
Ralph Macchio e Jackie Chan regressam, mas será que o dojo ainda tem o espírito certo?
Em teoria, tudo estava alinhado para um regresso em grande: juntar Ralph Macchio e Jackie Chan num novo capítulo do universo Karate Kid parecia uma ideia vencedora. Mas The Karate Kid: Legends, segundo as primeiras críticas, tropeça mais do que pontapeia.
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Com estreia marcada para o final de 2025, este novo filme da Sony Pictures tenta ser, ao mesmo tempo, reboot, sequela e homenagem — e, talvez por isso, acaba por ser um pouco de tudo e muito de nada.
Entre mestres e discípulos: muito talento, pouca profundidade
A promessa de ver Daniel LaRusso (Ralph Macchio) e Mr. Han (Jackie Chan) lado a lado era, por si só, combustível suficiente para fazer vibrar o coração de qualquer fã da saga. E sim, eles estão lá. Mas estão como figuras decorativas, tal como as katanas na parede de um dojo moderno: bonitas, mas sem cortar.
O foco do filme está, na verdade, no novo aprendiz, interpretado por Ben Wang (American Born Chinese), que traz energia, carisma e uma credível combinação de vulnerabilidade e força. No entanto, o argumento parece demasiado ocupado a construir passagens de testemunho simbólicas e momentos “inspiradores” de Instagram, deixando a história real a meio gás.
Lutas ensaiadas e emoções recicladas
The Karate Kid: Legends quer desesperadamente emocionar-nos e inspirar-nos — mas fá-lo com fórmulas tão gastas que nem Mr. Miyagi conseguiria polir. A realização de Jonathan Entwistle (I Am Not Okay With This) é competente, mas não tem espaço para respirar. As cenas de combate são limpas e coreografadas ao milímetro… talvez em demasia. Falta-lhes aquele improviso, aquela tensão e aquele “oomph” emocional que tornou o primeiro filme icónico.
As metáforas sobre equilíbrio, honra e perseverança estão todas lá, claro, mas sem a frescura nem a genuinidade que marcaram os originais. O resultado? Um filme visualmente cuidado, cheio de boas intenções, mas que parece ter aprendido karaté num tutorial do YouTube.
O legado ou a lenda?
Este novo capítulo é, no fundo, um reflexo dos tempos que correm em Hollywood: uma tentativa de fundir nostalgia com representatividade contemporânea, sem verdadeiramente aprofundar nenhuma das duas. Ralph Macchio e Jackie Chan brilham nos poucos minutos que têm, mas não são mais do que guiões vivos da própria franquia — reverenciados, mas imóveis.
Será que o filme vai agradar ao grande público? Provavelmente. Vai fazer dinheiro? Quase de certeza. Mas no coração dos fãs de longa data, pode deixar uma sensação agridoce: a de que a lenda merecia melhor.
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The Karate Kid: Legends não é um desastre, mas também está longe de ser uma vitória por ippon. Funciona como uma introdução simpática para uma nova geração, mas não consegue dar o murro na alma que a saga merece. Faltou-lhe o Mr. Myagi! Como diz o velho ditado: às vezes, o melhor golpe é aquele que não se tenta.
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