Criador de Star Wars visita pela primeira vez a convenção e fala sobre… arte narrativa
Demorou quase cinquenta anos, mas finalmente aconteceu: George Lucas pisou o solo sagrado da San Diego Comic-Con. E não foi para apresentar um novo Star Wars, nem para revelar mais uma prequela escondida de Indiana Jones. Aos 81 anos, o lendário cineasta foi o convidado de honra de um painel que reuniu milhares de fãs no Hall H — sabres de luz erguidos, aplausos estrondosos e um ambiente que mais parecia o regresso do Imperador (versão simpática).
Demorou quase cinquenta anos, mas finalmente aconteceu: George Lucas pisou o solo sagrado da San Diego Comic-Con. E não foi para apresentar um novo Star Wars, nem para revelar mais uma prequela escondida de Indiana Jones. Aos 81 anos, o lendário cineasta foi o convidado de honra de um painel que reuniu milhares de fãs no Hall H — sabres de luz erguidos, aplausos estrondosos e um ambiente que mais parecia o regresso do Imperador (versão simpática).
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“Esperámos cinco décadas por isto”
A apresentação foi moderada por Queen Latifah, que captou na perfeição o entusiasmo do momento:
“Esperámos cinco décadas por isto.”
E de facto, Lucas nunca tinha visitado a convenção, apesar de ser, provavelmente, o nome mais associado à sua essência. Afinal, que cultura pop existiria sem Star Wars, Indiana Jones e toda uma geração moldada pelo poder da Força?
Mas o foco do painel não foi galáctico. Lucas esteve em San Diego para falar sobre o Museu Lucas da Arte Narrativa, um projecto de paixão que partilha com a sua esposa, a empresária Mellody Hobson. Com inauguração prevista para 2026 em Los Angeles, o museu será uma homenagem visual àquilo que sempre moveu Lucas: o poder de contar histórias.
Um templo para a arte popular
“Colecciono arte desde os tempos da universidade. Nunca vendi nada. A arte não é para vender, é para sentir. É uma ligação emocional”, explicou Lucas.
O museu reunirá obras de artistas clássicos como Norman Rockwell e Frida Kahlo, mas também de mestres do desenho e da banda desenhada como Jack Kirby, Frank Frazetta ou Winsor McCay. Uma ponte entre o chamado “alto” e “baixo” da cultura visual — e uma afirmação de que tudo é válido, desde que conte uma boa história.
O espaço incluirá ainda artefactos dos filmes que marcaram a carreira do cineasta — e que, para muitos, definiram o cinema moderno.
A sabedoria dos mestres: Guillermo del Toro e Doug Chiang
O painel contou ainda com duas presenças especiais: Guillermo del Toro, que lançará o seu Frankenstein este ano, e Doug Chiang, artista visual e braço direito de Lucas na criação do universo Star Wars durante décadas.
Del Toro foi particularmente enfático na importância de preservar a expressão artística num mundo cada vez mais automatizado.
“Uma aplicação não faz arte. A diferença está na personalidade, no conhecimento e na emoção — e isso não se instala por download.”
O realizador mexicano alertou para o perigo de apagar o passado visual colectivo, defendendo o museu como um acto de resistência cultural.
“Estamos num momento crítico. Este museu celebra um passado vibrante e eloquente que nos pertence.”
“Sem eles, a Comic-Con não existiria”
A reacção do público foi de euforia e reverência. Jesse Goldwater, que veio de Los Angeles apenas para ver Lucas ao vivo, resumiu o sentimento geral:
“Eles são a personificação da Comic-Con. Sem eles, a Comic-Con não existiria.”
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Foi, sem dúvida, o encerramento perfeito para uma Comic-Con histórica. Com sabedoria de mestre Jedi, George Lucas provou mais uma vez que o seu legado vai muito para além das estrelas — está gravado no coração de todos os que, um dia, sonharam com galáxias distantes.



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