O lendário realizador quer que o seu épico futurista seja vivido como um verdadeiro evento cinematográfico — e não visto no telemóvel, entre um scroll e outro

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Francis Ford Coppola, o mestre por detrás de O Padrinho e Apocalypse Now, voltou a mostrar que continua a remar contra a maré. O seu novo filme, Megalopolis, vai estrear mundialmente no Festival de Cannes, mas o realizador já avisou: nos Estados Unidos, não haverá streaming. Nem Netflix, nem Prime, nem HBO — o único lugar onde os americanos poderão ver o filme será… nas salas de cinema.

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Num mundo onde tudo é “on demand”, Coppola decidiu pôr o pé no chão. “Este filme é para ser vivido, não apenas assistido”, disse. E com isto, junta-se a um pequeno mas resistente grupo de cineastas que ainda acreditam que o cinema, enquanto experiência colectiva e sensorial, não pode ser substituído por uma TV no quarto.

Um épico financiado do próprio bolso 💰

Megalopolis é um projecto pessoal que Coppola acalentava há mais de quatro décadas. Quando finalmente decidiu avançar, não quis saber de Hollywood nem de grandes estúdios: investiu mais de 120 milhões de dólares do seu próprio dinheiro para fazer o filme exactamente como queria. Resultado? Um épico futurista, ambicioso e visualmente ousado, com Adam Driver, Giancarlo Esposito, Nathalie Emmanuel, Aubrey Plaza e Forest Whitaker nos papéis principais.

O filme será apresentado em competição em Cannes, e as primeiras imagens sugerem algo entre Metropolis e Blade Runner, mas com o toque inconfundível de Coppola: política, paixão e grandiosidade.

“Não fiz isto para ser visto no telemóvel”

O realizador deixou claro que a sua decisão de manter Megalopolis longe do streaming nos EUA não é apenas uma questão de distribuição — é uma posição artística e filosófica. “As salas de cinema estão a desaparecer, e os estúdios perderam o respeito pelo cinema enquanto arte. Eu não fiz este filme para ser visto no telemóvel, nem para estar perdido no meio de um catálogo algorítmico.”

A distribuidora americana ainda não foi anunciada, mas Coppola está disposto a esperar por parceiros que valorizem a experiência cinematográfica. Em França, o filme já tem distribuição assegurada pela Le Pacte, e em Portugal é provável que também tenha estreia em sala — embora a data ainda não esteja confirmada.

Uma provocação ou um gesto heróico?

Enquanto uns acusam Coppola de estar desligado da realidade, outros vêem neste gesto uma verdadeira declaração de amor ao cinema. Numa altura em que até grandes estreias chegam ao streaming em simultâneo com as salas, Coppola quer fazer de Megalopolis um acontecimento, um regresso ao tempo em que ver um filme no cinema era uma escolha consciente e envolvente.

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Com 85 anos e uma carreira imortal, Coppola não tem nada a provar. Mas talvez tenha ainda algo a ensinar — sobretudo a uma indústria cada vez mais refém do imediato. Se Megalopolis será ou não um sucesso, logo se verá. Mas pelo menos, já é o filme que se recusa a encolher para caber num ecrã de bolso.

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