Christopher Nolan Revela Que Ia Realizar Troy — E Que Batman Begins Foi-lhe Oferecido Como “Prémio de Consolação”

Duas décadas depois, o realizador concretiza finalmente o épico grego que sempre o perseguiu

Christopher Nolan está prestes a levar ao cinema The Odyssey, a sua adaptação épica da obra de Homero, mas a história desta ligação ao imaginário grego é muito mais antiga do que muitos fãs imaginam. Em entrevista à Empire Magazine, o cineasta revelou que foi originalmente contratado pela Warner Bros. para realizar Troy — mais de 20 anos antes de avançar com The Odyssey. E o que se seguiu envolve mudanças súbitas, decisões de estúdio e uma ironia digna de Hollywood: o projecto foi-lhe retirado e, em troca, ofereceram-lhe Batman Begins como “prémio de consolação”.

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Nolan explicou que Troy, inicialmente desenvolvido por Wolfgang Petersen, já estava bem encaminhado quando ele foi chamado para assumir a realização. No entanto, quando a Warner decidiu abandonar o projecto Batman vs Superman que Petersen preparava, devolveu-lhe Troy — e Nolan ficou sem filme.

“Era um mundo que me fascinava explorar”, confessou. “Tinha em mente certas imagens, especialmente a forma como queria filmar o Cavalo de Tróia. Era algo que nunca me saiu da cabeça.”

O destino viria a dar outras voltas: Petersen realizou Troy com Brad Pitt, Eric Bana, Orlando Bloom e Diane Kruger, enquanto Nolan recebeu Batman Begins — que acabaria por redefinir o género e lançar uma trilogia histórica para o estúdio.

De Insomnia ao épico que sempre desejou filmar

No início dos anos 2000, Nolan tinha acabado de fazer a transição para Hollywood com Insomnia (2002), depois de surpreender o mundo com Memento. A Warner queria mantê-lo na sua lista de talentos internos e via Troy como o próximo passo natural.

Mas a inversão do estúdio alterou tudo. Petersen, vindo do sucesso de Air Force One e The Perfect Storm, recuperou o épico para si e deixou Nolan de mãos vazias — até que a Warner lhe ofereceu o projecto que mudaria a história dos filmes de super-heróis. O resto é, literalmente, história do cinema.

Troy estreou em 2004 com críticas mornas, mas quase 500 milhões de dólares em bilheteira. Um ano depois, Nolan apresentava Batman Begins, lançando uma das trilogias mais elogiadas de sempre.

The Odyssey: o sonho adiado torna-se realidade

Com The Odyssey, Nolan regressa finalmente ao terreno mítico que o fascinava desde os tempos de Troy. E fá-lo com uma ambição colossal — ao estilo IMAX, claro.

O elenco é digno dos deuses do Olimpo:

  • Matt Damon como Ulisses,
  • Tom Holland como Telémaco,
  • Anne Hathaway,
  • Zendaya,
  • Lupita Nyong’o,
  • Robert Pattinson,
  • Charlize Theron,
  • Jon Bernthal.

O realizador explicou ainda porque acredita que a Odisseia é o épico perfeito para esta nova fase da sua carreira: “Procuramos lacunas na cultura cinematográfica, coisas que nunca foram feitas com o peso que um grande orçamento e uma produção Hollywood/IMAX podem dar. Cresci a ver os filmes de Ray Harryhausen, mas nunca vi este tipo de mitologia tratada com essa escala e credibilidade.”

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Tróia ficou para trás — mas nunca saiu da sua imaginação

Mesmo que Troy nunca tenha sido o filme de Nolan, a mitologia que o inspirou acompanha-o há décadas. Agora, com meios incomparavelmente maiores, liberdade criativa total e o estatuto de um dos realizadores mais influentes da actualidade, Nolan prepara-se para dar ao público a visão épica que guardou na gaveta durante tantos anos.

The Odyssey chega aos cinemas a 17 de Julho de 2026 pela Universal Pictures — e promete ser um dos eventos cinematográficos do ano.

Brendan Fraser Critica Cancelamento de Batgirl e Lança Aviso Sério Sobre o Futuro de Hollywood

O actor lamenta a perda de uma oportunidade — e acusa a indústria de tratar cinema como “conteúdo descartável”

O cancelamento abrupto de Batgirl continua a assombrar Hollywood — e Brendan Fraser, que interpretava o vilão Firefly no filme, voltou a reacender o debate. Num novo testemunho dado à Associated Press, o actor foi directo ao assunto e revelou o que acredita que esta decisão diz sobre o estado actual da indústria: uma máquina cada vez mais disposta a destruir o que produz… desde que compense financeiramente.

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Batgirl, recorde-se, estava praticamente concluído quando, em 2022, a Warner Bros. Discovery decidiu cancelar o projecto para beneficiar de uma dedução fiscal. O choque foi imediato: elenco devastado, realizadores incrédulos e uma comunidade de fãs que ainda hoje não digere a decisão. Fraser é um deles — e não esconde a frustração.

“Aquilo era um filme inteiro”, recordou. “Havia quatro andares de produção em Glasgow. Eu até me escondia no departamento de arte só para ver tudo ao detalhe.” A experiência, diz, foi “divertidíssima”. Mas o que mais lhe custa é a perda de representatividade: “É trágico que haja uma geração de meninas que não vá ver uma heroína com quem se poderia identificar.”

“É mais valioso queimá-lo do que lançá-lo?” — A crítica dura de Fraser

O actor foi ainda mais longe na análise, apontando o dedo à lógica financeira que dominou a decisão: “O produto — desculpem, ‘conteúdo’ — está a ser tão commodificado que, por vezes, é mais valioso destruí-lo e ficar com o seguro do que tentar levá-lo ao mercado.” Uma acusação que muitos em Hollywood reconhecem como um sintoma preocupante: os grandes estúdios já não medem riscos ou potencial artístico — apenas balanços.

A Warner Bros. justificou o cancelamento com “medidas de contenção de custos”. Mais tarde, Peter Safran, co-CEO da DC Studios, afirmou que Batgirl “não era lançável” e que o filme teria prejudicado a marca. Mas actores envolvidos, como Jacob Scipio, discordam totalmente: “Era um filme fenomenal. É triste que o público não o vá ver.”

Michael Keaton não se incomodou — mas lamenta pelos colegas

Michael Keaton, que regressava como Batman no filme, disse à GQ que não ficou minimamente afectado pelo cancelamento: “Sinceramente? Não. Grande, divertido, e um bom cheque.” O actor, contudo, lamentou pelos realizadores Adil El Arbi e Bilall Fallah, que ficaram devastados.

Keaton, considerado por muitos o melhor Batman em imagem real, regressou ao papel em The Flash (2022) e teria voltado a contracenar com Leslie Grace em Batgirl. Uma fotografia de bastidores mostra ambos em traje completo num momento que terá sido visto na “funeral screening”, a única exibição feita antes de o filme ser encerrado a cadeado nos cofres da Warner.

Um sintoma de uma indústria em mutação — e nem sempre para melhor

O cancelamento não foi um caso isolado: Coyote vs. Acme sofreu destino semelhante, embora tenha escapado à destruição e tenha encontrado nova distribuição. Para Fraser, estes movimentos revelam algo inquietante: Hollywood corre o risco de se tornar inimiga da própria criatividade.

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E quando uma produção inteira, com elenco, equipas, cidades inteiras envolvidas e meses — por vezes anos — de trabalho, pode ser sacrificada num instante por contabilidade estratégica, a pergunta torna-se inevitável: que tipo de cinema sobreviverá?

Fraser, pelo menos, não parece disposto a deixar a conversa morrer. E Hollywood, cada vez mais pressionada pela lógica financeira, talvez precise de ouvir o que ele tem a dizer.

Trump Volta a Atacar a ABC e Jimmy Kimmel — E a Tempestade Política Não Parece Abrandar

Um presidente em confronto directo com a televisão norte-americana

Nos Estados Unidos, a relação entre Donald Trump e os meios de comunicação voltou a aquecer — e, desta vez, o alvo principal é a ABC e o comediante Jimmy Kimmel. Na madrugada de quinta-feira, poucos minutos depois de terminar o mais recente episódio de Jimmy Kimmel Live!, o presidente norte-americano recorreu ao Truth Social para exigir que a estação “tire o trapalhão do ar”. Foi mais um capítulo num conflito que já leva vários meses e que parece longe de terminar.

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Esta nova investida surge na mesma semana em que Trump se mostrou irritado com a correspondente da ABC na Casa Branca, Mary Bruce, devido às suas perguntas durante uma reunião no Salão Oval. A resposta do gabinete de imprensa presidencial foi um memorando de 17 pontos onde enumera o que considera serem anos de parcialidade do canal.

Kimmel reage com humor, mas Trump não acha graça nenhuma

O ataque mais recente de Trump contra Kimmel aconteceu horas depois de o comediante ter aberto o seu programa com um monólogo contundente sobre o presidente. Nos primeiros dez minutos, Kimmel focou-se no escândalo Epstein e na decisão recente do Congresso de divulgar mais material da correspondência do milionário condenado por abuso sexual. Com o habitual humor mordaz, referiu que o país seguia atentamente a evolução do “Furacão Epstein” e deixou uma provocação histórica: “Estamos cada vez mais perto de responder à pergunta: o que sabia o presidente e quantos anos tinham as mulheres quando ele soube?”

O comentário ecoava a célebre pergunta do senador Howard Baker durante o caso Watergate, mas a referência não caiu bem na Casa Branca. Às 00h49, Trump publicou o ataque: “Porque é que a ABC Fake News continua a dar palco ao Jimmy Kimmel, um homem sem talento e com audiências miseráveis?”

