Olivia Colman, Javier Bardem e Tilda Swinton Entre os 1.300 Cineastas a Boicotar Empresas de Cinema Israelitas

Atores e realizadores unem-se em protesto contra a guerra em Gaza

Mais de 1.300 profissionais do cinema, entre atores, realizadores, produtores e argumentistas, assinaram um compromisso público onde declaram boicotar festivais, instituições e empresas de cinema israelitas. O movimento, liderado pelo coletivo Film Makers for Palestine, acusa essas entidades de estarem “implicadas em genocídio e apartheid contra o povo palestiniano”.

ver também: Baz Luhrmann Descobre Filmagens Perdidas de Elvis em Minas de Sal no Kansas

Entre os nomes mais conhecidos que subscrevem o apelo estão Olivia ColmanJavier BardemSusan Sarandon e Tilda Swinton, a par de figuras como Riz AhmedMiriam MargolyesJuliet Stevenson e Ken Loach.

Do lado dos realizadores e produtores

O boicote conta também com a assinatura de cineastas como Yorgos Lanthimos (The Lobster), Asif Kapadia (SennaAmyDiego Maradona), e produtores premiados como James Wilson (duas vezes vencedor de BAFTA), Robyn Slovo(Tinker, Tailor, Soldier, Spy) e Rebecca O’Brien, colaboradora de Ken Loach em I, Daniel Blake.

Em declarações à Sky News, O’Brien foi clara: “Recuso que o meu trabalho seja usado para branquear um genocídio. Durante décadas, festivais e empresas israelitas desempenharam um papel em mascarar e justificar crimes de guerra.”

Israel rejeita acusações

O governo israelita tem reiterado que as suas ações em Gaza são uma forma de autodefesa, rejeitando a qualificação de genocídio. O Ministério dos Negócios Estrangeiros de Israel classificou como “mentirosa e mal fundamentada” a declaração da International Association of Genocide Scholars, que na semana passada considerou que o país está a cometer genocídio no enclave.

Ecos históricos e apelos a uma indústria ativa

A declaração inspira-se no movimento Filmmakers United Against Apartheid, fundado em 1987 por Martin ScorseseJonathan Demme, quando mais de 100 cineastas recusaram exibir os seus filmes na África do Sul durante o regime do apartheid.

O compromisso atual exorta a indústria a “recusar o silêncio, o racismo e a desumanização, e a fazer tudo o que for humanamente possível para acabar com a cumplicidade na opressão”.

Contexto da guerra em Gaza

Segundo as autoridades de saúde locais, mais de 64 mil palestinianos já morreram em Gaza desde o início do conflito, desencadeado pelo ataque do Hamas a Israel, em que 1.200 pessoas foram mortas e cerca de 250 feitas reféns. Atualmente, estima-se que 48 reféns continuem detidos em Gaza, sendo que apenas 20 estarão vivos.

ver também : Brooke Hogan Vai ao Lançamento de Documentário Polémico Sobre o Pai Enquanto Nick Hogan Avança com Processo Judicial

Entretanto, as Forças de Defesa de Israel (IDF) preparam uma intensificação da ofensiva, depois de o governo prometer conquistar controlo total da Faixa de Gaza.

Dwayne Johnson emociona Veneza em “The Smashing Machine: Coração de Lutador”

O Festival de Veneza foi palco de um dos momentos mais surpreendentes deste ano: Dwayne Johnson conquistou a crítica internacional com a sua interpretação em The Smashing Machine: Coração de Lutador, filme realizado por Benny Safdie, que arrecadou o Leão de Prata de Melhor Realizador. A sessão terminou com mais de 15 minutos de aplausos, sinal da intensidade emocional que marcou a estreia mundial.

Com estreia marcada para 2 de outubro nas salas portuguesas, o filme promete revelar um lado diferente de Johnson, conhecido pela sua carreira na WWE e pelos sucessos de bilheteira de Hollywood. Aqui, o ator assume um dos papéis mais exigentes da sua trajetória, dando vida a Mark Kerr, lenda do MMA que enfrenta os próprios limites físicos, emocionais e morais.

Ver também : MOTELX 2025 Homenageia Gale Anne Hurd, Produtora de O Exterminador Implacável

Ao seu lado, Emily Blunt — nomeada ao Óscar® por Oppenheimer — interpreta Dawn Staples, a mulher que o acompanha numa espiral de instabilidade e luta pela sobrevivência emocional do casal. A química entre os dois foi amplamente destacada pelos críticos, que consideraram a performance de Johnson a mais poderosa da sua carreira.

Mais do que um filme de combate

Passado no início dos anos 2000, The Smashing Machine: Coração de Lutador explora o lado sombrio da glória desportiva. A narrativa acompanha a queda e a busca de redenção de um campeão, confrontando o peso da fama, o vício, a pressão constante para vencer e as fragilidades que a força física não consegue esconder.

Inspirado na vida real de Mark Kerr, figura incontornável da UFC no ano 2000, o filme equilibra momentos de intensidade dentro do octógono com o drama íntimo de um homem dividido entre a vitória e a autodestruição.

Com Safdie no comando, conhecido por obras intensas como Uncut Gems e Good Time, a promessa é clara: um retrato cru, realista e profundamente humano, que vai além das convenções dos filmes de desporto.

ver também : Orlando Bloom Não Quer Ver Outro Ator a Ser Legolas em The Hunt for Gollum 

Estreia nacional

Distribuído pela NOS Audiovisuais, o filme chega aos cinemas portugueses a 2 de outubro, prometendo ser um dos destaques da temporada.

Criador de “Father Ted” Detido em Londres: Debate Sobre Liberdade de Expressão Reacende-se no Reino Unido 🎭🇬🇧

Uma detenção polémica em Heathrow

O argumentista irlandês Graham Linehan, conhecido por ter co-criado as séries de comédia Father TedBlack Books e The IT Crowd, foi detido por polícias armados no aeroporto de Heathrow, em Londres. O motivo: publicações nas redes sociais consideradas transfóbicas.

ver também : South Park Vai Longe Demais? Satanás Surge ‘Grávido’ de Donald Trump no Novo Episódio 👹🤰🇺🇸

Segundo o próprio, foram precisos cinco agentes armados para a detenção à chegada de um voo dos Estados Unidos. A Polícia Metropolitana de Londres confirmou que a ação resultou de mensagens publicadas na rede social X (antigo Twitter), suspeitas de incitar à violência.

Linehan é uma figura premiada, com distinções Emmy e BAFTA, mas nos últimos anos tornou-se conhecido sobretudo pelas suas posições críticas em relação às questões de género.

Entre a sátira televisiva e os tribunais

O criador de algumas das sitcoms mais icónicas do Reino Unido compareceu no tribunal de Westminster para responder a acusações de assédio e danos criminais contra Sophia Brooks, uma jovem transgénero de 18 anos.

De acordo com a acusação, Linehan terá publicado mensagens “abusivas e vingativas” sobre Brooks, incluindo insultos como “sociopata profundamente perturbada” e “narcisista maléfica”. A procuradora Julia Faure Walker afirmou que o comportamento do argumentista equivalia a assédio e causava “alarmismo e angústia”.

Num episódio adicional, em Outubro, Linehan terá arrancado o telemóvel da mão de Brooks durante uma conferência, o que agravou as acusações. O argumentista nega todas as alegações.

