma presença dominadora que faz a câmara ceder ao seu magnetismo.

Se o elenco provocou polémica, o marketing elevou-a a níveis históricos. A primeira imagem divulgada mostrava um dedo na boca de Robbie, um gesto erótico que gerou debates, comentários e receios de que a adaptação fosse apenas um pastiche provocador. Mas, segundo a actriz, essa expectativa não corresponde exactamente ao que o público vai encontrar. “É um filme provocador, sim, mas acima de tudo é um romance épico. Um romance daqueles que já não se fazem.”Robbie invoca The Notebook e The English Patient como comparações possíveis: histórias maiores do que a vida, que arrancam reacções físicas ao espectador. É isso que ela acredita ser a verdadeira assinatura de Emerald Fennell — provocar visceralmente, seja com desejo, desconforto ou arrebatamento emocional.

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A nova visão de Wuthering Heights estreia já a 13 de Fevereiro, numa versão que promete dividir, desafiar e, acima de tudo, reimaginar um dos romances mais intensos da literatura. Entre polémicas e antecipação, uma coisa é certa: Emerald Fennell e Margot Robbie não vieram para replicar o clássico — vieram para incendiá-lo de novo.

Troll 2 Arrasa no Top Global da Netflix — E Já Chegou para Nós

Se procuras fugir às luzes natalícias e preferes monstros nórdicos em vez de pinheiros e renas, este fim-de-semana pode ser ideal: Troll 2 — a sequela do sucesso monster norueguês de 2022 — está oficialmente disponível na Netflix. A continuação foi lançada globalmente a 1 de dezembro de 2025.  

⚔️ O regresso do trol ha regressado — agora maior, mais brutal

Três anos depois de o primeiro filme se tornar o mais visto não-inglês da história da plataforma, Troll 2 promete intensificar tudo aquilo que funcionou: monstros gigantes, caos natural, drama humano e, desta vez, escala Kaiju — com múltiplos trolls e destruição em larga escala.  

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A história repete a premissa original: um novo troll desperta, mais perigoso, e inicia uma onda de destruição pela Noruega. A equipa de heróis — Nora, Andreas e o Capitão Kris — terá de enfrentar o caos, recorrendo ao passado, às lendas e à ciência para salvar o país.  

No entanto, a nova versão não tem medo de se afastar de uma lógica demasiado rígida. A narrativa privilegia o espectáculo, os sustos, os efeitos visuais e as batalhas épicas — ideal para quem procura puro entretenimento cinematográfico, sem grandes exigências literárias.  

📈 Da falha do primeiro filme para o topo da Netflix

Apesar de algumas críticas que apontam falhas no enredo — nomeadamente soluções fáceis para mistérios profundos e certas quedas de tensão dramática — Troll 2 fez o que muitos sequels sonham: subiu directamente ao topo do top global da Netflix nos primeiros dias.  

O realizador Roar Uthaug explicou numa recente entrevista que a ideia foi fazer o troll “sentir-se diferente”: mais ameaçador, mais selvagem, mais monumentais. E o público parece ter respondido — talvez em busca de adrenalina, talvez de escapismo puro.  

🎬 Vale a pena? Depende do que procuras no cinema

Se aceitares que o filme não segue as regras do realismo, que o argumento serve sobretudo de veículo para monstros e destruição, Troll 2 pode ser uma excelente pedida para este fim-de-semana. É perfeito para ver com os amigos: ação, sustos, efeitos visuais, lendas e caos.

Para quem gosta de nuances, lógica certeira e construção dramática sólida, a experiência será mais irregular — mas a adrenalina compensa. O filme não pretende reinventar o horror ou o monster movie, mas sim reivindicar o espaço de entretenimento puro que o género oferece.

✅ Troll 2 é mais um dos grandes eventos de streaming de 2025

Troll 2 não veio apenas como sequela — mas como objecto de desejo para fãs de monstro, de mitologia, de caos cinematográfico. Com a sua chegada à Netflix já confirmada, e com o impacto global nos tops, a sequela reforça que há público — e muito — para filmes assim.

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Se neste fim-de-semana quiseres fugir ao previsível, ao sentimental natalício ou à comédia leve, fecha as cortinas, prepara pipocas e deixa que o troll faça o resto.

O Regresso da Comédia Paródia com Fackham Hall: A Satira a “Downton Abbey” Está Marcada — Mas Portugal e Brasil Ainda Esperam a Data

Em pleno dezembro de 2025, o cinema parece querer recuperar um dos géneros mais injustiçados da Hollywood recente — a comédia paródia. Depois da reacção positiva ao reboot de The Naked Gun, chega agora Fackham Hall, uma sátira britânica que transforma palácios e aristocracia em palco de escândalo, romance e humor absurdo. O filme está marcado para estrear nos Estados Unidos em 5 de dezembro, mas — atenção — ainda não há confirmação oficial de data para os mercados de Portugal ou Brasil.  

🎭 Por que Fackham Hall pode marcar o regresso das comédias de paródia

Fackham Hall junta o espírito de clássicos da comédia de paródia — pense em Airplane! ou Monty Python — com o luxo e a pompa dos dramas de época como Downton Abbey e Gosford Park. A premissa mistura uma trama de casamento aristocrático, segredos de família, romance proibido e até um assassinato misterioso — tudo isso transformado numa máquina de piadas, trocadilhos e humor irreverente.  

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O elenco não podia ser mais apetecível: nomes como Tom Felton (sim — o Draco Malfoy de Harry Potter), Damian Lewis, Thomasin McKenzie, Katherine Waterston, Ben Radcliffe e outros trazem credibilidade, charme e, sobretudo, compromisso com o exagero e o absurdo da sátira.  

O trailer já quebrou recordes de visualizações da distribuidora norte-americana, o que sugere que há uma fome real por comédia fora do molde dos blockbusters tradicionais — humor rápido, irreverente, descaradamente exagerado, e sobretudo auto-consciente da própria cultura cinematográfica.  

🎬 Ok, mas e Portugal e Brasil?

Apesar do entusiasmo global, a versão para o público lusófono ainda está envolta em nevoeiro. Fontes de programação portuguesas referem o dia 5 de dezembro como data prevista, mas não confirmam salas ou distribuidora, e sites especializados alertam que não há data oficial para Portugal ou Brasil.  

Isto significa duas coisas:

  • A estreia por cá pode atrasar face aos EUA — portanto, se planeias ir ao cinema, convém verificar os catálogos locais.
  • A expectativa está aberta: se o filme tiver boa recepção, poderá transformar-se num fenómeno de culto — algo que as comédias de paródia raramente conseguem nos últimos anos.

✅ Vale a pena manter os olhos postos em Fackham Hall

Se és fã de humor absurdo, sátira social e aquele riso que vem da ironia, Fackham Hall promete entrar directo para a lista dos filmes mais divertidos do fim de ano. A sua fusão de pompa aristocrática com ridículo intencional pode ser exatamente aquilo de que o cinema precisa para reacender o amor por comédias inteligentes e irreverentes — com sangue real ou de aristocratas, mas sempre com gargalhadas garantidas.

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Para já, a data segura continua a ser 5 de dezembro — nos EUA. Para Portugal e Brasil, resta aguardar confirmação. Mas um conselho: fica de olho nas programações dos cinemas — e prepara o riso.

Gwyneth Paltrow Assume a “Reputação Gelada” — e Revela Porque a Imagem Pública Dói Mais do que Parece

Gwyneth Paltrow sempre foi um enigma para o público: ao mesmo tempo elegante e distante, admirada e alvo de críticas intensas, actriz vencedora de Óscar e empresária que polariza como poucas. Agora, numa entrevista profunda ao The Hollywood Reporter, a fundadora da Goop abriu um raro espaço de vulnerabilidade — e admitiu algo que muitos há décadas insinuam: a sua reputação “gelada” não é totalmente descabida.

