Morreu Malcolm-Jamal Warner, o Inesquecível Theo de The Cosby Show

Ator norte-americano tinha 54 anos. Morreu por afogamento na Costa Rica. Deixa legado marcante na televisão, na música e na poesia

Malcolm-Jamal Warner, conhecido mundialmente pelo papel de Theo Huxtable em The Cosby Show, morreu aos 54 anos, vítima de um trágico afogamento na Costa Rica. O ator estava a nadar na Playa Cocles, na província de Limón, quando foi apanhado por uma corrente marítima que o arrastou para o fundo. Foi retirado da água por banhistas, mas já sem sinais vitais. A confirmação oficial chegou esta segunda-feira através do Departamento Judiciário de Investigação da Costa Rica.

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A sua morte encerra abruptamente a vida de um artista que marcou gerações, especialmente a Geração X, e que teve uma carreira multifacetada na televisão, no cinema, na música e na poesia.

Theo Huxtable: o filho que todos recordam

Warner conquistou o público com a sua interpretação de Theo Huxtable, o único filho homem da icónica família Huxtable, que durante oito temporadas entre 1984 e 1992 dominou os ecrãs da NBC. A personagem era um reflexo da adolescência americana, trazendo temas como identidade, responsabilidade e amadurecimento com uma mistura de humor e realismo.

Quem viu o episódio piloto dificilmente esquecerá o momento em que Theo discute com o pai, Cliff Huxtable (Bill Cosby), sobre dinheiro — um diálogo que se tornou instantaneamente clássico. Outro momento inesquecível: a célebre “camisa Gordon Gartrell”, mal costurada pela irmã Denise (Lisa Bonet), que se tornou um símbolo de comédia e estilo kitsch televisivo. A camisa chegou a ser homenageada anos mais tarde por Anthony Mackie no The Tonight Show e é ainda hoje a foto de perfil no Instagram de Warner.

Um legado maior que uma série

Apesar da popularidade do programa, Warner teve de lidar, tal como o resto do elenco, com o peso das acusações contra Bill Cosby, cuja condenação por agressão sexual foi mais tarde anulada. Em 2015, o actor confessava que “o legado do programa está manchado”, mas lamentava sobretudo o impacto que isso teria na representação da comunidade afro-americana na televisão: “O facto de não termos mais algo como The Cosby Show entristece-me profundamente.”

Warner defendeu ao longo da vida a importância de representações positivas e ricas de pessoas negras nos media — algo que ele próprio encarnou com firmeza, quer como actor, quer como músico e poeta.

Muito além do Theo

Depois de The Cosby Show, Warner manteve uma carreira activa e variada. Protagonizou Malcolm & Eddie (1996-2000) ao lado do comediante Eddie Griffin, e voltou à televisão com Read Between The Lines (2011), onde contracenava com Tracee Ellis Ross.

Participou ainda em American Crime Story, no papel de Al Cowlings, amigo de O.J. Simpson, e teve uma presença regular em The Resident, da FOX. No cinema, destacou-se na comédia romântica Fool’s Gold (2008), ao lado de Matthew McConaughey e Kate Hudson.

Além do ecrã, Warner era também um talentoso poeta e músico. Recebeu um Grammy pela melhor performance de R&B tradicional e foi nomeado para melhor álbum de poesia falada com Hiding in Plain View — um testemunho do seu talento multifacetado.

Vida privada discreta

Apesar de ser figura pública desde jovem, Malcolm-Jamal Warner manteve a sua vida pessoal longe dos holofotes. Era casado e tinha uma filha, mas escolheu não divulgar publicamente os nomes dos seus familiares.

Ficam as suas palavras, as suas interpretações e o impacto profundo que teve em milhões de espectadores. Despede-se um símbolo de uma geração e um artista que deu voz, humor e profundidade a uma personagem que ficará para sempre na história da televisão.

O Novo James Bond Está Cada Vez Mais Próximo — E Barbara Broccoli Aplaude a Escolha de Denis Villeneuve

A Amazon assume o volante da saga 007 e promete uma reinvenção com sangue novo e um toque de “Dune”

O mundo de James Bond está prestes a entrar numa nova era — e, para surpresa de muitos, a sua antiga guardiã não podia estar mais entusiasmada. Barbara Broccoli, produtora histórica da saga 007 ao lado do irmão Michael G. Wilson, elogiou publicamente a escolha de Denis Villeneuve para realizar o próximo filme de James Bond, agora sob a alçada da Amazon MGM Studios.

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“Ele é um cineasta fantástico, estou entusiasmada por ele ir fazê-lo”, afirmou Broccoli no podcast Kermode on Film, citada pela Variety. E quando Barbara Broccoli — que controlou o destino do espião mais famoso do cinema durante mais de quatro décadas — dá a sua bênção, os fãs prestam atenção.

Amazon toma o controlo… com mão livre

Em fevereiro, a Amazon celebrou um acordo com os Broccoli para assumir o controlo criativo da saga. Embora a nova estrutura jurídica preserve uma “copropriedade” formal dos direitos, a verdade é que será a empresa de Jeff Bezos a decidir o futuro da personagem, incluindo a expansão para novas narrativas, formatos e… plataformas.

A comparação com a estratégia da Disney em Star Wars e no universo Marvel não é acidental. Tal como esses universos, o 007 pode estar prestes a ganhar novas vidas — não apenas no cinema, mas também no streaming.

Barbara Broccoli, por seu lado, deixa o volante com classe. “Fiz isto durante 44 anos e adorei cada minuto, mas levanto-me e há muitas coisas que quero fazer… como este bonito musical”, explicou, referindo-se à sua produção de Sing Street, actualmente em palco em Londres.

Quem será o novo Bond?

A resposta continua envolta em mistério, mas há três nomes que lideram a corrida, segundo a Variety: Jacob Elordi (Saltburn), Tom Holland (Homem-Aranha) e Harris Dickinson (Babygirl). Todos estão à volta dos 30 anos — idade ideal apontada pelos próprios Broccoli para dar nova vitalidade ao espião britânico.

Jacob Elordi, embora australiano, não representa um obstáculo — George Lazenby já foi Bond em 1969 com o mesmo passaporte. Holland beneficia da sua ligação profissional com a produtora Amy Pascal. E Dickinson, o menos conhecido do trio, prepara-se para um papel de grande exposição: interpretar John Lennon num ambicioso quarteto de filmes sobre os Beatles.

Ficam, assim, fora de jogo nomes como Aaron Taylor-Johnson (35), Henry Cavill (42) e o eterno favorito dos fãs, Idris Elba (52).

Um Bond para 2028 — com escala e paciência

Com Denis Villeneuve comprometido com o terceiro Dune até ao final de 2026, é natural que a rodagem de Bond 26 só arranque em 2027. A estreia, portanto, deverá acontecer em 2028 — sete anos após a despedida de Daniel Craig em 007: Sem Tempo Para Morrer (2021), o maior hiato da história da saga.

Segundo a Variety, a Amazon tem também uma “shortlist” de argumentistas para definir a nova direcção da saga. Um dos nomes mais falados é Jonathan Nolan, irmão de Christopher Nolan e criador da série Fallout. Embora tenha impressionado o estúdio com a sua visão como realizador, fontes indicam que não estará disponível para escrever o argumento.

O que esperar?

Tudo indica que o próximo capítulo de James Bond será uma reinvenção completa: novo rosto, nova abordagem, nova década (há rumores de que o filme decorra nos anos 60) e um realizador com uma assinatura visual inconfundível.

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E se até Barbara Broccoli está entusiasmada, talvez o público também deva estar.

Fracasso ou Vitória Silenciosa? Indiana Jones e o Marcador do Destino Fez o Que Nenhum Outro Filme Conseguiu em Três Anos

Apesar do prejuízo financeiro, o adeus de Harrison Ford ao icónico arqueólogo trouxe um feito histórico: o regresso do público adulto às salas de cinema

Indiana Jones e o Marcador do Destino não foi, de todo, o sucesso que a Disney desejava. A quinta e (muito provavelmente) última aventura de Harrison Ford no papel do arqueólogo mais famoso do cinema terminou a sua exibição com um sabor agridoce: fracassou nas bilheteiras… mas alcançou algo que nenhuma superprodução conseguiu desde a pandemia.

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Realizado por James Mangold e com um orçamento colossal estimado entre 295 e 330 milhões de dólares (sem contar com os custos de marketing), o filme acabou por arrecadar cerca de 384 milhões a nível global. Longe dos 600 a 800 milhões necessários para gerar lucro. No papel, foi um desastre económico.

Mas e se o sucesso não estiver apenas nos números?

O verdadeiro triunfo de O Marcador do Destino foi sociológico: conseguiu trazer os adultos de volta ao cinema. Desde a pandemia, o público com mais de 40 anos tem sido o mais relutante em regressar às salas, preferindo o conforto do streaming. Nem Avatar: O Sentido da Água, com todo o seu espectáculo visual, conseguiu convencê-los. Mas Indy, com o seu chapéu e chicote, conseguiu.

