Apresentado no Festival de Toronto, Good Fortune marcou o regresso de Aziz Ansari como realizador, argumentista e protagonista. Depois de vários anos afastado do grande ecrã e após o colapso do seu projeto anterior (Being Mortal), Ansari reuniu Seth Rogen, Keke Palmer e Keanu Reeves para dar vida a uma comédia de troca de corpos com ambições sociais.
Apesar da expectativa, a receção internacional tem sido morna. A crítica elogia as intenções, mas aponta a falta de ritmo e de gargalhadas como os principais problemas do filme.
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Uma premissa com potencial
A história acompanha Arj (Ansari), um editor de documentários que sobrevive a trabalhos precários e dorme no carro, até cruzar-se com o milionário da tecnologia Jeff (Rogen). A intervenção divina surge através de Gabriel, um anjo interpretado por Keanu Reeves, que decide trocar as vidas dos dois.
O objetivo é mostrar que a riqueza não resolve todos os problemas, mas o plano sai ao contrário: Arj recusa-se a abdicar do luxo, e o enredo mergulha em caos cómico.
O que dizem as críticas internacionais
Segundo as primeiras análises publicadas em meios estrangeiros, Good Fortune sofre com um tom inconsistente. O jornal The Guardian sublinha que o filme tem “nobres intenções” ao abordar as desigualdades sociais, mas “não arranca grandes gargalhadas”.
A crítica nota que o estilo de humor de Ansari, mais associado à ironia e observação subtil em Master of None, não se adapta com facilidade a uma comédia de alto conceito. A estrutura solta, as regras pouco claras da troca de corpos e a edição apressada deixam o filme “sem ritmo e repetitivo”.
O elenco, no entanto, recebe elogios: Ansari continua carismático, Rogen é sempre uma presença sólida e Reeves diverte ao satirizar a própria imagem, embora a piada se esgote depressa. Já Keke Palmer é considerada “encantadora mas subaproveitada”, num papel que poderia ter acrescentado maior profundidade política.
Entre intenções e resultados
As reações convergem na mesma conclusão: Good Fortune tem o coração no sítio certo e levanta questões relevantes sobre precariedade laboral e desigualdade, mas não consegue equilibrar a mensagem com o humor. O resultado é visto como uma obra simpática, mas irregular, que não devolve à comédia o impacto que Ansari pretendia.
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A estreia comercial está marcada para 17 de outubro, com a dúvida sobre como o público reagirá a este regresso do género às salas.



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