Paltrow, que integra o elenco de Marty Supreme, novo filme de Josh Safdie protagonizado por Timothée Chalamet, reconhece que muito do que as pessoas projectam nela nasce das suas origens. Criada no Upper East Side, filha da actriz Blythe Danner e do realizador Bruce Paltrow, afilhada de Steven Spielberg, a actriz descreve-se como alguém com “raízes WASP, Mayflower, filiação na Daughters of the American Revolution” — um pedigree cultural que, segundo ela, não só moldou quem é, como alimentou críticas de elitismo desde o início da carreira.

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A actriz confessa que essas percepções, por vezes distorcidas, tiveram um peso inesperado na sua vida adulta. “É traumático estar à mercê das projecções dos outros quando não têm nada a ver com quem realmente és”, diz Paltrow. Como personalidade “Enneagram 1”, com tendência para a auto-exigência, a actriz sempre sentiu necessidade de corrigir o que considera mal-entendidos injustos — até perceber que isso era uma batalha perdida.

Hoje, trabalha esse desconforto em terapia. O conceito central tem um nome curioso: “evil shadow”, uma parte sombria da psique onde vive a raiva reprimida. Para Paltrow, aprender a aceder a esse espaço é uma forma de libertação. “Quando entro nessa energia, deixo de me preocupar com as percepções erradas. Há liberdade nisso”, afirma. A actriz tenta agora trocar a reacção automática de defesa por uma atitude mais crua e honesta: “Não me interessa.”

A sua reputação, claro, não caiu do céu. Biografias e perfis têm descrito Paltrow como uma figura “fria”, “distante” e até comparável a Anna Wintour pela postura austera. A autora Amy Odell, que entrevistou mais de 200 pessoas para a biografia Gwyneth, afirma que o público que a vê nos talk shows não imagina a versão mais incisiva, crítica e selectiva que muitos dizem ter conhecido nos bastidores. Mas Odell também sublinha o que a torna tão fascinante: a rara combinação entre talento, controlo, presença pública e uma herança emocional complexa herdada dos pais.

Paltrow reconhece que a viragem na opinião pública aconteceu em 2008, quando lançou a primeira newsletter da Goop. Num pré-Instagram, pré-Substack, pré-tudo, a actriz foi rapidamente acusada de pretensão por algo tão simples quanto partilhar conselhos de bem-estar. “As pessoas pensaram: ‘O que é que ela está a fazer? Isto é estranho’. E isso destabilizou a caixa onde sempre me quiseram colocar”, recorda.

Apesar do barulho, a actriz diz ter chegado finalmente à fase de “ignorar o ruído” — algo que tenta transmitir aos filhos, Apple e Moses, e aos enteados do marido Brad Falchuk. “Passei anos a tentar agradar. Não quero isso para eles. Quero que sejam plenamente eles próprios e que não queiram saber do que os outros pensam.”

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A imagem pública de Gwyneth Paltrow pode continuar marcada pela ideia de frieza — mas, ironicamente, é difícil imaginar uma entrevista mais calorosa, honesta e emocional do que esta. Por trás do mito da estrela “inalcançável”, talvez sempre tenha estado alguém apenas a tentar respirar à sua maneira.

Scarlett Johansson em Conversações para The Batman Part II: A Estrela Pode Estar Prestes a Entrar no Universo de Matt Reeves

A carreira de Scarlett Johansson atravessa um dos momentos mais impressionantes das últimas décadas — e isso é dizer muito para uma actriz que já foi nomeada duas vezes ao Óscar e que protagonizou alguns dos maiores fenómenos do cinema recente. Este verão brilhou em Jurassic World: Rebirth, prepara-se para conquistar o circuito de festivais com Eleanor The Great, e em 2025 liderará o novo The Exorcist de Mike Flanagan. Agora, segundo o Deadline, a actriz está em negociações finais para integrar The Batman Part II, de Matt Reeves, numa potencial estreia no universo da DC que está a incendiar a internet.

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As informações ainda estão envoltas em sigilo — não se sabe em que ponto estão as negociações nem qual seria a personagem destinada a Johansson — mas há algo que já parece claro: Reeves quer uma presença de peso ao lado de Robert Pattinson, que regressa como Bruce Wayne/Batman nesta sequela tão aguardada. A escolha faz sentido. Johansson tem experiência sólida em adaptações de banda desenhada, depois de ter participado em oito filmes do MCU, entre Iron Man 2 e Black Widow. Domina o registo físico, dramático e simbólico destas personagens, e isso abre um leque vasto de possibilidades dentro do universo sombrio de Gotham.

A galeria de mulheres marcantes associadas ao Cavaleiro das Trevas é extensa e particularmente rica: Poison IvyHarley QuinnHuntressTalia al Ghul… todas elas figuras complexas e suficientemente densas para justificar a presença de uma actriz com o calibre e a versatilidade de Johansson. A ausência prevista de Zoë Kravitz como Catwoman, segundo a Variety, só reforça a ideia de que Reeves poderá estar à procura de uma nova energia feminina para redefinir as dinâmicas emocionais e morais do seu universo.

O caminho até The Batman Part II não tem sido simples. O filme foi anunciado pouco depois da estreia de The Batmanem 2022, mas viu a sua data de lançamento oscilar repetidamente: primeiro 2025, depois 2026 e, finalmente, outubro de 2027. Só há cerca de seis meses é que Reeves e o co-argumentista Mattson Tomlin concluíram o guião, que foi rapidamente aprovado por James Gunn, agora responsável pela supervisão criativa da DC Studios. A produção está oficialmente marcada para a Primavera de 2026, o que indica que Reeves tem finalmente os elementos alinhados para avançar.

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Se a entrada de Scarlett Johansson se confirmar, o projecto ganha imediatamente outra dimensão mediática e criativa. A actriz combina prestígio, apelo popular e uma capacidade invulgar para equilibrar intensidade emocional com presença física — ingredientes perfeitos para o tom noir que Reeves definiu no primeiro filme. Teremos revelações nos próximos meses, mas uma coisa é certa: a simples possibilidade de Johansson entrar em Gotham já gerou mais excitação do que muitos anúncios oficiais dos últimos anos.

Até lá, continuamos à espera — playlist de Nirvana preparada, eyeliner negro à mão — por mais pistas sobre aquilo que Reeves e Tomlin têm vindo a preparar no silêncio meticuloso com que constroem cada passo deste universo.

Médico que Forneceu Ketamina a Matthew Perry Condenado a Dois Anos e Meio de Prisão

A morte de Matthew Perry, em outubro de 2023, continua a gerar repercussões judiciais — e emocionais. O primeiro dos cinco arguidos ligados ao fornecimento ilegal de ketamina ao actor foi agora condenado. Trata-se do médico Salvador Plasencia, de 44 anos, que admitiu ter distribuído a substância ao actor nas semanas que antecederam a tragédia. A sentença: dois anos e meio de prisão, além de dois anos de liberdade condicional.

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A juíza Sherilyn Peace Garnett não poupou palavras durante a leitura da sentença, afirmando que Plasencia e os restantes envolvidos “ajudaram Perry a seguir caminho para aquele desfecho ao continuarem a alimentar a sua dependência”. O médico, em lágrimas, pediu desculpa à família do actor e reconheceu a gravidade da sua conduta, descrevendo-a como “o maior erro” da sua vida. “Eu devia tê-lo protegido”, disse, antes de ser levado da sala algemado, sob o pranto da própria mãe.

Segundo o processo, Perry estava a receber ketamina legalmente como tratamento para depressão, mas procurou obter mais doses de forma não supervisionada. Plasencia não forneceu a dose que causou a morte do actor, mas foi responsável por várias entregas anteriores, cobradas sob o argumento de que Perry estaria disposto a pagar “milhares em dinheiro vivo”, como revelam mensagens trocadas entre os envolvidos.