Em 2023, a CBS divulgou um estudo que mostrava que, antes da pandemia, os maiores de 40 anos compravam cerca de 41% dos bilhetes de cinema na América do Norte. Desde então, esta percentagem caiu drasticamente. Indiana Jones e o Marcador do Destino quebrou esse padrão.

Segundo dados partilhados pela Screen Daily, 21% dos espectadores tinham mais de 54 anos, 19% estavam entre os 45 e os 55 anos e outros 19% entre os 34 e os 44. Apenas 13% tinham entre 18 e 24 anos, sinal claro de que esta aventura não seduziu o público jovem — ao contrário, por exemplo, de Top Gun: Maverick, que conseguiu conquistar todas as faixas etárias.

Um adeus nostálgico para os que cresceram com Indy

A verdade é que O Marcador do Destino foi feito para os fãs de longa data. Para os que viram Os Salteadores da Arca Perdida no cinema. Para os que dançaram ao som da fanfarra de John Williams enquanto brincavam com chicotes de brincar no quintal. Estes voltaram — mesmo que em menor número e com menos pressa do que os estúdios gostariam.

E isso pode explicar parte do desfasamento nas receitas: os adultos não correm para as estreias, mas vão aparecendo aos poucos. Talvez o filme tenha tido uma longevidade de bilheteira que os grandes estúdios, cada vez mais obcecados com o primeiro fim-de-semana, deixaram de saber valorizar.

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Harrison Ford despede-se — e deixa um legado

Independentemente dos números, este foi o adeus oficial de Harrison Ford a Indiana Jones, personagem que interpretou durante mais de quatro décadas. E talvez esse seja o verdadeiro valor do filme: oferecer uma despedida emocional a uma geração que o acompanhou desde os anos 80 — e que, por uma última vez, voltou ao cinema para o ver em acção.

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Apesar de ultrapassar I Am Legend, a suposta despedida da saga termina aquém do esperado com uma recepção morna e números discretos

Depois de dois meses em exibição nos cinemas de todo o mundo, Mission: Impossible – The Final Reckoning fecha a sua corrida teatral com um sabor agridoce. Vendido como o capítulo final da saga protagonizada por Tom Cruise, o filme acabou por não conquistar nem o público nem a crítica, terminando com uma bilheteira global que não chega aos 600 milhões de dólares — um número bem abaixo do necessário para equilibrar contas.

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Uma missão… demasiado impossível?

Com um orçamento colossal de 400 milhões de dólares (inflacionado por atrasos devido à pandemia e às greves de 2023), The Final Reckoning precisava de ultrapassar o sucesso de Mission: Impossible – Fallout (2018), que arrecadou quase 800 milhões e foi aclamado com 98% no Rotten Tomatoes. Mas não foi isso que aconteceu. O filme terminou a sua exibição com 588 milhões de dólares em receitas globais — ligeiramente acima de Dead Reckoning e de títulos como Ready Player One e I Am Legend, mas longe do impacto das entradas anteriores da saga.

Sem concorrência… e sem impacto

Curiosamente, The Final Reckoning teve uma janela de estreia teoricamente ideal. Ao contrário de Dead Reckoning, que enfrentou o fenómeno Barbenheimer, este novo capítulo não teve concorrência directa nas primeiras semanas. E ainda assim, não conseguiu descolar.

O problema? Segundo vários analistas, o filme oferece acção em estilo “Rube Goldberg” — ou seja, cenas cada vez mais elaboradas, mas que por vezes sacrificam o desenvolvimento emocional e narrativo. A complexidade do enredo e a falta de alma parecem ter afastado parte do público, mesmo com Tom Cruise a dar o litro (e a arriscar o pescoço) como sempre.

Supera Will Smith, mas não deixa legado claro

Apesar dos resultados modestos, The Final Reckoning ainda conseguiu ultrapassar um clássico moderno: I Am Legend, protagonizado por Will Smith, lançado em 2007. Uma sequela deste último, com Michael B. Jordan e realização de Steven Caple Jr., está actualmente em pré-produção — e pode muito bem roubar o protagonismo deixado vago por Ethan Hunt.

A pergunta agora é: será mesmo este o último filme da saga? A publicidade vendeu The Final Reckoning como o capítulo final, mas nada foi oficialmente selado. Com números assim-assim e uma base de fãs ainda fiel, não será de estranhar que a missão continue… com outro formato, outra equipa, ou até outra cara.

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Tom Cruise poderá ter saltado de aviões em voo e escalado penhascos impossíveis, mas talvez esta última missão tenha sido mais perigosa do que parecia: conquistar corações num mercado saturado.

Millie Bobby Brown Vai Casar com um Desconhecido… Daqui a 10 Anos?

Conheça a Nova Comédia Romântica da Netflix“Just Picture It” junta a estrela de Stranger Things a Gabriel LaBelle numa história de amor com um toque de ficção e muita química futura

Millie Bobby Brown está de regresso à Netflix, mas desta vez deixa os Demogorgons em Hawkins para abraçar o amor — com uma boa dose de tecnologia disfuncional pelo meio. A actriz vai protagonizar Just Picture It, uma nova comédia romântica onde contracena com Gabriel LaBelle (The Fabelmans). A premissa? Dois universitários que ainda nem se conhecem… mas cujos telemóveis decidem mostrar-lhes fotos do futuro, onde aparecem casados e com filhos.

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Sim, é isso mesmo: um spoiler romântico em forma de galeria fotográfica.

Uma ideia digna de um bug… encantador

Com realização de Lee Toland Krieger (The Age of Adaline) e argumento de Jesse Lasky (antigo argumentista do Late Show With David Letterman), Just Picture It promete misturar romance, comédia e um toque de ficção científica leve — daqueles que servem apenas para acelerar o coração e o enredo.

Segundo a sinopse divulgada, os protagonistas são dois jovens universitários cujos telemóveis avariam de forma inexplicável, começando a mostrar imagens suas… dez anos no futuro, enquanto casal feliz e com uma família. O único detalhe desconcertante? Eles nunca se viram na vida. Está aberta a porta para encontros desastrosos, confusões encantadoras e, claro, uma dose generosa de destino digital.

De produtora precoce a rainha da Netflix

Brown, agora com 21 anos, não só protagoniza o filme como também é produtora do projecto. O seu marido, Jake Bongiovi, entra como produtor executivo — e o casal parece estar a construir o seu próprio pequeno império rom-com na plataforma de streaming que lançou Millie para o estrelato.

Desde Stranger Things até Enola Holmes e Damsel, a actriz tem mantido uma colaboração sólida com a Netflix, que continuará nos próximos tempos: Enola Holmes 3 já está em desenvolvimento, e também há planos para adaptar o seu romance de estreia, Nineteen Steps, para o grande ecrã.

Gabriel LaBelle: De Spielberg à ficção romântica

Gabriel LaBelle, de 22 anos, é outro nome em ascensão. Depois de encarnar o jovem Steven Spielberg em The Fabelmans e de dar vida a Lorne Michaels (criador de Saturday Night Live) em Saturday Night, o actor prepara-se para conquistar o público num registo bem diferente: o de romântico improvável, com um toque de humor gerado por falhas tecnológicas.

Amor com previsão automática

Just Picture It será produzido por Joe Roth e Jeff Kirschenbaum (RK Films) e Robert Brown (PCMA Productions), com Alyssa Altman, Isobel Roberts e David Kern como produtores executivos. A data de estreia ainda não foi revelada, mas o filme já está a gerar expectativa entre fãs de romances com twist e fãs de Millie Bobby Brown — ou seja, praticamente todo o catálogo Netflix.

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Se alguma vez quis saber como seria receber spoilers sentimentais no telemóvel, esta é a comédia romântica que tem de ver. Afinal, quem precisa de aplicações de encontros quando o próprio destino te envia fotos com dez anos de antecedência?

“The Legend of Zelda”: Já são conhecidos os protagonistas da adaptação cinematográfica do icónico videojogo

Link e Zelda ganham rostos no grande ecrã — e a expectativa só aumenta até 2027

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É oficial: The Legend of Zelda, um dos videojogos mais emblemáticos de sempre, vai finalmente chegar aos cinemas com um filme em imagem real. Depois de décadas de rumores, tentativas falhadas e muita especulação online, a Nintendo revelou os jovens atores que vão dar vida a Link e Zelda: Benjamin Evan Ainsworth e Bo Bragason, respetivamente.

O anúncio foi feito por ninguém menos do que Shigeru Miyamoto, o criador da saga, que confirmou a escolha através das redes sociais da Nintendo, com direito a imagens dos protagonistas já caracterizados. A revelação foi recebida com entusiasmo — e também com algum alívio — por fãs que esperavam há quase 20 anos por uma adaptação que fizesse justiça ao universo de Hyrule.

