A polémica que trouxe Emily Brontë de volta às tabelas
Desde que a Warner Bros. lançou o primeiro teaser da nova adaptação de Wuthering Heights (O Monte dos Vendavais), o clássico de Emily Brontë voltou a estar nas bocas do mundo. E não apenas nas conversas — também nas prateleiras: as vendas do romance de 1847 dispararam na Amazon.
A edição da Wordsworth Classics registou uma subida de 504% em apenas 24 horas, tornando-se o segundo livro de romance gótico mais vendido na plataforma. Já a edição da Penguin Classics, lançada em 2002, viu as suas vendas crescerem 187%, ocupando o 98.º lugar geral de vendas.
O trailer que incendiou as redes
O motivo da súbita procura? O teaser divulgado na passada quarta-feira, que causou controvérsia imediata.
- Jacob Elordi foi escolhido para interpretar Heathcliff, personagem descrita no livro como de pele escura — uma diferença que gerou acusações de “whitewashing”.
- Margot Robbie, de 35 anos, foi anunciada como Catherine Earnshaw, apesar de a personagem ser uma adolescente no romance original.
- O tom do trailer, marcado por olhares lânguidos e uma forte carga erótica, foi apontado por críticos como uma distorção de um enredo que, no livro, se centra em abuso, violência e trauma.
A realizadora Emerald Fennell, vencedora de um Óscar por Promising Young Woman, parece assim preparar uma visão ousada — mas não consensual — da obra-prima de Brontë.
Quando o “efeito Twilight” ressuscitou o clássico
Curiosamente, esta não é a primeira vez que Wuthering Heights conhece uma nova vida graças à cultura pop. Em 2009, o chamado “efeito Twilight” fez as vendas do livro quadruplicarem, depois de ser referido como o favorito da protagonista Bella Swan na saga de vampiros criada por Stephenie Meyer.
A editora Harper Collins aproveitou então o momento e relançou o romance com a tagline “O livro favorito de Bella e Edward”. O resultado? Mais de 34 mil cópias vendidas nesse ano, contra as 8.551 registadas em 2005.
Um clássico incontornável do gótico
O Monte dos Vendavais, a única obra de Emily Brontë, foi inicialmente recebido com críticas frias e comparações desfavoráveis a Jane Eyre, da sua irmã Charlotte. Mas, a partir do século XX, conquistou lugar cativo na literatura mundial, sendo hoje considerado um dos grandes romances góticos de sempre.
O livro já foi adaptado mais de uma dúzia de vezes ao cinema e televisão. A versão de 1939 foi nomeada a sete Óscares, incluindo Melhor Filme, e venceu o de Melhor Fotografia. Perdeu o prémio principal para E Tudo o Vento Levou.
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Agora, com Emerald Fennell ao leme e Elordi e Robbie nos papéis principais, o romance volta a dividir opiniões — mas também a provar que continua a ser impossível de ignorar.



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