A família do actor — incluindo a mãe, Suzanne Perry, o padrasto Keith Morrison, o pai John e a meia-irmã Madeleine — marcou presença e apresentou declarações duríssimas. Suzanne descreveu os responsáveis como “chacais” e confrontou directamente Plasencia pela mensagem em que este chamou Perry de “moron”. “Não há nada de imbecil naquele homem,” afirmou, sob emoção. A família insistiu que o médico não cometeu “um erro isolado”, mas sim uma série de decisões conscientes que ignoravam o histórico público de dependência do actor, numa procura egoísta por lucro.

Outros quatro arguidos no caso — a traficante Jasveen Sangha (“Ketamine Queen”), o assistente de Perry, Kenneth Iwamasa, e os médicos Mark Chavez e Erik Fleming — aceitaram acordos de culpa e aguardam sentença nos próximos meses.

Matthew Perry lutou contra dependências ao longo de décadas, tendo falado abertamente sobre o assunto no livro Friends, Lovers and the Big Terrible Thing. A sua morte, aos 54 anos, deixou fãs e colegas devastados. Perry tornou-se um ícone mundial como Chandler Bing em Friends, série que protagonizou durante dez temporadas e que continua a ser vista diariamente por milhões de pessoas em todo o mundo.

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No tribunal, Madeleine Morrison, meia-irmã do actor, resumiu a perda num frase simples, mas devastadora:

“O mundo chora o meu irmão. Ele era o amigo favorito de toda a gente.”

James Gunn Reage a Polémica: Orçamento de Supergirl Não Chega Aos 200 Milhões, Garante o Realizador

O universo cinematográfico da DC ainda nem arrancou oficialmente sob a nova liderança criativa de James Gunn, mas já está a enfrentar a primeira tempestade — e tudo por causa de números que, segundo o próprio, não passam de ficção.

Nos últimos dias, um artigo da Forbes garantiu que o filme Supergirl custaria cerca de 200 milhões de dólares à Warner Bros. Discovery só em trabalhos de pré-produção, um valor que gerou surpresa e reacções imediatas entre fãs e insiders. A notícia espalhou-se rapidamente, levantando dúvidas sobre a estratégia financeira da DC Studios num momento em que a empresa tenta equilibrar ambição criativa com contenção orçamental.

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James Gunn não deixou a polémica ganhar fogo. Confrontado com a informação na rede social Threads, o cineasta respondeu de forma directa e sem rodeios: “não há qualquer verdade nesse número.” Sem entrar em detalhes, nem revelar qual será de facto o orçamento, Gunn fez questão de desmentir a narrativa antes que a especulação ganhasse vida própria.

A resposta foi concisa, mas eficaz. Ao evitar fornecer quantias específicas, Gunn protege o segredo industrial do estúdio enquanto clarifica que os valores divulgados são substancialmente exagerados. A DC tem sido alvo de escrutínio intenso desde as falhas comerciais de vários projectos anteriores, pelo que qualquer menção a orçamentos descontrolados reacende imediatamente o debate sobre sustentabilidade — e Gunn, consciente disso, não parece disposto a deixar rumores definirem o discurso em redor do seu novo universo.

O novo Supergirl, protagonizado por Milly Alcock (conhecida de House of the Dragon) e com Jason Momoa no elenco, chega aos cinemas no final de junho de 2026. Embora pouco se saiba sobre o enredo, espera-se uma abordagem mais sombria e emocional da heroína, alinhada com o tom do renovado DCU que Gunn está a construir ao lado de Peter Safran.

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Uma coisa é certa: se a polémica em torno do orçamento começar a perder força, será apenas para dar lugar à próxima onda de curiosidade — afinal, com Gunn, cada projecto da DC vem sempre embalado numa mistura de esperança, ansiedade e expectativas colossais. Por agora, o realizador quer deixar claro apenas isto: 200 milhões? Nem pensar.

“28 Anos Depois: O Templo dos Ossos ” — O Mundo de Danny Boyle Regressa Mais Sombrio do que Nunca no Novo Trailer Oficial

O universo iniciado com 28 Days Later e reinventado em 28 Weeks Later prepara-se para entrar numa nova era — mais brutal, mais psicológica e mais imprevisível — com “28 Years Later: The Bone Temple”, cujo segundo trailer oficial acaba de ser divulgado. A aguardada sequela promete expandir o legado criado por Danny Boyle e Alex Garland, mas também subvertê-lo, virando o próprio imaginário da saga do avesso.

Com realização de Nia DaCosta, uma escolha arrojada que indica uma reinvenção estética e temática, o filme chega aos cinemas a 16 de Janeiro de 2026.

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Infelizmente apenas encontramos o trailer em Inglês:

Um Mundo em Ruínas — e Uma Nova Ameaça que Redefine o Terror

O trailer sugere que não estamos perante apenas mais um capítulo sobre a propagação do vírus da raiva mutado, mas perante uma mudança profunda no comportamento dos infectados, assim como na psicologia dos sobreviventes. Se os primeiros filmes lidavam com o colapso imediato da sociedade, este parece abordar o que acontece décadas depois: o que resta de humanidade, de cultura, de fé — e de medo.

Num cenário de templos improvisados, cultos inquietantes e estruturas completamente reorganizadas pela violência, o filme promete mergulhar num mundo em que os infectados já não são meras forças irracionais, mas criaturas com novos padrões, novas reacções e talvez até novas intenções.

Ralph Fiennes numa Relação Chocante de Consequências Globais

Uma das revelações mais intrigantes é a presença de Ralph Fiennes como Dr. Kelson, cientista solitário que se vê envolvido numa relação completamente inesperada e perturbadora — uma dinâmica que, ao que tudo indica, terá repercussões capazes de alterar o destino do planeta.

O trailer não revela detalhes, mas a montagem e os diálogos insinuam ligações perigosas entre ciência, fanatismo e sobrevivência, situando Kelson no centro de uma crise ética que poderá ser tão devastadora quanto o próprio vírus.

Spike e o Pesadelo que Não Acaba

Outro núcleo dramático é protagonizado por Alfie Williams, que interpreta Spike, um sobrevivente que parece carregar a exaustão e o trauma das décadas de destruição. A sua rota cruza-se com Jimmy Crystal, interpretado por Jack O’Connell, e é precisamente aqui que o trailer sobe de tom: a tensão entre ambos é descrita como um pesadelo do qual Spike não consegue escapar.

DaCosta parece empenhada em explorar não apenas a violência física deste universo, mas também a psicológica — o terror emocional, o trauma acumulado, a desumanização e as alianças precárias que definem uma vida inteira vivida nos escombros.

Nia DaCosta Reinventa o Universo — e Promete Expandir a Mitologia

A escolha de Nia DaCosta como realizadora mostra que os produtores querem não apenas continuar a saga, mas dar-lhe um novo ponto de vista, baseado na tensão, na construção de personagem e na reinvenção do horror. Se Boyle e Garland criaram um mundo visceral e urgente, DaCosta promete uma expansão mais metafísica e ritualística — daí o sugestivo título “The Bone Temple”.

A realização parece querer explorar o impacto cultural e espiritual do colapso, passando de um terror puramente biológico para um terror social, psicológico e simbólico. É o tipo de abordagem que pode renovar completamente a franquia, mantendo a brutalidade característica, mas acrescentando novas camadas de mistério.

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Um Regresso Aterrador e Ambicioso

Pelo que o novo trailer revela, 28 Years Later: The Bone Temple não quer ser apenas uma continuação — quer ser uma reinterpretação. Um capítulo que leva a saga para um território mais complexo, mais denso e mais emocional.

Com Ralph Fiennes, Jack O’Connell e Alfie Williams num conjunto de interpretações intensas, e com Nia DaCosta a comandar este mundo devastado, a expectativa é clara: 2026 vai começar com um dos filmes de terror mais aguardados da década.