Benjamin Evan Ainsworth, conhecido pela sua voz de Pinóquio na versão de Robert Zemeckis e pela participação em A Maldição de Bly Manor, será o corajoso Link. Já Bo Bragason, que brilhou recentemente na série Renegade Nell, da Disney+, assume o papel de Zelda — a princesa, maga e guerreira, cuja personagem tem ganho maior protagonismo nas mais recentes entradas da saga.

Uma aventura com pedigree

O filme será realizado por Wes Ball, responsável pela trilogia Maze Runner e pelo recente O Reino do Planeta dos Macacos, com argumento de Derek Connolly (Mundo Jurássico) e produção de Avi Arad, nome associado a quase todos os filmes do Homem-Aranha. A estreia está marcada para 7 de maio de 2027, numa parceria entre a Nintendo e a Sony.

Embora ainda não se conheçam detalhes da história, espera-se que o filme respeite o espírito da saga: uma jornada épica em que Link enfrenta perigos e quebra maldições para salvar o reino de Hyrule — e Zelda. A Nintendo parece ter aprendido com os erros do passado, como o infame Super Mario Bros. de 1993, e aposta agora num envolvimento total com o projeto, tal como fez com sucesso em Super Mario Bros: O Filme, que rendeu mais de 1,3 mil milhões de dólares em 2023.

Uma lenda à prova do tempo

Lançado pela primeira vez em 1986, The Legend of Zelda é uma das franquias mais celebradas do mundo dos videojogos, com mais de 140 milhões de cópias vendidas ao longo de mais de 10 títulos. A série continua a reinventar-se, como ficou patente em The Legend of Zelda: Echoes of Wisdom, lançado em 2024, onde a própria Zelda assume o papel de heroína.

Apesar da especulação de que Hunter Schafer (Euphoria) poderia interpretar a princesa, a Nintendo optou por um elenco mais jovem — possivelmente para preparar o terreno para uma saga cinematográfica de longa duração.

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Com um historial marcado por resistência a adaptações e um cuidado quase obsessivo com a sua propriedade intelectual, a Nintendo parece agora pronta para dominar também as salas de cinema. Resta-nos esperar até 2027 para descobrir se esta nova incursão no grande ecrã fará justiça à lenda.

Julia Roberts e Andrew Garfield em Guerra no Novo Thriller de Guadagnino: Já Viste o Trailer de “Depois da Caçada”?

O novo filme de Luca Guadagnino promete incendiar debates, provocar desconforto e conquistar prémios. Depois da Caçada (After the Hunt, no original) acaba de ganhar um trailer intenso e provocador, antecipando um dos títulos mais falados da próxima temporada cinematográfica — e não é por acaso que a estreia em Portugal está marcada para outubro, plena época de Óscares.

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Uma Sala de Aula em Ebulição 🎓🔥

Julia Roberts, Andrew Garfield e Ayo Edebiri protagonizam este thriller psicológico ambientado numa universidade norte-americana, onde uma acusação de abuso desencadeia uma cascata de revelações, tensões e questões morais.

Roberts interpreta uma professora universitária reputada, apanhada no meio de uma acusação grave: uma das suas alunas mais brilhantes (Edebiri) acusa um colega docente (Garfield) de comportamento abusivo. Mas o que poderia ser um dilema ético torna-se ainda mais complexo quando um segredo do passado da própria professora ameaça vir à superfície.

Um Espelho do Nosso Tempo

Com temas como abuso de poder, cultura de cancelamento, extremismos ideológicos e o legado do movimento #MeToo, Depois da Caçada posiciona-se como uma obra polémica e urgente. Guadagnino, sempre atento aos jogos de poder e pulsões humanas, parece aqui disposto a levar o espectador ao limite do desconforto — e da reflexão.

O trailer, divulgado esta semana, não esconde a tensão: olhares cortantes, diálogos carregados e uma atmosfera de crescente inquietação. “Não se pode estar sempre à vontade” é o aviso que acompanha as primeiras imagens, uma frase que promete marcar o tom da narrativa.

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Elenco de Luxo e Timing Perfeito

A acompanhar os três protagonistas estão nomes como Chloë Sevigny e Michael Stuhlbarg, reforçando um elenco que promete disputar as categorias principais dos grandes prémios.

Produzido pela Amazon MGM Studios e com estreia exclusivamente em sala, Depois da Caçada é claramente uma aposta de prestígio. A chegada a Portugal está prevista para outubro, numa janela estratégica para a temporada de prémios — e tudo indica que será um dos filmes mais falados até março de 2026, quando se realizarem os Óscares.

“Stranger Things”: A Última Temporada Já Tem Trailer… e Estreia em Três Partes!

A batalha final por Hawkins aproxima-se — e vai durar até 2026

📺 Depois de três anos de silêncio (e ansiedade!), a Netflix acaba de lançar o primeiro teaser trailer da quinta e última temporada de Stranger Things — e já sabemos quando será o regresso… e o adeus. Preparem os waffles, os walkmans e o coração: Hawkins está prestes a mergulhar no seu capítulo mais negro.

A série que conquistou o mundo desde 2016 não se vai despedir de forma tímida: a última temporada será dividida em três partes e promete elevar ainda mais a fasquia de emoções, espetáculo visual e, claro, referências aos anos 80.

Três partes, uma só despedida

A estrutura da despedida é ambiciosa — e também inusitada:

  • 📅 Parte 1: estreia a 27 de novembro de 2025, com quatro episódios.
  • 📅 Parte 2: segue-se a 26 de dezembro de 2025, com três episódios.
  • 📅 Parte 3: fecha a saga com um único episódio, a ser lançado a 1 de janeiro de 2026 — um verdadeiro réveillon de Hawkins para o Mundo.

Esta divisão vai permitir um ritmo mais controlado e, ao que tudo indica, episódios mais longos e densos, à semelhança do que vimos na quarta temporada.

O teaser: reencontros, nostalgia e uma ameaça final

O teaser trailer agora revelado traz-nos de volta aos rostos que crescemos a amar — Eleven, Mike, Dustin, Lucas, Will, Max, Steve, Nancy e companhia — e antecipa o que será o confronto definitivo contra as forças do Mundo Invertido.

Embora ainda envolto em mistério, o vídeo sugere que o mal não desapareceu com Vecna e que a cidade de Hawkins poderá estar à beira da destruição total. Há cenas de ação intensas, momentos emocionais e o já esperado crescendo épico que se tornou imagem de marca da série dos irmãos Duffer.

O fim de uma era para a Netflix

Com Stranger Things, a Netflix não só criou um fenómeno cultural, como também redefiniu o que significa fazer televisão serializada no streaming. O impacto da série vai muito além do ecrã: bandas sonoras que voltaram às tabelas, produtos licenciados, jogos e até casas temáticas em parques de diversões.

Agora, com o fim à vista, a plataforma prepara-se para uma despedida em grande, que se estenderá ao longo de semanas e culminará no primeiro dia de 2026 — um gesto simbólico para um legado que marcou uma ger

Terror com Elas: MOTELX Cria Prémio para Mulheres Notáveis no Cinema de Género 👻🎬

A 19.ª edição do festival lisboeta celebra o feminino no terror com Gale Anne Hurd, cinema português em alta e até espiões à solta antes do 25 de Abril

O terror vai ganhar um novo rosto (ou vários) em Lisboa: o do feminino. A 19.ª edição do MOTELX – Festival Internacional de Cinema de Terror de Lisboa vai decorrer de 9 a 15 de setembro no Cinema São Jorge, e traz uma lufada de ar fresco ao género, com a criação de um novo prémio e uma homenagem de peso.

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O grande destaque? A presença de Gale Anne Hurd, produtora e argumentista lendária de obras como Aliens: O Reencontro Final, O Abismo e O Exterminador Implacável 2, que será distinguida com o recém-criado Prémio Noémia Delgado para Mulheres Notáveis no Terror.

Gale Anne Hurd: uma lenda em Lisboa

Com uma carreira irrepetível e um currículo que ajudou a moldar o cinema de género nos anos 80 e 90 (e também o fenómeno televisivo The Walking Dead), Gale Anne Hurd vem a Lisboa para receber o novo galardão do festival. O prémio, com o nome da poeta e cineasta portuguesa Noémia Delgado, serve para recuperar a memória de autoras pioneiras do fantástico e para dar palco a novos talentos femininos que estão a redefinir o terror do século XXI.

Terror português com sotaques diferentes (até madeirense)

O cinema português volta a estar em destaque, com três longas-metragens nacionais em competição pelo Prémio Méliès d’Argent para Melhor Longa Europeia: Sombras, a estreia no género de Jorge Cramez; A Pianista, de Nuno Bernardo; e Crendices, o primeiro filme de terror 100% madeirense, nascido das mãos do colectivo humorístico 4Litro. Uma estreia hilariante? Um susto em dialecto insular? Veremos.

