
🎬 Luzes, câmara… impostos reduzidos! A Califórnia está determinada a voltar a ser o epicentro da produção cinematográfica e televisiva mundial, e para isso acaba de aprovar um aumento significativo nos seus incentivos fiscais à indústria do entretenimento. O novo pacote financeiro cresce de 330 milhões para uns generosos 750 milhões de dólares, numa tentativa de travar a sangria de produções para estados como a Geórgia e o Novo México — e, ao mesmo tempo, revitalizar Hollywood.
O Regresso ao Lar dos Estúdios?
Depois de anos a ver as câmaras, atores e técnicos rumarem a destinos com vantagens fiscais mais apetecíveis, a Califórnia decidiu agir. O governador Gavin Newsom, defensor da medida, deverá agora assinar o projeto-lei que reforça o programa de incentivos à produção audiovisual. A ideia? Tornar o estado novamente competitivo num mercado que, apesar de glamoroso, é cada vez mais sensível aos custos.

Rebecca Rhine, presidente da Coligação de Sindicatos do Entretenimento e diretora executiva do sindicato de realizadores, celebrou a aprovação:
“A ampliação do financiamento do nosso programa é um lembrete importante da força e resiliência dos nossos membros (…) e do papel que a nossa indústria desempenha no apoio à economia do nosso estado.”
Rhine deixou ainda um apelo claro aos estúdios: “Comprometam-se com as comunidades e os trabalhadores da Califórnia que ajudaram a construir esta indústria.”
Uma Indústria em Recuperação
Os últimos anos foram tudo menos simpáticos para Hollywood. A pandemia de Covid-19 pôs toda a maquinaria criativa em pausa, e quando os motores começaram a voltar a aquecer, surgiram novas dores de cabeça. A guerra do streaming fragmentou o mercado e aumentou a pressão financeira sobre os estúdios. E quando se esperava alguma estabilidade, 2023 trouxe uma das maiores greves de argumentistas e atores da história recente.
O resultado? Menos de 20% dos filmes e séries exibidos nos EUA em 2024 foram produzidos na Califórnia, segundo a FilmLA. Os incentivos oferecidos por outros estados revelaram-se mais sedutores, e os estúdios, sem qualquer lealdade geográfica, seguiram o dinheiro. A Geórgia, por exemplo, tornou-se um novo centro de blockbusters, e o Novo México continua a seduzir séries de grande orçamento, com destaque para as produções da Netflix.
A Guerra Fiscal dos Estúdios
A aposta da Califórnia é clara: se não podes vencê-los, iguala a proposta. Com este novo pacote de 750 milhões de dólares, o estado quer reconquistar as produções e garantir que as ruas de Los Angeles voltam a ser ocupadas por carrinhas de produção, câmaras em movimento e estrelas a passar pelas coffee shops locais antes de seguirem para o set.
Mas será suficiente?
O mercado mudou. As produções já não são reféns da geografia. Os efeitos especiais, os fundos verdes e as equipas técnicas altamente especializadas espalhadas por todo o globo fizeram com que “filmar em Hollywood” já não seja uma necessidade — é uma opção.
O que o estado agora tenta é tornar essa opção novamente irresistível.
Conclusão: Uma Nova Era ou um Último Suspiro?
Se este investimento será ou não suficiente para recuperar a mística de Hollywood como capital mundial do cinema, ainda está por ver. Mas é, sem dúvida, um sinal claro de que a Califórnia não está disposta a ver a sua indústria mais icónica minguar sem lutar.
As câmaras podem estar sempre a mudar de direção. Mas, para a Califórnia, ainda vale a pena gritar: “Action!”
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