28 Anos Depois: O Templo dos Ossos estreia a 16 de Janeiro de 2026. O apocalipse, ao que parece, está longe de terminar.

Quem É o Actor Que Tarantino Diz Ser “Um Nada”? A Resposta Surpreende

Quentin Tarantino nunca teve medo de dizer exactamente o que pensa — e desta vez decidiu lançar gasolina directamente sobre um clássico moderno. Durante a sua participação no The Bret Easton Ellis Podcast, o realizador de Pulp Fictionelogiou There Will Be Blood… antes de afirmar que o filme só não é o melhor do século porque sofre de um “gigantesco problema”: Paul Dano.

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“Weak sauce”, “weak sister”, “limpest dick”: Tarantino não poupa nos adjetivos

Tarantino começou por classificar o épico petrolífero de Paul Thomas Anderson como o seu quinto filme preferido do século XXI, mas rapidamente disparou:

There Will Be Blood estaria em primeiro ou segundo lugar se não tivesse um enorme defeito — e esse defeito é o Paul Dano.”

Segundo o realizador, Dano simplesmente não consegue acompanhar Daniel Day-Lewis, cuja interpretação colossal transformou There Will Be Blood num marco cinematográfico.

“É suposto ser um ‘two-hander’, e é tão óbvio que não é. Ele é weak sauce, é uma weak sister. Outro actor teria brilhado no papel.”

E não ficou por aí:

“É o actor masculino mais fraco do SAG. O ‘limpest dick’ do mundo.”

Uma afirmação que deixou até Bret Easton Ellis a tentar moderar o estrago.

Tarantino sugere Austin Butler… que tinha 16 anos na altura

Tarantino foi ao ponto de afirmar que Austin Butler teria sido perfeito como Eli Sunday.

Pequeno detalhe: Butler tinha 16 anos quando There Will Be Blood estreou em 2007.

Além disso, só trabalharia com Tarantino doze anos depois, em Once Upon a Time in Hollywood.

Ellis tenta defender Dano — Tarantino dispara outra vez

Bret Easton Ellis tentou contextualizar que até um actor experiente teria dificuldade perante a imensidão de Daniel Day-Lewis:

“Há aspectos da performance de Day-Lewis que tornam impossível equilibrar o filme.”

Mas Tarantino não cedeu um milímetro:

“Então colocas ao lado dele o actor masculino mais fraco do SAG?”

E quando Ellis perguntou se alguma vez apreciou Dano num projecto:

“Não gosto dele. Não gosto dele, não gosto do Owen Wilson, não gosto do Matthew Lillard.”

Paul Dano: o currículo que desmente Tarantino

Apesar dos ataques, é difícil argumentar que Dano é um “não-entidade” no panorama cinematográfico desta era.

O actor trabalhou com alguns dos maiores realizadores vivos:

  • Steven Spielberg (The Fabelmans)
  • Steve McQueen (12 Years a Slave)
  • Bong Joon-ho (Okja)
  • Denis Villeneuve (Prisoners)
  • Spike Jonze (Where the Wild Things Are)
  • Ang Lee (Taking Woodstock)
  • Kelly Reichardt (Meek’s Cutoff)
  • Rian Johnson (Looper)

E contracenou com estrelas como Tom Cruise, Harrison Ford, Adam Sandler, Robert De Niro, Robert Pattinson, Michael Caine e Daniel Radcliffe.

Dano também não caiu do céu em There Will Be Blood:

Foi originalmente contratado para interpretar Paul Sunday, mas acabou por assumir também o papel de Eli Sunday duas semanas depois do início das filmagens, quando o actor Kel O’Neill abandonou o projecto.

Mesmo com essa transição abrupta, a interpretação foi amplamente elogiada e valeu-lhe uma nomeação ao BAFTA de Melhor Actor Secundário.

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A ironia final

There Will Be Blood perdeu o Óscar de Melhor Filme para No Country for Old Men — o mesmo ano em que Javier Bardem tirou a estatueta das mãos de Dano.

Ainda assim, o desempenho de Dano permanece um dos mais memoráveis da sua carreira… mesmo que Tarantino discorde ferozmente.

AnimaPIX Celebra 10 Anos com Edição Especial no Pico — e as Ilhas Preparam-se para um Inverno Cheio de Cinema

Um festival que já faz parte da paisagem cultural açoriana

O mês de Dezembro traz novamente à ilha do Pico um dos eventos mais vibrantes do calendário cultural açoriano: a décima edição do AnimaPIX, o festival dedicado à animação que, ao longo de uma década, transformou a Biblioteca Auditório da Madalena num ponto de encontro privilegiado entre cineastas, artistas, curiosos e amantes do cinema animado.

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De 2 a 6 de Dezembro, a ilha mais alta de Portugal volta a ser palco de projecções, conversas, encontros e celebrações em torno da arte da animação — uma área em que os Açores têm vindo a afirmar nomes, talentos e produções cada vez mais relevantes.

Uma conversa imperdível com figuras maiores da animação portuguesa

Um dos momentos mais aguardados desta edição acontece na sexta-feira, 5 de Dezembro, às 16h30, no emblemático Cella Bar: uma conversa aberta com o júri do festival, composto por dois nomes maiores da animação portuguesa, Abi Feijó e Regina Pessoa — esta última madrinha do festival e ilustradora do cartaz comemorativo dos dez anos do AnimaPIX.

Mas isto é apenas o início:

— Estarão também presentes os cinco vencedores do Prémio AnimaPIX 2021-2025, um verdadeiro “dream team” da animação nacional:

Alexandra Ramires, Alice Eça Guimarães, João Gonzalez, Laura Gonçalves e Maria Trigo Teixeira.

— Juntam-se ainda Cláudio Jordão e António Alves, que apresentam os seus projectos mais recentes no grande ecrã do festival.

— E como se isto não bastasse, participam ainda convidados especiais como Fernando Galrito (MONSTRA) e Elsa Cerqueira, vencedora do Global Teacher Prize.

O encontro promete uma tarde de troca de ideias, reflexão sobre o percurso da animação portuguesa e inspiração para novos criadores. Toda a programação pode ser acompanhada através da página oficial do festival:

👉 https://www.facebook.com/animapixfestival/

Depois da animação, chega o Montanha Pico Festival

Com o fim do AnimaPIX, os holofotes voltam-se para Janeiro, mês em que regressa o Montanha Pico Festival, que celebra em 2025 a sua 12.ª edição. O festival ocupa três ecrãs diferentes na ilha, num verdadeiro circuito cultural que homenageia o cinema de temática montanhosa, ao mesmo tempo que reserva espaço para a produção açoriana.

Uma das grandes novidades desta edição é a secção especial “O Melhor de Portugal 2024-2025”, composta por cinco longas-metragens seleccionadas por Terry Costa, director artístico do evento. A programação pode ser acompanhada aqui:

👉 https://www.facebook.com/MontanhaPicoFestival

A revista/programa oficial encontra-se igualmente disponível online:

👉 https://issuu.com/miratecarts/docs/revista_47_miratecarts

Planos para 2027: um novo encontro audiovisual açoriano

Terry Costa revela ainda que já está em preparação a 3.ª edição do Encontro Audiovisual Açoriano, que decorrerá de 8 a 10 de Janeiro de 2027. O destaque dessa edição será dedicado a “New Bedford — Além da Comunidade”, reforçando a ligação histórica e cultural entre os Açores e as comunidades emigrantes.

O triunfo de FIRST DATE: um marco para o cinema do Pico

Entre os motivos de celebração, destaca-se também a vitória do filme FIRST DATE, de Luís Filipe Borges, que recebeu no passado sábado o prémio de Melhor Curta Açoriana no festival Curta Açores — Ribeira Grande.

A obra, vencedora do Prémio Curta Pico MiratecArts, já percorreu mais de 40 festivais em 15 países, arrecadando 18 prémios. É a primeira ficção produzida pela equipa, depois de três documentários, e foi filmada inteiramente na ilha do Pico, tornando-se um verdadeiro cartão-de-visita da capacidade criativa açoriana.

