Estreia a 26 de Junho em Portugal o perturbador e fascinante filme de Pascal Plante, que já está a dar que falar entre os amantes de true crime e cinema psicológico.

🩸 Se alguma vez se perguntou até onde pode ir o fascínio pelo true crime, Red Rooms promete responder… da forma mais desconfortável possível. O novo filme do canadiano Pascal Plante, que estreia nas salas portuguesas a 26 de Junho, é um thriller psicológico afiado como uma lâmina, que desmonta — e questiona — a nossa obsessão moderna com os monstros da realidade.

O que se esconde por trás do fascínio pelo horror real?

Em Red Rooms, seguimos Kelly-Anne (brilhantemente interpretada por Juliette Gariépy), uma modelo de comportamentos metódicos e uma vida à superfície irrepreensível. Mas, nos bastidores da sua rotina glamorosa, esconde-se um interesse doentio: Kelly-Anne é absolutamente obcecada pelo julgamento de Ludovic Chevalier, um homem acusado de ser um dos assassinos em série mais sádicos da história recente do Canadá — o chamado Demónio de Rosemont — que gravou os assassinatos das suas vítimas e, alegadamente, os difundiu na dark web.

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Kelly-Anne assiste religiosamente às sessões de julgamento, lado a lado com Clémentine (Laurie Babin), uma adolescente que partilha a mesma obsessão mórbida. Juntas, vão descer lentamente ao inferno de um voyeurismo digital sem limites, procurando a peça em falta: o vídeo desaparecido de um dos assassinatos, uma prova macabra que poderá condenar — ou redimir — Ludovic.

Um thriller elegante e gélido que deixa cicatrizes

Pascal Plante constrói o filme como uma cirúrgica reflexão sobre a sociedade contemporânea. Red Rooms não é só sobre serial killers — é sobre quem os venera, quem os mitifica e quem, por detrás de um ecrã ou de uma fachada socialmente aceitável, consome o horror como entretenimento. O filme dialoga com fenómenos como os documentários da Netflix, os podcasts de true crime e a estética dos fóruns mais obscuros da internet.

Mas, mais do que julgar, Red Rooms observa. Com uma realização minimalista, fria e precisa, Pascal Plante encena o desequilíbrio emocional de Kelly-Anne como um thriller de câmara lenta: inquietante, mas hipnotizante.

A dark web como espelho do nosso pior

Com referências assumidas a obras como The Poughkeepsie TapesZodiac ou mesmo NightcrawlerRed Rooms mergulha nas profundezas daquilo que a internet permite — e daquilo que cada um de nós é capaz de fazer quando o ecrã se fecha.

E se é verdade que “todos os assassinos em série têm os seus admiradores”, então este filme é o alerta vermelho que nos faz olhar ao espelho. Que voyeurismos cultivamos? Que verdades preferimos ignorar?

A resposta chega a 26 de Junho, e garantimos: vai dar que falar.


🎬 “Red Rooms”, de Pascal Plante

🗓️ A patir de 26 de Junho no Filmin

🎭 Com: Juliette Gariépy, Laurie Babin, Maxwell McCabe-Lokos

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