Proposta de tarifas sobre filmes estrangeiros levanta preocupações reais entre realizadores e produtores da América Latina. Será o fim da ponte cultural com os EUA?

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A proposta de Donald Trump de impor tarifas de 100% sobre filmes estrangeiros nos Estados Unidos está a provocar um efeito dominó muito para além de Hollywood — e o cinema latino-americano é um dos mais ameaçados.

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De acordo com o artigo da MAGG, produtores e realizadores da América Latina manifestaram preocupação com o impacto económico e cultural que esta política pode ter, caso avance. Os Estados Unidos não são apenas um dos maiores mercados para o cinema latino — são também uma das principais plataformas de distribuição e coprodução para países como México, Brasil, Argentina, Colômbia e Chile.


Um elo frágil com peso simbólico e financeiro

O cinema latino-americano tem conseguido, nos últimos anos, ganhar espaço em festivais internacionais, serviços de streaming e salas norte-americanas, muitas vezes com obras independentes, de baixo orçamento e forte carga social.

Filmes premiados como Roma, Argentina, 1985, La Llorona ou Ema encontraram público nos EUA e contribuíram para uma imagem renovada da produção latina como rica, plural e politicamente relevante.

Mas com tarifas de 100% sobre filmes produzidos fora dos EUA, essa relação pode ficar profundamente comprometida, tanto em termos económicos como simbólicos.


“É uma ameaça real”, dizem os produtores

Vários profissionais do sector expressaram-se contra esta proposta. O impacto seria devastador para o circuito de festivais, as vendas internacionais e a distribuição nos EUA, que é frequentemente o maior comprador de cinema latino fora da região.

“Trata-se de um retrocesso. Não é só um ataque económico, é também um bloqueio à diversidade cultural”, afirmou um produtor argentino à MAGG.


Do proteccionismo cultural à censura económica?

A medida surge dias depois da reunião de Trump com Jon Voight — que, apesar de ter apresentado um plano moderado, viu as suas sugestões ultrapassadas pelo anúncio populista do ex-presidente. A proposta de Trump inclui tarifas sobre qualquer filme “produzido em terras estrangeiras”, o que abrangeria virtualmente todo o cinema latino, mesmo aquele feito em coprodução com entidades norte-americanas.

Para muitos, esta política assemelha-se a uma forma velada de censura, sob a capa do nacionalismo económico.

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Mais do que números: é a voz de um continente que está em risco

Ao impedir ou dificultar a entrada de filmes latinos no mercado norte-americano, perde-se não só receita, mas representatividade. As vozes das comunidades migrantes, os olhares sobre temas como a violência, a desigualdade, a identidade e a espiritualidade — tudo isso corre o risco de ser silenciado num momento em que o mundo precisa de escutar outras perspectivas.

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