Mistério, Neve e um Passado Sombrio: Crimes de Natal Chega ao TVCine com Assassinatos no Sapatinho

A nova série criminal com espírito natalício estreia a 20 de Novembro no TVCine Emotion — e promete transformar Fletcher’s Grove no cenário mais perigoso (e festivo) da televisão portuguesa.

O Natal costuma trazer lareiras acesas, bolachas de gengibre e espíritos generosos. Mas em Fletcher’s Grove, a cidade fictícia que serve de pano de fundo a Crimes de Natal T1, a quadra chega com algo mais… afiado. A nova série, que junta mistério, romance e o charme de uma pequena comunidade onde todos se conhecem — e todos escondem algo — estreia em Portugal a 20 de Novembro, às 22h10, no TVCine Emotion e também no TVCine+.

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No centro desta história está Emily Lane, interpretada por Sarah Drew, proprietária de uma loja de artigos natalícios que, apesar do sorriso fácil, carrega um passado que ninguém parece compreender totalmente. Quando uma vaga de homicídios abala a pacata Fletcher’s Grove, Emily revela um talento inesperado para resolver crimes, tornando-se uma espécie de detetive improvisada.

Mas nem tudo é tão simples como decorar uma árvore. Cada pista levanta novas questões, e cada suspeito parece esconder duas versões da mesma história. À medida que Emily se aproxima da verdade, percebe-se que alguns segredos estavam enterrados há demasiado tempo… e que alguém fará tudo para mantê-los assim.

Ao seu lado está Sam Wilner, vivido por Peter Mooney, o detetive oficial da cidade, profissional, metódico e — para seu próprio desgosto — cada vez mais envolvido emocionalmente com Emily. A química entre os dois é clara, mas também é clara a desconfiança que começa a instalar-se quando o passado nebuloso da protagonista reaparece para complicar a investigação. Em Crimes de Natal, ninguém é exactamente quem parece, e até as luzes cintilantes escondem sombras inesperadas.

A série presta ainda homenagem a um dos maiores ícones do género: Crime, Disse Ela. Não é coincidência que Fletcher’s Grove tenha o nome que tem; é antes uma piscadela de olho aos fãs da lendária Jessica Fletcher, que há décadas inspira gerações de aspirantes a detectives — amadores e não só. É essa combinação de nostalgia, mistério tradicional e atmosfera natalícia que dá à série a sua identidade tão particular.

Cada episódio funciona como um novo “presente-surpresa”, com casos autónomos, mas ligados pelo arco maior que envolve Emily e todas as perguntas que pairam sobre a sua verdadeira história. A série promete crimes engenhosos, personagens excêntricas, pequenos segredos de província e aquele tipo de tensão leve mas viciante que faz com que o espectador queira sempre ver “só mais um episódio”.

Para quem procura uma alternativa às típicas histórias natalícias açucaradas — ou apenas uma boa série policial com brilho festivo — Crimes de Natal T1 chega mesmo a tempo de entrar para a lista das tradições televisivas desta época. E, quem sabe, de ensinar que alguns dos mistérios mais perigosos podem muito bem estar embrulhados em papel vermelhinho com um laço dourado.

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Estreia quinta-feira, 20 de Novembro, às 22h10, no TVCine Emotion e no TVCine+, com novos episódios todas as quintas.

35 Anos de Sozinho em Casa: Porque É que o Clássico de Chris Columbus Continua a Ser o Verdadeiro Filme de Natal!

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Da coragem improvável de Kevin às frases eternas de John Hughes, o filme não só marcou gerações — como captou, melhor do que muitos dramas solenes, o espírito natalício de união, calor e puro caos familiar.

Há filmes de Natal. E depois há Sozinho em Casa (Home Alone), essa obra-prima natalícia que chega aos 35 anos e continua a ser, para milhões de espectadores, o equivalente cinematográfico a uma caneca de chocolate quente. Estreou a 16 de Novembro de 1990, e o mundo conheceu Kevin McCallister — o miúdo de oito anos com alma de MacGyver, coragem de herói relutante e engenho ilimitado quando confrontado com ladrões tão trapalhões quanto memoráveis: Harry e Marv, interpretados por Joe Pesci e Daniel Stern.

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O filme tornou-se instantaneamente um fenómeno. Não apenas pela comédia física, pelas armadilhas delirantes ou pela icónica banda sonora de John Williams, mas porque, lá no fundo, escondido entre as gargalhadas e o caos, havia algo mais profundo: um coração enorme, muito maior do que aquele que o Grinch ganhou no final do seu arco de redenção.