É importante recordar que Kimmel já tinha enfrentado uma suspensão temporária em Setembro, após comentários polémicos sobre o activista republicano Charlie Kirk. A decisão gerou uma onda de indignação pública e a ABC acabou por voltar atrás — algo que Trump não esqueceu.

A guerra com a ABC intensifica-se — e não se limita a Kimmel

Kimmel não é o único humorista de late-night visado recentemente: no fim-de-semana anterior, Trump pediu que a NBC despedisse Seth Meyers. Mas o conflito central mantém-se com a ABC, que viu o presidente atacar não apenas o seu entretenimento, mas também o seu jornalismo.

Além da crítica feroz à correspondente Mary Bruce — a quem chamou “péssima repórter” — o gabinete de imprensa da Casa Branca divulgou uma carta em que acusa a ABC News de “não ser jornalismo”, classificando-a como “uma operação de propaganda democrata mascarada de rede de televisão”.

Entre as queixas listadas surgem episódios que remontam ao primeiro mandato de Trump, como a afirmação incorrecta de George Stephanopoulos sobre o caso E. Jean Carroll — que levou a Disney, empresa-mãe da ABC, a pagar 15 milhões de dólares para encerrar um processo por difamação — e críticas de correspondentes da estação a membros da Administração Trump.

Até ao momento, a ABC não comentou as declarações do presidente. No entanto, a estação sublinhou que Jimmy Kimmel é parte da divisão de entretenimento, não da redacção noticiosa — uma distinção que Trump continua a ignorar.

Um ataque político ou estratégia eleitoral?

Numa altura em que o clima político norte-americano está cada vez mais polarizado, estas trocas de acusações revelam mais do que simples irritação presidencial. Mostram um padrão de confronto com a comunicação social que Trump tem vindo a reforçar — e que, como os episódios com Kimmel e a ABC demonstram, continua a ser um dos seus instrumentos preferidos para unir a sua base de apoio.

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Se a ABC vai “tirar o trapalhão do ar”, como Trump pede, é altamente improvável. Mas uma coisa parece certa: a guerra declarada entre a Casa Branca e os media está longe de terminar — e cada novo monólogo de late-night tem potencial para reacender a chama.

“Moana/Vaiana” Faz Onda Gigante: Trailer Live-Action Ultrapassa 182 Milhões de Visualizações em 24 Horas

É o segundo trailer live-action mais visto da história da Disney — apenas “O Rei Leão” o supera — e confirma que a nova versão tem tudo para ser um mega-sucesso em 2026.

A Disney lançou o primeiro trailer de “Moana” em versão live-action… e o mundo respondeu em peso. Em apenas 24 horas, o vídeo alcançou 182 milhões de visualizações, tornando-se assim no segundo trailer mais visto de sempre para um filme live-action da Disney, atrás apenas do teaser de O Rei Leão (2019), que atingiu os 225 milhões.

Num ano especialmente competitivo para trailers, Moana posicionou-se imediatamente no topo: foi o terceiro trailer mais visto de 2025, ficando atrás de Fantastic Four: First Steps (202M) e da surpresa estrondosa The Devil Wears Prada 2 (185M). É um feito massivo — e um indicador claro de que o estúdio tem um sucesso gigantesco nas mãos para o verão de 2026.

O regresso de Moana e Maui entusiasma o público

A reacção nas redes sociais não deixou espaço para dúvidas: o público ficou encantado com o visual exuberante do trailer, sobretudo as sequências do oceano — um elemento que, tal como na animação original, parece quase ganhar vida própria.

Os fãs também celebraram o regresso de Maui, interpretado novamente por Dwayne Johnson, cuja energia continua a ser um dos maiores motores emocionais e humorísticos da história.

Ao centro do filme está agora Catherine Laga’aia, a jovem actriz que dá vida à nova versão de Moana e que, segundo muitos comentários, enche o ecrã com autenticidade, carisma e uma ligação imediata ao espírito da personagem.

Thomas Kail conduz a viagem — e a Disney afina a rota para outro fenómeno global

A realização está nas mãos de Thomas Kail, vencedor de um Tony por Hamilton, que agora se aventura pela primeira vez num blockbuster desta dimensão. O filme promete manter o coração da história intacto: Moana responde ao chamamento do oceano e, acompanhada por Maui, atravessa o limite do recife da ilha de Motunui numa jornada repleta de aventura, mitologia e descoberta.

O trailer também mostrou o primeiro vislumbre dos Kakamora, a tribo minúscula e perigosa que já tinha conquistado os fãs do original.

Produzem o filme Dwayne JohnsonBeau FlynnDany GarciaHiram Garcia e Lin-Manuel Miranda, que regressa como produtor executivo depois de ter composto as canções icónicas da animação de 2016. Auliʻi Cravalho, voz da Moana original, também participa como produtora executiva.

Uma franquia que vale ouro — literalmente

Os números da saga não deixam margem para dúvidas: Moana é uma das propriedades mais valiosas da Disney no momento.

  • O filme de 2016 arrecadou 643,3 milhões de dólares.
  • Moana 2 (2024) superou a marca do milhar de milhão, chegando a 1,059 mil milhões de dólares.
  • A franquia já vale 1,7 mil milhões globalmente.
  • Só Moana 2 gerou 415 milhões em lucro e tornou-se o maior fenómeno de merchandising Disney em 2024.
  • A animação original soma 1,4 mil milhões de horas vistas na Disney+, sendo o filme mais visto de sempre na plataforma.

Com estas bases, a versão live-action parte com um vento favorável raro — e o impressionante desempenho do trailer confirma que a audiência está mais do que pronta para voltar ao mar.

Conclusão: Moana navega para 2026 com rumo claro — e gigantesco

Se a Disney pretendia um impacto imediato, conseguiu-o com facilidade.

Moana live-action promete ser um dos filmes-evento do próximo ano: um blockbuster repleto de emoção, identidade cultural, música e imagens de cortar a respiração.

E se o trailer é algum indicador, 2026 já tem candidato a fenómeno incontornável do verão.

“Shining / O Iluminado”: O Segredo Gelado duma das Cenas Mais Assustadoras de Jack Nicholson

A imagem icónica de Jack Torrance congelado não nasceu no frio — mas sim no perfeccionismo glacial de Stanley Kubrick.

Há cenas que entram na história do cinema como se tivessem sempre existido. A imagem final de “O Iluminado” (1980) — Jack Nicholson, imóvel, coberto de gelo, perdido para sempre no labirinto do Overlook Hotel — é uma delas. Mas a verdade por detrás daquele momento clássico é surpreendente: não havia frio real, nem neve verdadeira, nem temperaturas negativas. Havia, sim, a obsessão criativa de Stanley Kubrick e uma equipa técnica que transformou um estúdio britânico num pesadelo de inverno.

Sal, espuma e o inverno mais falso da história do cinema

A famosa sequência não foi filmada em montanhas nevadas, mas num estúdio em Londres. Kubrick recusava rodar em ambientes incontroláveis — queria tudo milimetricamente igual de tomada para tomada.

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Resultado: a neve que enchia o labirinto era feita de uma mistura de sal, espuma industrial, plástico triturado e produtos sintéticos usados nos efeitos especiais dos anos 70 e 80. A equipa aplicava camadas e mais camadas dessa pseudo-neve, ajustando cada curva do labirinto para manter a continuidade perfeita.

O ambiente parecia gelado, mas era tudo cenografia meticulosa. E, como mostram as imagens de bastidores, os técnicos tinham de “regar” o cenário com uma espécie de geada artificial antes de cada take, para garantir aquele brilho frio e uniforme.

Jack Nicholson ficou horas imóvel — e o tremor era esforço, não frio

Kubrick era conhecido por testar os limites dos seus actores, e Nicholson não foi exceção. Para alcançar a expressão que faria tremer gerações de espectadores, o actor foi colocado horas sentado, coberto por substâncias pegajosas e geladas ao toque — mas não propriamente frias de temperatura.

Ventiladores industriais sopravam-lhe gelo falso para simular a tempestade, enquanto assistentes corrigiam continuamente pequenos cristais artificiais que escorriam da testa e das sobrancelhas.

Relatos de bastidores contam que Nicholson tremia entre takes — não por causa do frio, mas pelo esforço muscular necessário para manter aquela pose rígida, a respiração controlada e a expressão apática e terrivelmente imóvel. Uma performance física levada ao extremo… mesmo sem neve verdadeira.

O labirinto construído à mão — e à medida da loucura de Kubrick

O labirinto visto no final do filme também não existia antes das filmagens.

Kubrick mandou construir tudo de raiz, no interior do estúdio, com arbustos artificiais cobertos por tecido pintado e camadas de neve cenográfica.

Era um espaço fechado, opressivo, extremamente quente devido aos refletores potentes usados nas filmagens — ironicamente, o oposto do que a cena sugere.

Essa contradição tornou-se parte da lenda: para criar um dos momentos mais gelados do cinema, Kubrick filmou num ambiente onde a temperatura subia tanto que membros da equipa tinham de sair para respirar ar fresco entre takes.

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Um congelamento que ficou na história

Quatro décadas depois, a imagem final de Jack Torrance continua a ser uma das mais reconhecíveis da cultura pop — replicada, parodiada, analisada e reinterpretada infinitas vezes. Mas por trás desse instante há um segredo:

aquilo que parece um congelamento mortal não passa de sal, espuma e o génio obsessivo de Kubrick.

E talvez isso torne a cena ainda mais fascinante.

