
Ator recebeu a Palma de Ouro honorária e não poupou críticas ao antigo presidente dos EUA — com Leonardo DiCaprio e Quentin Tarantino ao seu lado
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A abertura do Festival de Cannes 2025 ficou marcada por uma homenagem emocionante… e por um discurso politicamente incendiário. O lendário Robert De Niro, que recebeu esta terça-feira a Palma de Ouro honorária, aproveitou o palco para deixar um aviso claro:
“Estamos a lutar ferozmente pela democracia, que sempre demos como certa.”
O ator de 81 anos — conhecido tanto pelas suas performances arrebatadoras como pela sua frontalidade política — não perdeu tempo a apontar o dedo a Donald Trump, a quem voltou a chamar de “inculto presidente americano”.
“A arte está ameaçada”
Num discurso vibrante, De Niro lembrou o poder unificador da arte e criticou diretamente os cortes no financiamento cultural levados a cabo pela administração Trump:
“A arte é inclusiva, une as pessoas, como nesta noite. A arte busca a liberdade, inclui a diversidade, e por isso está ameaçada!”
A crítica subiu de tom ao abordar as recentes declarações de Trump sobre tarifas de 100% sobre filmes produzidos fora dos Estados Unidos:
“Isso é inaceitável. E não é apenas um problema americano — é um problema global.”
DiCaprio e Tarantino no palco
O momento ganhou ainda mais peso pela presença de Leonardo DiCaprio, que entregou o prémio a De Niro com palavras sentidas:
“Para uma geração inteira de atores, foi um modelo. O nosso ídolo.”
Também Quentin Tarantino subiu ao palco, relembrando a colaboração com De Niro em Jackie Brown (1997), e a ligação que os une como pilares do cinema norte-americano moderno.
DiCaprio e De Niro trabalharam juntos pela primeira vez em A Vida Deste Rapaz (1993) e voltaram a cruzar-se em Duas Irmãs (1996). Mais recentemente, foram dirigidos por Martin Scorsese em Assassinos da Lua das Flores (2023), que também passou por Cannes no ano anterior.
Um tributo a uma carreira e a um ativista
Com dois Óscares no currículo e uma filmografia que inclui marcos como Taxi Driver, Touro Enraivecido ou O Padrinho: Parte II, Robert De Niro não é apenas um ícone do cinema — é também uma das vozes mais combativas contra o avanço do autoritarismo.
A sua Palma de Ouro honorária não celebrou apenas a sua carreira — foi, nas palavras do próprio, uma afirmação política:
“A arte resiste. E nós também.”
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