A magia de Kevin: coragem, inventividade e um coração gigante

Para quem cresceu com o filme, Kevin era um herói improvável. Enfrentava monstros do quotidiano (como a assustadora fornalha do porão), sobrevivia sem adultos, punha comida na mesa, tratava dos afazeres domésticos e, claro, transformava a casa dos McCallister numa fortaleza armadilhada digna de Indiana Jones.

Mas havia algo ainda mais bonito: o cuidado que demonstra pelo vizinho solitário conhecido como South Bend Shovel Slayer. Aquela conversa silenciosa na igreja, entre vitrais e luzes de Natal, é um dos momentos mais emotivos do filme e um lembrete de que empatia e ligação humana são, afinal, a maior magia desta época.

O espírito de Natal segundo 

Home Alone

Rever hoje Sozinho em Casa é perceber que, por detrás do slapstick e das quedas épicas, está um filme sobre família — a que temos, a que queremos, a que às vezes nos enlouquece, mas que, nos momentos decisivos, corre quilómetros, vende tudo e até enfrenta o diabo se for preciso para nos reencontrar.

Kate, a mãe de Kevin (Catherine O’Hara), resume esse desespero com uma frase que ficou para sempre gravada na cultura pop:

“Isto é o Natal, a época da esperança eterna!”

É essa esperança — e a determinação de chegar ao filho, custe o que custar — que transforma um argumento divertido numa história eterna sobre amor familiar. O final, com mãe e filho a abraçarem-se ao amanhecer, na sala iluminada pela neve e pelas decorações, continua a ser um dos momentos mais quentes da época.

Uma comédia que educou uma geração

O argumento de John Hughes é uma máquina de citações. Em que outro filme aprendemos que:

  • se alguém nos magoa, podemos dizer “Look what you did, you little jerk!”;
  • a gorjeta perfeita é “Keep the change, ya filthy animal”;
  • e que convém ir com calma na Pepsi?

Hughes ainda nos deixou pérolas de higiene pessoal, quando Kevin anuncia orgulhosamente que finalmente lavou “todas as zonas importantes”, incluindo o umbigo — um dos primeiros manifestos cinematográficos de autocuidado.

Um legado que atravessa gerações

Três décadas e meia depois, Sozinho em Casa continua a ser o filme que muitas famílias revêem religiosamente todos os Natais. Há quem o veja para rir, quem o veja para chorar discretamente, e quem, como tantos fãs, organize sessões temáticas, recrie cenas icónicas e partilhe o amor pela obra com novos membros da família.

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Não é só nostalgia — é a sensação reconfortante de regressar a um lugar seguro, cheio de luzes, gargalhadas e caos controlado. Sozinho em Casa lembra-nos que o Natal é, no fundo, isso mesmo: o absurdo delicioso de estarmos juntos.

Não há “silver tuna” mais perfeita do que esta.

O Regresso Impossível do SnyderVerse? As Alegadas Negociações Secretas com a Arábia Saudita Estão a Agitar Hollywood

O Regresso Impossível do SnyderVerse? As Alegadas Negociações Secretas com a Arábia Saudita Estão a Agitar Hollywood

Hollywood adora grandes narrativas épicas. Mas, neste momento, a maior não está no grande ecrã — está nos corredores corporativos, nas redes sociais e, sobretudo, na imaginação fervilhante dos fãs do SnyderVerse. Segundo fontes que já acertaram previsões no passado, a Warner Bros. Discovery está prestes a ser vendida, e a Arábia Saudita surge como o comprador mais provável. Se tal acontecer, afirmam os mesmos insiders, Zack Snyder poderá regressar em força ao universo que criou, com direito a revival completo, retorno de actores-chave e até Christopher Nolan como produtor executivo.

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É um enredo digno de um crossover entre Succession e Liga da Justiça. Mas vale a pena destrinçar o que está a alimentar este furacão digital.

O SnyderVerse “totalmente em jogo”

De acordo com estas fontes, tudo depende da venda da Warner Bros. Discovery. A confirmar-se, James Gunn sairia da liderança da DC Studios e abrir-se-ia caminho para o regresso do universo de Zack Snyder, não numa versão Elseworlds, mas na sua forma integral.

O nome de Christopher Nolan volta a surgir como aliado estratégico. Não seria a primeira vez: o realizador foi peça fundamental no arranque de Man of Steel e apoiou o estilo mais sombrio e mitológico que Snyder imprimiu ao DCEU antes de este ser travado pela interferência dos estúdios.

Com um hipotético “SnyderVerse restaurado”, regressariam também nomes que marcaram a primeira era do DCEU: Ben Affleck como Batman, Henry Cavill como Superman, Gal Gadot a mostrar apoio público, e até Ezra Miller, cujos projectos têm sido discretamente reavaliados. Para quem ainda tem memórias frescas da turbulenta transição para o DCU de Gunn, esta reviravolta soa quase irreal.