Liberdade de expressão em causa

A detenção levantou um intenso debate político e mediático sobre os limites da liberdade de expressão no Reino Unido.

  • Nigel Farage, aliado de Donald Trump, classificou o caso como “mais um exemplo da guerra contra a liberdade”.
  • J.K. Rowling, autora de Harry Potter, descreveu a detenção como “deplorável” e “totalitarista”.
  • Elon Musk, dono da rede X, foi ainda mais longe, considerando a Grã-Bretanha um “Estado policial”.
  • Já o líder do Partido Verde, Zack Polanski, defendeu a detenção como “proporcional” face ao teor das publicações.

O próprio governo britânico reagiu através do ministro da Saúde, Wes Streeting, que afirmou na BBC que a polícia deveria concentrar-se em policiar as ruas em vez de “tweets”, admitindo que é necessário repensar a lei.

Um nome incontornável da televisão britânica

Apesar da polémica atual, Graham Linehan continua a ser recordado pelo impacto que deixou na comédia britânica. Father Ted marcou uma geração nos anos 90, enquanto Black Books e The IT Crowd cimentaram a sua reputação criativa.

ver também : Alan Ritchson vai interpretar herói Navy SEAL Mike Thornton em novo filme da Amazon MGM

Agora, porém, a sua carreira cruza-se com a justiça, e o debate em torno da sua detenção promete não ficar por aqui. Entre a defesa da liberdade de expressão e a denúncia de discursos de ódio, o caso tornou-se mais um exemplo de como o espaço público britânico continua profundamente dividido.

Sam Raimi e Roy Lee preparam remake de Magic, o clássico de terror do boneco ventríloquo

O regresso de um pesadelo cult dos anos 70

Lionsgate vai ressuscitar Magic (1978), o clássico de culto realizado por Richard Attenborough e protagonizado por um jovem Anthony Hopkins como Corky, um mágico mentalmente instável cuja marioneta, Fats, começa a ganhar vida própria de forma sinistra.

ver também : Street Fighter: novo elenco reúne-se para reboot da saga de videojogos

Desta vez, o remake junta duas potências do género: Sam Raimi, criador da saga Evil Dead, e Roy Lee, produtor por trás de sucessos recentes como Weapons.

A nova equipa criativa

O guião ficará a cargo de Mark Swift e Damian Shannon, dupla veterana do terror que já escreveu Freddy vs. Jason e o remake de Friday the 13th.

Na produção, além de Raimi e Lee, estão Chris Hammond e Tim Sullivan, responsáveis por acompanhar o projeto desde a sua fase inicial e por reunir os direitos do original. Zainab Azizi, da Raimi Productions, também integra a equipa de produção.

Entre os produtores executivos estão Paul Fishkin e Andrew Childs, da Vertigo Entertainment.

O original: quando o boneco ganha vida

Lançado em 1978, Magic baseava-se no romance de William Goldman (que também escreveu o argumento) e contava ainda com Ann-Margret e Burgess Meredith no elenco.

A história segue Corky, um mágico em ascensão que se apresenta com o seu boneco ventríloquo Fats. À beira de assinar um contrato televisivo, Corky entra em colapso nervoso e refugia-se nos Catskills, onde tenta recuperar um amor do passado — mas Fats começa a dominar a sua mente, levando-o por um caminho de violência e morte.

O filme ganhou notoriedade até antes da estreia graças a uma campanha televisiva arrepiante, focada apenas no rosto do boneco a dizer: “Magic is fun, we’re dead.”

Raimi e Lee em maré de terror

A escolha de Raimi e Lee não é coincidência: ambos vivem um momento forte no género. Lee produziu Weapons, que já arrecadou mais de 236 milhões de dólares mundialmente, e prepara novas adaptações de Stephen King, incluindo The Girl Who Loved Tom Gordon e The Long Walk. Raimi, por sua vez, tem em pipeline Send Help, thriller de sobrevivência com Rachel McAdams e Dylan O’Brien, escrito também por Swift e Shannon.

O que esperar do remake?

Ainda sem elenco anunciado, o remake de Magic promete recuperar a atmosfera claustrofóbica e psicológica do original, mas com uma estética moderna e os toques inconfundíveis de Raimi e Lee.

ver também : James Gunn esclarece título da sequela de Superman: chama-se apenas Man of Tomorrow

Se o sorriso sardónico de Fats já gelou espinhas em 1978, tudo indica que o boneco voltará a falar — e a matar — para uma nova geração de espectadores.

Sydney Sweeney ignora polémica da American Eagle e centra atenções em Christy no TIFF

“Estou lá para falar do meu filme, não de jeans”

Às vésperas da estreia do seu novo filme no Festival Internacional de Cinema de Toronto (TIFF)Sydney Sweeneyfez questão de separar águas. Questionada sobre a polémica em torno da sua campanha publicitária para a marca American Eagle, a atriz respondeu de forma categórica à Vanity Fair:

“Estou lá para apoiar o meu filme e as pessoas envolvidas na sua realização, não estou lá para falar de jeans. O filme é sobre a Christy, e é disso que estarei lá para falar.”

A declaração chega depois da sua campanha de ganga — considerada por muitos uma homenagem (ou provocação) ao célebre anúncio da Calvin Klein com Brooke Shields em 1980 — ter gerado críticas, elogios e até um inesperado comentário de Donald Trump, que elogiou a atriz.

Christy: a luta dentro e fora do ringue

Dirigido por David Michôd, o filme conta a história real da pugilista Christy Martin, que passou de uma vida modesta na Virgínia Ocidental para se tornar um fenómeno do boxe.

Com Ben Foster no papel do treinador e marido, Christy acompanha não apenas a ascensão da atleta, movida por determinação inabalável, mas também os dramas fora do ringue: as tensões familiares, a identidade e um casamento que se transforma num campo de batalha perigoso.

Baseado em factos verídicos, o filme é descrito como uma celebração da resiliência e coragem de uma mulher que lutou por muito mais do que títulos.

Sweeney em ascensão

Este é o segundo projeto de Sweeney com a Black Bear, após o sucesso de terror Immaculate (lançado pela NEON). Christy estreia sexta-feira no TIFF e surge como mais uma aposta na versatilidade da atriz, duas vezes nomeada aos Emmy, que continua a cimentar-se como uma das figuras mais requisitadas de Hollywood.

Da polémica à consagração?

Enquanto a campanha da American Eagle continua a gerar debate — com a marca a responder que o anúncio “sempre foi apenas sobre os jeans” — Sweeney procura recentrar a narrativa no cinema.

Seja pela polémica ou pela performance em Christy, uma coisa é certa: todos os olhos estarão postos nela em Toronto.

“Rainha da Cetamina” declara-se culpada pela morte de Matthew Perry

Jasveen Sangha enfrenta mais de 60 anos de prisão

O caso da morte de Matthew Perry, eterno Chandler Bing da série Friends, ganhou um novo capítulo. Jasveen Sangha, conhecida em Hollywood como a “Rainha da Cetamina”, declarou-se culpada de fornecer as drogas que provocaram a morte do ator, ao comparecer num tribunal da Califórnia esta quarta-feira.

ver também : Caso Matthew Perry: “Ketamine Queen” assume culpa e arrisca décadas de prisão

Sangha, de 42 anos, admitiu várias acusações, incluindo distribuição de cetamina resultando em morte ou lesões corporais graves. Detida desde agosto de 2024, poderá enfrentar uma pena superior a 60 anos de prisão. A sentença será conhecida a 10 de dezembro.

