
Entre 28 de Julho e 3 de Agosto, o MDOC 2025 volta a ser ponto de encontro entre cinema, identidade e território
O MDOC – Festival Internacional de Documentário de Melgaço está de volta, e a 11.ª edição, marcada para 28 de Julho a 3 de Agosto de 2025, promete transformar a vila minhota num verdadeiro centro de criação, exibição e reflexão cinematográfica. Organizado pela associação AO NORTE e pela Câmara Municipal de Melgaço, o festival apresentará mais de 30 filmes em competição, e reforça este ano o seu compromisso com a formação de novos talentos através de residências, oficinas e masterclasses.
ver também: Martin Scorsese revela por que deixou de ir ao cinema: “As pessoas estragam a experiência”
Residência Plano Frontal: jovens realizadores em acção
Uma das pedras basilares do festival é a Residência Cinematográfica Plano Frontal, orientada por Pedro Sena Nunes, que reúne quatro equipas de jovens cineastas — finalistas ou recém-licenciados em Cinema, Audiovisual e Comunicação. Entre 25 de Julho e 3 de Agosto, os participantes vão criar documentários sobre temas locais, em estreita ligação com o território de Melgaço, contribuindo assim para o arquivo audiovisual da região e para a valorização do seu património imaterial.
Fotografia com bolsa: registar a alma do Minho
Em paralelo, decorre também a Residência Fotográfica, que desafia três jovens fotógrafos a mergulharem num contexto imersivo de dez dias em Melgaço. Cada selecionado receberá uma bolsa de dois mil euros e terá apoio técnico e artístico para desenvolver um projecto fotográfico com enfoque nas gentes, paisagens e histórias da região. As inscrições para esta residência decorrem até 30 de Junho.
Margarida Cardoso lidera Oficina de Cinema
Entre 28 e 31 de Julho, a realizadora Margarida Cardoso — nome maior do cinema português, com uma obra entre o documental e a ficção — orienta a Oficina de Cinema. Este espaço de experimentação convida os participantes a desenvolverem ideias de filmes a partir de exercícios criativos, referências visuais e leituras sugeridas, proporcionando uma verdadeira incubadora de narrativas.
As inscrições estão abertas até 15 de Julho.
Curso de Verão Fora de Campo: cinema e pensamento crítico
Este ano, o curso de Verão Fora de Campo volta a juntar realizadores, artistas, investigadores e agentes culturais, promovendo debates sobre o cinema e o seu papel no mundo contemporâneo. A edição de 2025 contará com a colaboração da DOCMA – Asociación Española de Cine Documental, e a participação de nomes como Sandra Ruesga, Raúl Alaejos e Alfonso Palazón, que também assume a coordenação do curso ao lado de José da Silva Ribeiro. As inscrições estão abertas até 11 de Julho.
Masterclass e sessão X-Raydoc com clássicos do cinema documental
No dia 1 de Agosto, a cineasta Sandra Ruesga dará a masterclass “Explorar o Eu: Cinema Auto-referencial e Identidade”, onde abordará o cruzamento entre o íntimo e o político na criação documental. Já a sessão X-Raydoc, no dia 3 de Agosto, propõe uma viagem aos alicerces do documentário com a exibição e análise de dois clássicos: Lettre de Sibérie (1957), de Chris Marker, e À Valparaíso (1963), de Joris Ivens.
MDOC promove encontro internacional de festivais
Pela primeira vez, o MDOC acolhe um encontro de representantes de festivais de documentário de toda a Europa, com o objectivo de discutir “caminhos futuros” para o género. Estão confirmados representantes de festivais como o Majordocs (Espanha), Escales Documentaires (França), Frontdoc (Itália) e One World Romania (Roménia), entre outros.
Projecto “Quem somos os que aqui estamos?” dá voz à freguesia de Alvaredo
Como parte da programação expandida, a AO NORTE apresenta o projecto “Quem somos os que aqui estamos?”, focado na freguesia de Alvaredo. O objectivo é escutar e registar as memórias e identidades locais, através de entrevistas audiovisuais, digitalização de álbuns de família, uma exposição fotográfica e até a edição de uma publicação com o resultado final.
ver também: Cinema português em queda nas bilheteiras: apenas 1% dos espectadores viu filmes nacionais em 2025
Documentar o presente, preservar a memória
O MDOC 2025 reafirma-se como um festival que ultrapassa a mera exibição de filmes: é um lugar de encontro entre autor e território, entre documentário e identidade, entre reflexão e criação. Um festival com raízes no Minho e ramos a crescer por toda a Europa.
No comment yet, add your voice below!