A peça-chave: a Arábia Saudita

O ponto mais surpreendente desta narrativa é a alegada liderança saudita na corrida pela aquisição da WBD. Segundo as fontes, o país está “no lugar do condutor” graças ao seu fundo trilionário e ao crescente interesse em dominar o sector do entretenimento global.

E aqui entra Zack Snyder.

O realizador já está a trabalhar directamente com o governo saudita no filme Brawler, desenvolvido com a UFC e produzido em parceria com a General Entertainment Authority, liderada por Turki Alalshikh. Há confiança criativa, há investimento, há ambição. E, segundo a mesma fonte, isso torna Snyder a figura ideal para ressuscitar o DCEU caso a venda se concretize.

A Arábia Saudita tem investido em tudo: cinema, desporto, videojogos e até parques temáticos. E não se trata de parques pequenos — fala-se numa gigantesca fusão conceptual entre propriedades Universal e Warner, desde DC a Harry Potter, de Jurassic Park a Lord of the Rings.

Se este plano avançar, o SnyderVerse tornaria a marca DC muito mais valiosa nesse futuro colosso de entretenimento.

Quanto custa um império?

Patrick Caligiuri, produtor de Hollywood que tem acompanhado as negociações, afirmou recentemente que o acordo está “a uma assinatura” de ser fechado. Estima-se um valor na casa dos 70 mil milhões de dólares.

É um número tão absurdo que parece ficção científica. Mas ficção científica é precisamente o terreno onde o SnyderVerse prospera.

Regresso épico ou apenas esperança de fãs?

As publicações de Snyder no Instagram, os likes selectivos a comparações entre o seu DCEU e o DCU de Gunn, o envolvimento saudita e até a movimentação recente de actores associados ao “velho universo” criaram um alinhamento de indícios demasiado perfeito para passar despercebido aos fãs.

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Mas é importante adoptar prudência: até prova oficial, tudo isto continua no mundo das negociações de bastidores e rumores alimentados por fontes não confirmadas.

Ainda assim… o facto de muitos destes “insiders” terem acertado previsões grandes no passado deixa a porta entreaberta. E, na cultura pop, uma porta entreaberta é quase sempre o suficiente para uma lenda renascer.

O Silêncio Ressoa: Tom Cruise Sente-se “Vingado” Com Divórcio de Nicole Kidman — Mas a História é Muito Mais Complexa

Duas décadas após o fim explosivo do casamento, Cruise reage discretamente ao divórcio de Kidman e Keith Urban, num misto de ironia amarga, empatia… e velhas feridas que nunca fecharam totalmente.:

Tom Cruise e Nicole Kidman foram, durante os anos 90, um dos casais mais fascinantes — e mais escrutinados — de Hollywood. Onze anos de casamento, dois filhos adoptados, filmes icónicos, capas de revistas e uma separação que abalou a indústria com a força de um abalo sísmico. Desde então, seguiram vidas completamente distintas. Ou assim parecia.

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A verdade é que, segundo fontes próximas do actor, Cruise tem acompanhado com atenção o fim do casamento de Kidman com Keith Urban, um dos mais duradouros e aparentemente sólidos de Hollywood. O casal separou-se no mês passado, após quase 20 anos juntos, num processo descrito por amigos como “devastador”, “unilateral” e com muitos sinais de desgaste acumulado.

As mesmas fontes afirmam que Cruise, hoje com 63 anos, sente uma espécie de ironia histórica — até um certo sentido de “karma”. Nos anos 2000, quando ele e Kidman anunciaram o divórcio, o actor foi publicamente colocado no papel de vilão. Ela era a vítima romântica; ele, o marido frio e inflexível. E, segundo quem o conhece, esse retrato injusto ficou-lhe colado à pele durante muito tempo.

Um amigo descreve:

“Quando o Tom e a Nicole se separaram, ele levou com todas as culpas. Ela recebeu simpatia, ele foi demonizado. Agora que as coisas se inverteram, ele sente que a verdade finalmente voltou ao de cima. Não anda a gabar-se disso, mas vê a ironia.”

Mesmo assim, Cruise não está a celebrar. Pelo contrário — e aqui entra a parte mais humana. Embora mantenham zero contacto desde 2001, o actor terá manifestado simpatia pela situação de Kidman. Ele sabe, como poucos, o que significa ter a vida privada transformada em espectáculo público. Sabe como dói ver cada gesto analisado, cada silêncio interpretado, cada rumor ampliado.

Kidman, de 58 anos, está a atravessar um período difícil. Amigos dizem que a separação foi um choque. Rumores de aproximação entre Keith Urban e a guitarrista Maggie Baugh, durante a última digressão do cantor, adensaram um cenário que culminou com a saída silenciosa de Urban da casa do casal em Nashville.