Uma rede de responsabilidade em torno da morte de Perry

Com esta confissão, Sangha tornou-se a quinta pessoa a admitir envolvimento no caso. Entre os já condenados estão os médicos Salvador Plasencia e Mark Chavez, que assumiram ter fornecido cetamina ao ator nas semanas que antecederam a sua morte.

Perry, de 54 anos, foi encontrado morto no jacuzzi da sua casa em Los Angeles a 28 de outubro de 2023. A autópsia concluiu que o óbito resultou dos “efeitos agudos da cetamina”, substância que o ator utilizava em contexto de terapia supervisionada, mas que acabou por ser também obtida de forma ilícita.

Sangha declarou-se ainda culpada de manutenção de um local associado ao consumo de drogas e de ter vendido frascos de cetamina a outro homem, Cody McLaury, que morreu por overdose em 2019.

A luta de Perry contra a dependência

A morte de Matthew Perry abalou Hollywood e os milhões de fãs de Friends. O ator nunca escondeu as suas batalhas contra o vício em álcool e analgésicos, chegando a escrever sobre o tema na sua autobiografia Friends, Lovers, and the Big Terrible Thing.

O seu testemunho público transformou-o num símbolo de luta contra a dependência, tornando ainda mais trágica a forma como a sua vida terminou.

O que se segue

De acordo com as autoridades norte-americanas, outros envolvidos no fornecimento de drogas a Perry deverão comparecer em tribunal nos próximos meses.

Ver também :Sábado à Noite: Jason Reitman recria os bastidores da estreia do Saturday Night Live

Enquanto isso, o processo contra Jasveen Sangha poderá tornar-se um dos mais emblemáticos da relação entre a indústria do entretenimento, a dependência química e a responsabilidade criminal de quem lucra com ela.

Tom Holland elogia Christopher Nolan: “O argumento é o melhor que já li”

Um verão de 2026 dominado por Holland

Tom Holland prepara-se para viver um dos anos mais intensos da sua carreira. Em julho de 2026, o ator estreia-se em A Odisseia, a nova produção épica de Christopher Nolan, e, apenas duas semanas depois, regressa ao papel que o consagrou no MCU, em Spider-Man: Brand New Day.

ver também : O esquema Ponzi que abalou Hollywood: a ascensão e a queda de William Santor

O argumento é o melhor que já li”, confessou Holland à AFP, referindo-se ao filme de Nolan, rodado em cenários naturais em redor do Mediterrâneo. O ator interpreta Telémaco, filho de Ulisses (Odisseu), numa das sagas fundadoras da mitologia grega.

Nolan e Holland: dois britânicos no centro do espetáculo

Depois do triunfo de Oppenheimer (2023), vencedor de sete Óscares, Nolan regressa com mais um projeto ambicioso, reunindo um elenco de luxo que inclui Matt Damon, Anne Hathaway, Robert Pattinson, Charlize Theron e Zendaya— noiva de Holland e parceira também fora do ecrã.

“O Chris [Nolan] é um verdadeiro colaborador. Sabe o que quer, mas cria espaço para que possamos explorar as personagens e trazer ideias”, afirmou o ator. Apesar de nunca terem trabalhado juntos, Holland e Nolan partilham algo em comum: ambos estão ligados a algumas das sagas mais populares da história do cinema, com O Cavaleiro das Trevas e Homem-Aranha a marcarem gerações.

Spider-Man continua a ser como a primeira vez

Poucos dias antes, surgiram imagens de Holland a filmar em Glasgow, com a cidade a servir de cenário para Nova Iorque. O ator descreveu a experiência de forma entusiasta:

“Ontem estava em cima de um tanque a conduzir pela rua principal de Glasgow, perante milhares de fãs, e foi incrível. Ainda parece a primeira vez.”

Com este novo capítulo, Holland completará sete filmes como Peter Parker, consolidando a sua versão energética e juvenil do herói, distinta das encarnações anteriores.

Entre LEGO e crítica às redes sociais

Além do cinema, Holland é também o rosto da campanha global da LEGONever Stop Playing, que defende a importância de preservar o espírito lúdico da infância.

“O problema hoje é a tecnologia tóxica: telemóveis, Instagram, iPads… As crianças são pressionadas para crescer depressa demais. Foi bom participar em algo tangível como o LEGO”, disse.

O ator de 29 anos sublinhou que a sua geração ainda cresceu antes da omnipresença das redes sociais, mas alerta para os riscos que estas representam para os jovens: “Acho que a Internet leva muitos a não serem eles próprios, mas sim versões daquilo que os outros esperam que sejam.”

Zendaya e futuro pessoal

Noivado com Zendaya, Holland mantém uma postura reservada quanto à vida privada, embora admita refletir sobre o impacto da exposição mediática. “Ainda não embarquei na fase dos filhos, mas sei que vou comprar LEGO antes de comprar um telemóvel”, brincou.

ver também : Tom Holland quer abrir escola gratuita em Londres para rivalizar com as privadas

Mais maduro, o ator admite estar “um pouco mais introvertido” e a valorizar a vida privada, mas insiste que a sua essência continuará a ser a mesma: “A criança dentro de mim vai estar sempre lá.”

O esquema Ponzi que abalou Hollywood: a ascensão e a queda de William Santor

O “rei” das Caimão que prometia luz verde a filmes

Hoje foi destaque no Hollywood Reporter, a investigação sobre um esquema de Ponzi que abalou toda a Indústria de Hollywood.

Durante anos, William Santor foi o financiador-milagre do cinema independente. Afável, pouco interventivo na criação e, sobretudo, com cheque em branco, tornou-se presença constante em rodagens nos Caribe e anfitrião de jantares de luxo. Através da sua empresa Productivity Media Inc. (PMI), atraiu nomes como Ron Perlman e transformou as Ilhas Caimão num improvável hub de filmagens. Parecia imbatível — até o castelo ruir.

ver também : Sábado à Noite: Jason Reitman recria os bastidores da estreia do Saturday Night Live

Como funcionava a máquina

A PMI especializou-se no financiamento-ponte, alavancando créditos fiscais reembolsáveis no Canadá (que devolvem dinheiro mesmo sem passivo fiscal), presales e direitos de distribuição. Na teoria, um modelo que dilui risco num setor volátil; na prática, segundo os processos em insolvência em Ontário, um esquema com “corporações impostoras”e-mails e sites falsos e desvios de fundos.

Os números avançados variam conforme as peças processuais e auditorias: pelo menos 31,7 milhões de dólares em valores alegadamente apropriados indevidamente, chegando a mais de 44 milhões em estimativas forenses posteriores.

O laboratório das Caimão

O ponto de viragem deu-se na pandemia. De férias nas Caimão quando o arquipélago fechou, Santor viu ali um “estúdio natural”: em dois anos, apoiou meia dúzia de longas (orçamentos entre 5 e 10 milhões), levando equipas canadianas em jatos fretados e contando com portas abertas do lado governamental. Dali saíram títulos como The Baker (com Ron Perlman), The Retirement Plan (com Nicolas Cage) e Unit 234 (com Don Johnson). Paralelamente, a PMI já somava créditos em indies de culto como The Little Hours (2017) e Black Bear (2020).

