O documentário “Pote de Ouro” estreia em Portugal a 26 de Junho e é tudo menos um retrato sóbrio

Shane MacGowan foi muito mais do que o vocalista dos Pogues. Foi um ícone do folk-punk, um poeta bêbedo, um rebelde irlandês com dentes a menos e alma a mais. Agora, em Pote de Ouro: Nos Copos com Shane MacGowan, Julien Temple leva-o ao cinema com tudo aquilo que se espera de uma lenda deste calibre: caos, ternura, música, copos e… Johnny Depp.

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Um arco-íris radioactivo com final em Guinness

Julien Temple, que já nos deu pérolas documentais sobre os Sex Pistols (The Filth and the Fury) e Joe Strummer (The Future is Unwritten), descreve o processo como “voar através de um arco-íris radioactivo”. E não é só metáfora poética: o documentário é uma viagem alucinante pela vida de Shane — da infância na Irlanda à explosão punk nas ruas de Londres, passando pelos palcos enlameados e pelas entrevistas embriagadas.

Temple junta imagens raras, animações e conversas íntimas com amigos e parceiros musicais de MacGowan — entre eles Nick Cave e Johnny Depp, que também surge como produtor executivo do filme. O resultado é um retrato cru e emocional de um artista que redefiniu o som da rebeldia celta.


Prémios, festivais e um lugar no coração dos fãs

Pote de Ouro não chega de mansinho: foi premiado no Festival de San Sebastián, passou pelo IndieLisboa e prepara-se para conquistar o público português com a sua estreia nacional a 26 de Junho.

Este não é um documentário para colocar em fundo enquanto se arruma a sala. É um mergulho fundo num universo onde o talento convive com o excesso, e onde cada cicatriz — física ou emocional — conta uma história.

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Um filme para ver com os olhos, os ouvidos e o fígado

Shane MacGowan era capaz de passar do sublime ao grotesco numa só frase. O documentário respeita isso: é tão irreverente como comovente, tão barulhento como profundamente humano. Para quem conheceu os Pogues com Fairytale of New York ou para quem os acompanhou desde os dias punk, Pote de Ouro é uma ode àquilo que é ser verdadeiramente inclassificável.


Conclusão

Há artistas que merecem ser lembrados com estátuas. Shane MacGowan merece um filme como este: cheio de alma, whisky e guitarras desafinadas. Pote de Ouro não tenta limpar a imagem do cantor — antes revela a beleza que sempre esteve no meio da confusão.

A partir de 26 de Junho, todos ao cinema. E se possível, com um copo levantado.

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