O fim de um casamento não apaga memórias — e as memórias entre Kidman e Cruise continuam a ter peso emocional. Ela disse uma vez que ficou “em choque absoluto” com o divórcio, que achava a relação “perfeita”, que teria ido “aos confins da Terra” por ele. Palavras fortes, vindas muitos anos depois da poeira assentar, mas que revelam como aquela ruptura deixou marcas profundas.

Cruise, por sua vez, nunca contou a sua versão. Manteve silêncio. Aguentou a imagem de “culpado”, as piadas sobre a altura, os olhares torcidos, os rumores. Talvez por isso agora, vendo a ex-mulher passar por aquilo que ele passou, sinta não alegria — mas algo mais frio, resignado: validação.

Há, claro, quem diga que Cruise nunca acreditou verdadeiramente na relação Kidman-Urban, vendo Urban mais como “um amor de transição” do que como o grande capítulo seguinte. Seja verdade ou não, o fim desta história reacende outra — a de 2001 — que nunca desapareceu totalmente da consciência pública.

Cruise seguiu em frente, casou com Katie Holmes, separou-se, viveu romances discretos e outros menos discretos — como o breve envolvimento com Ana de Armas, supostamente marcado por intensidade a mais e timing a menos. Kidman reconstruiu a vida com um homem que parecia ser o seu “porto seguro”. Agora, esse porto fechou.

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E Hollywood, que não resiste a ecos dramáticos, já encontrou uma nova narrativa:

a de que, duas décadas depois, o jogo virou.

Mas talvez a verdade seja mais simples e mais triste: as feridas antigas nunca desaparecem — limitam-se a cicatrizar. E, às vezes, basta uma notícia no telejornal para as fazer arder de novo

Tom Cruise Recebe Finalmente o Seu Óscar — Uma Noite de Estrelas, Homenagens e História em Hollywood

Quase cinco décadas depois da estreia, o “último grande astro de cinema” é distinguido pela Academia com um Óscar Honorário numa cerimónia marcada por aplausos estrondosos, memórias de Spielberg e tributos que celebraram toda uma vida dedicada ao cinema.

Tom Cruise esperou 45 anos, três nomeações e dezenas de filmes icónicos, mas a noite dos 16.º Governors Awards em Hollywood foi, finalmente, a sua. O actor recebeu o tão aguardado Óscar Honorário, um reconhecimento pela “dedicação inabalável à comunidade cinematográfica, pelo apoio vital à experiência teatral e pelo seu corpo de trabalho absolutamente singular”. Palavras da Academia — e de Alejandro González Iñárritu, que apresentou o prémio e garantiu: “Não será o último.”

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Cruise subiu ao palco do Ray Dolby Ballroom perante uma ovação que só se ouve quando o público sabe que está perante uma lenda viva. Há quem diga que Tom Cruise é “o último movie star”. E talvez seja verdade: nunca fez televisão, rejeita cheques milionários de streaming e continua a pôr a vida em risco para assegurar que o público tem um espectáculo digno do grande ecrã. Quando aceitou o prémio, o actor não falou de si — falou de todos. “Uma performance constrói-se em comunidade”, disse, homenageando realizadores, argumentistas, equipas de duplos, técnicos, estúdios e espectadores. “Sem o público, nada disto tem significado.”

Steven Spielberg, sentado na primeira fila, não escondeu a emoção. Afinal, conhece Cruise desde Risky Business, apresentado por David Geffen, e dirigiu-o em Minority Report e War of the Worlds. Ao sair da cerimónia, confidenciou que a noite o comoveu profundamente. O futuro? Iñárritu está actualmente a montar o próximo filme de Cruise para a Warner Bros. — e há quem já murmure que este Óscar Honorário pode ser o prelúdio de uma futura nomeação (ou vitória) competitiva.

Mas a gala não se fez apenas de Cruise. Como é tradição, os Governors Awards distinguem também figuras essenciais do cinema que, por vezes, passam longe dos holofotes.

Dolly Parton recebeu o Jean Hersholt Humanitarian Award, embora não tenha podido estar presente por motivos médicos. Enviou uma mensagem gravada, radiante como sempre, com o Óscar na mão. Lily Tomlin apresentou o prémio com humor, apesar de ter lutado com o teleponto devido a visão dupla — um momento caótico, divertido e muito humano. Andra Day encerrou a homenagem com uma versão poderosa de “Jolene”.

Seguiu-se Wynn Thomas, o primeiro designer de produção negro a deixar marca na história da profissão. Octavia Spencer, sabiamente sem teleponto, apresentou o prémio com notas próprias. Thomas agradeceu emocionado e dedicou o Óscar à mãe e à avó, duas mulheres simples, trabalhadoras, que “não faziam ideia quem era Chekhov ou Fellini”, mas que lhe deram a coragem para seguir um caminho que o levaria ao mundo inteiro.