Do lado das curtas, há 12 filmes portugueses a concorrer ao Prémio de Melhor Curta de Terror Nacional, com temas que vão do drama social ao sobrenatural, passando por animações e sátiras. Destaque para O Próximo Passo, sobre precariedade habitacional, e Resut, de Mafalda Jacob, com foco na saúde mental. No lado europeu, Portugal é representado por obras como Grito, de Luís Costa, Borbulha, de Fernando Alle, e animações como Amarelo Banana e Sequencial.

Espiões em Lisboa antes do 25 de Abril? Sim, no MOTELX também há!

Na secção “Sala de Culto”, o festival estreia em Portugal Los mil ojos del asesino, um ‘thriller’ italo-espanholo rodado em Lisboa poucos meses antes da Revolução dos Cravos. Mistura de James Bond com kung fu e filmado num país ainda sob ditadura, esta preciosidade vintage promete surpreender.

Fantasmas úteis, Ayo Edebiri, John Malkovich e um festival paralelo

Entre as antestreias internacionais, há a comédia surrealista A Useful Ghost, premiada em Cannes, o enigmático Opus, com Ayo Edebiri e John Malkovich, e o filme brasileiro Enterre Seus Mortos, de Marco Dutra, já antecipado como um dos grandes destaques do festival.

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E como o terror também é futuro e tecnologia, o MOTELX acolhe este ano a primeira edição do Digital Film Festival, a 10 e 11 de setembro, um espaço de inovação para criadores audiovisuais.

“A Vida Entre Nós”: Stéphane Brizé regressa com um retrato terno e melancólico do amor que persiste no tempo

No dia 18 de julho, os Canais TVCine estreiam em exclusivo “A Vida Entre Nós”, o mais recente filme do consagrado realizador francês Stéphane Brizé. A exibição está marcada para as 22h no TVCine Edition e no TVCine+, assinalando o regresso de Brizé ao grande ecrã com uma obra intimista, melancólica e profundamente humana. Estreado mundialmente na 80.ª edição do Festival de Veneza e vencedor do Prémio do Público na última Festa do Cinema Francês, este filme é um convite à contemplação do tempo, da memória e da persistência dos afectos.

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Mathieu e Alice reencontram-se por acaso num spa termal, 15 anos depois do fim do seu romance. Ele é um ator conhecido que vive em Paris; ela, uma professora de piano que vive numa pacata cidade costeira no oeste de França. A separação foi há muito tempo, e cada um seguiu a sua vida, curando feridas e moldando-se às suas rotinas. Mas esse reencontro inesperado, enquanto ambos tentam diluir as suas próprias melancolias nas águas termais, reabre uma porta há muito encerrada — ou assim pensavam. As emoções de outrora ressurgem, confundindo certezas e colocando o passado e o presente num inevitável confronto.

Com Guillaume Canet no papel de Mathieu e Alba Rohrwacher como Alice, “A Vida Entre Nós” é interpretado com uma sensibilidade rara. Ambos entregam performances contidas, silenciosas e maduras, que dão corpo à densidade emocional do argumento. O elenco conta ainda com Sharif Andoura, Marie Drucker e Emmy Boissard Paumelle, em papéis que complementam este retrato de vidas discretas, mas profundamente marcadas por aquilo que foi e por aquilo que, talvez, ainda possa ser.

Stéphane Brizé, conhecido por obras como A Lei do Mercado, Em Guerra e Um Outro Mundo, afasta-se aqui da crítica social mais contundente para regressar ao domínio da intimidade. Ainda assim, mantém a sua assinatura — a busca por um cinema humano, realista e essencial, onde os silêncios são tão eloquentes quanto os diálogos. A sua realização aposta na contenção, na subtileza dos gestos e na respiração dos espaços, como se a própria câmara hesitasse em invadir a vida das personagens.

O filme não propõe grandes reviravoltas nem catarses arrebatadoras. A sua força reside na atenção aos pequenos gestos, aos olhares prolongados, àquela hesitação que surge quando os sentimentos regressam, mas o tempo já passou. Brizé filma a maturidade afectiva com uma honestidade comovente, desprovida de cinismo ou idealizações.

“A Vida Entre Nós” é um filme sobre reencontros, mas também sobre aquilo que permanece quando tudo parece já ter terminado. Um olhar maduro sobre o amor — não o amor da paixão arrebatadora, mas o amor persistente, que se adapta às mudanças, que sobrevive à distância e que, por vezes, regressa quando menos se espera. É uma obra que encontra beleza na melancolia, e poesia nas cicatrizes da vida.

Para quem acompanha o cinema francófono e o trabalho de Stéphane Brizé, esta é uma oportunidade imperdível. Para os que ainda não descobriram a sensibilidade única do realizador, “A Vida Entre Nós” pode ser o melhor ponto de partida.

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A não perder, dia 18 de julho, às 22h, em estreia exclusiva no TVCine Edition e em TVCine+.

“Superman” Voou Alto nas Bilheteiras: Estreia de James Gunn é um dos Grandes Triunfos de 2025

O novo filme Superman, realizado por James Gunn e protagonizado por David Corenswet, estreou-se com força nas bilheteiras norte-americanas, arrecadando cerca de 123 milhões de dólares no seu primeiro fim de semana. Trata-se de um arranque robusto para o primeiro capítulo da nova fase do universo DC – intitulada “Gods and Monsters” – e de um claro sinal de confiança dos espectadores na visão optimista e humanista que Gunn trouxe para o super-herói mais icónico da cultura pop.

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Apesar das expectativas inflacionadas (alguns analistas previam uma abertura entre 140 e 150 milhões), os resultados são sólidos e posicionam o filme como o segundo maior arranque para um filme de Superman, apenas atrás de Batman v Superman: Dawn of Justice (166 milhões) e acima do reinício anterior de Zack Snyder, Man of Steel (116,6 milhões).

Para a Warner Bros. e a DC Studios, este é o segundo filme do ano a ultrapassar os 100 milhões de dólares na estreia, depois de A Minecraft Movie (162 milhões), o que confirma um momento positivo para o estúdio numa temporada de verão tradicionalmente competitiva.

Uma estreia com pernas para andar

Os indicadores de satisfação do público são animadores: o filme obteve uma classificação de A- no CinemaScore (a mesma de Man of Steel) e uma impressionante pontuação de 94% no Rotten Tomatoes por parte do público, o que sugere que a narrativa de Gunn está a ressoar de forma positiva. O filme também registou um “definite recommend” de 74% no PostTrak e um “score positivo” de 86%.

Parte do sucesso poderá também dever-se a um marketing eficaz, com destaque para a exibição do trailer antes do gigantesco A Minecraft Movie, o que terá ajudado a colocar o novo Superman na mira de públicos mais jovens e familiares. A Warner, segundo dados da EntTelligence, conseguiu fazer chegar o trailer a mais de 95 milhões de espectadores em sala.

Um filme para todos?

Gunn assumiu desde o início que queria contar uma história de bondade e esperança. Em entrevista ao Sunday Times, o realizador afirmou: “Superman é a história da América… de um imigrante que vem de outro lugar. Mas para mim é, acima de tudo, uma história sobre a gentileza humana, um valor que perdemos.”

Esta leitura mais “humanista” do super-herói não passou incólume à crítica conservadora. Algumas figuras mediáticas como Kellyanne Conway, habitual presença em The Five da Fox News, acusaram o filme de ter uma agenda ideológica. Mas os números provam o contrário: os condados tradicionalmente republicanos nos EUA (os chamados “red counties”) registaram níveis de bilheteira em linha com os padrões de filmes PG-13, afastando o fantasma de um boicote político.

Gunn parece ter encontrado o equilíbrio: um filme com emoção, humor, espectáculo e um subtexto social subtil, mas não panfletário.

Corenswet, Brosnahan e o poder de um elenco unido

David Corenswet (o novo Clark Kent) e Rachel Brosnahan (Lois Lane) foram bem recebidos, mas uma das grandes surpresas foi Nicholas Hoult como Lex Luthor. O seu desempenho, frio e calculista, trouxe uma nova dimensão ao vilão. Outro destaque foi a portuguesa Sara Sampaio no papel de Eve Teschmacher, cuja interpretação trouxe leveza e empatia inesperadas à assistente de Luthor.

O ambiente nas filmagens foi, segundo relatos, marcado por colaboração e camaradagem. A crítica elogiou também a reinterpretação visual e sonora da mitologia de Superman, com direito a apontamentos nostálgicos (incluindo referências musicais ao tema de John Williams) mas sem perder frescura.

Um voo que pode durar

Com 42% da bilheteira a vir de formatos premium (IMAX e PLF) e uma presença forte entre os menores de 35 anos (66% do público total), o filme demonstra vitalidade nas faixas demográficas mais procuradas pelos estúdios. A maior faixa etária foi a dos 18-24 anos (31%), o que mostra que a personagem continua a inspirar novas gerações.