Sinais de alarme e queda em espiral

No fim de 2023, começaram as bandeiras vermelhas: pedidos de confirmação de empréstimos “que não existiam”, cheques não depositados e contas que não batiam certo entre projetos. Em 2024, a PMI foi para tribunal de insolvência, um receiver travou a alienação de bens nas Caimão (imóveis, contas, joias, vinhos, relógios e até um Bentley Bentayga) e multiplicaram-se as denúncias internas sobre bibliotecas sobrevalorizadas e desvio de receitas de distribuição para contas pessoais.

A morte e o choque da indústria

William Santor morreu a 28 de dezembro de 2024, aos 50 anos, após ter sido encontrado inanimado na sua casa nas Ilhas Caimão e transportado para o hospital local, onde foi declarado óbito. As autoridades falaram em investigação em curso. A notícia ganhou ampla repercussão no início de 2025, ao mesmo tempo que se acumulavam relatos judiciais sobre a dimensão das perdas.

Entre os lesados contam-se reformados canadianos de classe trabalhadora (canalizadores, eletricistas, serralheiros, telhadores), profissionais locais das Caimão e criativos de Hollywood. Santor deixou esposa e duas filhas. Tinha créditos como produtor em títulos por estrear, como Littlemouth (Dennis Quaid) e It Feeds (Ashley Greene), rodados antes do colapso.

Porque é que Hollywood caiu nisto (outra vez)?

A história de Santor junta-se a uma longa linhagem de financiamentos opacos no indie: quando o “greenlight”tradicional se afasta, o dinheiro rápido e sem “amarras criativas” torna-se isco perfeito. A corrida global aos incentivos fiscais criou uma geografia financeira complexa; sem due diligence independente, o brilho de um benfeitor pode encandear até os mais experientes.

ver também : Tom Holland quer abrir escola gratuita em Londres para rivalizar com as privadas

O que fica por apurar

Os tribunais continuam a desmontar a teia de empresas-fantasma e pagamentos em cadeia típicos de um padrão Ponzi. As responsabilidades individuais de antigos gestores e parceiros ainda são matéria de litígio. O certo é que a “terra prometida” de Santor nas Caimão deixou um rasto de milhões perdidos e projetos suspensos — e uma lição cara sobre governançaauditorias de terceiros e verificação de fluxos de caixa antes do “ação!”.

Alden Ehrenreich admite regressar a Han Solo — mas só na “versão certa”


O jovem contrabandista que pode voltar

em entrevista ao Collider, o ator admitiu que não fecha a porta a regressar à galáxia muito, muito distante — mas impõe uma condição clara: teria de ser “a versão certa” do personagem.

“Teriam mesmo de ser a versão certa de Han Solo”, explicou o ator de 35 anos, atualmente em destaque na série Ironheart.

ver também : 28 Years Later: The Bone Temple — O regresso sombrio do universo pós-apocalíptico já tem trailer

O filme que dividiu fãs e estúdios

Solo procurava explorar a juventude do contrabandista mais famoso da saga, revelando como conheceu Chewbacca e Lando Calrissian. Apesar da receção positiva à interpretação de Ehrenreich, o spin-off foi um fracasso comercial, arrecadando 393 milhões de dólares em bilheteira — muito aquém das expectativas da Disney e da Lucasfilm.

A produção atribulada, marcada pela saída dos realizadores Phil Lord e Christopher Miller a meio das filmagens, também contribuiu para a perceção de instabilidade em torno do projeto. Ainda assim, Ehrenreich encara a experiência com equilíbrio:

“Fazer um filme é sempre stressante. O importante é que seja um ambiente onde as pessoas se sintam seguras. Apesar de tudo, houve momentos realmente bons.”

Um trampolim para novos papéis

Apesar do insucesso nas bilheteiras, o ator considera que Solo lhe abriu portas. “Foi uma grande plataforma e ajudou-me a conquistar os projetos que tenho hoje”, afirmou.

Ehrenreich não descarta um regresso, mas deixa claro que só faria sentido se fosse numa visão que respeitasse a essência de Han Solo. Uma personagem icónica, imortalizada por Harrison Ford, que exige não apenas carisma e ironia, mas também a dimensão trágica de um homem em constante fuga.

ver também : Call of Duty vai para o cinema: Paramount prepara filme em imagem real da saga de culto

Um futuro incerto na galáxia

Com a Lucasfilm a expandir o universo Star Wars através de séries e novos filmes, a possibilidade de revisitar a juventude de Han Solo não está fora de questão. A questão é: haverá espaço — e vontade — para dar a Ehrenreich uma nova oportunidade de voar na Millennium Falcon?

Filho de Alain Delon contesta testamento e abre nova frente na disputa familiar

Alain-Fabien Delon pede anulação do testamento do pai

A herança de Alain Delon, falecido em agosto de 2024, continua a gerar polémica. O filho mais novo do ator francês, Alain-Fabien Delon, recorreu agora à Justiça para tentar anular o testamento deixado pelo pai, que considera favorecer em excesso a sua irmã Anouchka Delon.

ver também : “Estou Cansado de Filmes”: A Confissão Surpreendente de Denzel Washington

Segundo o advogado Christophe Ayela, um dos testamenteiros, Alain-Fabien alega que o pai “já não tinha o discernimento necessário” para tomar decisões após o derrame cerebral que sofreu em 2019. Uma primeira audiência foi marcada para 9 de março de 2026, em tribunal francês.

O centro do litígio: direitos de filmes e de imagem

O processo centra-se num testamento de 2022, no qual Alain Delon deixou exclusivamente a Anouchka os direitos de um dos filmes mais emblemáticos da sua carreira, O Leopardo (1963), realizado por Luchino Visconti e no qual contracenou com Claudia Cardinale.

Além disso, Alain-Fabien contesta ainda uma decisão de fevereiro de 2023, que concedeu à irmã 51% da empresa responsável pela gestão da marca e dos direitos de imagem do ator. Essa decisão deu a Anouchka uma posição de controlo sobre a exploração do nome e da figura do pai, algo que o irmão mais novo considera injusto.

Uma batalha familiar que antecedeu a morte

A disputa entre os três filhos — Anthony, Anouchka e Alain-Fabien — já tinha vindo a público antes mesmo da morte do ator. Durante os últimos anos de vida de Delon, marcado por forte degradação da saúde, a família esteve envolvida em batalhas judiciais e mediáticas sobre a forma como deveria ser administrada a sua vida pessoal e património.

Com o agravamento do seu estado, Alain Delon acabou por ser colocado sob proteção judicial durante cinco anos, decisão que refletiu as preocupações quanto à sua capacidade de gerir os próprios assuntos.

O legado de uma lenda do cinema francês

Reconhecido como um dos maiores ícones da história do cinema europeu, Alain Delon construiu uma carreira que atravessou décadas e deixou obras-primas como O Samurai (1967), Rocco e os Seus Irmãos (1960) e O Eclipse (1962). O litígio atual em torno da sua herança vem somar uma nova camada de drama à história de uma figura que sempre dividiu atenções dentro e fora do ecrã.

ver também : O Mundo Segundo Billy Wilder: TVCine dedica setembro a um mestre de Hollywood

Por enquanto, nem Anthony Delon nem Anouchka comentaram oficialmente as novas movimentações em tribunal. Mas uma coisa é certa: a herança de Alain Delon promete continuar a ser debatida muito depois do último aplauso.

