A estrela de Mad Max: Fury Road denuncia os preconceitos da indústria e defende mais oportunidades para protagonistas femininas

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Charlize Theron não tem papas na língua — e ainda bem. Numa entrevista recente ao The New York Times, a actriz sul-africana decidiu apontar o dedo à indústria que tantas vezes a elogia… mas que hesita quando é hora de investir em mulheres como protagonistas de acção. E a crítica foi clara: Hollywood tem medo de arriscar em filmes de acção com mulheres à frente do combate.

“É mais difícil. Toda a gente sabe disso”, disse Charlize. “Filmes de acção com protagonistas femininas não são aprovados com a mesma frequência que os que têm homens no papel principal. E o que mais me frustra é que os homens têm carta branca.”

Homens podem falhar. Mulheres, nem por isso.

A vencedora de um Óscar foi ainda mais longe, ao realçar o duplo padrão absurdo que reina em Hollywood.

“Quando os homens falham, continuam a receber oportunidades. Quando uma mulher faz um filme que não corre tão bem, muitas vezes não volta a ter hipótese. Os olhos estão sempre postos em nós.”

Theron, que ao longo da sua carreira mostrou ser uma força imparável em títulos como Mad Max: Fury RoadAtomic BlondeThe Old GuardThe Italian Job ou Fast & Furious 8, sabe bem do que fala. Não são suposições — é experiência no terreno.

E mais: mesmo com provas dadas, a resistência continua.

“Não é um risco que os estúdios queiram correr, mas arriscam vezes sem conta no mesmo actor masculino, mesmo que ele tenha feito vários filmes de acção que não funcionaram.”

Corpo em movimento, corpo em risco

Apesar da crítica à indústria, Charlize não esconde o seu amor pelo género.

“Adoro dançar, mas nunca poderia voltar a ser bailarina, certo? Os filmes de acção deram-me essa oportunidade de voltar a ser física, de contar histórias com o corpo.”

E sim, esse amor tem custos. A actriz confessou que já passou por múltiplas cirurgias e “várias fracturas” ao longo dos anos, fruto das exigentes cenas de acção que assume com entrega total.

“Sou propensa a acidentes”, brincou, com um sorriso que esconde cicatrizes reais.

A Guerra Continua

Theron regressou recentemente ao papel de Andy em The Old Guard 2, a sequela do filme de 2020 que se tornou um dos maiores êxitos da Netflix. Mas apesar do sucesso e da aclamação crítica, a batalha para que filmes de acção com protagonistas femininas sejam encarados com a mesma seriedade — e potencial de bilheteira — continua.

Enquanto isso, Hollywood continua a investir milhões em sagas lideradas por homens… mesmo quando os resultados não justificam o entusiasmo.

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Theron não está a pedir favores. Está apenas a exigir equidade. E é difícil não concordar com ela. Afinal, se há alguém que provou que uma mulher pode liderar um blockbuster de acção com garra, estilo e impacto global… é Charlize.

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