Nenhuma tempestade real poderia ter criado aquele momento — apenas cinema puro, artesanal e incrivelmente preciso.

Kevin Spacey Diz Que Está Sem Casa — e Hollywood Continua Sem Saber o Que Fazer Com Ele

O actor afirma viver entre hotéis e Airbnbs após sete anos de processos, cancelamentos e projectos mínimos — mas garante que um telefonema certo pode mudar tudo.

Kevin Spacey voltou a ser notícia — e não por um novo papel, mas pela brutal sinceridade de uma entrevista recente ao The Telegraph. O actor, outrora um dos nomes mais influentes de Hollywood, vencedor de dois Óscares, afirma estar sem casa, a viver “onde há trabalho”, depois de anos de batalhas legais que consumiram praticamente todas as suas finanças.

“Estou a viver em hotéis, a viver em Airbnbs. Vou onde há trabalho. Literalmente não tenho casa.”

Spacey explica que a sua antiga residência em Baltimore, cidade onde viveu durante as filmagens de House of Cards, foi leiloada, deixando-o num cenário financeiro que descreve como “não grande”.

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Desde 2017, quando começaram a surgir múltiplas acusações de má conduta sexual, Spacey viu a carreira colapsar de um dia para o outro. Mais de uma dezena de homens o acusaram publicamente; o actor negou sempre todas as alegações. Em tribunal, foi absolvido no caso londrino de 2023 e considerado não responsável no processo civil movido por Anthony Rapp em 2022.

Legalmente, saiu ileso. Profissionalmente, nunca mais recuperou.

Sete anos, milhões perdidos e uma carreira reduzida a projectos mínimos

Depois de ser afastado de produções de alto perfil, Spacey trabalhou apenas em filmes independentes, muitos deles realizados por estreantes — projectos discretos, alguns quase experimentais, todos longe da máquina mainstream que o coroou em American Beauty e The Usual Suspects.

Chegou mesmo a fazer um espectáculo de variedades em Chipre, numa tentativa improvável de se manter activo artisticamente.

O actor descreve os últimos anos como um período de gastos constantes e rendimento quase nulo:

“Os custos destes últimos sete anos foram astronómicos. Entrou muito pouco e saiu tudo.”

O que falta para Hollywood o aceitar de volta? Segundo Spacey, “permissão”

Apesar de tudo, Spacey mantém-se optimista — talvez até surpreendentemente. Garante que continua em contacto com “pessoas extremamente poderosas” que querem vê-lo trabalhar novamente, mas acredita que a indústria está a aguardar um sinal verde de alguém com enorme peso artístico.

“A indústria está à espera de receber permissão — de alguém com respeito e autoridade.”

E é aqui que Spacey revela a ideia mais polémica da entrevista: se Martin Scorsese ou Quentin Tarantino ligassem ao seu agente, a sua carreira seria instantaneamente reabilitada.

“Se Scorsese ou Tarantino ligarem, acabou. Eu adoraria — seria uma honra.”

O regresso ainda é possível?

A pergunta divide Hollywood e a opinião pública.

Spacey foi juridicamente ilibado, mas isso não anulou o impacto da avalanche mediática, nem a forma como a sua imagem ficou gravemente danificada. Perante isso, a indústria continua numa espécie de paralisia moral: ninguém quer ser o primeiro a contratá-lo — mas também ninguém exclui categoricamente um possível retorno.

O próprio actor parece saber isso. Por isso vive num limbo: sem casa fixa, sem garantias, mas com a firme esperança de que um único projecto, assinado por “um gigante”, possa reescrever o seu destino.

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Até lá, Kevin Spacey continua a deslocar-se entre hotéis, Airbnbs e pequenos sets — aguardando o telefonema que, acredita, poderá restaurar o que perdeu.

Ele Voltou – e Está Ainda Mais Impossível: “Sisu: Road to Revenge” Leva a Vingança Até ao Limite

O veterano Aatami troca nazis por soviéticos num sequel finlandês curto, brutal e surpreendentemente inventivo que está a conquistar a crítica lá fora.

Quando Sisu rebentou em 2022, muita gente assumiu que se tratava de um daqueles fenómenos únicos: um filme de acção finlandês, seco como vodka e directo ao assunto, em que um velho prospector calava um pelotão de nazis com mais facas, minas e pura teimosia do que diálogo. Parecia difícil repetir a fórmula sem diluir o impacto. Lá fora, porém, quem já viu “Sisu: Road to Revenge” garante que a sequela não só aguenta a pressão como acelera ainda mais.

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Desta vez, o inimigo mudou de farda. A Segunda Guerra ficou para trás e o indestrutível Aatami, interpretado de novo por Jorma Tommila, regressa a uma Finlândia ocupada pelo Exército Vermelho. Do lado de lá surge um vilão com nome e presença à altura: Igor Draganov, um “açougueiro” do Exército Vermelho interpretado por Stephen Lang, veterano de James Cameron. O confronto está montado quase sem palavras, num país ainda marcado pela guerra, onde o passado não fica enterrado – apenas armado até aos dentes.

O que a crítica internacional sublinha é a forma como o realizador Jalmari Helander volta a apostar numa narrativa simples, quase minimalista, sem gorduras. Não há subtramas supérfluas, nem discursos inflamados: em poucas cenas percebemos o essencial – Aatami, agora com uma tragédia familiar a assombrá-lo, desmonta literalmente a sua casa de madeira, viga a viga; Draganov é libertado da prisão; pouco depois, cruzam caminhos nas estradas secundárias da Finlândia ocupada. A partir daí, é só seguir em frente, com Helander a fazer aquilo que sabe melhor: encadear set pieces de acção com lógica cristalina e uma imaginação sanguinária muito pouco interessada em meios-termos.

Lá fora elogiam precisamente esse regresso ao “old-school stunt work” – o tipo de acção física, sentida, em que se percebe o peso de cada queda e de cada explosão. Os críticos falam em montagem “limpa”, sem excessos de CGI, e em “baddie-splattering” criativo, com direito a momentos de pura insanidade visual, como Aatami a usar uma das vigas da casa como arma improvável para derrubar um jacto. Esse pedaço de madeira, aliás, ganha quase estatuto de personagem: começa como símbolo de ruína, transforma-se em instrumento de sobrevivência e acaba como promessa de novo começo.

Tudo isto é enquadrado por uma Finlândia filmada como um campo de batalha de banda desenhada: florestas e lagos em tons dourados, luz de fim de tarde a banhar corpos cobertos de lama e sangue, e um certo prazer infantil em transformar o cenário natural num enorme recreio de guerra. Lá fora há quem compare o entusiasmo de Helander ao de uma criança a brincar aos soldados no meio do mato – com a diferença de que aqui cada explosão é coreografada ao milímetro e cada plano parece pensado para arrancar aplausos em sala.

Claro que “Sisu: Road to Revenge” não tenta ser realista. A violência é estilizada, o sofrimento é quase mítico e Aatami continua a ser mais lenda do que homem. Mas essa simplicidade, dizem os críticos, funciona quase como resposta directa aos blockbusters sobrecarregados de subtexto e efeitos digitais. Em vez de universos partilhados e linhas temporais paralelas, Helander oferece uma ideia muito clara: um homem, um inimigo, um país ferido e uma série de confrontos cada vez mais inventivos. Nada mais, nada menos.

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Lido de fora, o consenso é curioso: quem se apaixonou pelo primeiro Sisu encontra aqui “mais do mesmo – no melhor sentido”. Para quem andava à procura de um filme de acção curto, seco, brutal, mas com personalidade visual e ironia à superfície, Sisu: Road to Revenge parece cumprir tudo o que promete. Helander, tal como o seu protagonista, descarta o supérfluo, agarra-se ao essencial – e carrega no acelerador.

“Blade Runner”: A Distopia que Quase Se Afundou no Caos — e Acabou por Redefinir o Cinema

O confronto entre visão artística, turbulência nos bastidores e genialidade improvisada que transformou um fracasso incompreendido numa obra-prima absoluta.

Quando Philip K. Dick entrou no set de Blade Runner, em 1981, não encontrou apenas uma adaptação do seu romance. Encontrou o futuro. O autor, tantas vezes desconfiado de Hollywood, viu ali algo raro: uma distopia que não traía a sua imaginação — a materializava. Ao observar Harrison Ford como Rick Deckard, Dick reconheceu imediatamente o homem que escrevera: “Ele foi mais Deckard do que eu imaginava.” Aquele cenário de chuva ácida, néons filtrados por poluição eterna e angústia urbana condensava na perfeição a paranoia existencial que sempre habitara a sua obra. O escritor, céptico por natureza, acreditou na ilusão.

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Mas essa visão não nasceu sem sangue, suor e muita tensão. O realizador Ridley Scott, ainda marcado por Alien, enfrentou um set que beirava o insuportável — física e emocionalmente. O ambiente, saturado de fumo, iluminação agressiva e dias exaustivos de rodagem noturna, era quase uma extensão do próprio filme. E Scott, obsessivo na procura do detalhe perfeito, exigia tanto do elenco quanto exigia de si próprio.

A relação com Ford azedou rapidamente: discussões, silêncios profundos e uma fricção que hoje é tão parte da história de Blade Runner quanto a chuva incessante da Los Angeles futurista. A ironia? A exaustão genuína do actor tornou-se combustível perfeito para a apatia fatigada de Deckard.

Enquanto Scott travava guerras emocionais, dois artistas redefiniam a paisagem visual da ficção científica. Syd Mead, inicialmente contratado apenas para desenhar veículos, acabou por dar forma ao mundo inteiro. As ruas labirínticas, os edifícios monumentais, os anúncios luminescentes: tudo surgiu da sua obsessão pelo futuro possível — não pelo fantástico, mas pelo plausível.

