O ator britânico entrega uma das performances mais inquietantes da sua carreira no novo thriller da A24, em estreia no TVCine Top

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Hugh Grant a fazer de vilão? Sim. Hugh Grant a assustar genuinamente? Também. Hugh Grant nomeado para Globos de Ouro e BAFTAs por um papel em terror psicológico? Pode acreditar. Herege (Heretic, no original) é um dos filmes mais inesperados e hipnóticos deste ano — e o mérito é, em grande parte, do homem que costumávamos associar a comédias românticas com cara de quem nunca parte um prato.

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A estreia em televisão está marcada para 13 de junho, às 21h30, em noite de Sexta-Feira 13, no TVCine Top e em streaming no TVCine+. E é o filme perfeito para essa data maldita.


De porta em porta até ao inferno

A história começa de forma quase banal: duas jovens missionárias mórmon — Irmã Barnes (Sophie Thatcher) e Irmã Paxton (Chloe East) — andam de porta em porta à procura de fiéis. Quando tudo parece perdido e uma tempestade se aproxima, batem à última porta do dia. São recebidas por um homem afável, simpático, que até oferece tarte de mirtilo.

O nome dele é Sr. Reed. E ele é interpretado, com arrepiante subtileza e intensidade, por Hugh Grant.

Mas rapidamente a hospitalidade dá lugar ao desconforto — e depois ao terror puro. À medida que a casa se transforma num labirinto psicológico e físico, as duas jovens percebem que estão presas num jogo doentio, onde fé, manipulação e sobrevivência se confundem.

Grant: do charme ao abismo

Ver Hugh Grant neste registo é simplesmente fascinante. Conhecido por papéis charmosos, comedidos e até algo caricatos, o ator reinventa-se por completo como o Sr. Reed — uma figura ao mesmo tempo carismática, desconcertante e absolutamente ameaçadora.

Há algo de deliciosamente perverso na forma como nos conquista no início… para depois nos fazer arrepender da confiança. E é exactamente essa transformação que o torna tão eficaz. Não há gritos nem efeitos especiais exagerados — só uma presença sinistra e um controlo absoluto da cena. Nomeações para BAFTA e Globos de Ouro? Merecidíssimas.

Terror com assinatura A24 (e pedigree de “Um Lugar Silencioso”)

Com argumento e realização da dupla Scott Beck e Bryan Woods — os mesmos que assinaram Um Lugar Silencioso — Herege estreou-se no Festival de Toronto e não demorou a conquistar aplausos pela sua tensão meticulosamente construída, pela atmosfera opressiva e, claro, pelo elenco.

Sophie Thatcher (Yellowjackets) e Chloe East (The Fabelmans) brilham como protagonistas ingénuas mas resilientes, e a química (ou a ausência dela) com Grant mantém-nos colados ao ecrã. O jogo psicológico que se desenrola é tão desconcertante quanto envolvente.

Um “filme de terror religioso”? Sim, mas com cérebro

Herege insere-se numa linhagem cada vez mais rica de thrillers com temas religiosos, mas evita o óbvio. Mais do que uma crítica à fé ou ao fanatismo, o filme convida-nos a reflectir sobre a manipulação, a culpa e os limites da devoção. E fá-lo com tensão constante, sem recorrer ao susto fácil.

Conclusão: Hugh Grant está possuído (no melhor sentido possível)

Herege é uma prova de que o terror não precisa de monstros para nos assombrar — basta um homem com um sorriso, uma casa demasiado silenciosa e uma tarte de mirtilo que nunca parece inocente.

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Se ainda tinhas dúvidas sobre o talento de Hugh Grant fora da sua zona de conforto, este filme trata de dissipá-las. E se estavas à procura de uma boa razão para passar a Sexta-Feira 13 em casa… acabaste de encontrar.

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