A noite terminou com Debbie Allen a receber o seu próprio Óscar Honorário, entregue por Cynthia Erivo. A actriz, coreógrafa, realizadora e produtora tem uma carreira que atravessa décadas, palcos e géneros. Só coreografou a cerimónia dos Óscares 17 vezes — um recorde absoluto. No final do discurso, brincou: “Talvez agora me case com o Óscar.”

Foram discursos cheios de emoção, gargalhadas espontâneas, memórias de vidas inteiras dedicadas ao cinema. Mas foi a aclamação a Tom Cruise que marcou a noite. Aos 63 anos, continua a desafiar limites, a voar sem medo (literalmente), e a acreditar no poder transformador de uma sala escura cheia de desconhecidos à espera de ver o impossível ganhar forma.

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E se depender da indústria — e dos rumores do novo filme com Iñárritu — este pode mesmo não ter sido o último Óscar de Tom Cruise. Apenas o primeiro.

Richard Gere Partilha a Lição Budista que Ensina aos Filhos: “A Bondade é Sempre o Caminho”

O actor, praticante budista desde os anos 70, explica como transmite os seus valores aos três filhos — sem imposições, sem dogmas e sempre com o exemplo como guia.

Richard Gere não é apenas um dos rostos mais icónicos de Hollywood: há mais de quatro décadas que é também uma das figuras públicas mais profundamente ligadas ao budismo tibetano. A ligação começou nos anos 70, quando foi apresentado à filosofia pelos monges tibetanos, e culminou numa amizade duradoura com o próprio Dalai Lama — uma influência que continua a moldar a visão de Gere sobre a vida, a felicidade e, sobretudo, a parentalidade.

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Durante o DOC NYC Visionaries Tribute Luncheon, em Nova Iorque, o actor, hoje com 76 anos, partilhou com a revista PEOPLE a principal lição que tenta transmitir aos seus três filhos. Não é um mantra complexo, nem um ritual espiritual — é algo muito mais simples e universal: “Mostrar bondade. É a melhor coisa que podes fazer.”

Gere faz questão de ensinar pelo exemplo. Não força crenças, não impõe práticas, não exige que os filhos sigam o mesmo caminho espiritual. Essa abordagem ficou particularmente clara com o filho mais velho, Homer James Jigme Gere, de 25 anos. O nome do meio — Jigme — significa “destemido” em tibetano, uma homenagem da família às raízes budistas do actor.

Hoje, Homer é meditador — mas chegou lá por escolha própria. “Ele agradece-me por nunca o pressionar”, contou Gere. O actor sempre acreditou que a espiritualidade não se impõe: descobre-se.

Além de Homer, Gere é pai de Alexander, de 6 anos, e James, de 5, filhos de Alejandra Silva. E a lição que deseja que os três levem para a vida não poderia ser mais clara: cultivar aquilo a que chama “bondade básica”.

Para ilustrar este princípio, Gere recordou uma história envolvendo o Dalai Lama que o marcou profundamente. Um casal amigo, preocupado sobre como educar uma criança num mundo tão turbulento, procurou o conselho do líder espiritual. A resposta foi inesperadamente simples: “Ensina-os a serem gentis com os insectos.”

O Dalai Lama explicou que a maior parte das pessoas não pensa duas vezes antes de esmagar um insecto, uma vida minúscula e aparentemente irrelevante. Mas aprender a respeitar até essa forma de vida implica desenvolver uma sensibilidade capaz de se estender a tudo e a todos. É um treino de compaixão que molda toda a existência.

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Gere aprofunda esta ideia no documentário Wisdom of Happiness, que produziu e que explora precisamente os ensinamentos do Dalai Lama. E o actor não tem dúvidas: a felicidade que procuramos começa nos gestos de bondade. “Somos seres sensíveis, criaturas de compaixão. Sentimo-nos melhor quando agimos assim”, explica. “Ajudar alguém não só beneficia o outro — faz algo ao nosso próprio coração.”

Num mundo cada vez mais acelerado, ruidoso e tenso, Gere recupera uma sabedoria que parece simples mas nunca foi tão necessária: a bondade transforma. Primeiro o outro. Depois, quem a pratica.

Glen Powell Leva Carteiro da UPS ao Palco do “SNL” — E o Momento Torna-se Viral

O actor de The Running Man transformou o seu monólogo de estreia no “Saturday Night Live” numa pequena epopeia familiar, com direito a selfie no palco, revanche contra a pandemia… e um carteiro incrédulo que afinal não foi enganado.