Mesmo que o filme não chegue aos 1.000 milhões globais como outros colossos do género, está bem posicionado para garantir longevidade nas salas e lançar as bases de uma nova era para a DC Studios.

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Com uma estreia calorosa tanto no box office como na crítica, Superman confirma que a abordagem emocional e luminosa de James Gunn encontrou o seu público. E, pelo menos por agora, o Homem de Aço voltou a voar alto

Ed Helms confessa que os pais conservadores não esperavam vê-lo em “The Hangover”

🎬 “A Ressaca” (título original: The Hangover) foi um fenómeno de bilheteira em 2009, com mais de 469 milhões de dólares arrecadados e dois filmes seguintes que consolidaram o seu estatuto como uma das comédias mais irreverentes da década. Mas para Ed Helms, que interpreta o contido dentista Stu Price, a entrada nesse universo cinematográfico esteve longe de ser um passo óbvio — especialmente considerando as suas origens familiares.

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Em conversa recente com Ted Danson, no podcast da SiriusXM Where Everybody Knows Your Name, o actor revelou que cresceu “num lar sulista reprimido, politicamente muito progressista, mas ainda assim socialmente conservador”. E, segundo ele, The Hangover era “tudo menos” aquilo que os pais tinham em mente para o filho.

“Não foi para isto que me educaram”, confessou Helms, entre risos. “Estavam habituados a ver-me em coisas como o The Daily Show ou The Office, portanto já tinham aceitado algum grau de loucura, mas mesmo assim estava nervoso com a ideia de os levar à estreia de The Hangover.”

A reacção da mãe, no entanto, não podia ter sido mais inesperada — e tocante.

“As luzes acendem-se e vejo a minha mãe a chorar. E, por um segundo, pensei: ‘Acabei de partir o coração da minha pobre mãe?’. Mas afinal eram lágrimas de riso. Ela virou-se para mim e disse: ‘Foi tão engraçado’, e deu-me um grande abraço. Nunca esquecerei esse momento. Foi especial.”

O sucesso repentino e o caos interior

Helms, que tinha 35 anos quando o primeiro filme estreou, já era conhecido do público graças à série The Office, onde interpretava o hilariantemente insuportável Andy Bernard. Mas nada o preparou para o nível de fama que The Hangoverlhe trouxe — e admite que não foi fácil lidar com isso.

“Foi um tornado de fama. Estava a receber guiões para todos os tipos de projectos e a pensar: ‘O que faço agora?’. Andava em pânico, sem saber que carreira queria seguir.”

Apesar do caos, encontrou estabilidade nos colegas de elenco: Zach Galifianakis e Bradley Cooper. Segundo Helms, o trio funcionava como um sistema de apoio mútuo.

“Se não fossem eles, acho que teria perdido o juízo. Estávamos todos a tentar manter os pés no chão. Foi uma forma de não nos deixarmos levar pela fama.”

Do conservadorismo ao culto da comédia

Ed Helms tem sido uma figura relativamente discreta desde a trilogia The Hangover, mas a sua carreira equilibra comédias mainstream com projectos mais pessoais. Ainda assim, continua a ser lembrado como o homem que arrancou um dente verdadeiro em nome da comédia (sim, aquela cena foi inspirada numa situação real: Helms tem um implante dentário e removeu-o para filmar uma das sequências).

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É curioso — e até inspirador — ver como um actor criado num ambiente onde The Hangover seria tudo menos apropriado, acabou por se tornar num dos rostos icónicos da comédia do século XXI. E com o selo de aprovação da própria mãe.

Sara Sampaio Brilha em “Superman”: Uma Nova Eve Teschmacher para a Nova Era de James Gunn

Está lançada a nova era da DC. E com ela, surge uma inesperada mas muito bem-vinda surpresa para o público português: Sara Sampaio entra oficialmente no universo de Superman. A supermodelo e atriz portuguesa dá corpo e alma a uma versão renovada da assistente e namorada do vilão Lex Luthor, num papel que, segundo a própria, foi construído com sensibilidade, inteligência emocional e… estilo.

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Em entrevista à agência Lusa, Sara revelou que a sua interpretação de Eve Teschmacher foi “um bocadinho diferente da original”, procurando oferecer uma versão mais fresca, contemporânea e emocionalmente complexa. “Ela parece que tem uma essência quase de criança, muito pura”, descreve, apontando para uma inocência desarmante por trás da imagem superficial.

Influenciadora ou aliada?

Na nova versão escrita e realizada por James Gunn, Eve Teschmacher surge inicialmente como uma influencer fútil, obcecada por visuais e outfits — e Sampaio garante que tem “os melhores do filme” — mas a personagem depressa se revela mais profunda do que parece. “As pessoas não têm de ser só uma coisa”, insiste a atriz. “Ela pode gostar de coisas bonitas e de cor-de-rosa, mas não significa que seja uma pessoa sem cérebro”.

Este jogo de expectativas — em que o que parece frívolo é, afinal, estratégico — é um dos trunfos da personagem. Eve está com Lex Luthor por segurança, por necessidade de estabilidade. Mas quando percebe que essa proteção está em risco, mostra que sabe cuidar de si mesma. “Ela tem um plano B”, reforça Sampaio.

A personagem, originalmente introduzida nos filmes de Richard Donner dos anos 70, onde foi interpretada por Valerie Perrine, tem vindo a ser redescoberta nas novas gerações. Sara Sampaio viu todas as versões anteriores e diz ter-se apaixonado pela personagem. Agora, é a sua vez de deixá-la gravada na memória do público.

James Gunn, um realizador ao serviço do elenco

O novo Superman marca também o início do novo universo cinematográfico da DC sob a liderança de James Gunn, realizador de Guardiões da Galáxia e Esquadrão Suicida. Com um orçamento astronómico de 225 milhões de dólares, o filme tem tudo para relançar o super-herói mais icónico da banda desenhada. E, segundo Sampaio, a experiência nos bastidores foi memorável.

“O James é fantástico”, diz com entusiasmo. “É um colaborador incrível, dá-nos liberdade para experimentar, está sempre com um microfone e manda piadas para dizermos no momento. Foi muito acima das expectativas”.

A atriz não esconde o nervosismo inicial, por estar entre gigantes como David Corenswet (Superman), Rachel Brosnahan (Lois Lane) e Nicholas Hoult (Lex Luthor). Mas o ambiente no set desfez qualquer insegurança. “Ajudávamo-nos muito uns aos outros, sentíamos que estávamos a fazer uma coisa muito especial. Foi melhor do que podia imaginar”.

De passarelas a Krypton: a ascensão de Sara

Com este papel, Sara Sampaio dá um salto decisivo na sua carreira em Hollywood. Após pequenas participações em CriseAt Midnight e nos trabalhos portugueses A Carga e Sombra, a ex-Victoria’s Secret Angel estreia-se agora numa superprodução mundial com uma personagem icónica. É a transição mais ambiciosa da sua carreira como atriz — e aquela que poderá consolidar a sua presença na indústria norte-americana.

É importante notar que o papel de Eve Teschmacher, apesar de secundário à primeira vista, torna-se central no desenrolar da narrativa. E a escolha de Sampaio não terá sido apenas estética: a sua entrega, dedicação e capacidade de encontrar nuances numa figura tantas vezes vista como decorativa pode fazer desta versão a mais memorável de sempre.

Um legado reimaginado

Superman de James Gunn é, nas palavras do próprio realizador, “uma carta de amor à banda desenhada”. Mas também é um exercício de reinvenção — das personagens, das suas motivações, da própria linguagem do cinema de super-heróis. E a Eve Teschmacher de Sara Sampaio é um exemplo disso: um rosto conhecido, sim, mas com alma nova.

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O filme estreia hoje em mais de 30 salas portuguesas, e marca o início de uma nova etapa para o universo DC. Para os fãs do género, é o regresso do símbolo máximo da esperança. Para o público português, é também o momento em que uma das suas maiores estrelas do mundo da moda se afirma como atriz de cinema com nome próprio.

Hugh Grant Adormece em Wimbledon Atrás da Rainha Camilla – e a Internet Não Perdoa

🎾 O torneio de Wimbledon é sinónimo de tradição, elegância… e, ao que parece, também de sonos inesperados. O actor britânico Hugh Grant protagonizou um dos momentos mais virais da edição deste ano do campeonato, ao ser apanhado pelas câmaras a dormir durante o jogo dos quartos-de-final entre Novak Djokovic e Flavio Cobolli. Um detalhe não passou despercebido: Grant adormeceu na Royal Box, mesmo atrás da rainha Camilla.

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O episódio aconteceu no dia 9 de julho, durante o tie-break do primeiro set — precisamente quando a tensão em campo aumentava. As câmaras procuravam captar a reacção dos famosos na bancada nobre e, ao invés de encontrar entusiasmo… encontraram o actor de Notting Hill com a cabeça descaída e os olhos bem fechados. O momento, claro, espalhou-se rapidamente pelas redes sociais, gerando uma onda de memes, piadas e uma certa empatia universal: quem nunca lutou contra o sono em plena formalidade?