Morreu Graham Greene, o memorável Ave que Esperneia de Danças com Lobos

Um rosto que deu voz e dignidade aos povos indígenas no cinema

O cinema perdeu uma das suas figuras mais marcantes na representação de personagens indígenas: Graham Greene, ator canadiano nomeado para os Óscares por Danças com Lobos (1990), morreu esta segunda-feira em Toronto, vítima de doença prolongada. Tinha 73 anos.

ver também : “Broken English”: Documentário de Veneza lança nova luz sobre Marianne Faithfull

O impacto de Danças com Lobos

Greene ficará para sempre associado ao papel de Ave que Esperneia, o Sioux curioso e sábio que cria uma ligação profunda com o Tenente John Dunbar (Kevin Costner). A sua personagem, além de ser uma das mais memoráveis do épico vencedor de sete Óscares, tornou-se um símbolo de dignidade e representação autêntica dos povos indígenas no grande ecrã.

A nomeação ao Óscar de Melhor Ator Secundário foi um marco histórico. Greene perdeu para Joe Pesci em Tudo Bons Rapazes, mas o reconhecimento abriu portas para que outros atores ameríndios encontrassem espaço em Hollywood.

Um percurso de perseverança

Nascido a 22 de junho de 1952 em Ohsweken, na Reserva das Seis Nações, Ontário, Graham Greene teve vários empregos antes de se dedicar à representação. Começou no teatro nos anos 70 e estreou-se no ecrã em 1979, num episódio da série The Great Detective.

No cinema canadiano, destacou-se em Running Brave (1983), mas foi Danças com Lobos que o catapultou para o reconhecimento internacional. O sucesso, contudo, não o livrou de dificuldades pessoais: em 1997, lutou contra uma depressão que o levou a uma tentativa de suicídio, experiência que nunca escondeu e que lhe deu ainda mais profundidade como intérprete.

De Hollywood aos novos tempos

A sua carreira estendeu-se por décadas, quase sempre em personagens secundárias que transmitiam nobreza e respeito. No cinema, brilhou em Maverick (1994), Die Hard: A Vingança (1995), À Espera de Um Milagre (1999), Transamerica(2005), A Saga Twilight: Lua Nova (2009), Jogo da Alta-Roda (2017) e, com especial intensidade, em Coração de Trovão(1992) e Wind River (2017).

O seu talento também se fez sentir na televisão, com participações em séries de culto como Northern Exposure (No Fim do Mundo), Lonesome Dove: The SeriesLongmireGoliathAmerican Gods e, mais recentemente, Reservation Dogs e Echo.

A colaboração com Taylor Sheridan, em 1883 e Tulsa King, demonstrou como Greene continuava a ser uma presença requisitada e respeitada, mesmo nos últimos anos de vida.

Um legado para além da representação

Casado há 35 anos e pai de uma filha, Graham Greene deixa não apenas uma carreira notável, mas também um legado simbólico: o de ter levado a autenticidade e a humanidade dos povos indígenas para o grande público, sem clichés ou caricaturas.

ver também: Carmen Maura regressa em grande: “Calle Málaga” celebra a velhice com humor e humanidade no Festival de Veneza

Com a sua partida, Hollywood perde um ator discreto mas fundamental, alguém que, com cada olhar e cada gesto, fazia justiça às histórias que contava.

“Broken English”: Documentário de Veneza lança nova luz sobre Marianne Faithfull

O Festival de Veneza abriu espaço para redescobrir uma das vozes mais fascinantes e turbulentas da música britânica. Broken English, realizado pela dupla Jane Pollard e Iain Forsyth, olha de frente para a vida de Marianne Faithfull — cantora, compositora e ícone da “Swinging London” — que morreu em janeiro deste ano, aos 78 anos.

ver também : Carmen Maura regressa em grande: “Calle Málaga” celebra a velhice com humor e humanidade no Festival de Veneza

O filme, exibido fora de competição, não segue o caminho tradicional do documentário musical. Em vez disso, mistura arquivo, encenação e até ficção para construir um retrato íntimo e ousado de Faithfull. Uma das ideias mais originais é a criação de um fictício “Ministério do Não Esquecimento”, dirigido por uma Tilda Swinton enigmática, encarregado de corrigir a memória histórica de uma artista tantas vezes reduzida à sombra de Mick Jagger ou ao peso das manchetes sensacionalistas.

Faithfull conheceu o estrelato em 1964 com As Tears Go By, escrita por Jagger e Keith Richards, mas a ascensão rápida trouxe também os excessos: drogas, perseguição da imprensa e, em determinado momento, a queda ao ponto de viver nas ruas de Londres. Porém, tal como o título do documentário sugere, Broken English também é sobre renascimento: o seu álbum homónimo de 1979 devolveu-lhe voz, energia e uma carreira que, nos anos seguintes, se manteve vibrante graças à sua disponibilidade para colaborar com novas gerações de músicos.

As imagens recentes mostram uma Faithfull frágil, em cadeira de rodas e dependente de oxigénio, mas ainda combativa. Durante as filmagens, a artista apelou a uma “recalibração urgente dos legados de alguns artistas brilhantes que correm o risco de serem esquecidos ou deturpados”. Essa é precisamente a missão do filme: devolver-lhe a profundidade que tantas vezes lhe foi negada.

Pollard confessou que, no início, Faithfull estava desconfiada da proposta — afinal, ninguém gosta da ideia de uma “instituição fictícia” a remexer no passado. Mas rapidamente percebeu que o dispositivo lhe dava liberdade para se abrir, revisitar memórias e reconsiderar a sua própria vida. O resultado é um retrato que não se limita ao registo jornalístico: aproxima-se antes da pintura ou da fotografia, procurando capturar a essência de uma mulher que nunca aceitou ser domada.

Ao lado de Broken English, Veneza destacou ainda outros documentários que exploram mundos ocultos ou memórias em risco. Gianfranco Rosi filmou Sotto le Nuvole, uma poderosa ode a Nápoles e ao constante perigo dos seus vulcões, enquanto Werner Herzog apresentou Ghost Elephants, uma busca quase mística por uma espécie de elefante nas florestas de Angola.

ver também : Julia Roberts em “Depois da Caçada”: o filme de Luca Guadagnino que promete incendiar debates em Veneza

Mas foi o regresso de Marianne Faithfull ao grande ecrã — através de um filme que desafia géneros e convenções — que mais tocou o público. Afinal, a sua vida foi tudo menos linear: da glória pop à marginalidade, da queda à redenção. Agora, com Broken English, fica a certeza de que a sua história não se apaga, mas ganha um novo fôlego para a eternidade.

Bollywood em choque: a Inteligência Artificial já está a reescrever finais e a criar filmes inteiros

A indústria cinematográfica mais produtiva do mundo está a viver um momento de viragem. Bollywood, conhecida pelos seus épicos repletos de música, dança e equipas de produção gigantescas, treme agora perante uma nova força criativa — ou destrutiva, dependendo do ponto de vista: a Inteligência Artificial.

ver também : Carmen Maura regressa em grande: “Calle Málaga” celebra a velhice com humor e humanidade no Festival de Veneza

O alerta soou quando os produtores decidiram relançar Raanjhanaa (2013) com um final alternativo gerado por IA. Onde antes havia tragédia, com a morte do protagonista, surgiu de repente um desfecho esperançoso, com os olhos do herói a abrirem-se num último instante. A mudança provocou indignação: o realizador Aanand L. Rai considerou que se tinha “violado a integridade da narrativa”, enquanto a estrela Dhanush descreveu o novo final como um ataque à própria alma do filme.

