
— e Nunca Mais Voltou AtrásActor recorda como um porquinho falante mudou a sua vida para sempre
ver também: Rian Johnson Revela os Bastidores da Trilogia Star Wars Que Nunca Aconteceu
Há filmes que nos divertem. Outros que nos comovem. E depois há aqueles que mudam a nossa vida — e não apenas a dos espectadores. Foi o caso de Babe – O Porquinho, clássico de 1995 que, além de conquistar corações, teve um impacto profundo no seu protagonista, James Cromwell. Tanto, que o actor se tornou vegan… no segundo dia de filmagens.

Numa entrevista recente ao The Guardian, Cromwell contou que, depois de passar a manhã a filmar com os animais e, à hora de almoço, os ver transformados em comida no prato, não conseguiu continuar a ignorar o que via. “Tive um momento de consciência. E nunca mais comi carne desde então.”
Um papel que quase lhe fugia das mãos
Cromwell interpretou o icónico Farmer Hoggett, o agricultor de poucas palavras que vê algo especial no pequeno Babe. Mas o papel esteve por um fio. O estúdio pretendia manter um elenco totalmente australiano, e só graças à insistência da directora de casting é que Cromwell foi considerado — e, felizmente, escolhido.
Inicialmente, os produtores queriam que mantivesse o sotaque americano, mas o actor não se sentia confortável. Testou até um sotaque texano exagerado, mas acabou por filmar tudo com sotaque britânico, o que trouxe uma sobriedade inesperada à personagem.
A relação com o realizador George Miller (também conhecido por Mad Max e Happy Feet) não começou da melhor maneira: num teste de maquilhagem, Cromwell recusou tirar as patilhas, o que criou alguma tensão. Mas tudo se resolveu, e o que começou com atritos acabou por se transformar numa experiência que o actor descreve como “profundamente transformadora”.
Uma cena, um perdão, uma catarse
Um dos momentos mais marcantes para Cromwell aconteceu precisamente no final do filme. A cena em que os carneiros seguem Babe, após meses de treino frustrado, culmina com a frase icónica: “That’ll do, pig. That’ll do.” Ao pronunciá-la, Cromwell viu o reflexo do seu próprio pai na lente da câmara — e, naquele instante, perdoou-o. Foi o encerramento emocional de um capítulo importante da sua vida, conta ao jornal britânico.
O porquinho mais realista de sempre
Por detrás da ternura do filme, escondiam-se desafios técnicos gigantescos. Neal Scanlan, responsável pelos efeitos animatrónicos, recorda o esforço quase artesanal: pelos aplicados manualmente nas cabeças dos bonecos, olhos com pupilas ajustáveis e uma nova fórmula de silicone com textura realista de pele. O objectivo era simples mas exigente — Babe tinha de parecer real ao lado dos animais verdadeiros. E isso implicava trabalho exaustivo, muitas vezes sob calor intenso no interior da Austrália.
A dedicação foi tal que algumas das inovações desenvolvidas para Babe continuam hoje a ser utilizadas na indústria cinematográfica.
Um impacto real — até nos mais pequenos
O filme não só tocou gerações como, segundo Cromwell, mudou vidas. O actor recorda o caso de uma mãe que se queixou porque a filha deixou de querer comer hambúrgueres depois de ver Babe. Para ele, essa reacção confirmou o impacto e a importância da obra — que continua, décadas depois, a deixar marca onde menos se espera.
No comment yet, add your voice below!