Um ciclo de cinema que reforça a identidade cultural açoriana

Entre a celebração dos 10 anos do AnimaPIX, a chegada do Montanha Pico Festival, os projectos futuros e as vitórias recentes da produção local, fica claro que o Pico se afirma cada vez mais como um pólo criativo de referência. A aposta contínua na animação, no cinema montanhoso e no audiovisual regional reforça a imagem de uma ilha que vive a cultura de forma intensa, orgulhosa e profundamente comunitária.

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E, se depender da energia de Terry Costa e dos artistas que por aqui passam, o futuro promete ainda mais histórias contadas a partir do meio do Atlântico — com personalidade, ambição e uma identidade cinematográfica muito própria.

O Futuro da Warner Bros. Está em Jogo: Três Gigantes Apresentam Propostas e Hollywood Prende a Respiração

Um momento decisivo para um dos pilares da indústria

A Warner Bros. Discovery encontra-se no centro de uma das maiores movimentações corporativas da história recente do entretenimento. Depois de meses de especulação, conversas de bastidores e reuniões intensas, chegaram finalmente as propostas de segunda ronda para a aquisição do grupo — e o que está em cima da mesa poderá redefinir a paisagem do cinema, da televisão e do streaming para a próxima década.

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As ofertas foram entregues na passada segunda-feira e três nomes gigantescos continuam firmes na corrida: ComcastParamount e Netflix. Cada um com estratégias diferentes, prioridades distintas e uma visão própria para o futuro da Warner, que inclui propriedades icónicas como DC ComicsHarry PotterFriends, HBO e o vastíssimo catálogo dos estúdios Warner Bros., actualmente revitalizados sob a liderança de Michael De Luca e Pamela Abdy.

Netflix e Paramount surpreendem com propostas em dinheiro vivo

Um dos desenvolvimentos mais surpreendentes desta nova ronda foi a decisão da Netflix: a empresa, inicialmente inclinada para um negócio apoiado sobretudo em acções, regressou com uma proposta quase all-cash, uma manobra financeira que demonstra o quanto está disposta a arriscar para colocar as mãos no estúdio responsável por alguns dos maiores blockbusters da história.

Mas quem mais chamou a atenção foi a Paramount, que apresenta uma oferta completamente em numerário. O estúdio assegurou financiamento através da Apollo e de fundos soberanos não identificados do Médio Oriente — um sinal claro de que está disposto a apostar tudo numa aquisição total da WBD. Caso vença, David Ellison e a RedBird continuarão a controlar a empresa, permitindo à Paramount integrar a Warner num conglomerado audiovisual de dimensão inédita.

A Comcast, por sua vez, mantém a estratégia inicial: adquirir os estúdios e o braço de streaming, mantendo distância da televisão linear, que enfrenta um declínio acentuado.

Dividir ou vender por inteiro? A decisão que pode mudar tudo

Antes mesmo destas ofertas, a Warner Bros. Discovery planeava dividir-se em dois segmentos:

— Um dedicado aos estúdios e ao streaming;

— Outro para a televisão linear tradicional.

A Paramount é a única interessada em comprar a totalidade do grupo. Tanto a Netflix como a Comcast querem apenas a primeira metade — e não pretendem absorver canais lineares, que perderam valor comercial e têm um peso regulatório considerável.

Esta é a questão central que a administração da WBD precisa de resolver: vende a empresa inteira — possivelmente à Paramount — ou divide-a, permitindo que múltiplos compradores agarrem pedaços diferentes da operação?

Os desafios regulatórios: o trunfo (ou não) de David Ellison

Há também considerações políticas importantes. A actual administração norte-americana tem sinalizado que Netflix e Comcast enfrentariam uma fiscalização regulatória mais dura. No entanto, David Ellison — recém-saído do acordo que consolidou o controlo sobre a Paramount — poderá ter uma passagem mais facilitada para fechar um novo negócio.

Fontes anónimas ligadas ao governo têm dado a entender isso mesmo, especialmente através de órgãos como a Fox Business ou o New York Post. Caso se confirme, pode tornar a oferta da Paramount não apenas mais competitiva, mas mais provável.

Os estúdios Warner: o que acontece a um pilar da indústria?

A Warner Bros. vive um dos seus períodos mais criativos e sólidos em anos. De Luca e Abdy revitalizaram o estúdio, trazendo diversidade de géneros, reforçando parcerias com realizadores e apostando no cinema como experiência colectiva — algo que a Netflix, historicamente focada no streaming, não tem priorizado.

Embora o serviço tenha garantido que manteria “estreias em sala” se adquirisse a Warner, permanece a grande questão: manter os lançamentos tradicionais ou adaptá-los ao modelo híbrido da plataforma?

Já a Comcast e a Paramount, ambas com ADN cinematográfico forte, poderiam integrar o estúdio nos seus catálogos sem reduzir significativamente o ritmo de produção — ainda que isso obrigasse a repensar calendários, equipas e orçamento.

O poder do desporto: um trunfo subvalorizado

Apesar de ter perdido os direitos da NBA, a WBD continua a deter acordos importantes: MLB, NHL, metade do March Madness (partilhado precisamente com a Paramount), Roland Garros e direitos de college football. Integrar esta carteira numa gigante como a NBCUniversal ou na própria Paramount poderia criar um colosso desportivo rivalizante com a ESPN.

No entanto, estes direitos estão amarrados ao segmento de televisão linear — e caso a empresa seja dividida, o destino destes activos torna-se altamente incerto.

E David Zaslav? A peça mais imprevisível do tabuleiro

O CEO da WBD, David Zaslav, tornou-se figura central neste processo. Conhecido pelo seu gosto pelo glamour, pelas festas em Beverly Hills e por cultivar relações com estrelas e magnatas, Zaslav não é conhecido por recuar facilmente. Há rumores de que a Paramount já lhe ofereceu um cargo de destaque num eventual novo conglomerado, e é provável que Comcast ou Netflix façam o mesmo.

A verdade é que ninguém sabe se Zaslav está disposto a largar o poder. E isso pode influenciar mais do que parece.

Um possível quarto concorrente? Nunca excluir surpresas

Apesar de apenas três propostas terem sido submetidas oficialmente, fontes internas acreditam que pode surgir um quarto candidato de última hora — possivelmente um fundo soberano do Médio Oriente com apoio de um gigante tecnológico ou japonês. Se há algo que Hollywood sabe bem, é que nada está decidido até estar assinado.

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Uma decisão que pode reconfigurar Hollywood

A Warner Bros. Discovery é um dos últimos grandes bastiões independentes da história do cinema norte-americano. O que acontecer nas próximas semanas poderá determinar não só o destino de estúdios lendários, mas o próprio equilíbrio de poder entre cinema, streaming e televisão.

Está tudo em aberto. E o mundo inteiro — fãs, profissionais e concorrentes — espera agora que a administração da WBD escolha o caminho que irá moldar Hollywood durante muitos anos.

A Surpreendente Viragem no Debate: Afinal, Die Hard Não é um Filme de Natal? Diz o Público Britânico

Um velho debate, uma nova resposta

Poucas discussões cinematográficas têm resistido ao teste do tempo com a mesma teimosia que a questão: “Die Hard é ou não é um filme de Natal?”. Todos os anos, por esta altura, regressa como um fantasma teimoso que ninguém convidou, mas que acabamos sempre por deixar entrar. Este ano, porém, o Reino Unido decidiu bater com o martelo — e o resultado não é o que muitos fãs esperavam.

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Segundo um novo inquérito realizado pelo British Board of Film Classification (BBFC), a maioria dos britânicos considera que Die Hard não é um filme natalício. Sim, é oficial: John McClane pode salvar reféns, derrotar terroristas e sair de um arranha-céus em chamas… mas não conquistou o estatuto de clássico das festividades. Pelo menos, não para 44% dos inquiridos.

Ainda assim, a disputa continua renhida: 38% insistem que é um filme de Natal — provavelmente os mesmos que o revêem religiosamente todos os Dezembros com um misto de ironia, respeito e pura adrenalina cinematográfica. Os restantes 17% ainda estão a tentar decidir em que campo cair, o que prova que nenhuma estatística, por mais científica que pareça, é capaz de silenciar definitivamente este duelo cultural.