Já Jordan Cronenweth, director de fotografia, pintava com sombras e luzes como se antecipasse o noir do século XXI. Fê-lo enquanto lutava contra o avanço da doença de Parkinson, que meses mais tarde o levaria a uma cadeira de rodas. As imagens que criou — tristes, belas, devastadoras — são hoje inseparáveis da identidade do filme. Cada plano parece suspenso no tempo, como se também ele questionasse a fronteira entre o humano e o artificial.

E no centro de toda esta tempestade, Rutger Hauer. Contratado sem sequer conhecer Scott, surgiu no primeiro encontro com um suéter de raposa estampada e óculos de sol verde. O realizador quase perdeu a cor. Mas Hauer estava ali para redefinir Batty, não para o personificar de forma literal.

O momento decisivo veio no lendário monólogo final. Incomodado com o texto original, demasiado pesado, reescreveu-o na véspera da filmagem. Da sua caneta nasceu:

“All those moments will be lost in time, like tears in rain.”

Um dos adeuses mais belos da história do cinema, selado pela pomba que ele próprio sugeriu libertar.

Quando Blade Runner estreou, perdeu a corrida pública para E.T. e o estúdio, nervoso com a recepção morna, interveio de forma desastrada. Impôs uma narração explicativa de Ford e um final “feliz” composto por imagens rejeitadas de O Iluminado. O filme, fragmentado e mal compreendido, parecia destinado a desaparecer.

Mas tal como os replicantes ansiavam por “mais vida”, também Blade Runner recusou morrer. Uma cópia perdida revelou ao mundo o filme que Scott tinha realmente feito. Nascia então o Director’s Cut — e, décadas depois, o Final Cut. A obra renasceu, tornou-se culto, depois cânone, e hoje é citada como a pedra angular da ficção científica moderna.

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No fim, aquele set caótico, carregado de fumo, rancores, improvisos e génio acidental produziu algo maior do que a soma das suas partes — um universo onde cada plano respira humanidade, mesmo quando os seus habitantes questionam o que isso significa.

Blade Runner sobreviveu, transformou-se e ensinou-nos algo precioso:

até as distopias mais sombrias podem iluminar o cinema.

O Novo Inimigo de Woody e Buzz? Toy Story 5 Declara Guerra aos Ecrãs no Primeiro Teaser

O teaser recém-lançado pela Pixar coloca a eterna pergunta: conseguem os brinquedos sobreviver numa era dominada por tablets?

A Pixar decidiu mexer onde dói — nos nossos sentimentos e na nossa nostalgia — com o primeiro teaser de Toy Story 5, e a pergunta que abre esta nova aventura é incisiva: estará a era dos brinquedos a chegar ao fim? A breve prévia divulgada esta terça-feira posiciona-se numa guerra inesperada, mas muito contemporânea: brinquedos contra ecrãs.

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Ao som de “Never Tear Us Apart”, dos INXS, o vídeo mostra uma cena familiar e, simultaneamente, inquietante. Bonnie Anderson — a menina que herdou os brinquedos de Andy em 2010, naquele final que nos deixou meio desidratados — recebe um novo pacote. Woody, Buzz, Jessie, Rex, Sr. e Sra. Cabeça de Batata e o resto da equipa observam com tensão crescente, como quem pressente uma catástrofe silenciosa a caminho.

E a catástrofe chega: o embrulho revela… um tablet em forma de sapo, chamado Lilypad, que cumprimenta Bonnie com um animado “Let’s play!”. O sorriso imediato da menina deixa claro que a ameaça é real. Para estes brinquedos já habituados a sobreviver a mudanças de donos, doações, infantários, antiquários e parques de diversões, este pode ser o maior desafio até agora: continuar relevantes num mundo onde a atenção das crianças cabe num rectângulo luminoso.

O teaser não revela muito mais, mas o subtexto é delicioso — e irónico. Afinal, estes mesmos brinquedos são eles próprios parte de uma saga de cinema com 30 anos, um dos maiores motores da cultura dos ecrãs. Será que o filme vai abordar esta meta-ironía, ou vamos fingir que não reparámos? A Pixar mantém o suspense.

O que sabemos é que o elenco de vozes continua intacto. Tom Hanks regressa como Woody, Tim Allen volta a dar vida a Buzz Lightyear, e Joan Cusack retoma Jessie. A esta equipa veterana juntam-se novos nomes: Ernie Hudson, Conan O’Brien e Greta Lee, que dá voz à recém-chegada Lilypad — a encantadora, mas potencialmente apocalíptica, rival tecnológica.

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A Pixar marcou a estreia de Toy Story 5 para o verão de 2026, o que significa que ainda teremos muito tempo para teorizar sobre o destino dos brinquedos, o impacto da tecnologia e se Woody vai finalmente aprender a lidar com o facto de que, às vezes, a concorrência tem bateria recarregável.

Uma coisa é certa: se a guerra entre brinquedos e ecrãs começar, nós estaremos na primeira fila para assistir.

The Running Man — Edgar Wright, Stephen King e a Reinvenção de um Clássico que Nunca Chegou Verdadeiramente ao Ecrã

Christopher Nolan pode estar no mar com The Odyssey, mas quem anda a correr — literalmente — para redefinir a ficção científica distópica é Edgar Wright. O realizador britânico, mestre da energia cinética e dos filmes cheios de alma, está prestes a lançar a nova adaptação de The Running Man, e numa longa conversa revelou detalhes deliciosos sobre o processo, a colaboração inesperada com Stephen King, e até o motivo (bem-humorado e duplamente meta) para incluir Arnold Schwarzenegger numa espécie de cameo presidencial.

E tudo começou… com um tweet.

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Quando um tweet muda uma carreira

Em 2017, Wright respondeu a um tweet casual dizendo que The Running Man era o remake que mais gostaria de fazer. Era quase uma nota de fã, um comentário solto. Mas Simon Kinberg não se esqueceu.

Anos depois, quando a oportunidade surgiu, ofereceu-lhe o projeto.

Wright tinha lido o livro original — assinado por King sob o pseudónimo Richard Bachman — aos 14 anos. Estava proibido de ver o filme de 1987 nos cinemas britânicos (classificação para maiores de 18), e quando finalmente o viu, percebeu que quase nada do que o tinha fascinado no livro estava no ecrã. A semente ficou plantada: um dia, alguém teria de adaptar The Running Man “a sério”.

Agora, esse alguém é ele.

Stephen King: o pen pal improvável e o crítico mais temido

O detalhe delicioso é que Wright e King já tinham uma relação engraçada de “amigos por email”.

Tudo começou quando o escritor elogiou Shaun of the Dead — um elogio tão improvável que, para Wright, foi como ganhar um Óscar secreto.

Durante anos trocaram mensagens sobre… música.

Wright enviava-lhe vinis de aniversário, falavam sobre bandas psicadélicas, guitarras, rock alternativo. Quase nunca sobre cinema.

E, por isso mesmo, Wright evitava falar de The Running Man.

Se o filme não avançasse, não queria ser “o rapaz que grita lobo”.

Só quando a adaptação estava finalmente a ganhar forma é que enviou o email:

“Como provavelmente já sabes, estou a trabalhar em The Running Man desde 2022”, escreveu, entre risos.

King tinha de aprovar dois elementos cruciais:

  • a escolha do actor principal,
  • e alterações estruturais ao enredo.

Wright mandou-lhe um link privado de Hit Man, o filme que Glen Powell co-escreveu e protagoniza.

King viu — e aprovou imediatamente.

Quando finalmente assistiu ao filme, enviou a Wright um email com o assunto escrito em maiúsculas:

“WOW.”

E depois deixou o elogio que qualquer cineasta sonharia ouvir:

“É suficientemente fiel ao livro para deixar os fãs felizes, mas diferente o bastante para me entusiasmar.”

Schwarzenegger no dinheiro… e uma piscadela ao Demolition Man

Embora esta nova versão seja uma adaptação muito mais fiel ao livro do que o filme de 1987, Wright não quis ignorar os fãs do clássico de Arnie.

Assim, há um cameo subtil — mas brilhante:

no futuro distópico de Wright, existe uma nota de 100 dólares com o rosto do Presidente Schwarzenegger.

É ao mesmo tempo:

  • uma homenagem ao filme de 1987,
  • e um trocadilho cinéfilo com Demolition Man, onde se menciona que Arnold se tornou Presidente dos EUA.

É esse humor lateral, quase invisível, que separa Wright de tantos outros realizadores do género.

A versão de Wright: mais tensa, mais humana, mais King

Se o filme original transformava Ben Richards num herói musculado, Wright regressa às origens.

Nesta versão, Richards — interpretado por Glen Powell — é um homem comum, esmagado por um sistema corporativo distópico que controla a televisão, o dinheiro e até as narrativas públicas.

A história segue-o sempre na primeira pessoa, tal como o livro.

Não há cenas que ele não testemunhe, não há manipulação da perspectiva — o público acompanha-o tal como acompanha um competidor num reality show mortal.

É uma abordagem mais íntima, mais claustrofóbica, mais imersiva.

O toque Mission: Impossible

Há um detalhe delicioso que liga este projeto à saga Mission: Impossible:

Glen Powell, mal recebeu o papel, fez a mesma coisa que qualquer fã faria.

Ligou ao Tom Cruise.

Perguntou-lhe apenas isto:

“Como é que se corre bem para a câmara?”