Royal Box, Sesta Real

A Royal Box de Wimbledon é um espaço reservado para membros da realeza e convidados ilustres. Estar ali é, por si só, um gesto de prestígio. Hugh Grant, de 64 anos, marcou presença no evento acompanhado pela mulher, a produtora sueca Anna Elisabet Eberstein, com quem trocou sorrisos e cumprimentos com a rainha Camilla e o ex-primeiro-ministro John Major.

O ambiente era de cerimónia, os olhares atentos… até que o sono venceu o charme britânico de Grant. O apresentador da BBC Chris Fowler não resistiu ao momento e, em directo, questionou o colega John McEnroe: “Ele está connosco?” Ao que McEnroe respondeu com humor: “Parece que seria bom uma pequena chamada de atenção. É um desempate, avisem-no!”

Humor Britânico em Estado Puro

Apesar do momento embaraçoso — ou talvez precisamente por isso — Grant mostrou-se descontraído e bem-disposto no final do jogo, como se nada se tivesse passado. Depois da breve sesta, foi visto a conversar animadamente com a esposa e a desfrutar do ambiente típico de Wimbledon, onde as fresas com natas, os chapéus elegantes e o espírito britânico continuam a imperar.

A internet, naturalmente, não perdoou. Os memes multiplicaram-se com títulos como “Notting Asleep”“Love Actually, Nap Definitely” ou “A Very British Siesta”. Alguns fãs especularam se Grant estaria simplesmente a meditar ou a descansar os olhos… mas as imagens não deixam margem para dúvidas: foi mesmo uma soneca real.

Um Clássico em Forma de Meme

Hugh Grant sempre foi mestre em encarnar o britânico bem-comportado com um toque de auto-ironia. Desta vez, a vida imitou a arte: o actor não só dormiu em pleno jogo como o fez com a compostura de um verdadeiro cavalheiro — de fato impecável, atrás da realeza e com pose de quem nem sequer ronca.

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No meio de tantas tensões políticas e sociais, este pequeno momento de humanidade arrancou sorrisos ao mundo. Afinal, se até Hugh Grant adormece num dos eventos mais formais do Reino Unido, talvez todos possamos ser um pouco mais indulgentes com as nossas próprias “pausas” sociais.

“Sonhar com Leões” Representa Portugal na Competição Oficial do Festival de Gramado com Humor Negro e Existencialismo Surreal

🎬 A segunda longa-metragem de Paolo Marinou-Blanco, Sonhar com Leões, prepara-se para atravessar o Atlântico e competir na prestigiada seleção oficial do Festival de Cinema de Gramado, no Brasil. O filme, uma coprodução entre Portugal, Brasil e Espanha, integra a mostra competitiva de longas-metragens brasileiras, graças à participação da produtora brasileira Capuri — e será exibido entre os dias 13 e 23 de agosto, naquela que é a 53.ª edição do certame sul-americano.

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Depois de ter estreado nos cinemas portugueses em maio, Sonhar com Leões continua agora o seu percurso internacional com uma proposta que mistura comédia negra, drama existencial, romance improvável e uma pitada de surrealismo. O filme é, em essência, uma meditação irreverente sobre a vida, a morte e as zonas nebulosas que as separam.

E se a morte pudesse ser agendada?

No centro da narrativa está Gilda, interpretada pela actriz brasileira Denise Fraga, uma mulher com uma doença terminal que, cansada de tentativas de suicídio falhadas, recorre a uma empresa clandestina especializada em oferecer… uma “boa morte”. É aí que conhece Amadeu, interpretado pelo actor português João Nunes Monteiro, funcionário de uma funerária que sofre de insónia crónica e vive mergulhado numa apatia existencial.

Ambos são arrastados por uma série de testes bizarros e rituais fúnebres sem lógica aparente. Mas, à medida que vão descobrindo o esquema fraudulento da empresa, nasce entre eles uma inesperada cumplicidade — e uma fuga. Juntos, decidem abandonar o programa e embarcam numa viagem rumo a Espanha em busca de uma alternativa à eutanásia… e talvez à vida.

Tragicomédia com sabor ibérico

Rodado entre Portugal e Espanha, Sonhar com Leões combina paisagens reais com um tom onírico e absurdo, que lembra por vezes o universo de filmes como O Despertar da Mente ou Amarcord. A realização de Marinou-Blanco equilibra com cuidado os extremos do trágico e do cómico, explorando os limites da condição humana com sensibilidade e humor negro.

Além dos protagonistas, o elenco conta ainda com presenças de peso como Joana Ribeiro, Sandra Faleiro, Victoria Guerra, António Durães e o veterano brasileiro Roberto Bomtempo, numa coabitação de talentos lusófonos que sublinha a natureza transnacional do projecto.

Portugal no Brasil: Uma Competição que Faz História

A presença de Sonhar com Leões em Gramado representa mais do que uma exibição internacional: é também um momento de visibilidade significativa para o cinema português num dos mais respeitados festivais da América Latina. A mostra brasileira, que acolhe anualmente obras com forte identidade autoral, será também a plataforma de lançamento da estreia comercial do filme no Brasil, já marcada para 11 de setembro.

Ao mesmo tempo, a inclusão do filme numa competição brasileira, fruto da coprodução luso-brasileira, levanta também uma reflexão interessante sobre as novas formas de colaboração internacional e a dissolução de fronteiras artísticas. O cinema português, tantas vezes marginalizado em grandes mercados, encontra aqui uma janela ampla de diálogo, reconhecimento e circulação.

Vida, Morte e Leões

Sonhar com Leões é, como o próprio título indica, uma obra que flutua entre o devaneio e o impulso de sobrevivência. Entre o cansaço de viver e o medo de morrer. Ao transformar a morte em indústria, o filme convida-nos a pensar na forma como banalizamos o fim — e, ao mesmo tempo, como podemos reinventar o significado de continuar.

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Não é um filme “fácil”, mas é um filme necessário. Comédia, sim, mas daquelas que deixa uma inquietação a pairar. Porque, por vezes, sonhar com leões é sonhar com coragem. Com transformação. Com liberdade.

“O Sorriso de Afonso”: João Pedro Rodrigues Leva Novo Projeto ao Mercado de Veneza e Aborda o 25 de Abril com Olhar Íntimo e Revolucionário

🎬 Depois de ter agitado Cannes com Fogo-Fátuo, João Pedro Rodrigues prepara-se para voltar ao centro do debate cinematográfico europeu com O Sorriso de Afonso, o seu mais recente projecto de longa-metragem. O filme estará em destaque no mercado de financiamento do Festival de Veneza, entre 29 e 31 de agosto, num espaço reservado a obras em fase final de desenvolvimento que prometem marcar o futuro do cinema internacional.

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Ao lado de mais 66 projectos oriundos de todo o mundo — entre ficções e documentários —, O Sorriso de Afonso será apresentado a potenciais financiadores, distribuidores e parceiros de coprodução. A obra, produzida pela portuguesa Terratreme Filmes, conta com coprodução italiana e luxemburguesa e já reúne apoios do Instituto do Cinema e do Audiovisual (ICA), do Fundo de Apoio ao Turismo e ao Cinema (cash rebate), e ainda do Fundo de Cinema do Luxemburgo.

Uma Revolução por Contar: 25 de Abril, Adolescência e Desejo

Segundo palavras do próprio realizador, O Sorriso de Afonso será “a história de um adolescente que descobre a sexualidade durante o período da revolução do 25 de Abril”. O filme propõe-se a revisitar um momento-charneira da história portuguesa, não a partir do discurso político ou da historiografia institucional, mas através de um prisma íntimo, afectivo e profundamente humano.

Em entrevista à Lusa em 2022, João Pedro Rodrigues sublinhou: “A mim apetece-me falar sobre o nosso passado recente. Discute-se pouco. Na ficção, temos dificuldade em voltar ao nosso passado presente.” E reforçou a urgência do olhar queer sobre a Revolução: “Logo após o 25 de Abril, surgiu um grupo de trabalho homossexual que publicou um manifesto no Diário de Lisboa… E veio o Galvão de Melo à televisão dizer que a revolução não foi feita para prostitutas e homossexuais.”

É este tipo de tensão — entre a promessa de liberdade e os limites dessa liberdade — que o filme se propõe a explorar. Porque se o 25 de Abril simbolizou, para muitos, o fim da repressão, para outros continuou a haver exclusão, silenciamento e marginalização. A homossexualidade só seria legalizada em Portugal já na década de 1980.

João Pedro Rodrigues: Um Olhar Singular sobre o Desejo e a História

O percurso de João Pedro Rodrigues é marcado por uma coerência estética e temática rara. Desde O Fantasma (2000), passando por Odete (2005), A Última Vez Que Vi Macau (2012), até ao provocador Fogo-Fátuo (2022), o realizador tem vindo a construir uma obra onde o corpo, o desejo e a identidade são explorados com irreverência, subtileza e uma vontade permanente de desconstruir convenções narrativas e sociais.

