Meio século após ter reinventado o cinema de Verão, o realizador decidiu encarar o monstro de frente — sem gritar “corta!”

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Uma Sessão Especial, Um Momento Histórico

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Há 50 anos, a 20 de Junho de 1975, estreava um filme que mudaria Hollywood para sempre: Tubarão (Jaws). Com um tubarão mecânico temperamental, uma rodagem desastrosa e um jovem Steven Spielberg a perder o sono, ninguém imaginava que aquele thriller aquático se tornaria um fenómeno cultural e daria início ao conceito de blockbuster de verão. Mas agora, passadas cinco décadas, o próprio Spielberg sentou-se — sozinho — para rever o filme que lançou a sua carreira. E, surpreendentemente… gostou do que viu.

Foi durante a inauguração da nova sala de cinema com o seu nome dentro dos Universal Studios que Spielberg revelou à Deadline que, contra o seu hábito, decidiu ver um dos seus próprios filmes. E não um qualquer: o seu filme. “Não vejo os meus filmes”, confessou, “mas estava sozinho… e passei uma cópia realmente boa do Tubarão a 20 de junho”.

Terror nas Águas e nos Bastidores

Rever Tubarão neste dia não foi por acaso. Spielberg quis enfrentar os seus próprios fantasmas, aqueles que assombraram a produção do filme. A rodagem deveria ter durado 55 dias — estendeu-se por uns caóticos 159. O lendário tubarão mecânico falhava constantemente, o oceano era um pesadelo logístico, e o orçamento duplicou. Foi o verdadeiro inferno na água. “Queria ver se conseguia chegar ao fim sem reviver os pesadelos de fazer o filme”, explicou.

O realizador revelou que, só agora, conseguiu ver Tubarão como um espectador: “Foi a primeira vez que alguma vez vi Tubarão como espectador, não como cineasta”. E como foi a experiência? “Gostei!”, respondeu com um sorriso.

Um Marco do Cinema que Mudou Tudo

Tubarão não foi apenas um sucesso — foi uma revolução. Com uma estreia simultânea em centenas de salas e uma campanha de marketing televisiva massiva (inédita para a época), o filme arrecadou mais de 260 milhões de dólares nas bilheteiras — o equivalente a mais de mil milhões nos dias de hoje. Nem Avatar (2009) conseguiu superar esse feito nos EUA.

O impacto foi tão profundo que redefiniu para sempre o modelo de lançamentos em Hollywood. E, claro, deu-nos uma das bandas sonoras mais reconhecíveis da história do cinema, da autoria de John Williams, e três Óscares: Melhor Montagem, Som e Banda Sonora.

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O Homem Que Nos Fez Ter Medo de Ir à Água

Ver Spielberg a revisitar Tubarão não é apenas um gesto nostálgico — é o reconhecimento de um criador que finalmente consegue apreciar a sua própria obra, sem as dores da memória a turvarem a imagem. Meio século depois, o filme continua tão tenso, tão eficaz, tão icónico quanto em 1975. E agora, podemos dizer com segurança: até o próprio Spielberg está de acordo.

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