É maravilhoso imaginar Tom Cruise a dar masterclasses de corrida cinematográfica — mas faz sentido. Powell queria fazer o máximo de acrobacias possível sem recorrer a duplos, e Wright abraçou essa filosofia.

Um filme sem rede de segurança

Wright revelou ainda que quase não teve sessões de teste com público. O filme foi montado numa corrida contra o tempo, com semanas de trabalho de 16 horas, sempre sem margem para falhas.

A equipa via o filme como um todo apenas ocasionalmente, em sessões internas no pequeno cinema ao lado da sala de montagem.

Era um processo austero, tenso, mas necessário para fazer o filme que Wright imaginou aos 14 anos.

Um remake? Não. Uma nova leitura.

Wright diz que evita chamar “remake” ao projeto porque isso não captura o que realmente fez:

“O livro nunca foi adaptado a sério. Havia outro filme possível — e era esse que eu queria fazer.”

Para ele, os melhores remakes são os que reinventam, como The Fly de David Cronenberg.

Refazer por refazer é karaoke.

Recontar com alma é cinema.

Esta nova versão chega com tudo aquilo que Wright faz melhor:

energia, irreverência, estilo, inteligência visual e um amor contagiante pelo cinema.

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E com Stephen King a dizer “WOW”, o entusiasmo não é apenas do público — vem da própria fonte.

The Running Man estreou esta semana nos cinemas portugueses.

The Running Man — Edgar Wright e Glen Powell Reinventam o Pesadelo Distópico de Stephen King

O thriller explosivo que estreia hoje nas salas portuguesas

Chegou finalmente aos cinemas portugueses The Running Man, a nova adaptação do romance de Stephen King (escrito sob o pseudónimo Richard Bachman), agora transformado num thriller distópico cheio de adrenalina pelas mãos de Edgar Wright, o realizador de Baby Driver. Se a versão dos anos 80 com Arnold Schwarzenegger se tornou um objeto de culto, esta nova leitura promete elevar a fasquia — mais sombria, mais política e muito mais alinhada com a visão original de King.

Protagonizado pelo cada vez mais omnipresente Glen Powell (Top Gun: Maverick), o filme chega às salas — incluindo IMAX, 4DX, D-BOX e ScreenX — como uma das grandes estreias do ano e um retrato perturbador de um futuro desconfortavelmente próximo.

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Num futuro dominado pela televisão… a morte dá audiências

A premissa continua tão actual quanto inquietante: numa América totalitária, a televisão substituiu a política, o debate e até a justiça. O programa de maior audiência do país chama-se The Running Man, uma competição onde os participantes, conhecidos como Runners, têm de sobreviver durante 30 dias enquanto são perseguidos por assassinos profissionais — e, pior ainda, por cidadãos comuns sedentos de fama instantânea.

A taxa de sobrevivência? Zero.

A recompensa? Milhões.

A moral? Enterrada debaixo dos holofotes.

Glen Powell enfrenta o sistema — e conquista as massas

Powell interpreta Ben Richards, um operário que aceita entrar no jogo como último recurso para salvar a filha doente. O que começa como um sacrifício inevitável transforma-se rapidamente numa inversão inesperada: Richards torna-se o favorito do público e um símbolo de rebeldia numa nação viciada em violência televisiva.

Esta ascensão meteórica desperta a atenção de dois antagonistas poderosos:

  • Dan Killian, o produtor manipulador interpretado por Josh Brolin,
  • McCone, o caçador implacável vivido por Lee Pace.

Entre perseguições alucinantes, armadilhas mortais e uma realização que combina espectáculo com crítica social, o filme coloca a pergunta que King tem repetido ao longo da carreira: até onde estamos dispostos a ir por entretenimento?

Edgar Wright dispara em todas as direções

Conhecido pelo seu estilo frenético e sentido de ritmo impecável, Wright traz ao material uma energia visual explosiva, mas também uma dimensão política mais marcada. The Running Man não é apenas acção estilizada — é um espelho desconfortável de uma sociedade que vive colada ao ecrã, disposta a transformar sofrimento em espectáculo.

O elenco secundário reforça essa ambição: Emilia JonesColman DomingoMichael Cera e Katy O’Brian completam uma equipa onde cada interpretação acrescenta densidade à distopia.

Um King mais fiel, mais negro e mais actual

Ao contrário da adaptação dos anos 80, esta nova versão aproxima-se mais do espírito do romance: uma reflexão amarga sobre desigualdade, espectáculo mediático e desumanização. É ação, sim — e muita — mas também é comentário social. É entretenimento de grande ecrã, mas com farpas afiadas.

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E, de certa forma, chega num momento perfeito: numa era de reality shows extremos, algoritmos vorazes e polémicas transformadas em trending topics, The Running Man soa menos a ficção científica e mais a aviso.

🎬 THE RUNNING MAN — já em exibição em todas as salas portuguesas

📅 Estreia: 13 de novembro 2025

📽️ IMAX | 4DX | D-BOX | ScreenX | Dolby

🎥 Realização: Edgar Wright

⭐ Elenco: Glen Powell, Josh Brolin, Lee Pace, Emilia Jones, Michael Cera, Colman Domingo, Katy O’Brian

📦 Distribuição: NOS Audiovisuais

Kathryn Bigelow — A Mestra da Tensão Que Mudou as Regras de Hollywood

A mulher que transformou a ação em arte

Kathryn Bigelow não é apenas uma realizadora — é uma força da natureza. Desde os primeiros passos como pintora conceptual até à consagração nos Óscares, a sua carreira tem sido um desafio permanente às expectativas da indústria. Nascida em 1951, na Califórnia, Bigelow começou por estudar pintura no prestigioso San Francisco Art Institute, mas cedo percebeu que o seu verdadeiro meio de expressão era o cinema. E o resto é história — uma história feita de adrenalina, explosões e personagens em permanente confronto com os seus próprios limites.

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Quando, em 2010, se tornou a primeira mulher a ganhar o Óscar de Melhor Realização por Estado de Guerra (The Hurt Locker), Bigelow não apenas quebrou um recorde: rasgou um estereótipo. Provou que o cinema de guerra, de ação e de ritmo frenético podia ter assinatura feminina — e que essa assinatura podia ser a mais incisiva de todas.

O olhar feminino sobre a tensão masculina

O cinema de Bigelow distingue-se pelo domínio absoluto da tensão. Cada plano é uma corda esticada ao limite, cada sequência um estudo de pulsação. Filmes como Ruptura Explosiva (Point Break, 1991) redefiniram o género de ação dos anos 90, misturando o espírito rebelde do surf com o caos urbano dos assaltos a bancos — e fizeram de Keanu Reeves e Patrick Swayze ícones de uma geração.

Depois, vieram obras mais sombrias e psicológicas como Strange Days (1995), um retrato de um futuro distópico que antecipou o debate sobre vigilância e tecnologia, e K-19: The Widowmaker (2002), com Harrison Ford e Liam Neeson, onde Bigelow explorou o medo e a honra dentro de um submarino nuclear soviético à beira da catástrofe.

Em todas estas histórias há uma constante: personagens à beira do colapso, testadas até ao limite — física e emocionalmente.

Novembro no Cinemundo: tensão garantida

Canal Cinemundo dedica o mês de novembro a celebrar o talento feroz de Kathryn Bigelow, com um ciclo que mostra o melhor da sua carreira. E ainda há dois filmes imperdíveis por ver:

  • 17 de novembro — K-19: O Submarino (22h30)
  • 24 de novembro — Estado de Guerra (The Hurt Locker, 22h30)

Do frio claustrofóbico das profundezas do oceano à poeira sufocante do deserto iraquiano, Bigelow mostra duas faces do mesmo tema: o preço da coragem.

Em K-19, mergulhamos numa missão soviética à beira do desastre nuclear; em Estado de Guerra, seguimos uma equipa de artificieiros no Iraque, onde cada segundo pode ser o último. São dois filmes que captam na perfeição o que faz de Bigelow uma autora única — a capacidade de nos deixar sem fôlego e, ainda assim, completamente imersos na humanidade das suas personagens.

E na Netflix… prestes a explodir

Para quem quiser continuar mergulhado no universo de Bigelow, há mais uma razão para não perder o fôlego: o filme Prestes a Explodir (Blue Steel) está disponível na Netflix. Este thriller dos anos 90, protagonizado por Jamie Lee Curtis, é um exemplo clássico da tensão psicológica que viria a definir o estilo da realizadora — uma história de obsessão e violência urbana que ainda hoje permanece surpreendentemente atual.

Uma autora que desafia géneros

Kathryn Bigelow é uma daquelas raras realizadoras cuja obra tem a mesma intensidade de uma detonação controlada: precisa, brutal e fascinante. O seu cinema desafia géneros, redefinindo a ação com uma sensibilidade quase documental e uma estética que nunca faz concessões.

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De The Loveless a Estado de Guerra, passando por Zero Dark Thirty, Bigelow construiu uma filmografia onde a adrenalina é arte e o silêncio pode ser mais explosivo do que qualquer bomba.

Em novembro, o Cinemundo dá-lhe o palco que merece — e nós, espectadores, só temos de segurar a respiração

“The Witcher 4”: Liam Hemsworth Corrige o Maior Erro de Henry Cavill — e os Fãs Aplaudem

A nova temporada da série da Netflix surpreende ao recuperar o espírito dos livros — e ao restaurar a amizade fraterna entre Geralt e Jaskier, perdida nas interpretações anteriores.