Há convidados especiais… e depois há aquilo que Glen Powell decidiu fazer quando finalmente teve a oportunidade de apresentar o Saturday Night Live. O actor, que vive um dos momentos mais fulgurantes da sua carreira, regressou a um episódio adiado há quatro anos — e trouxe consigo o homem que, sem querer, se tornou parte desta história: um motorista da UPS chamado Mitch.

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Tudo começou em 2020, quando Powell recebeu a notícia que qualquer actor de Hollywood adoraria ouvir: iria apresentar o SNL aquando da estreia de Top Gun: Maverick. A família explodiu de alegria. E, por pura coincidência, um motorista da UPS estava exactamente à porta no momento da celebração. Resultado? Uma selfie espontânea que ficou na memória do clã Powell.

Só que a pandemia trocou as voltas ao mundo — e ao sonho. Top Gun: Maverick foi adiado, e com isso também o convite para o SNL. Lorne Michaels, numa daquelas frases duras mas impossíveis de esquecer, disse-lhe: “Sem Top Gun, ninguém vai saber quem és.” O golpe não só doeu como deixou Mitch, o motorista da UPS, a acreditar que tinha tirado uma fotografia com um perfeito mentiroso.

Mas Hollywood adora um segundo acto — e Glen Powell também. Quando recebeu finalmente a nova chamada para apresentar o SNL, decidiu resolver a “injustiça” de uma vez por todas. As suas irmãs, que segundo o actor “são aterradoras”, rastrearam o contacto do motorista. Descobriram o número dele. E convenceram-no (não sem o homem suspeitar que fosse um esquema) a voar até Nova Iorque.

Mitch aceitou. E lá estava ele, sentado na plateia do SNL, perante um estúdio cheio e milhões de espectadores. Powell chamou-o ao palco, contou a história na perfeição — entre gargalhadas — e ainda tirou uma nova selfie, agora com o seu amigo improvável e com o momento a ganhar o estatuto de pequena lenda televisiva.

No fim, Powell rematou o monólogo com uma frase que parecia escrita para a ocasião:

“Se aprendi alguma coisa, é que as melhores coisas na vida não acontecem de um dia para o outro — e ninguém sabe isso melhor do que a UPS.”

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Um momento televisivo carismático, genuíno e inesperadamente cinematográfico — bem ao estilo de Glen Powell, que continua a coleccionar histórias que dariam excelentes guiões.

O Regresso a Wakanda: Ryan Coogler Confirma Oficialmente Black Panther 3 como o Seu Próximo Filme

Depois de Sinners, o realizador prepara o capítulo final da trilogia, com Denzel Washington em cima da mesa e a herança de Chadwick Boseman sempre presente.

Ryan Coogler está de volta ao reino de Wakanda — e desta vez, sem rodeios nem respostas evasivas típicas da Marvel. Durante o painel dedicado a Sinners no evento Contenders Film: Los Angeles, o realizador confirmou aquilo que muitos fãs suspeitavam, mas que ainda não tinha sido dito com todas as letras: Black Panther 3 é o seu próximo filme.

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A revelação surgiu num clima descontraído, quando Mike Fleming Jr., do Deadline, tentou puxar por Coogler sobre os seus planos futuros. O cineasta, conhecido por guardar segredos da Marvel como se fossem vibranium puro, acabou por ceder: “Estamos a trabalhar arduamente… Sim, é o próximo filme.” Uma confirmação simples, mas que chega com o peso de uma das sagas mais importantes da história recente do MCU.

E há mais. Desde Novembro de 2024 que circula uma pequena bomba noticiosa lançada por Denzel Washington. Em plena promoção de Gladiator II, o actor revelou que Coogler estava a escrever uma personagem para ele. Na altura, muitos acharam que fosse exagero, especulação ou simplesmente boa disposição do veterano — mas Coogler já confirmou: sim, Denzel está efectivamente a ser considerado para o elenco de Black Panther 3. E é difícil imaginar um reforço mais sonante para uma obra tão carregada de simbolismo.

A presença de Chadwick Boseman continua, inevitavelmente, a pairar sobre cada decisão criativa. O actor interpretou T’Challa pela primeira vez em Captain America: Civil War, em 2016, antes de se tornar uma figura central do MCU com Black Panther (2018). Regressaria ainda em Infinity War e Endgame. O impacto cultural e emocional da sua performance mantém-se inabalável — e a forma como Coogler lidou com a sua morte, em 2020, fez de Wakanda Forever um dos filmes mais pessoais da Marvel, centrado na perda, no luto e na reinvenção.

No segundo filme, Letitia Wright assumiu o legado através de Shuri, que envergou o manto de Pantera Negra num arco narrativo marcado pela dor mas também pela esperança. A forma como Black Panther 3 irá levar este legado adiante, agora com a promessa de novos conflitos e novos actores de peso, é uma das grandes questões que pairam sobre o projecto — e parte do motivo pelo qual a revelação de Coogler está a gerar tanto entusiasmo.