Se este episódio parecia já suficiente para acender o debate, poucos dias depois surgiu outro anúncio ainda mais ousado: Chiranjeevi Hanuman – The Eternal, o primeiro épico indiano inteiramente gerado por IA, previsto para 2026. O projeto promete unir a mitologia hindu às mais recentes tecnologias, mas também levantou receios. “E assim começa”, comentou o cineasta Vikramaditya Motwane, temendo o desaparecimento de argumentistas e realizadores de carne e osso.

Entre o entusiasmo tecnológico e o medo da obliteração artística, Bollywood encontra-se dividida. Para alguns produtores, a IA é um disruptor capaz de reduzir custos e substituir equipas numerosas, democratizando o acesso à criação de imagens de grande escala. Mas para muitos realizadores, o risco está em matar a imprevisibilidade e a expressão humana que fazem a essência do cinema.

O veterano Shekhar Kapur, realizador de Elizabeth (1998), recusa o alarmismo. Para ele, “as melhores histórias são imprevisíveis, e a IA não consegue lidar com a imprevisibilidade”. Mais: acredita que a tecnologia pode abrir caminho a novos talentos que, sem meios para estudar cinema, finalmente poderão contar histórias através destas ferramentas. Já o realizador Shakun Batra, responsável por dramas como Kapoor & Sons, defende que o equilíbrio será sempre a chave: a IA deve complementar e não substituir a criatividade humana.

O público, porém, parece ter dado a primeira resposta. Face à polémica em torno de Raanjhanaa, os fãs mostraram fidelidade à versão original e rejeitaram a manipulação feita pela IA. Talvez esteja aí a prova de fogo: não bastará criar mundos perfeitos em computador se as emoções humanas, transmitidas no grande ecrã, não forem igualmente autênticas.

ver também : Julia Roberts em “Depois da Caçada”: o filme de Luca Guadagnino que promete incendiar debates em Veneza

No fundo, a questão permanece em aberto: será a IA a grande ameaça ao cinema indiano ou apenas mais uma ferramenta capaz de reinventar Bollywood? Uma coisa é certa: tal como acontece nas suas histórias mais vibrantes, também aqui o drama promete ser longo e cheio de reviravoltas

Robin Wright troca os EUA pelo Reino Unido: “América é um caos”

Robin Wright, estrela de House of Cards e de clássicos como The Princess Bride, juntou-se ao grupo de celebridades que decidiram deixar os Estados Unidos para abraçar uma vida mais tranquila no Reino Unido.

Em entrevista ao The Times, a atriz e realizadora, oito vezes nomeada aos Emmy, explicou que já não se revê no estilo de vida americano:

“A América é um caos”, afirmou sem apontar diretamente a política ou nomes específicos.

ver também : “Ainda Estou Aqui”: O Filme Brasileiro Premiado em Veneza e nos Óscares Estreia no TVCine Top

Segundo Wright, a diferença mais marcante entre os dois países está no ritmo do quotidiano:

“Adoro estar neste país. Há uma liberdade de ser aqui. As pessoas são amáveis, estão a viver. Não estão no carro, presas no trânsito, em pânico ao telefone enquanto comem uma sanduíche. Isso é a maioria da América: pressa, competição e velocidade.”

Atualmente a viver no campo britânico, a atriz descreve a serenidade que encontrou, contrastando com a sua vida anterior em Los Angeles:

“Aqui acordo a ouvir os pássaros. Antes, em Malibu, acordava com o barulho das obras dos vizinhos, todos a construir casas cada vez maiores. Estou farta disso — agora adoro o silêncio.”

Outro motivo que a prende ao Reino Unido é a vida pessoal: Wright revelou estar numa relação com o arquiteto Henry Smith, a quem conheceu num pub de aldeia, e falou sobre o sentimento de finalmente ter encontrado “a sua pessoa”.

Mesmo com esta mudança de rumo, Robin Wright não abandonou a carreira. A atriz vai surgir em breve em The Girlfriend, thriller psicológico e erótico da Prime Video, onde também assume a realização de alguns episódios. A série, que conta ainda com Olivia Cooke, estreia a 10 de setembro, mas Wright já deixou claro que pretende tirar um período de descanso e instalar-se definitivamente junto ao mar inglês.

ver também : Snoop Dogg retrata-se após polémica com Lightyear: “Errei, ensinem-me a aprender”

“É libertador. Terminei a busca, terminei de procurar e de ficar sempre com 60% do que queria. Agora, encontrei paz.”

Chris Columbus revela o arrependimento que ainda o persegue em Harry Potter

Mais de vinte anos depois de ter realizado os dois primeiros filmes da saga Harry Potter, Chris Columbus continua a ser lembrado como o homem que deu forma ao mundo mágico no grande ecrã. Mas nem tudo correu como o cineasta gostaria. Em entrevista à RadioTimes, Columbus confessou que há uma ausência em Harry Potter e a Pedra Filosofal que ainda hoje “o mantém acordado à noite”: a do poltergeist Peeves.

ver também : “Bugonia”: Emma Stone e Yorgos Lanthimos voltam a chocar (e a fascinar) Veneza

O fantasma que nunca vimos

Para os leitores dos livros de J. K. Rowling, Peeves é uma das figuras mais caóticas e divertidas de Hogwarts — um espírito travesso que passa o tempo a pregar partidas e a infernizar professores e alunos. Estava planeado para aparecer no primeiro filme, ao ponto de o ator Rik Mayall ter chegado a gravar as suas cenas, que seriam depois completadas com CGI.

Contudo, como explicou Columbus, o filme já se aproximava das três horas de duração, e a personagem acabou por ser cortada. “Ainda me atormenta não ter conseguido pôr Peeves no filme”, revelou o realizador, admitindo que as imagens permanecem guardadas em algum arquivo. Para os fãs, fica a esperança de que um dia esse material perdido possa vir a público.

Outras falhas que o realizador reconhece

Peeves não foi o único detalhe que deixou Columbus insatisfeito. O cineasta revelou também que ficou desapontado com os efeitos visuais das cenas de Quidditch em A Pedra Filosofal, considerando-os pouco convincentes. Ainda assim, reconheceu que a experiência serviu de aprendizagem e acredita que em A Câmara dos Segredos o resultado foi bastante mais satisfatório.

A oportunidade da nova série da HBO

Com a nova série televisiva de Harry Potter, atualmente em preparação pela HBO e com estreia prevista para 2027, abre-se a porta para recuperar personagens e subtramas que ficaram de fora dos filmes. Chris Columbus não esconde a sua “inveja” por não estar envolvido no projeto, mas considera que a adaptação televisiva será a forma mais fiel de honrar os livros, explorando capítulos e personagens que no cinema foram reduzidos ou omitidos.

After the Hunt: Luca Guadagnino explica escolha polémica de créditos à Woody Allen no filme com Julia Roberts

Entre essas personagens, Peeves é apontado como um dos grandes candidatos a finalmente ganhar vida no ecrã, tornando-se um favorito de uma nova geração de fãs.

