Em Viana do Castelo, há um festival que teima em resistir às modas, manter-se fiel ao cinema documental e dar palco à juventude. Os Encontros celebram 25 anos de vida — e continuam bem vivos.

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Há festivais que vivem do glamour. Outros da novidade. E depois há o Festival Internacional de Cinema de Viana do Castelo – os Encontros, que vive de algo mais raro: coerência, persistência e um compromisso inabalável com o cinema documental, os jovens realizadores e a descentralização cultural.

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A edição de 2025 marca o 25.º aniversário deste evento discreto mas fundamental, organizado pela Associação Ao Norte. Vinte e cinco anos depois da sua fundação, os Encontros continuam a afirmar-se como uma plataforma de descoberta e reflexão, à margem do ruído habitual dos grandes certames.


25 anos de cinema que olha para o mundo (e para o interior)

Criado em 2000, o Festival Encontros nasceu com um objectivo claro: dar visibilidade ao documentário — um género tantas vezes ignorado no circuito comercial — e promover o trabalho de novos realizadores, especialmente no contexto da lusofonia e da juventude portuguesa.

Este ano, a festa faz-se com retrospectivas, sessões especiais, encontros com realizadores e, claro, exibições de filmes que procuram pensar o mundo. E não se trata de olhar só para fora — o festival sempre teve um papel activo na valorização da produção local, com destaque para o Projecto Memórias, uma colecção de documentários sobre histórias e figuras da região.

Formação, partilha e juventude no centro da programação

Mais do que um festival de cinema, os Encontros são também um espaço de formação e partilha. Ao longo dos anos, milhares de estudantes passaram por oficinas, masterclasses e workshops promovidos em parceria com escolas e universidades.

Em 2025, esse espírito continua vivo: há sessões pensadas para o público escolar, encontros com realizadores emergentes e uma forte aposta no envolvimento da comunidade. É um festival que não se limita a projectar — dialoga, forma e provoca.

Resistir no interior: fazer cinema fora dos grandes centros

Num país onde quase tudo acontece entre Lisboa e o Porto, manter um festival de cinema em Viana do Castelo durante 25 anos não é um feito menor — é um acto de resistência cultural.

A Associação Ao Norte, que organiza o festival, tem sido um exemplo de como a descentralização cultural é possível— e necessária. Sem orçamento milionário, sem passadeiras vermelhas, mas com uma visão clara: dar espaço ao documentário, às novas vozes, e a um cinema que quer pensar, em vez de entreter apenas.

Encontros que valem a pena

Num tempo de consumo rápido e cinema fast food, os Encontros de Viana do Castelo oferecem exactamente o contrário: tempo para ver, tempo para escutar, tempo para pensar. Aos 25 anos, o festival não só se mantém relevante — como se torna cada vez mais essencial.

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Parabéns, Viana. E que venham mais 25.

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