Home Alone reina, Die Hard divide

Se há algo em que os britânicos parecem concordar, é que Home Alone continua a ser o verdadeiro soberano da quadra. Nada de surpresas aqui: 20% escolheram o filme de Chris Columbus como o seu favorito natalício, um domínio confortável sobre concorrentes como Love Actually (9%), It’s a Wonderful Life (8%) e Elf (7%).

Quando questionados sobre o que realmente define um filme de Natal, os inquiridos apontaram em maioria para uma história comovente (33%). Depois disso, a prioridade é a adequação familiar (15%) e o humor (13%). Apenas 2% procuram abertamente um tear-jerker — o que significa que, se há lágrimas no Natal, que sejam de riso ou nostalgia, não de emoção trágica.

Com estes critérios, percebe-se melhor porque é que Die Hard luta tanto para entrar na prateleira dos clássicos natalícios: explosões, tiroteios e Bruce Willis descalço em condutas de ar não cumprem exactamente o que o público define como “calor festivo”.

Culkin reacende a polémica — e é vaiado por isso

O debate ganhou novo fôlego graças a Macaulay Culkin, que celebrou recentemente os 35 anos de Home Alone numa homenagem pública. Durante o evento, o actor — agora com 45 anos — decidiu arriscar e partilhar a sua própria opinião sobre o eterno dilema.

Die Hard não é um filme de Natal”, declarou. A resposta? Uma onda de vaias do público presente.

Fiel ao estilo Kevin McCallister, Culkin respondeu com humor:

“Se o mudassem para o Dia de São Patrício, era exactamente o mesmo filme.”

E, de facto, a lógica é difícil de contrariar: Die Hard usa a época como pano de fundo, mas a narrativa central não depende de forma crítica da quadra natalícia. Já Home Alone, por outro lado, perde metade da sua magia se a trocarem por outra data no calendário — não há árvore, não há viagens de férias, não há família numerosa em caos absoluto.

Nem os próprios criadores se entendem

Parte da diversão deste debate está no facto de nem a própria equipa do filme conseguir chegar a consenso.

— John McTiernan, o realizador, afirmou que nunca teve intenção de o fazer como filme de Natal, mas admitiu estar contente por o público o ter adoptado dessa forma.

— Bruce Willis, sempre fiel ao seu estilo lacónico, declarou em 2018:

Die Hard não é um filme de Natal, é um filme do Bruce Willis.”

Estas divergências internas só alimentam a discussão — e talvez ajudem a explicar porque é que a conversa nunca morre, mesmo quando surgem estudos que tentam pôr ordem na casa.

Ver filmes no cinema é tradição — mas não para todos

A sondagem do BBFC também revelou que 18% dos britânicos mantêm uma tradição anual de ir ao cinema durante o período natalício. Entre estes:

— 33% preferem ir antes da véspera,

— 20% guardam a ida para o Boxing Day.

Num país onde a meteorologia convida a actividades de interior, pode dizer-se que o grande ecrã continua a fazer parte das festividades — apesar de ser cada vez mais dividido com plataformas de streaming.

Conclusão: um empate eterno com sabor a Natal

Por muito que estas estatísticas tentem clarificar o assunto, é pouco provável que o debate acabe aqui. Die Hardcontinuará a ser, para uns, o filme de Natal perfeito precisamente porque não parece um filme de Natal. E para outros, continuará a ser um clássico de acção que, por mero acaso, se passa em Dezembro.

A verdade é que a magia do cinema é suficientemente flexível para acolher ambos os lados — e, no fundo, não há época melhor do que esta para reviver debates que nos fazem rir, discutir e revisitar filmes que nos acompanham há décadas.

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Se Die Hard é ou não é um filme natalício, talvez importe menos do que o simples facto de continuarmos a falar dele. E isso, por si só, é o verdadeiro espírito de Natal cinematográfico

O Filme Político Dos Anos 90 Que Encantou o Mundo — e Que Quase Todos Esqueceram

Dave (1993), com Kevin Kline e Sigourney Weaver, foi um fenómeno de bilheteira e crítica — mas hoje vive meio perdido na memória colectiva. Vale a pena recuperá-lo.

Há filmes que envelhecem mal, outros que envelhecem bem — e depois há Dave, aquela comédia política irresistivelmente leve que, nos anos 90, encantou público, crítica e até a Casa Branca, mas que hoje raramente entra nas conversas nostálgicas sobre a década. O que é estranho, porque Dave foi um sucesso colossal: rendeu mais de 92 milhões de dólares nos Estados Unidos, custou apenas 28 milhões, conquistou 95% no Rotten Tomatoes e até conseguiu uma nomeação aos Óscares para Melhor Argumento Original.

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Sim, estamos a falar de uma comédia romântica-política que agradou tanto aos democratas como aos republicanos, numa altura em que ainda era possível fazer sátira com elegância — sem cair no cinismo corrosivo que domina a política moderna. Quando até Bill Clinton, então Presidente dos Estados Unidos, se declarou fã do filme (mesmo sendo alvo de uma ou outra picada humorística relacionada com casos extraconjugais…), é porque algo muito especial estava ali.

A premissa é tão deliciosa quanto improvável: Kevin Kline interpreta dois papéis — o Presidente Mitchell, um político corrupto e mulherengo, e Dave, um cidadão comum, genuinamente simpático, que ganha a vida como imitador ocasional do Presidente. Quando Mitchell sofre um AVC durante um encontro secreto com a amante, o seu Chefe de Gabinete, Bob Alexander (Frank Langella, absolutamente formidável no papel de vilão), decide substituir o Presidente por Dave para proteger interesses… pouco limpos. Dave, que inicialmente aceita o papel por ingenuidade, acaba por tentar governar com bondade e bom senso, enquanto descobre as sombras do poder.

A sátira é certeira, mas nunca maliciosa. Escarnece das instituições, mas acredita nelas. Critica políticos, mas não perde fé na ideia de serviço público. E, sobretudo, aposta na velha máxima que a política actual abandonou: presumir boa fé. Dave, um cidadão comum com valores simples, chega à Casa Branca e tenta apenas fazer a coisa certa — incluindo salvar um programa de apoio a sem-abrigo ao encontrar poupanças com a ajuda do seu contabilista, convidado para jantar no Salão de Estado. Ingénuo? Talvez. Reconfortante? Sem dúvida.

Ao lado de Kline está Sigourney Weaver, como a Primeira-Dama, uma mulher desencantada pelo marido real, mas fascinada pelo “novo” Presidente — gentil, atencioso e emocionalmente disponível. A química é perfeita e a narrativa chega mesmo a brincar, de forma subtil e memoravelmente insinuada, com diferenças anatómicas detectadas no duche presidencial…

Dave reuniu ainda um desfile de personalidades reais da política e dos media dos anos 90: Jay Leno, Larry King, Tip O’Neill, senadores em funções, Helen Thomas, Arnold Schwarzenegger e até Oliver Stone, que aparece a parodiar as suas próprias teorias conspirativas.

No centro de tudo, porém, está Kevin Kline. A sua interpretação dupla — o Presidente cínico e o imitador decente — sustenta a alma do filme: a crença de que, mesmo no meio da corrupção, ainda há espaço para decência, compaixão e humor.

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Trinta anos depois, Dave continua leve, doce, surpreendentemente actual e, acima de tudo, profundamente humano. Talvez seja por isso que vale a pena resgatá-lo — especialmente numa época em que a política parece tentar convencer-nos do contrário.

O Filme de Terror Que Baralhou o Mundo — e Agora Está na Netflix

O Projeto Blair Witch regressa para assombrar uma nova geração, com a mesma força perturbadora que o tornou um fenómeno global.