John Williams surpreende: “Nunca gostei muito de música de cinema”

É impossível imaginar a história do cinema sem as notas de John Williams. Do suspense inconfundível de Tubarão ao tema épico de Star Wars, passando pela magia de Harry Potter e pelas aventuras de Indiana Jones, a sua música moldou a memória coletiva de gerações de espectadores. Aos 93 anos, o compositor soma mais de 100 bandas sonoras, cinco Óscares e o título de pessoa viva mais nomeada da história da Academia (54 vezes). Ainda assim, o mestre tem uma visão desconcertante sobre o seu próprio legado: “Nunca gostei muito de música de cinema”, confessou.

ver também : Daniela Melchior junta-se ao Pai Natal mais letal do cinema em “Noite Violenta 2”

A revelação surge numa nova biografia escrita por Tim Greiving, que se mostrou “chocado” com a sinceridade do compositor. Williams descreveu a música de cinema como “efémera” e “fragmentária”, considerando que só raramente atinge uma verdadeira grandeza. Para ele, muitas das bandas sonoras mais aclamadas não passam de “um trabalho” — frases que surpreendem ainda mais quando vêm do homem que revolucionou a própria ideia do que uma banda sonora pode ser.

Ainda assim, Greiving alerta para não levar as palavras demasiado à letra. Williams pode desvalorizar o género, mas a sua carreira prova o contrário: a forma meticulosa como compôs para E.T.A Lista de Schindler ou Star Wars mostra que encarou o cinema com a mesma seriedade e exigência de um compositor de música clássica. Como nota o biógrafo, Williams “elevou a música de cinema a uma forma de alta cultura”.

O compositor também refletiu sobre o que faria de forma diferente se pudesse recomeçar: gostaria de ter unificado melhor a sua música de concerto e a música para cinema, tornando-as mais “suas”. Mas admite que, na altura, a composição para filmes era, sobretudo, uma oportunidade de trabalho — uma visão pragmática que contrasta com a reverência dos críticos e do público.

Há, no entanto, um espaço onde Williams não esconde entusiasmo: a sua colaboração de meio século com Steven Spielberg. Desde Tubarão (1975), apenas três filmes do realizador não contaram com a sua música. Williams descreve Spielberg como um parceiro criativo com formação musical rara entre cineastas, alguém que sabia ouvir e compreender a música como parte integrante da narrativa.

ver também: “Vingadores: Doomsday”: rumores de egos e conflitos no set aumentam pressão sobre o regresso da Marvel

Seja visto como trabalho “funcional” ou como arte sublime, a verdade é que John Williams definiu a identidade sonora de Hollywood como poucos antes dele. As suas partituras são mais do que acompanhamento: são personagens invisíveis que respiram dentro das histórias. E mesmo que o próprio prefira desvalorizar, para o cinema será sempre impossível ouvir aquelas primeiras notas de Star Wars sem sentir que estamos diante de algo maior que a vida.

Valter Hugo Mãe no grande ecrã: São Paulo celebra o escritor português com cinema e arte

A Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, um dos mais prestigiados festivais da América Latina, vai dedicar em 2025 uma homenagem especial a Valter Hugo Mãe, figura maior da literatura portuguesa contemporânea. O autor será celebrado não apenas pelas palavras, mas também pela sua ligação ao cinema e às artes visuais, com um programa que inclui um documentário, uma adaptação literária e até o cartaz oficial da 49.ª edição do festival, que decorre entre 16 e 30 de outubro.

ver também : “A Solidão dos Lagartos”: curta portuguesa ruma a San Sebastián e leva o Algarve para o centro do cinema europeu

No centro desta homenagem estará a exibição de “De Lugar Nenhum”, documentário de Miguel Gonçalves Mendes que acompanha o processo criativo de Valter Hugo Mãe na escrita de A Desumanização. Rodado em Portugal, Islândia, Colômbia, Brasil e Macau, o filme integra o vasto projeto do realizador intitulado O Sentido da Vida, um conjunto de nove longas-metragens que se entrelaçam no tempo e no espaço. Este será o primeiro a chegar ao público e promete revelar, com intimidade e rigor, as obsessões e rituais criativos do escritor.

Mas o grande acontecimento cinematográfico será a antestreia de “O Filho de Mil Homens”, primeira adaptação de uma obra de Valter Hugo Mãe ao cinema. O romance homónimo ganha vida pelas mãos de Daniel Rezende, realizador brasileiro conhecido por Bingo: O Rei das Manhãs (2017), e terá como protagonista Rodrigo Santoro, um dos atores brasileiros mais internacionais. Produzido pela Netflix, o filme deverá estrear ainda este ano na plataforma, após a passagem pela mostra paulista.

Além do ecrã, Valter Hugo Mãe estará presente no próprio rosto do festival: foi escolhido para assinar o cartaz oficial da 49.ª edição. A diretora da Mostra, Renata de Almeida, sublinha que o traço visual do autor “dialoga com o que escreve: detalhista, cheio de repetições gráficas, obsessões e gestos quase caligráficos que lembram a sua cadência textual”.

Esta celebração surge num momento em que Valter Hugo Mãe está em grande destaque no Brasil. Nos últimos meses participou em vários encontros literários — da FLIP, em Paraty, ao FLISampa, em São Paulo — e viu ser lançado no mercado brasileiro o livro Educação da Tristeza. Chegou mesmo a ser recebido pelo presidente Lula da Silva, sinal da relevância cultural que lhe é atribuída no país.

ver também : Filme em Destaque: Quando Chega o Outono, de François Ozon — Agora no Filmin

Entre palavras, imagens e cinema, a homenagem da Mostra de São Paulo confirma o estatuto de Valter Hugo Mãe como um dos grandes criadores portugueses do nosso tempo — um autor cuja voz transcende fronteiras e linguagens artísticas.

Veneza Celebra Werner Herzog: O “Soldado do Cinema” Que Fez da Loucura Arte

O Festival de Veneza abriu a sua 82.ª edição com uma homenagem a um dos mais ousados, visionários e, para muitos, insanos cineastas do último século: Werner Herzog. O realizador alemão recebeu o Leão de Ouro pela carreira, entregue por ninguém menos que Francis Ford Coppola, que lhe dedicou palavras de amizade e admiração ao recordar mais de 50 anos de cumplicidade criativa.

ver também : Paolo Sorrentino Abre Veneza com La Grazia: Toni Servillo é o Presidente que Todos Queríamos Ter

“Se Werner tem algum limite, não sei onde fica”, disse Coppola, recordando como chegou a apresentá-lo à sua atual companheira, Lena. Ao receber o prémio, Herzog emocionou-se: “Queria ser um bom soldado do cinema, e isso significa perseverança, lealdade, coragem e sentido de dever. Trabalhei sempre para levar algo transcendental ao ecrã.”

O cineasta que levou o cinema ao extremo

Herzog construiu uma filmografia marcada pelo risco, pela obsessão e pela procura constante de imagens inéditas. Desde os tempos em que arrastou um barco de 300 toneladas por uma montanha na Amazónia em Fitzcarraldo (1982), até filmagens em vulcões, desertos, glaciares e até na selva angolana, onde rodou recentemente Ghost Elephants (apresentado em Veneza), o realizador mostrou uma dedicação que beira a loucura.

Entre ficção e documentário, já soma mais de 70 filmes. Deu-nos obras icónicas como Aguirre, o Aventureiro (1972), Nosferatu, o Vampiro (1978), O Enigma de Kaspar Hauser (1974) e Grizzly Man (2005). Foi ainda nomeado ao Óscar com Encounters at the End of the World (2007).