Com O Sorriso de Afonso, tudo indica que Rodrigues continuará a provocar o espectador — não no sentido gratuito da provocação, mas enquanto gesto político e estético de libertação. Regressar ao 25 de Abril é também revisitar os seus não-ditos, os seus paradoxos, as vozes que ficaram fora da narrativa oficial.

Veneza e o Cinema Português: Uma Presença em Expansão

Para além de O Sorriso de Afonso, o mercado de financiamento de Veneza contará com outros dois projectos com participação portuguesa: Torn Heart, do realizador brasileiro Helvécio Marins Jr. (coproduzido com Brasil, Alemanha e Portugal), e o documentário The Mammoths That Escaped the Kingdom of Erlik Khan, da realizadora macedónia Tamara Kotevska, com coprodução entre Portugal, Dinamarca, Reino Unido e Macedónia do Norte.

Estes projectos revelam uma presença cada vez mais activa de Portugal no tecido internacional da produção cinematográfica. O apoio institucional, aliado à criatividade e ao risco autoral, tem permitido ao cinema português marcar posição não apenas em festivais, mas também nos mercados e bastidores onde se define o futuro da sétima arte.

Um Sorriso à Espera da Liberdade

Ainda sem data de estreia anunciada, O Sorriso de Afonso promete ser mais do que um filme sobre a juventude ou a revolução: será, provavelmente, uma revisitação do Portugal pós-25 de Abril à luz de corpos e desejos que a história oficial preferiu ignorar.

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Num tempo em que o cinema se torna cada vez mais necessário como espaço de memória, crítica e afirmação de identidades, a nova obra de João Pedro Rodrigues poderá ser um marco. Um sorriso, sim — mas também um gesto de resistência.

“Emilia Pérez” Chega à Televisão Portuguesa: Um Musical de Narcotráfico, Identidade e Revolução Emocional

🎬 A noite de domingo, 13 de julho, promete ser tudo menos banal. O TVCine Top estreia, em exclusivo, Emilia Pérez, um dos filmes mais surpreendentes, ousados e politicamente provocadores do último ano. Realizado por Jacques Audiard — o autor de obras incontornáveis como Um Profeta ou Ferrugem e Osso —, o filme junta musical, thriller de narcotráfico e drama de identidade de género numa proposta absolutamente invulgar e que conquistou os júris e a crítica internacional.

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Vencedor do Prémio do Júri no Festival de Cannes, de dois Óscares (incluindo Melhor Atriz Secundária para Zoe Saldaña), quatro Globos de Ouro e inúmeros elogios apaixonados por parte da crítica especializada, Emilia Pérez afirma-se como uma das produções mais marcantes da década, cruzando géneros, geografias e convenções com um arrojo raramente visto no cinema contemporâneo.

De “Manitas” a Emilia: Uma Transição Literal e Metafórica

A história começa com Rita, interpretada com garra por Zoe Saldaña — papel que lhe valeu o Óscar —, uma advogada ambiciosa mas subestimada, presa num escritório que defende criminosos em vez de os combater. A reviravolta chega quando é raptada por um cartel de droga, apenas para descobrir que o temível líder, conhecido por “Manitas”, não quer eliminá-la… mas contratá-la.

O plano de Manitas? Abandonar o narcotráfico e realizar o seu maior sonho: tornar-se mulher. O resultado é Emilia Pérez, uma ópera pop inesperada onde o drama identitário se entrelaça com o thriller criminal e a exuberância musical. O filme não foge a temas difíceis — violência, transição de género, perdão, maternidade e redenção — mas fá-lo com uma fluidez surpreendente, coreografando emoções com a mesma energia com que monta tiroteios ou cenas de tribunal.

Karla Sofía Gascón e a Força de uma Presença

No papel-título, Karla Sofía Gascón — actriz trans espanhola que interpreta Emilia após a transição — oferece uma das prestações mais notáveis do cinema recente. Ao lado de Saldaña, Selena Gomez e Adriana Paz, o elenco feminino venceu de forma colectiva o prémio de Melhor Atriz no Festival de Cannes, um reconhecimento da força emocional e política da performance conjunta. Esta escolha do júri cannoise foi não apenas simbólica, mas também justa: raramente se vê um elenco tão comprometido com a vulnerabilidade das suas personagens.

E como se não bastasse, Emilia Pérez inclui ainda a canção “El Mal”, vencedora do Óscar de Melhor Canção Original, interpretada por Saldaña com uma intensidade surpreendente. A música, tal como o filme, mistura géneros, ritmos e dor — mas também libertação.

Audiard Reinventa-se (Outra Vez)

Jacques Audiard é conhecido por nunca se repetir. Do drama criminal urbano (Um Profeta) ao faroeste existencial (Os Irmãos Sisters), o realizador francês continua a reinventar-se a cada projecto. Com Emilia Pérez, mergulha no território do musical latino com a ousadia de quem já não tem nada a provar — e muito a dizer.

Ao misturar formatos e códigos de forma tão fluída, o filme consegue algo raro: desafiar o espectador sem o afastar. Há melodrama, sim, mas também ironia. Há denúncia social, mas também espaço para o sonho. E no centro de tudo, uma personagem que quer apenas viver em paz consigo mesma, depois de uma vida feita de violência, medo e dissimulação.

Uma Estreia Televisiva Imperdível

Depois de passar pelos maiores palcos do mundo — de Cannes aos Óscares —, Emilia Pérez chega finalmente à televisão portuguesa, com estreia marcada para domingo, 13 de julho, às 21h15 no TVCine Top e no TVCine+. Para quem perdeu a estreia em sala (ou para quem quer rever), esta é uma oportunidade imperdível para descobrir uma das obras mais singulares e emocionalmente potentes dos últimos anos.

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Numa época em que o cinema muitas vezes se refugia em fórmulas seguras, Emilia Pérez é uma lufada de ar fresco — corajosa, musical, feroz e profundamente humana. Prepare-se para ser desafiado. E comovido.

MDOC 2024: Festival Internacional de Documentário de Melgaço Regressa com 33 Filmes em Competição e um Olhar Atento sobre o Mundo

🎥 Melgaço volta a afirmar-se como epicentro do cinema documental em Portugal com a 11.ª edição do MDOC – Festival Internacional de Documentário, que decorre entre 28 de julho e 3 de agosto. Com 33 filmes em competição, provenientes de 23 países, o festival mantém a sua vocação como espaço de reflexão crítica, onde as imagens não servem apenas para entreter, mas para entender melhor o mundo que habitamos.

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Este ano, a selecção — feita a partir de mais de 800 submissões — é marcada por um tema transversal: Identidade, Memória e Fronteira. Uma tríade que percorre todas as obras em exibição e que ganha especial pertinência num momento em que as questões identitárias, os legados históricos e as fronteiras físicas e simbólicas estão no centro dos debates sociais e políticos contemporâneos.

Um festival cada vez mais internacional

A edição de 2024 assinala também a crescente visibilidade do MDOC no panorama internacional. Para além dos habituais prémios Jean-Loup Passek e D. Quixote (atribuído pela Federação Internacional de Cineclubes), será, pela primeira vez, entregue o prestigiado FIPRESCI Prize, da Federação Internacional de Críticos de Cinema — um reconhecimento da qualidade e da curadoria rigorosa que caracteriza o festival.

A competição divide-se entre 16 curtas e médias-metragens e 17 longas-metragens, com todos os títulos internacionais a serem exibidos pela primeira vez em Portugal. A diversidade temática e geográfica é assinalável, confirmando a vocação global do MDOC — mas com os pés bem assentes na realidade local e na memória do território de Melgaço.

Filmes que mergulham no coração do nosso tempo

Entre os destaques da programação está Bedrock (29 de julho), de Kinga Michalska, que recupera os ecos do Holocausto e a sua persistente marca na história contemporânea. Flowers of Ukraine (1 de agosto), de Adelina Borets, retrata a resistência silenciosa de uma mulher em contexto de guerra, enquanto My Memory is Full of Ghosts (31 de julho), de Anas Zawahri, oferece uma visão poética e devastadora da cidade síria de Homs.

O cinema português também marca presença com obras como O Diabo do Entrudo (30 de julho), de Diogo Varela Silva, que regista as tradições do Entrudo de Lazarim, ou Kora (3 de agosto), de Cláudia Varejão, que acompanha mulheres refugiadas em Portugal na reconstrução das suas vidas. Há ainda espaço para abordagens mais íntimas, como Ancestral Visions of the Future (2 de agosto), de Lemohang Jeremiah Mosese, ou Cutting Through Rocks (2 de agosto), de Sara Khaki, sobre a primeira vereadora eleita numa aldeia iraniana, num gesto de ruptura com séculos de patriarcado.

