Há algo em Coraline que nos faz voltar a ela, mesmo passados 15 anos. Talvez sejam os botões assustadores nos olhos da “Outra Mãe” ou o misterioso gato falante. Ou talvez, só talvez, seja a banda sonora misteriosa e mágica que nos transporta diretamente para aquele mundo alternativo, onde as coisas parecem boas… até não serem. Seja como for, este filme de animação stop-motion, realizado pelo lendário Henry Selick, continua a cativar tanto adultos como crianças, tornando-se num verdadeiro clássico de culto.

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Um Filme “Demasiado Assustador para Crianças, mas Não o Suficiente para Adultos”
Quando Coraline chegou aos cinemas, foi imediatamente rotulado como “demasiado assustador para crianças” e, simultaneamente, “não assustador o suficiente para adultos”. Uma crítica algo contraditória, certo? Mas é exatamente essa ambiguidade que faz de Coraline uma experiência única. Henry Selick, o mestre por trás de O Estranho Mundo de Jack, conseguiu capturar a essência da obra de Neil Gaiman, transformando-a numa fábula sombria que assusta e encanta em doses iguais.

Mas o que seria de Coraline sem a sua hipnótica banda sonora? Aqui é onde entra Bruno Coulais, o compositor francês que criou uma das trilhas mais icónicas do cinema de animação. A música que acompanha a jornada de Coraline pelo seu novo e estranho lar é quase tão intrigante quanto a própria história. É como se as notas musicais nos puxassem para aquele universo alternativo, onde a linha entre a realidade e o pesadelo é tão ténue quanto um fio de seda.

O Desafio de Encontrar a Música Certa
Segundo Selick, encontrar o compositor certo foi uma tarefa difícil. Afinal, como se cria uma trilha sonora que equilibre o “demasiado assustador” com o “quase confortável”? Selick confessou que procurava uma sonoridade que transmitisse o “perigo mágico”, algo que ressoasse tanto com as crianças quanto com os adultos. Foi aí que descobriu Bruno Coulais, cujo trabalho em filmes como Winged Migration e Microcosmos chamou a atenção do realizador.

Apesar de algumas barreiras linguísticas (Coulais não falava muito bem inglês, e Selick, francês, nem por isso!), a dupla encontrou uma ligação criativa que fez com que a trilha sonora de Coraline se tornasse numa parte fundamental do seu sucesso. Uma das sequências mais memoráveis, segundo Selick, foi quando Coraline acredita ter salvo os pais… só para descobrir que o perigo ainda não passou. Foi a sensibilidade de Coulais que ajudou a manter o suspense, sem nunca deixar a música roubar o foco da história.

Coraline: Um Filme que Cresce com o Tempo
Apesar de não ter sido um sucesso estrondoso no lançamento inicial, Coraline encontrou o seu público ao longo dos anos. O visual extraordinário, a técnica inovadora de stop-motion e, claro, a banda sonora única de Coulais, transformaram o filme num verdadeiro ícone da cultura pop. E como diz Selick: “Estou provavelmente mais orgulhoso deste filme do que de qualquer outro.” O realizador está atualmente a trabalhar numa adaptação de The Ocean at the End of the Lane de Neil Gaiman, mas Coraline continua a ser o seu projeto mais pessoal até hoje.

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Onde Ver “Coraline” em Portugal?
Se este clássico de culto lhe deu arrepios no passado ou se quer apenas descobrir (ou redescobrir) a magia da animação stop-motion, Coraline está disponível para streaming em Portugal na plataforma Prime Video. Prepare-se para mergulhar novamente no universo encantador e assustador de Coraline e da sua Outra Mãe de olhos de botão.

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