A relação explosiva com Klaus Kinski

Herzog também ficou célebre pela sua tumultuosa parceria com o ator Klaus Kinski, com quem rodou cinco filmes e partilhou uma convivência marcada por génio e desvario. Entre ameaças de morte e confrontos físicos, nasceu uma das colaborações mais intensas da história do cinema, retratada pelo próprio em O Meu Melhor Inimigo (1999).

Da Baviera ao mundo

Nascido em Munique em 1942, filho da guerra e da pobreza, Herzog filmou a primeira curta aos 15 anos com uma câmara roubada. Desde então, percorreu um caminho único: foi um dos nomes centrais do Novo Cinema Alemão ao lado de Wim Wenders e Volker Schlöndorff, mas rapidamente se tornou um aventureiro global, cruzando fronteiras e géneros.

Em Veneza, Herzog é celebrado não apenas pelo radicalismo das suas filmagens, mas por ter levado o cinema para lugares onde quase ninguém ousaria. Um herdeiro do romantismo alemão que soube transformar o caos humano em arte, a obsessão em beleza e a loucura em transcendência.

ver também : George Clooney Abandona Veneza Mais Cedo do Que o Previsto — Mas o Novo Filme Já Tem Data de Estreia

Como disse Coppola, talvez ninguém saiba onde estão os limites de Werner Herzog. Talvez porque, no seu caso, simplesmente não existem.

James Gunn Afasta Chris Pratt de Batman, mas Abre-lhe as Portas do Novo DCU

James Gunn voltou a falar sobre o futuro do Universo Cinematográfico da DC, e desta vez a especulação envolvia um dos seus colaboradores mais próximos: Chris Pratt. O realizador, que trabalhou com o ator nas três aventuras de Guardians of the Galaxy, foi direto ao ser questionado se poderia ver Pratt a vestir o capuz do Cavaleiro das Trevas.

ver também : aolo Sorrentino Abre Veneza com La Grazia: Toni Servillo é o Presidente que Todos Queríamos Ter

“Como Batman? Não”, respondeu de forma categórica numa entrevista recente ao EScorpionGolden. Mas a história não acaba aqui: Gunn fez questão de esclarecer que vê espaço para Pratt no novo DCU — apenas não como Bruce Wayne. “Como outra coisa? Sim. Ele adoraria fazer algo na DC. Eu adoraria que ele fizesse algo na DC…”, revelou, acrescentando que ainda precisa de refletir sobre qual seria a personagem ideal.

Chris Pratt no radar da DC

O ator, conhecido como Star-Lord no universo Marvel, tem uma longa relação criativa com Gunn, e a possibilidade de uma nova colaboração não surpreende. Afinal, o realizador tem vindo a transportar vários colegas para os seus projetos da DC: Pom Klementieff, Michael Rooker ou Bradley Cooper já apareceram em Superman (mesmo em papéis pequenos), e o próprio irmão de Gunn, Sean Gunn, surge como Max Lord na segunda temporada de Peacemaker.

Tudo indica que, mais cedo ou mais tarde, Chris Pratt acabará por se juntar ao novo universo partilhado, ainda que longe da sombra do morcego.

Quem será o próximo Batman?

Enquanto isso, a grande questão permanece: quem dará vida ao novo Batman em The Brave and The Bold? O projeto parece ter sido colocado temporariamente em pausa, com Gunn e Peter Safran a concentrarem-se noutras produções já em desenvolvimento. Mas o realizador já foi claro: Robert Pattinson continuará no universo separado de Matt Reeves, onde a sua versão sombria e mais realista de Bruce Wayne está segura.

Esta decisão abriu o caminho a novas especulações. Nomes como Alan Ritchson (Reacher) ou Jensen Ackles (a voz de Batman em várias animações da DC) têm sido apontados pelos fãs como possíveis escolhas para um Cavaleiro das Trevas mais físico e experiente.

E The Batman – Parte II?

Enquanto o futuro de The Brave and The Bold ainda é incerto, o mesmo não se pode dizer da continuação da saga de Matt Reeves. O cineasta já entregou o argumento de The Batman Part II, e as primeiras reações dentro da Warner Bros. foram muito positivas. O filme deverá começar a rodagem no início de 2026, com estreia prevista para 1 de outubro de 2027.

Colin Farrell confirmou que regressa como Pinguim (embora com uma presença limitada), ao lado de Jeffrey Wright (Comissário Gordon) e Andy Serkis (Alfred). Tudo aponta para que Reeves continue a explorar a sua versão noir e cerebral do herói, consolidando o seu próprio espaço fora do DCU de Gunn.

Entre dois universos

Com Superman já lançado e a preparar o terreno para a nova fase “Gods and Monsters”, Gunn sabe que a escolha do novo Batman será um dos momentos mais decisivos para o futuro da DC. Para já, pelo menos, uma coisa ficou clara: Chris Pratt não será o Homem-Morcego, mas tem cadeira reservada em futuras histórias.

ver também : George Clooney Abandona Veneza Mais Cedo do Que o Previsto — Mas o Novo Filme Já Tem Data de Estreia

Estrelas de The Conjuring reagem à compra da casa dos Warren por comediante Matt Rife: “Quais serão as intenções dele?”

Patrick Wilson e Vera Farmiga, os rostos de Ed e Lorraine Warren no universo The Conjuring, não escondem a curiosidade (e até alguma preocupação) com a recente aquisição da antiga casa dos famosos investigadores paranormais por parte do comediante norte-americano Matt Rife.

A mansão em Monroe, Connecticut — onde os verdadeiros Warren viveram durante décadas e criaram o seu célebre Museu do Oculto — foi oficialmente comprada por Rife, que se declarou fã confesso da saga iniciada por James Wan em 2013.

“Assim que vi a notícia, enviei logo ao Patrick. Sempre me perguntei o que iria acontecer com aquela propriedade. Agora, só quero perceber quais são as suas intenções”, comentou Farmiga numa entrevista à People. Patrick Wilson partilhou da mesma estranheza: “É uma rua normal, com vizinhos por todo o lado. Não consigo imaginar que os residentes queiram ver filas de carros para visitar a casa.”

Farmiga até brincou com a possibilidade: “Espero que ele não faça uma venda de garagem”.

O “guardião” de Annabelle

Matt Rife, de 29 anos, anunciou o negócio nas redes sociais, descrevendo-o como um sonho tornado realidade: “Oficialmente comprei a casa de Ed e Lorraine Warren e o Museu do Oculto. Tornei-me o guardião legal, por pelo menos cinco anos, da coleção inteira de artefactos assombrados — incluindo a boneca Annabelle.”

O comediante esclareceu, no entanto, que não é proprietário dos objetos, mas sim o responsável legal pela sua preservação e exposição. A sua ideia passa por abrir a casa ao público, com visitas guiadas ao museu e até estadias noturnas para os mais corajosos.

Do cinema à realidade

A ligação entre o espaço e o cinema é direta: o Museu do Oculto dos Warren serviu de inspiração para os filmes The Conjuring e para o spin-off Annabelle. Agora, com a compra de Rife, fãs da saga poderão literalmente entrar num dos cenários mais lendários do terror moderno.

Enquanto isso, Vera Farmiga e Patrick Wilson preparam-se para a sua despedida da franquia: The Conjuring: Last Riteschega aos cinemas a 5 de setembro, prometendo encerrar a história dos Warren no grande ecrã.

Com o anúncio de Rife e a estreia do novo filme, parece que a família Warren — real e ficcional — continua a assombrar tanto o cinema como a cultura popular.