E há também cinema de longo fôlego, como Afterwar (1 de agosto), de Birgitte Stærmose, filmado ao longo de 15 anos, acompanhando crianças que crescem sob o peso dos traumas da guerra. Um exemplo de perseverança artística e de compromisso ético com os protagonistas e com o espectador.

Homenagens, formação e novos olhares

Fora da competição, o MDOC reserva espaço para a homenagem e a pedagogia. A estreia nacional de O Homem do Cinema, de José Vieira, presta tributo ao crítico e programador Jean-Loup Passek, figura incontornável do pensamento cinematográfico europeu e cuja memória continua a inspirar o festival.

O programa Plano Frontal dará a conhecer filmes produzidos no âmbito da residência cinematográfica de 2024, incentivando novos olhares e abordagens autorais. E, como já é tradição, não faltará espaço para a formação: a oficina de cinema com Margarida Cardoso, a masterclass com Sandra Ruesga e o X-RAY DOC com Jorge Campos, centrado em obras de Chris Marker e Joris Ivens, são oportunidades únicas para aprofundar o conhecimento e a reflexão sobre o cinema documental.

Um festival que olha o mundo a partir de Melgaço

Num país onde o circuito documental continua a lutar por visibilidade, o MDOC destaca-se pela coerência curatorial, pela aposta em filmes com densidade temática e estética e pela ligação profunda ao território. Melgaço não é apenas um cenário: é parte integrante da identidade do festival, cuja missão passa também por preservar e interrogar a memória local, nacional e global.

Mais do que um festival de cinema, o MDOC é um gesto político, poético e humano. Um espaço onde se cruzam linguagens, geografias e histórias — e onde o cinema se afirma, mais uma vez, como instrumento essencial para pensar o mundo.

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Mais informações e programação completa em: https://mdocfestival.pt/

Ada Costa, Carolina Rosendo e Diogo Fernandes Recebem Prémios Nico: Novos Talentos Brilham no Cinema Português

🎥 O futuro do cinema português está em boas mãos — e tem agora nomes bem definidos. Ada Costa, Carolina Rosendo e Diogo Fernandes foram distinguidos com os Prémios Nico 2025, entregues pela Academia Portuguesa de Cinema (APC), numa cerimónia que celebrou não apenas os 14 anos da Academia, mas sobretudo a nova geração de profissionais que começa a deixar marca no panorama audiovisual nacional.

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Criados em 2017 como homenagem ao eterno Nicolau Breyner (1940–2016), os Prémios Nico visam reconhecer e incentivar talentos emergentes em áreas ligadas ao cinema português. Desde a sua criação, tornaram-se numa plataforma fundamental para dar visibilidade a artistas que, mesmo em início de carreira, já demonstram notável qualidade artística e criativa.

Ada Costa: talento precoce com raízes luso-italianas

Com apenas 14 anos, Ada Costa representa o rosto mais jovem entre os distinguidos — mas também o mais promissor. Nascida em 2010 e com ascendência luso-italiana, Ada destacou-se pela sua interpretação na curta-metragem À Tona d’Água (2022), realizada por Alexander David. A sua prestação surpreendeu críticos e público pela maturidade emocional e subtileza, num registo que raramente se vê em atrizes tão jovens.

O prémio Nico surge como o primeiro grande reconhecimento público do seu percurso, mas é seguro dizer que este será apenas o início de uma carreira a acompanhar de perto.

Carolina Rosendo: uma nova voz na realização

Licenciada pela Escola Superior de Teatro e Cinema, Carolina Rosendo nasceu em Lisboa, em 2001, e rapidamente se afirmou como uma das jovens realizadoras mais interessantes da nova geração. A sua estreia com a curta-metragem Iara(2021) garantiu-lhe entrada no prestigiado festival IndieLisboa em 2022, e o seu documentário A Obra (2022) voltou ao festival no ano seguinte, confirmando a consistência do seu trabalho.

Com uma sensibilidade estética apurada e um olhar atento às questões sociais e humanas, Carolina representa uma nova forma de fazer cinema: pessoal, consciente e cinematograficamente ambiciosa.

Diogo Fernandes: entre Gus Van Sant e o teatro português

A trajectória de Diogo Fernandes é das mais peculiares e enriquecedoras. Começou no teatro, ainda criança, no colectivo O Bando, licenciou-se em engenharia informática, viveu em Londres e acabou por se formar em Teatro – Ramo Atores na Escola Superior de Teatro e Cinema. O grande salto deu-se em 2021, quando protagonizou Trouble, o primeiro espectáculo de teatro do realizador norte-americano Gus Van Sant.

Diogo tem sido apontado como um dos actores mais versáteis da nova geração, com uma presença em palco e câmara que alia técnica, intensidade e instinto. O Prémio Nico reconhece essa trajectória invulgar e o potencial de um artista que pode vir a ser uma referência tanto em teatro como em cinema.

Menção Honrosa para Tiago Roma Almeida

A Academia Portuguesa de Cinema atribuiu ainda uma menção honrosa ao realizador Tiago Roma Almeida, sinalizando a sua relevância no panorama criativo actual. A menção reforça a ideia de que os Prémios Nico não são apenas sobre o futuro distante, mas sobre o presente vibrante e em constante transformação do cinema português.

Os Prémios Nico 2025 são mais do que troféus: são afirmações de confiança e investimento no talento nacional. Ao distinguir estes jovens criadores, a Academia contribui para que o cinema português continue a evoluir com originalidade, diversidade e ambição.

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E, como diria o próprio Nicolau Breyner: “O talento pode vir de qualquer lado. O importante é não o deixarmos fugir.”

Brendan Fraser Enfia o Sarcófago à Versão de Tom Cruise de The Mummy 

O actor explica por que motivo o remake de 2017… morreu e ficou enterrado

“Se se esquecerem de se divertir, o público não volta” — foi esta, em suma, a mensagem de Brendan Fraser ao recordar o desastre que foi o remake de The Mummy protagonizado por Tom Cruise. Durante a Fan Expo Denver, onde se reuniu com os colegas de elenco da icónica versão de 1999, Fraser não poupou nas palavras ao comparar os dois filmes — e as razões por que um deles continua a ser adorado e o outro foi, literalmente, mumificado.

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A versão original, realizada por Stephen Sommers, tornou-se um fenómeno inesperado no final dos anos 90, misturando aventura ao estilo Indiana Jones com sustos de sarcófago e muita auto-ironia. E foi precisamente esse tom “divertido e empolgante” que, segundo Fraser, faltou à versão mais sombria e ambiciosa de Cruise.

“A resposta é simples: é preciso dar às pessoas o que elas realmente querem. Se nos desviamos desse caminho… já era”, disse o actor, sublinhando que os seus filmes (com excepção de O Túmulo do Imperador Dragão) funcionaram porque eram acima de tudo um “passeio cheio de adrenalina”.

Uma maldição chamada Dark Universe

The Mummy de 2017 era suposto ser o pontapé de saída do Dark Universe, uma tentativa da Universal de ressuscitar os seus monstros clássicos com produções modernas e interligadas. Mas o projecto afundou-se ao primeiro passo, com críticas negativas, más receitas de bilheteira e a clara ausência de alma — ou diversão. O tom ultra-sério, quase clínico, afastou os fãs e fez com que a múmia de Cruise ficasse esquecida.

“Sabemos todos como é difícil fazer este tipo de filme”, reconheceu Fraser. “Mas tem de haver prazer. A versão de 1999 resultou porque as pessoas queriam repetir a experiência.”

Uma quarta aventura? Fraser não diz não

Apesar da recepção morna ao terceiro filme (Tomb of the Dragon Emperor), e da sua longa ausência de Hollywood, Brendan Fraser nunca fechou a porta a regressar ao papel de Rick O’Connell. Aliás, em 2023, durante a promoção do seu regresso triunfal com The Whale, o actor confessou:

“Soa a divertido. Estou sempre à procura de trabalho. E nunca fui tão famoso… nem tão mal pago como agora.”

Com ele e Michelle Yeoh a somarem Óscares desde a última vez que se cruzaram na saga, é difícil imaginar The Mummy 4 a avançar num futuro próximo. Ainda assim, o relançamento em sala da versão original, que arrecadou mais de 1 milhão de dólares, provou que o amor do público pela múmia ainda não apodreceu.

Entretanto, a Universal já contratou Lee Cronin (Evil Dead Rise) para realizar uma nova versão de The Mummy, desta vez com um registo mais de terror puro. O que poderá significar que o legado de Fraser fica em repouso. Por enquanto. Porque, como sabemos, no cinema… os mortos nunca estão completamente mortos.

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A Versão de 1999 pode ser vista no Prime Video e a versão de 2017 pode ser vista no Netflix e Prime Video.

Os restantes filmes do primeiro franchising podem ser alugados ou comprados na Prime Video, Apple TV e Google.