O actor espanhol reagiu de forma clara à eterna pergunta: por que razão continua a viver em Espanha e não se muda para os Estados Unidos? A resposta envolve… impostos. E consciência cívica.

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Numa era em que muitas celebridades procuram os melhores paraísos fiscais como quem procura o melhor papel de cinema, Javier Bardem decidiu remar contra a maré. Durante um evento cultural recente, o actor de Mar Adentro e 007 – Skyfall foi questionado sobre a razão pela qual não trocou Espanha pelos Estados Unidos, apesar de trabalhar regularmente com Hollywood.

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A resposta foi directa, sem rodeios e com um toque de orgulho patriótico: “Já cheguei a pagar 65%, até 70% de impostos num filme. E pago com orgulho.”


Viver em Espanha é uma escolha política e pessoal

Javier Bardem deixou claro que prefere viver e pagar impostos em Espanha, porque acredita no sistema público. “Pago os meus impostos para que existam escolas públicas, hospitais públicos, centros de saúde, apoios à cultura”, afirmou, recebendo aplausos do público presente.

O actor admite que, como qualquer cidadão, não gosta de ver os impostos mal geridos, mas defende que isso não é desculpa para fugir ao sistema fiscal. “Se não confiarmos no Estado, então é a selva. E eu não quero viver na selva.”


Um recado (indireto) a quem procura “paraísos”

Sem mencionar nomes, Bardem deixou no ar uma crítica implícita a artistas e figuras públicas que transferem a sua residência fiscal para outros países com regimes mais favoráveis — uma prática comum entre milionários de várias indústrias, incluindo o cinema.

“Eu ganho bem. Muito bem. E por isso tenho ainda mais responsabilidade”, explicou. A frase caiu como uma pedra num lago calmo, num momento em que o debate sobre justiça fiscal e desigualdade económica está mais quente do que nunca, especialmente em Espanha.


Bardem: uma carreira internacional com os pés em casa

Apesar de trabalhar com grandes nomes internacionais — de Woody Allen a Denis Villeneuve —, Javier Bardem nunca escondeu o seu compromisso com Espanha: vive no país, fala castelhano nas entrevistas, participa em projectos nacionais e mantém uma postura activa sobre questões sociais e políticas.

A sua carreira pode ser global, mas a sua ética fiscal é 100% ibérica. E num mundo onde a evasão fiscal é muitas vezes embrulhada em glamour, Bardem assume o papel pouco habitual de estrela que não quer fugir da realidade.


Um exemplo raro em Hollywood (e arredores)

Num tempo em que a frase “otário é quem paga” ainda circula em certos círculos, ouvir um actor premiado com Óscar a dizer que paga 70% de impostos com orgulho é, no mínimo, refrescante.

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Javier Bardem não só brilha no ecrã como também no exemplo. E se a sua postura cívica não dá direito a estatuetas douradas, pelo menos garante um aplauso de pé aqui do Clube de Cinema.

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