Festival dedicado ao cinema do real propõe olhar a viagem como matéria concreta — entre deslocações, exílios e pertenças

Porto/Post/Doc, um dos mais estimulantes festivais de cinema documental e híbrido da paisagem nacional, está de regresso entre 20 e 29 de Novembro e promete voltar a transformar a cidade do Porto num ponto de encontro de cineastas, pensadores e públicos em torno do cinema do real.

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Este ano, o festival adopta como mote “O Tempo de uma Viagem”, uma continuidade temática da edição anterior — “O Movimento dos Povos” — que propõe, segundo a organização, “um olhar profundo sobre o acto de partir: não como motivo narrativo, mas como gesto estrutural das sociedades actuais”.

Cinema como deslocação: entre comboios e desertos

No comunicado hoje divulgado, são já conhecidas cinco exibições centrais do ciclo temático deste ano:

  • Comboios, de Maciej Drygas
  • O Viajante da Meia-Noite, de Hassan Fazil
  • A versão integral e restaurada de YOL – Licença Precária, de Şerif Gören e Yilmaz Güney
  • Nómada: Seguindo os Passos de Bruce Chatwin, de Werner Herzog
  • Rua do Deserto, 143, de Hassen Ferhani

Cinco filmes, cinco formas de interrogar os movimentos forçados e voluntários que marcam o mundo contemporâneo. Do exílio político às rotas da migração, das viagens solitárias aos gestos colectivos de fuga e reinvenção.

“Num tempo em que a mobilidade é celebrada para uns e negada a tantos outros, este ciclo propõe uma inversão de perspectiva: olhar para a viagem não como excepção, mas como regra. Não como metáfora, mas como matéria concreta”, afirma a direcção do festival.

Mais do que filmes: uma viagem em várias direcções

Para além da competição principal (Internacional), o Porto/Post/Doc volta a apostar nas suas secções já habituais, como Cinema FaladoCinema Novo, e Transmission, bem como em programas temáticos, retrospectivas de grandes autores, actividades para infância e juventudeoficinasdebateseventos para a indústria e, claro, festas — porque o cinema também se celebra com copos no ar.

O festival reafirma-se assim como uma plataforma plural, onde documentário, ensaio e ficção híbrida convivem, com um olhar crítico e poético sobre o mundo em movimento.

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Uma viagem a não perder

“O Tempo de uma Viagem” promete ser mais do que uma selecção cinematográfica — uma provocação política e sensorial sobre o que significa, hoje, deslocar-se. Entre comboios, fronteiras e desertos, o Porto/Post/Doc convida-nos a pensar a viagem não como fuga, mas como condição.

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