A icónica actriz revela que quase saiu do filme por causa de uma linha de diálogo numa cena que (felizmente) foi cortada. Afinal, nem tudo em E.T. era mágico fora do ecrã…

Mais de quatro décadas depois da estreia de E.T. – O Extraterrestre, Dee Wallace, que interpretou a inesquecível mãe de Elliott, decidiu abrir o livro sobre um momento tenso durante a rodagem do clássico de Steven Spielberg. Num painel recente dedicado ao filme, a actriz revelou que teve uma acesa discussão com Spielberg sobre uma linha de diálogo que envolvia… o seu quarto. E a verdade é que esteve perto de abandonar a produção.

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“Era um erro. Eu sabia que era um erro. E não ia fazer aquilo.”

Foi com estas palavras que Dee Wallace descreveu o momento em que enfrentou Spielberg, então com pouco mais de 30 anos e já considerado um dos realizadores mais promissores de Hollywood. A polémica? Uma linha que indicava que a personagem da mãe tinha passado a noite com um homem (aparentemente o professor do filho), e que seria ouvida por uma das crianças da casa.

Segundo Wallace, a frase estava num rascunho do guião e seria dita por Gertie (a pequena Drew Barrymore): “Ele dormiu contigo na tua cama?”. Para a actriz, essa sugestão sexualizada, ainda que subtil, “quebrava a inocência e o tom emocional da história”.

Uma discussão intensa… e a linha foi eliminada

Dee Wallace não teve papas na língua. Segundo o seu testemunho, enfrentou Spielberg de forma directa: “Disse-lhe que estava errada, que não fazia sentido para a personagem nem para a história. E disse-lhe também que não a ia dizer. Ponto final.”

Spielberg, apesar de inicialmente tentar defender a cena, acabou por ceder. A linha foi cortada do guião final — e, ironicamente, poucos se recordam hoje de que alguma vez esteve em cima da mesa.

Para Wallace, foi uma vitória não apenas pessoal, mas artística. “A Mary era uma mãe solteira a tentar manter a sua família unida. Era vulnerável, sim, mas não era para ser objecto de humor ou insinuação. Ainda bem que mantivemos essa pureza.”

Spielberg: génio aberto à crítica

Apesar da firmeza da actriz, Dee Wallace não guarda ressentimentos do episódio — antes pelo contrário. Fez questão de elogiar Spielberg pela forma como lidou com o conflito.

“Ele ouviu-me. E isso diz muito sobre o realizador que ele é. Não me mandou calar, não me substituiu. Respeitou-me como artista e como mulher. Isso ficou comigo para sempre.”

Esta pequena história dos bastidores revela algo que os fãs muitas vezes esquecem: mesmo os maiores clássicos são feitos de negociações, desacordos e decisões que, felizmente, nem sempre seguem o plano original. E ainda bem.

E.T. continua a emocionar… mas a verdade faz-nos adorá-lo ainda mais

Para muitos de nós, E.T. não é apenas um filme — é uma memória emocional gravada a laser na infância. Saber que houve momentos de tensão criativa só o torna mais fascinante. Dee Wallace teve a coragem de se impor, e Spielberg teve a inteligência de escutar. O resultado? Um clássico que continua intocável.

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Num tempo em que os bastidores dos grandes filmes estão cada vez mais expostos, é refrescante ouvir uma história em que a integridade artística venceu — sem escândalos, sem egos feridos, apenas respeito mútuo e amor pelo cinema.

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