Quando Henry Cavill anunciou a sua saída de The Witcher, em 2022, os fãs do bruxo mais famoso da fantasia moderna entraram em pânico. Afinal, Cavill era Geralt de Rívia — a voz grave, o olhar gélido, a presença imponente. Muitos consideraram impossível substituí-lo. Mas eis que chega Liam Hemsworth, e o impensável acontece: o público está… a gostar.

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A quarta temporada, agora disponível na Netflix, trouxe não apenas um novo rosto ao caçador de monstros, mas também uma mudança de alma. O Geralt de Hemsworth é mais humano, mais empático — e, sobretudo, mais próximo de Jaskier, o trovador que, nos livros de Andrzej Sapkowski, é o seu companheiro inseparável e amigo leal.

Um laço perdido (e agora reencontrado)

Durante as três primeiras temporadas, a relação entre Geralt (Cavill) e Jaskier (Joey Batey) foi marcada por sarcasmo, impaciência e distância emocional. Os fãs que conhecem os contos originais queixavam-se de que a série tinha transformado uma amizade profunda numa espécie de comédia de insultos.

Mas tudo mudou com a chegada de Hemsworth. Em The Witcher 4, a dinâmica entre os dois personagens foi completamente reformulada: Geralt mostra preocupação genuína, ajuda o amigo em momentos difíceis e até partilha diálogos de humor e ternura que evocam a cumplicidade dos livros.

Nas redes sociais, os elogios multiplicam-se. Muitos fãs afirmam que Hemsworth “devolveu o coração” à série, e que a ligação entre os dois agora “finalmente parece autêntica”.

Henry Cavill e o seu Geralt reservado

Curiosamente, Henry Cavill já tinha explicado, em 2019, porque optou por uma abordagem mais fria da relação entre Geralt e Jaskier. Numa entrevista à The Hollywood Reporter, o ator revelou que a estrutura narrativa da série não lhe deu espaço para desenvolver essa amizade logo de início.

Nos livros, Geralt e Jaskier partilham um laço fraternal, feito de confiança e carinho — mas Cavill afirmou que, para o ecrã, era mais interessante explorar o contraste entre ambos. “Se jogássemos a amizade de forma direta, perderíamos a tensão e o humor que surgem das diferenças”, explicou.

Ainda assim, o ator deixou claro que o seu Geralt “se importava profundamente com Jaskier”, mesmo que o mostrasse apenas de forma subtil. A sua interpretação era de um homem contido, marcado pelo sofrimento e pela solidão — o que fazia sentido para a fase da jornada em que o personagem se encontrava.

Hemsworth e Joey Batey: amizade dentro e fora do ecrã

Se há química entre Geralt e Jaskier, isso deve-se também à amizade real entre Liam Hemsworth e Joey Batey. O ator britânico revelou à SFX Magazine que todo o elenco fez questão de acolher calorosamente o novo protagonista, convidando-o para jantares, conversas e até uma ida ao pub — tradição sagrada entre bruxos e bardos, ao que parece.

“Quando alguém novo chega, o nosso trabalho é fazê-lo sentir-se parte da família”, contou Batey. “Com o Liam, foi natural. Dissemo-lhe: ‘Vem daí, és dos nossos.’”

Esse espírito de camaradagem acabou por transparecer no ecrã. O novo Geralt não é apenas um guerreiro implacável; é um companheiro leal e protetor, alguém que finalmente permite que a sua humanidade brilhe entre monstros, magia e tragédias.

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Um novo fôlego para o universo de The Witcher

A substituição de Henry Cavill era um risco tremendo, mas a Netflix parece ter acertado na escolha. Hemsworth não tenta imitar o seu antecessor — em vez disso, traz leveza, empatia e uma energia renovada ao personagem.

O resultado é uma temporada que recupera a essência dos livros: a ironia melancólica, a amizade improvável, o humor seco e o eterno dilema moral de Geralt de Rívia. Mesmo que alguns espectadores ainda sintam falta do magnetismo de Cavill, a maioria concorda que The Witcher 4 marca um regresso às origens — e que a nova química entre Geralt e Jaskier é o coração pulsante dessa mudança.

Afinal, entre monstros e maldições, é na amizade que reside a verdadeira magia.

Esposa de Jimmy Kimmel Fala da Dor de Ter Família Pró-Trump: “O Meu Marido Está Lá Fora a Lutar Contra Esse Homem”

Molly McNearney, mulher do apresentador de Jimmy Kimmel Live, revelou como o apoio de familiares a Donald Trump abalou relações pessoais e trouxe tensão para dentro de casa.

O apresentador norte-americano Jimmy Kimmel tornou-se há muito tempo um dos críticos mais ferozes de Donald Trump entre as figuras da televisão norte-americana. Mas agora, a guerra política ultrapassou o ecrã e chegou ao coração da sua vida familiar.

Em entrevista ao podcast We Can Do Hard ThingsMolly McNearney, casada com Kimmel há 12 anos e atualmente guionista-chefe e produtora executiva do programa Jimmy Kimmel Live, falou sobre o impacto emocional e pessoal que o clima político tem causado dentro da própria família.

Dói-me muito, porque agora tenho uma relação pessoal com isto: o meu marido está lá fora, todos os dias, a lutar contra esse homem”, desabafou, referindo-se a Trump.

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Famílias divididas pela política

McNearney revelou que o apoio de alguns familiares a Trump em 2016 já tinha causado desconforto, mas que o cenário em 2024 tornou-se insustentável. “Na minha perspetiva, votar em Trump é o mesmo que não votar em mim, nem no meu marido, nem na nossa família. Infelizmente, perdi relações com pessoas da minha família por causa disso.”

A guionista explicou que cresceu num meio “muito conservador e republicano”, mas que a sua visão mudou com o tempo. “Isto já não é apenas uma questão de Republicanos versus Democratas. Para mim, trata-se de valores familiares. Cresci a acreditar nos ideais cristãos de cuidar dos doentes e dos pobres — e não vejo isso refletido neste partido republicano.”

Segundo McNearney, esse conflito interno tem-lhe causado frustração constante: “Sinto-me em conflito permanente e zangada o tempo todo. E isso não é saudável.”

Emails, apelos e desilusões

Às vésperas das eleições, McNearney contou ter enviado e-mails emocionados a vários familiares, implorando que não votassem em Trump. “Mandei uma lista com dez razões para não votar neste homem. Pedi-lhes, quase a suplicar. Mas não resultou.”

O esforço, admite, acabou por acentuar a divisão: “Aproximou-me das pessoas da família com quem me sinto mais alinhada, mas afastou-me das outras. E odeio que isto tenha acontecido.”

Kimmel, por sua vez, manteve a sua postura combativa. Após o regresso de Jimmy Kimmel Live ao ar — depois de uma breve suspensão pela ABC devido a comentários sobre o movimento MAGA —, o apresentador voltou a ironizar Trump em direto. “Segundo uma nova sondagem da YouGov, sou mais popular do que o presidente dos Estados Unidos”, brincou, arrancando gargalhadas do público.

Num tom mais ácido, acrescentou: “Nunca fui condenado por nenhum crime, nunca fui amigo do Jeffrey Epstein, nem paguei a uma estrela pornográfica. Portanto, acho que merecia uma pontuação um bocadinho melhor.”

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A batalha que transcende o ecrã

A tensão entre Kimmel e Trump não é nova, mas os últimos meses tornaram-na pessoal. O apresentador tornou-se um alvo recorrente dos apoiantes do ex-presidente, especialmente após os seus comentários sobre o assassinato do ativista conservador Charlie Kirk. O episódio levou a ABC a suspender temporariamente o programa em setembro, antes de o reinstaurar devido à pressão do público e ao cancelamento em massa de assinaturas da Disney+.

Enquanto o debate político continua a polarizar os EUA, Kimmel e McNearney representam, à sua maneira, o retrato íntimo de um país dividido — onde as discussões eleitorais já não se travam apenas na televisão, mas também à mesa de jantar.

Sydney Sweeney Saltou de Paraquedas Horas Depois de uma Noite de Copos — e Sobreviveu Para Contar

A atriz de Euphoria e estrela do novo filme Christy confessou a Stephen Colbert que decidiu fazer skydiving poucas horas depois de sair dos bares — e o resultado podia ter sido explosivo.

A atriz Sydney Sweeney tem vivido o que descreve como “um ano de experiências novas” — e, pelos vistos, algumas dessas experiências envolvem uma boa dose de risco (e talvez álcool a mais).

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Durante a sua passagem pelo The Late Show with Stephen Colbert, a estrela de Euphoria e do novo drama desportivo Christy contou, entre gargalhadas, que fez paraquedismo apenas três horas depois de uma noite de copos com os primos.

“Fomos de bar em bar até às três da manhã… e às seis já estava num avião pronta para saltar”, revelou Sweeney.

O apresentador, visivelmente surpreendido, perguntou-lhe se tinha aparecido ainda sob o efeito das bebidas da véspera. A atriz respondeu com o humor que a caracteriza:

“Tive um momento de pânico… achei que podia sair alguma coisa a meio da queda. Não seria a única coisa a cair do céu.”

☁️ Uma queda livre… e sem incidentes

Felizmente, tudo correu bem. Colbert mostrou uma fotografia da atriz em plena descida, e Sweeney garantiu que — apesar do medo de alturas — a experiência acabou por ser “assustadora, mas libertadora”.

A atriz admitiu ainda que é uma verdadeira “viciada em adrenalina”, algo que os seus fãs já suspeitavam: além do salto de paraquedas, este verão também se aventurou no kite-surf e até foi apanhada a cantar karaoke numa seaplane party, antes de outro salto.

“Um hidroavião veio buscar-me diretamente de uma noite de karaoke. Foi surreal”, contou entre risos no programa Live With Kelly and Mark.