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Ainda sem data de estreia, sem sinopse e sem qualquer detalhe oficial, há uma coisa que já se pode afirmar com confiança: Black Panther 3 está em marcha, e Coogler parece determinado a fechar a trilogia com a mesma força emocional — e talvez ainda mais ambição — que colocou Wakanda no topo do MCU.

Depois de vampiros, Klansmen e sangue no Delta do Mississippi, Coogler regressa à ficção científica, à política, à mitologia africana e à herança de um dos super-heróis mais marcantes do cinema contemporâneo. Há regressos que sabem bem — e este é um deles.

A Caça a Ben Solo Continua: Fãs de Star Wars Levam Campanha ao Céu para Ressuscitar Filme Cancelado

Adam Driver revelou que o projecto existiu, Disney recusou… e os fãs responderam com aviões, cartazes e uma devoção digna de Jedi em missão épica.

Há paixões de fã. E depois há isto: uma campanha aérea — literalmente — a sobrevoar os céus de Burbank, em frente aos escritórios da Disney, com uma mensagem gigante a exigir aquilo que muitos julgavam impossível: o renascimento de The Hunt for Ben Solo, o filme cancelado que teria continuado a história do personagem de Adam Driver após The Rise of Skywalker.

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Tudo começou quando o actor confirmou que não só o projecto existiu, como esteve muito perto de avançar. Driver revelou que ele e Steven Soderbergh estavam a desenvolver uma história centrada em Ben Solo depois da sua morte no Episódio IX. A ideia era ousada, arriscada e imprevisível — exactamente o tipo de coisa que poderia agitar as águas de uma galáxia que tem vivido sobretudo de nostalgia calculada.

O argumento estava a cargo de Rebecca Blunt, com Scott Z. Burns a entrar posteriormente para elevar ainda mais a fasquia. Segundo Driver, era “um dos guiões mais fixes em que já estive envolvido”, com Lucasfilm a ficar imediatamente convencida do conceito e da abordagem. Mas havia um obstáculo maior do que um Star Destroyer em órbita: a aprovação final da Disney.

E foi aí que tudo descarrilou. Bob Iger e Alan Bergman terão rejeitado o projecto, por não conseguirem ver — literalmente — como Ben Solo poderia estar vivo. “E foi isso”, resumiu Driver.

Só que os fãs não aceitaram o “foi isso”. Desde o momento em que a história veio a público, a comunidade Star Warsmobilizou-se com criatividade, urgência e uma pitada de loucura galáctica. Surgiram cartazes de “pessoa desaparecida” com o rosto de Ben Solo em Nova Iorque e Los Angeles, transformando o personagem numa espécie de mito urbano. E agora, um passo mais alto — ou mais alto do que qualquer campanha que não envolva uma nave X-Wing: um avião com a faixa “Shareholders Want The Hunt for Ben Solo” a sobrevoar a sede da Disney.

É difícil imaginar que este tipo de manifestação vá realmente convencer a administração a ressuscitar o filme. A história da indústria mostra que campanhas de fãs raramente mudam o destino de projectos rejeitados — embora o Snyder Cut esteja ali a acenar, do outro lado da galáxia Warner. Ainda assim, o entusiasmo não esmorece. Há algo neste personagem que continua a fascinar espectadores: a sua queda, redenção e morte deixaram mais perguntas do que respostas, e a promessa de explorar esse pós-vida narrativo é demasiado tentadora para morrer no papel.

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E se nada disto resultar? Bem, como ironizam alguns fãs, com a futura aposta da Disney em conteúdos gerados por IA, talvez um dia qualquer devoto de Ben Solo possa criar a sua própria versão da história. Canon ou não… será sempre Star Wars.

Por agora, a campanha continua. Nos céus. Nas redes. Nas cidades. E no coração dos fãs que se recusam a deixar Ben Solo desaparecer na Força.

David Zucker Atira Sem Medo: Realizador de Naked Gun Diz que Novo Reboot “Falhou o Estilo” e Foi Feito “Só pelo Dinheiro”

O criador do clássico da comédia disparatada critica o novo filme com Liam Neeson e Pamela Anderson, acusando-o de não perceber — nem respeitar — a essência que tornou a saga original um fenómeno.

Quem conhece Naked Gun sabe que o humor “à Zucker” não é apenas um estilo — é quase uma ciência. Ritmo, absurdo, imprevisibilidade milimétrica e uma total falta de vergonha em ir sempre um passo mais longe. Mas, segundo David Zucker, realizador dos dois primeiros filmes, o reboot de 2025 falha exactamente aí. Falha no ADN.