Há filmes que assustam. Há filmes que perturbam. E depois há O Projeto Blair Witch, a pequena produção independente que, em 1999, virou o cinema de cabeça para baixo e redefiniu por completo o terror moderno. Com menos de 470 mil euros de orçamento, o filme arrecadou cerca de 230 milhões em todo o mundo — um feito tão improvável quanto a própria premissa que o tornou lendário. Agora, este marco do género já pode ser visto na Netflix, onde promete reencontrar velhos fãs e aterrorizar quem ainda não se aventurou na floresta de Maryland.

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A história, para muitos, tornou-se quase um mito contemporâneo: três estudantes de cinema partem para investigar a lenda da Bruxa de Blair e desaparecem sem deixar rasto. O que o público vê é apresentado como a filmagem recuperada dos seus últimos dias. Este conceito simples — mas incrivelmente eficaz — foi elevado por decisões artísticas que, mesmo passadas mais de duas décadas, continuam a surpreender: improvisação dos actores, câmaras baratas, estética crua e um realismo desconcertante. Nada parecia encenado… e muita gente acreditou que não era.

Mas o verdadeiro golpe de génio esteve no marketing. Em tempos em que a Internet ainda engatinhava, os produtores criaram um site que apresentava o desaparecimento dos protagonistas como um caso real, com fichas dos alegados estudantes, supostas provas retiradas do local e recortes de notícias inventadas. Os actores foram instruídos a desaparecer da vida pública — literalmente — alimentando a dúvida global. Resultado? Uma avalanche de especulação online e um fenómeno de passa a palavra que transformou um filme minúsculo num gigante absoluto.

Foi tão convincente que até enganou a mãe da actriz Heather Donahue, que recebeu cartas de pêsames de pessoas que acreditavam que a filha estava morta ou desaparecida. Neste ponto, já não era apenas cinema: era uma experiência colectiva de histeria mediática como nunca se tinha visto.

Não é exagero dizer que O Projeto Blair Witch abriu caminho para toda uma nova era do terror. O subgénero found footage, popularizado por esta obra, tornou-se um pilar do cinema dos anos seguintes e influenciou directamente sucessos como Atividade Paranormal. Jason Blum, fundador da Blumhouse, não hesitou em admitir: “Não teria existido um Atividade Paranormal se não existisse primeiro um Blair Witch.” E, em 2024, revelou que está em preparação uma nova sequela — prova de que o mito continua vivo.

A crítica mantém-se do lado do filme. No Rotten Tomatoes, ostenta uma sólida pontuação de 86% entre os críticos, consolidando o seu estatuto de clássico moderno. Agora, com a chegada à Netflix, prepara-se para conquistar — ou traumatizar — mais uma geração de espectadores.

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Se ainda não viu: boa sorte. Se vai rever: prepare-se, porque a floresta continua escura como sempre.

Tom Stoppard: Morre aos 88 anos o dramaturgo que reinventou a inteligência em palco

** Um génio teatral que fez da erudição um espectáculo — e da imaginação uma forma de ver o mundo**

Tom Stoppard, uma das vozes mais brilhantes, inventivas e influentes do teatro contemporâneo, morreu aos 88 anos, deixando para trás uma obra que, durante mais de meio século, iluminou palcos e ecrãs com uma combinação inimitável de humor, erudição e vertigem intelectual. Poucos escritores tiveram o privilégio de ver o seu apelido transformado em adjetivo — “stoppardiano” — consagrado no Oxford English Dictionary. Era a confirmação oficial do óbvio: Stoppard criou um género que só ele sabia executar.

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Desde que Rosencrantz and Guildenstern Are Dead explodiu no Fringe de Edimburgo em 1966, tornando-se rapidamente um fenómeno internacional, cada nova peça sua passou a ser tratada como um acontecimento. As suas histórias cruzavam filosofia com acrobacias, ciência com romantismo, política com poesia — sempre com uma leveza desconcertante e um sentido de humor que nunca diminuía a densidade das ideias.

Stoppard tinha o dom de brincar com o pensamento sério e de pensar com a leveza de quem está a brincar. Em Jumpersfazia dialogar metafísica e ginástica. Em Arcadia colocava lado a lado o século XIX, o caos matemático e o desejo humano. Em Rock ’n’ Roll ligava Cambridge aos Stones, passando pela Primavera de Praga. Era um mestre a explicar o mundo ao mesmo tempo que o desmontava.

Muito mais do que teatro: um gigante também do cinema

A sua obra ultrapassou o palco com enorme naturalidade. Stoppard escreveu e co-escreveu argumentos que hoje fazem parte da história do cinema, entre eles The Russia HouseBrazil de Terry Gilliam e, claro, o oscarizado Shakespeare in Love. Mas o alcance real da sua influência vai muito além dos créditos oficiais. Era o “cirurgião de confiança” dos grandes estúdios sempre que um blockbuster precisava de inteligência suplementar. Indiana Jones and the Last Crusade? Tem Stoppard. Revenge of the Sith? Tem Stoppard. Schindler’s List? Também ali passou a sua mão, chamado por Spielberg directamente do duche.

O escritor britânico era admirado, disputado e, acima de tudo, extremamente querido. O dramaturgo Simon Gray resumiu-o de forma exemplar: “Uma das proezas de Tom é ser tão invejável — o talento, o charme, o dinheiro, a sorte — sem que ninguém o inveje.” Era, de facto, difícil não gostar dele.

Uma vida que começou em fuga e renasceu no teatro

Nada no início da sua vida apontava para este destino extraordinário. Nascido Tomáš Straussler na Checoslováquia, fugiu em bebé com os pais do avanço nazi. A família refugiou-se primeiro em Singapura e, após a queda da cidade durante a guerra, Stoppard, a mãe e o irmão seguiram para a Índia. O pai ficou para trás como oficial médico e acabaria por morrer durante a ocupação japonesa. Anos depois, já em Inglaterra, a mãe casou com um major britânico, Kenneth Stoppard, que o adoptou e lhe deu o apelido que viria a tornar-se mundialmente famoso.

Stoppard abandonou a escola aos 17 anos para ser jornalista. O treino apurado de escrita, o faro narrativo e a rapidez mental que o caracterizariam nasceram nesta fase. As primeiras peças de rádio e televisão abriram caminho para a carreira teatral e, com o apoio de uma bolsa, exilou-se em Berlim para terminar a ideia que mudaria tudo: Rosencrantz and Guildenstern.

Da inteligência pura ao coração exposto

Durante anos, Stoppard foi descrito como um dramaturgo “intelectual”, por vezes até “demasiado cerebral”. Mas esta leitura perdeu força com The Real Thing (1982), obra pela qual muitos espectadores descobriram o Stoppard mais vulnerável: o que entendia o amor, a traição, a dúvida e a fragilidade humana tão profundamente como qualquer poeta. A peça marcou uma viragem — e cimentou o respeito total dos críticos.

Seguiram-se Arcadia (1993), muitas vezes citada pelo próprio como o seu trabalho mais perfeito, e The Invention of Love(1997), sobre o poeta A. E. Housman, aquela que dizia ser a sua preferida. Mesmo quando parecia excessivamente complexo, como em Hapgood, o tempo tratava de provar que Stoppard, mesmo quando parecia “demasiado”, estava sempre certo.

O retorno às raízes e o grande épico final

Politicamente independente, assumidamente liberal e sempre avesso a palavras de ordem, Stoppard nunca deixou de regressar à sua herança centro-europeia. As peças sobre dissidência política, sobre o peso do totalitarismo ou sobre as ambiguidades morais da Guerra Fria surgiam da curiosidade, mas também de uma ferida identitária.

Essa ferida abriu-se completamente em Leopoldstadt (2020), a obra monumental em que revisitou as suas raízes judaicas — descobertas tardiamente — para contar a história de uma família vienense esmagada pelos dois primeiros terços do século XX. Aos 80 anos, Stoppard escreveu uma das peças maiores da sua carreira.