🥊 Do céu ao ringue

Atualmente, Sydney Sweeney promove o seu novo filme “Christy”, baseado na história verídica da boxeadora Christy Martin, uma das pioneiras do boxe feminino profissional nos Estados Unidos. O papel exigiu-lhe meses de treino físico intenso, e parece que o espírito destemido da personagem passou para a vida real.

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“Tenho tentado dizer sim a tudo o que me assusta — menos talvez beber antes de saltar de um avião”, brincou.

A atriz garante que a aventura não se vai repetir… mas quem a conhece duvida. Afinal, quando se trata de Sydney Sweeney, a adrenalina é o novo normal.

Kill Bill: The Whole Bloody Affair — Tarantino Reúne os Dois Filmes Numa Versão Integral com Animação Inédita

A Lionsgate lança finalmente nos Estados Unidos a versão completa de Kill Bill, com mais de quatro horas e novas sequências animadas criadas pela Production I.G. — resta saber se Portugal terá a mesma sorte.

Mais de vinte anos depois de Kill Bill: Volume 1 ter estreado nos cinemas, Quentin Tarantino vai finalmente mostrar ao público a sua versão definitiva da saga de vingança que marcou o início do milénio. A Lionsgate revelou o primeiro trailer de Kill Bill: The Whole Bloody Affair, a montagem integral que junta os dois filmes — Volume 1 (2003) e Volume 2(2004) — num épico de 247 minutos, com direito a cenas inéditas e nova animação japonesa.

A estreia nos Estados Unidos está marcada para 5 de Dezembro, em formato limitado de cinema, com exibições tanto em 35 mm como em 70 mm, algo raro nos dias de hoje e uma homenagem à paixão de Tarantino pelo cinema tradicional.

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🎞️ O que há de novo nesta versão

Esta montagem — que o realizador já exibira pontualmente em Cannes, em 2006, e no seu próprio cinema New Beverly, em Los Angeles — inclui sete minutos de animação totalmente inéditos, produzidos pelo aclamado estúdio japonês Production I.G, responsável por obras como Ghost in the Shell e Miss Hokusai.

As novas sequências expandem o violento capítulo “The Origin of O-Ren”, mostrando mais detalhes sobre o passado trágico da assassina interpretada por Lucy Liu. O design dos personagens ficou novamente a cargo de Katsuhito Ishii e Shōu Tajima, que também trabalharam na animação original de 2003.

O resultado promete uma experiência mais fluida e completa, sem interrupções entre volumes e com a intensidade visual e rítmica que Tarantino sempre idealizou — sangue, katanas e close-ups à moda do spaghetti western.

🎬 Um regresso sangrento às origens

The Whole Bloody Affair é, em essência, o director’s cut definitivo de Kill Bill, pensado como uma única história desde o início da produção. A separação em dois volumes foi uma exigência comercial da Miramax, na altura. Agora, Tarantino cumpre o seu desejo de mostrar a história completa da “Noiva” (The Bride), vivida por Uma Thurman, tal como a concebeu: uma tragédia de vingança contada em capítulos, com influências do cinema japonês, do western italiano e do kung fu clássico.

🇵🇹 E em Portugal?

Até ao momento, não há confirmação de estreia portuguesa desta edição integral. A Lionsgate anunciou apenas o lançamento em território norte-americano, e não é certo que alguma distribuidora europeia venha a exibir o filme nas salas nacionais.

Contudo, dado o interesse constante pela obra de Tarantino e o sucesso que as versões restauradas dos seus filmes têm tido em festivais e ciclos de cinema, é possível que alguma distribuidora independente portuguesa (como a Midas ou a Alambique) se interesse por trazer o título, pelo menos em exibições limitadas.

Se isso não acontecer, a esperança recai sobre o streaming: como a Lionsgate tem parcerias ativas com a Prime Video e o FilminThe Whole Bloody Affair poderá chegar a Portugal por essa via nos próximos meses.

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Por agora, os fãs terão de aguardar — mas uma coisa é certa: Tarantino não apenas reviveu a sua Noiva, como também reanimou o mito de Kill Bill com a paixão e o detalhe que só ele consegue imprimir no ecrã.

Mistério em Hollywood: Jimmy Kimmel Live! Cancelado Subitamente e ABC Mantém Silêncio

O episódio da passada quinta-feira foi retirado da grelha horas antes da emissão. A ausência do apresentador reacende rumores sobre conflitos políticos e questões pessoais.

O mundo do entretenimento norte-americano ficou em alvoroço com o cancelamento repentino do episódio de quinta-feira de Jimmy Kimmel Live!, um dos programas de late night mais populares dos Estados Unidos. A decisão, tomada apenas algumas horas antes da emissão, apanhou de surpresa o público, os convidados e até a própria equipa de produção.

Segundo o Daily Mail e o Rolling Stone, a ABC justificou internamente o cancelamento com um “assunto pessoal”, embora não tenha fornecido qualquer detalhe adicional. A falta de explicações levou a uma onda de especulações entre fãs e meios de comunicação norte-americanos.

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📺 Um episódio fantasma

A emissão de quinta-feira estava prevista para receber David DuchovnyJoe Keery (Stranger Things) e Madison Beer, mas foi abruptamente substituída por uma repetição do programa de 28 de outubro.

A própria Madison Beer confirmou o sucedido nas redes sociais:

“Devido a circunstâncias imprevistas, o Jimmy Kimmel Live! precisou reagendar a minha atuação desta noite para uma data futura”, escreveu a cantora no X (antigo Twitter).

Os espectadores que tinham bilhetes para a gravação também receberam um e-mail de cancelamento de última hora, pedindo desculpas e prometendo reagendar a participação em futuras gravações.

🔥 Um historial recente de polémicas

O desaparecimento repentino do ar acontece num contexto conturbado para o apresentador. Em setembro, o programa foi temporariamente suspenso pela Disney, empresa-mãe da ABC, após comentários controversos de Kimmel sobre o assassinato do ativista de direita Charlie Kirk.

Na altura, o apresentador criticou “a ala MAGA” (movimento de apoio a Donald Trump) por tentar afastar o suspeito do crime de qualquer ligação ideológica, o que levou a queixas formais à Comissão Federal das Comunicações (FCC). O chefe da FCC, Brendan Carr, chegou a censurar publicamente Kimmel, o que resultou numa suspensão temporária do programa.

O apresentador regressou ao ar a 23 de setembro, mas o episódio abalou a sua relação com a ABC e reacendeu tensões políticas.

💬 Tentativas falhadas de reconciliação

Em outubro, Erika Kirk, viúva do ativista Charlie Kirk, revelou à Fox News que rejeitou um convite do programa para uma entrevista após Kimmel tentar pedir desculpas.

“Não quero desculpas forçadas. Se não é sentido, não o faças”, afirmou Erika, acrescentando que considerou o gesto “pouco sincero”.

Ao mesmo tempo, Kimmel voltou a surpreender ao declarar publicamente que gostaria de entrevistar Donald Trumpno programa, apesar das trocas de insultos que ambos têm mantido há anos.

“Adoraria tê-lo no programa. Acho que ele sabe disso. Sim, vou convidá-lo”, disse o apresentador, provocando risos e aplausos no público.

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🕵️‍♂️ Mistério por resolver

Até ao momento, nem Jimmy Kimmel nem a ABC emitiram qualquer comunicado sobre o cancelamento de quinta-feira, deixando no ar várias hipóteses — desde problemas familiares a novas pressões políticas dentro da Disney.

O certo é que, por agora, o silêncio é o maior mistério de Hollywood.

Guillermo del Toro Reinventa Frankenstein para a Era da Inteligência Artificial

A nova adaptação do clássico de Mary Shelley estreia hoje na Netflix — também em Portugal — e traz Oscar Isaac e Jacob Elordi num duelo entre criação e destruição, com um olhar feroz sobre os “deuses” da tecnologia moderna.

O monstro mais famoso da literatura volta a ganhar vida — literalmente — pelas mãos de Guillermo del Toro, e a crítica internacional já o descreve como “o Frankenstein que Mary Shelley escreveria se vivesse em 2025”. A aguardada adaptação, estreada hoje na Netflix (disponível também em Portugal), é uma leitura intensa e contemporânea sobre ciência sem ética, ego e responsabilidade, temas que o realizador de A Forma da Água domina como poucos.

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💀 Um Frankenstein para a era digital

Del Toro transporta o mito clássico para uma leitura moderna, onde Victor Frankenstein (interpretado por Oscar Isaac) surge como uma espécie de génio tecnológico obcecado com a criação — mais próximo de um Elon Musk ou Sam Altman do que de um cientista vitoriano. A crítica do Engadget foi incisiva: “O Frankenstein de Del Toro é o reflexo sombrio dos visionários do Vale do Silício — homens que gritam ‘Está vivo!’ sem se importarem com as consequências.”

Na história, o cientista reanima um corpo morto apenas porque pode, sem medir as implicações morais do ato. A criatura — interpretada com uma vulnerabilidade arrepiante por Jacob Elordi — nasce inocente, mas é rejeitada pelo seu criador, repetindo o ciclo de dor e abandono. A brutalidade física das cenas contrasta com a melancolia do olhar do monstro, num registo visual que é puro del Toro: luxo gótico, sangue e poesia em partes iguais.

⚡ Entre o terror e a tragédia

Desde a sua estreia mundial, Frankenstein tem sido descrito como uma das obras mais pessoais do realizador. Tal como confessou à NPR, Del Toro cresceu fascinado pelo monstro de 1931 — e este filme parece ser o culminar de uma obsessão de infância.

“Ver o monstro pela primeira vez foi uma epifania”, disse o realizador. “Fez-me compreender a minha fé, o meu amor pela vida e o que significa criar algo imperfeito.”

Críticos de publicações como o Variety e o The Guardian destacam o equilíbrio entre espetáculo visual e reflexão filosófica, com um elenco que “transcende a caricatura” — Oscar Isaac como o criador narcisista e Jacob Elordi como a criatura mais humana que o homem que a fez. A atriz Elizabeth, figura trágica e romântica, completa o triângulo emocional num filme que mistura horror, amor proibido e culpa.

🧠 Uma crítica ao mundo moderno

Mais do que um remake, Del Toro transforma Frankenstein num espelho da sociedade contemporânea: a busca incessante por inovação, o poder das corporações tecnológicas e a erosão da empatia humana.

“Porque é que Victor trouxe os mortos de volta à vida? Porque podia”, resume um dos críticos do IndieWire. “E essa é exatamente a lógica que hoje move o Vale do Silício.”

O filme é, assim, tanto um conto gótico como uma fábula sobre a arrogância da inteligência artificial e da biotecnologia, num mundo onde criar deixou de ser um ato de descoberta e passou a ser uma questão de domínio.

Quando questionado sobre o uso de ferramentas de IA no cinema, Del Toro respondeu à NPR sem hesitar:

“Preferia morrer.”

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🎬 A assinatura de um mestre

Filmado com cenários grandiosos e uma fotografia deslumbrante, o novo Frankenstein tem tudo o que se espera de Del Toro: monstros com alma, beleza na escuridão e uma dor que é, paradoxalmente, profundamente humana.

Disponível a partir de hoje na Netflix, o filme já é considerado uma das estreias do ano — uma história intemporal que, duzentos anos depois, continua a perguntar: quem é o verdadeiro monstro — o criador ou a criatura?

“Nuremberga” Divide Críticos e Historiadores: Afinal, o Que É Real no Novo Filme Sobre os Julgamentos Nazis?

Com Rami Malek e Russell Crowe nos papéis principais, o filme retrata os bastidores dos julgamentos de Nuremberga — mas até que ponto é fiel à História?

Estreado recentemente nos cinemas, Nuremberga (Nuremberg, no original) é um dos filmes mais comentados do momento — e também um dos mais escrutinados pelos historiadores. Realizado por James Vanderbilt (ZodiacTruth), o drama mergulha nas consequências imediatas da Segunda Guerra Mundial, acompanhando o julgamento dos principais líderes nazis em 1945 e 1946.

Mas enquanto o público elogia as interpretações intensas de Rami Malek (como o psiquiatra militar Douglas Kelley) e Russell Crowe (como Hermann Göring), várias publicações norte-americanas — entre elas o USA Today e o Variety — levantam a questão: até que ponto o filme é historicamente preciso?

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🧠 O psiquiatra que tentou compreender o mal

O ponto de partida de Nuremberga é o livro de não-ficção The Nazi and the Psychiatrist, de Jack El-Hai, que documenta a relação entre o psiquiatra do exército americano Douglas Kelley e o prisioneiro nazi Hermann Göring, antes e durante os julgamentos.

No filme, Kelley tenta compreender a mente de Göring e o que leva um homem a cometer atrocidades em massa. O próprio realizador explicou que a relação entre ambos “era de confronto e fascínio mútuo”:

“Eles provocavam-se e analisavam-se um ao outro — e, de certa forma, acabaram por apreciar essa troca intelectual”, disse Vanderbilt.

De facto, Kelley e Göring chegaram a desenvolver uma relação de confiança, e o psiquiatra chegou mesmo a entregar cartas de Göring à sua mulher — algo confirmado nos registos históricos. O realizador revelou ainda que uma cena cortada do filme mostrava Göring a pedir a Kelley que levasse a sua filha para os EUA, antecipando que a Alemanha “seria um mau lugar para ela crescer”.

🎞️ As imagens reais dos campos de concentração

Uma das sequências mais poderosas do filme mostra os vídeos documentais dos campos de concentração nazis, apresentados como prova no tribunal. Vanderbilt recriou fielmente esse momento: a fita usada na rodagem contém seis minutos do filme original de 52 minutos realizado por John Ford, que foi efetivamente exibido durante os julgamentos de Nuremberga.

Os atores — entre eles Michael Shannon (como o juiz Robert H. Jackson) e Richard E. Grant — assistiram às imagens pela primeira vez durante a filmagem da cena, para capturar reações genuínas.

“Não foi preciso muito ‘atuar’ — todos ficaram profundamente afetados”, admitiu o elenco em entrevista.


⚖️ O duelo entre Jackson e Göring — e o embaraço histórico

Um dos momentos-chave da narrativa é o confronto entre o procurador-geral norte-americano Robert H. Jackson e Göring. No filme, Jackson começa forte, mas hesita, dando margem ao réu para dominar o interrogatório — até que o advogado britânico David Maxwell-Fyfe intervém e expõe as contradições de Göring sobre os campos de extermínio.

Segundo Vanderbilt, essa troca aconteceu mesmo e consta dos registos oficiais:

“Muitos historiadores acharam que não iríamos mostrar o embaraço de Jackson, mas fiz questão de o incluir. A verdade histórica é mais interessante do que a perfeição.”

📻 O aviso ignorado de Douglas Kelley

O filme termina com Kelley a conceder uma entrevista de rádio, onde alerta para o perigo de um novo ressurgimento do fascismo. Embora a cena seja parcialmente dramatizada, o discurso baseia-se em trechos reais do livro 22 Cells in Nuremberg, escrito pelo próprio Kelley após os julgamentos.

Na época, as suas opiniões foram mal recebidas — o público estava cansado da guerra e preferia não refletir sobre as suas causas. Vanderbilt quis destacar esse contraste: “As tropas aliadas celebravam a vitória, mas a Alemanha estava em ruínas. Queríamos mostrar essas duas faces da História.”

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🎬 Um filme de história… e de reflexão

Com uma reconstituição minuciosa, diálogos retirados de transcrições reais e um elenco de peso que inclui Leo WoodallMichael Shannon e Richard E. GrantNuremberga procura equilibrar rigor e emoção.

Ainda assim, alguns críticos apontam que o realizador tomou liberdades narrativas — nomeadamente no retrato da relação pessoal entre Kelley e Göring — para tornar o drama mais cinematográfico.

No essencial, porém, o consenso é que o filme respeita os factos históricos principais e capta com autenticidade a atmosfera moral e psicológica do pós-guerra.

Nuremberga está agora em exibição nos cinemas portugueses e promete gerar debate — não apenas sobre o passado, mas também sobre o presente.

Millie Bobby Brown e David Harbour Mostram União na Estreia de Stranger Things 5 Após Rumores de Conflito

Após alegações de bullying no set, os protagonistas voltaram a surgir juntos na antestreia mundial da última temporada — e tanto o elenco como os produtores fizeram questão de pôr fim às especulações.

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A relação entre Millie Bobby Brown e David Harbour parece continuar tão forte quanto a ligação entre Eleven e Hopper, as suas personagens em Stranger Things. Os dois atores surgiram lado a lado na estreia mundial da quinta e última temporada, realizada em Los Angeles, dissipando os rumores recentes sobre alegadas tensões nos bastidores da série da Netflix.

Nos últimos dias, circularam notícias de que Brown teria apresentado uma queixa formal por assédio e bullying contra o colega de elenco, levando mesmo a uma investigação interna antes do início das filmagens. No entanto, a dupla apareceu sorridente e cúmplice na passadeira vermelha, trocando elogios em entrevistas e afastando a ideia de qualquer conflito.

“Tenho uma ligação muito especial com o David. Temos uma relação de pai e filha, e isso reflete-se em todas as nossas cenas juntos”, disse Millie Bobby Brown ao Entertainment Tonight. “Tem sido uma jornada incrível. Estou honrada por ter conhecido pessoas tão maravilhosas ao longo deste caminho.”

Harbour, por sua vez, devolveu o carinho:

“Adoro-a. É incrível ver como cresceu e se tornou uma grande artista. Tenho muito orgulho nela — e duvido que esta seja a última vez que trabalhamos juntos.”

Os produtores reagem às acusações

À margem da estreia, os criadores da série, Matt e Ross Duffer, e o produtor executivo Shawn Levy também abordaram publicamente as alegações de comportamento impróprio.

“Temos vindo a trabalhar com este elenco há dez anos, e neste ponto são família para nós”, afirmou Matt Duffer ao The Hollywood Reporter. “Nada é mais importante do que garantir que o ambiente no set é seguro e feliz para todos.”

Levy, também conhecido pela realização de Deadpool & Wolverine, reforçou a mesma ideia:

“O nosso dever é criar um local de trabalho respeitoso e seguro. Fizemos tudo para garantir isso. Li muitas histórias — algumas são completamente imprecisas —, mas o que importa é que sempre tratámos esta equipa e elenco como uma família.”

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Um final aguardado

Stranger Things 5 será o capítulo final da série que se tornou um fenómeno mundial desde 2016. A última temporada promete encerrar o arco de Eleven e dos seus amigos numa batalha épica em Hawkins — e, a julgar pela atitude do elenco, o clima de bastidores parece mais sereno do que os rumores sugeriam.

Para já, Millie Bobby Brown e David Harbour mostram-se unidos, deixando claro que, dentro e fora do ecrã, a relação entre Eleven e Hopper continua sólida — e que o espírito de família que marcou a série desde o início permanece intacto até ao fim.