Despedida de um criador raro

A morte de Tom Stoppard marca o fim de uma era para o teatro e para a escrita dramática. Poucos autores combinaram tão bem a inteligência feroz com a humanidade profunda, a comédia brilhante com a tragédia silenciosa, o questionamento filosófico com a pura alegria do espectáculo.

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Perdemos um escritor cuja mente parecia uma máquina de luz — sempre acesa, sempre em movimento. Ganhámos, no entanto, uma obra que continuará a desafiar, a inspirar e a deslumbrar durante muitas gerações.

“The Offence”: Quando Sean Connery Rasga o Mito e Desce ao Abismo da Violência Interior

Muito longe do charme letal de James Bond, Connery entrega aqui um dos desempenhos mais perturbadores da sua carreira — um mergulho brutal na mente de um polícia consumido por décadas de horror.

Há filmes que são difíceis de ver não por causa da violência explícita, mas pela violência emocional que transportam. The Offence (1973), realizado por Sidney Lumet, é um desses objectos raros: uma obra seca, dura e profundamente desconfortável que nos confronta com aquilo que resta de um homem depois de décadas a enfrentar o pior da humanidade. E é também, justiça seja feita, uma das interpretações mais devastadoras que Sean Connery alguma vez assinou.

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Longe da figura icónica de James Bond, Connery veste a pele de Detective Sergeant Johnson, um polícia britânico veterano que passou a carreira a lidar com homicídios, violações e agressões a crianças. O filme mostra-nos, sem pressa e sem filtros, como esse contacto constante com a escuridão corroeu cada centímetro da sua psique. Johnson não é o herói cansado do costume — é um homem em cacos, cuja humanidade se vai desfazendo à medida que a narrativa avança.

A história centra-se na detenção de Kenneth Baxter, interpretado por Ian Bannen, suspeito de uma série de ataques a meninas. Johnson conduz o interrogatório, mas o que acontece naquela sala está a léguas de um simples procedimento policial. É um duelo psicológico extenuante, mais próximo de um colapso emocional do que de qualquer busca convencional pela verdade. A culpa de Baxter, por mais que paire sobre a sala, torna-se secundária; o verdadeiro foco é aquilo que a confrontação revela sobre Johnson — as fissuras, os traumas, a raiva acumulada ao longo dos anos.

Lumet, mestre em transformar espaços fechados em campos de batalha emocionais, recorre a flashbacks fragmentados e a uma encenação claustrofóbica para desmontar a mente do protagonista. O filme lança a pergunta mais inquietante de todas: pode um homem passar tanto tempo a caçar monstros sem começar a parecer-se com eles? O resultado é um retrato profundamente humano e terrivelmente ambíguo, onde a linha entre perseguidor e perseguido, entre culpado e inocente, se dissolve quase por completo.

Connery, numa clara tentativa de se libertar da sombra de 007, entrega-se a uma interpretação crua, vulnerável e assustadora. Há nele uma violência silenciosa, um desespero por detrás dos olhos, uma sensação constante de que o homem que está ali já não reconhece quem foi antes de a escuridão o engolir. É um desempenho que rasga a aura de super-homem sofisticado e deixa exposta uma alma em queda livre.

Nos momentos finais de The Offence, não há revelações reconfortantes nem sentido de justiça restaurada. Há apenas a constatação de que, às vezes, o maior inimigo vive dentro do próprio protagonista. Lumet recusa soluções fáceis e oferece apenas a verdade nua e crua: alguns danos são irreparáveis.

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The Offence permanece, meio século depois, como um filme que não pede desculpa por ser incómodo. É austero, tenso, impiedoso — mas também extraordinariamente honesto. E a prestação de Sean Connery continua a ser um monumento à capacidade do actor de ir muito além dos papéis que o tornaram famoso, mergulhando numa escuridão que poucos estariam dispostos a explorar.

Hilary Duff Revela Que Jennifer Coolidge Foi “Má” Para Ela em A Cinderella Story — Mas Só Porque Era Uma Excelente Madrasta Malvada

Vinte anos depois do clássico adolescente, Duff lembra como a frieza de Coolidge a assustou aos 15 anos — e como isso só tornou o desempenho da actriz ainda mais impressionante.

A memória colectiva guarda A Cinderella Story como uma comédia romântica leve, açucarada e típica dos anos 2000. Mas, nos bastidores, a jovem Hilary Duff viveu momentos um pouco menos encantados ao contracenar com Jennifer Coolidge — embora, justiça seja feita, tudo fosse “teatro”. Literalmente.

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Em nova entrevista à Variety, Duff, hoje com 36 anos, recordou que, durante as filmagens, Coolidge manteve uma postura fria e distante para construir a dinâmica tóxica entre a madrasta egoísta e a enteada eternamente explorada. O problema? Duff tinha apenas 15 anos na altura.

“Ela era mesmo má para mim, e era um bocadinho assustador”, confessou. “Eu tinha de me lembrar constantemente: ‘Estás a filmar um filme, isto é só um filme.’”

Segundo Duff, Coolidge não tratava mal ninguém fora do contexto das cenas — estava apenas profundamente imersa na personagem. Mas, para uma adolescente que ainda estava a descobrir o ritmo de um set de filmagens grande, lidar com uma actriz adulta a interpretar crueldade pura era um desafio emocional inesperado.

De madrasta cruel a estrela consagrada

Hoje, Duff não tem senão admiração pela antiga colega de elenco.

“Tem sido tão divertido assistir à evolução da sua carreira”, disse. “Ela entrega tudo, de maneira tão desinibida, que era realmente impressionante — e um pouco intimidante — para mim, que era tão nova.”

Jennifer Coolidge, claro, acabou por se tornar uma das figuras mais queridas (e mais imitadas) de Hollywood, especialmente após o sucesso de The White Lotus, que lhe rendeu dois Emmys e reavivou completamente a sua presença na cultura pop. Apesar de ainda ser eternamente associada à mítica “Stifler’s Mom” de American Pie, Coolidge abraçou com talento e humor papéis em Promising Young WomanFor Your Consideration2 Broke Girls e The Watcher.

Os representantes da actriz não comentaram as declarações de Duff — e, honestamente, não há escândalo nenhum para comentar. A maldade era apenas profissional.

Relembrar A Cinderella Story, o conto de fadas adolescente definitivo de 2004

O filme é hoje um clássico nostálgico do cinema teen. Duff interpretava Sam, uma rapariga órfã tratada como empregada doméstica pela madrasta obcecada por dinheiro (Coolidge) e pelas duas enteadas (Madeline Zima e Andrea Avery).

O resto é história:

  • uma amiga que funciona como “fada madrinha” moderna (Regina King),
  • um baile de máscaras,
  • um vestido que marcou a adolescência de meio mundo,
  • e um quarterback popular (Chad Michael Murray) que afinal era o misterioso pen pal de Sam.

Tudo culmina na revelação que vira o poder da história do avesso: Sam herda tudo do pai, liberta-se da tirania doméstica e finalmente segue para Princeton… acompanhada pelo rapaz de sonho, claro. A família malvada? Condenada a trabalhar para ela — o tipo de karma suave que só as comédias românticas conseguem entregar sem remorsos.

Duff e Coolidge: dois caminhos muito diferentes, mas igualmente férteis

Desde então, Hilary Duff continuou a multiplicar projectos: protagonizou filmes como Raise Your Voice e The Haunting of Sharon Tate, foi estrela da série Younger, entrou em Gossip Girl e regressou aos holofotes com How I Met Your Father. Agora prepara-se para lançar o novo álbum Luck… or Something, acompanhado de uma digressão.

Coolidge, por sua vez, vive o auge tardio da carreira — uma fase de ouro que provou ao mundo aquilo que muitos já sabiam: que a sua excentricidade controlada é um superpoder raro.

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E pensar que tudo isto começou com uma madrasta, um castelo suburbano, um telemóvel azul brilhante… e uma actriz de 15 anos que precisava de se repetir mentalmente: “É só cinema. É só cinema.”