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Numa entrevista à revista Woman’s World, Zucker foi directo ao assunto: não gostou, não se reviu e acha que a nova equipa tentou imitar uma fórmula sem a compreender. “O filme ‘falhou completamente’ o estilo de paródia que criámos”, afirmou. Para o realizador, Seth MacFarlane — produtor e colaborador do argumento — tentou replicar algo que já parecia fácil, mas que só parece fácil porque os Zucker e Jim Abrahams passaram décadas a afiná-lo.

“Começámos a fazer paródias há 50 anos e criámos um estilo nosso… Fizemos aquilo tão bem que agora parece simples”, explicou. “Seth MacFarlane tentou copiar isso para o novo Naked Gun. Mas falhou.”

O reboot, realizado por Akiva Schaffer (dos The Lonely Island) e escrito em conjunto com Dan Gregor e Doug Mand, conta com Liam Neeson a assumir o papel central — precisamente o tipo de actor rígido e imperturbável que costuma resultar em comédia absurda. Ainda assim, Zucker considera que nenhum elenco brilhante salva um filme que, na sua visão, não percebe o ritmo, o tom ou o timing que transformaram Airplane! e Naked Gun em clássicos imortais.

Outra crítica certeira? O orçamento. O novo Naked Gun custou 42 milhões de dólares — um número que Zucker considera “absolutamente desnecessário” para uma comédia. A ironia é que, ajustado à inflação, o orçamento do original de 1988 equivale hoje a cerca de 38 milhões. Ou seja, o reboot até está na mesma ordem de grandeza. Mas para Zucker, isso não muda o essencial: “Comédias e grandes orçamentos são opostos. No novo filme vê-se que gastaram demasiado dinheiro em cenas cheias de ‘pizzazz’ técnico enquanto tentavam copiar o nosso estilo.”

E depois há a acusação mais pesada de todas — a motivação. Zucker não hesita: “Agora toda a gente está nisto pelo dinheiro. E parece ser essa a única razão pela qual quiseram fazer um novo Naked Gun.” Num Hollywood onde remakes, reboots e reimaginações são quase uma rotina diária, a crítica bate fundo. E não deixa de ser curioso ouvir isto de alguém cujo próprio clássico nasceu como uma reinvenção criativa do formato policial.

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Seja por nostalgia, tentativa de actualização ou puro lucro, a verdade é que o novo Naked Gun já chega às salas com uma polémica instalada — e com o seu criador a torcer o nariz. Resta saber se o público se vai rir com ele… ou dele.

O Novo Inimigo de Woody e Buzz? Toy Story 5 Declara Guerra aos Ecrãs no Primeiro Teaser

O teaser recém-lançado pela Pixar coloca a eterna pergunta: conseguem os brinquedos sobreviver numa era dominada por tablets?

A Pixar decidiu mexer onde dói — nos nossos sentimentos e na nossa nostalgia — com o primeiro teaser de Toy Story 5, e a pergunta que abre esta nova aventura é incisiva: estará a era dos brinquedos a chegar ao fim? A breve prévia divulgada esta terça-feira posiciona-se numa guerra inesperada, mas muito contemporânea: brinquedos contra ecrãs.

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Ao som de “Never Tear Us Apart”, dos INXS, o vídeo mostra uma cena familiar e, simultaneamente, inquietante. Bonnie Anderson — a menina que herdou os brinquedos de Andy em 2010, naquele final que nos deixou meio desidratados — recebe um novo pacote. Woody, Buzz, Jessie, Rex, Sr. e Sra. Cabeça de Batata e o resto da equipa observam com tensão crescente, como quem pressente uma catástrofe silenciosa a caminho.

E a catástrofe chega: o embrulho revela… um tablet em forma de sapo, chamado Lilypad, que cumprimenta Bonnie com um animado “Let’s play!”. O sorriso imediato da menina deixa claro que a ameaça é real. Para estes brinquedos já habituados a sobreviver a mudanças de donos, doações, infantários, antiquários e parques de diversões, este pode ser o maior desafio até agora: continuar relevantes num mundo onde a atenção das crianças cabe num rectângulo luminoso.

O teaser não revela muito mais, mas o subtexto é delicioso — e irónico. Afinal, estes mesmos brinquedos são eles próprios parte de uma saga de cinema com 30 anos, um dos maiores motores da cultura dos ecrãs. Será que o filme vai abordar esta meta-ironía, ou vamos fingir que não reparámos? A Pixar mantém o suspense.

O que sabemos é que o elenco de vozes continua intacto. Tom Hanks regressa como Woody, Tim Allen volta a dar vida a Buzz Lightyear, e Joan Cusack retoma Jessie. A esta equipa veterana juntam-se novos nomes: Ernie Hudson, Conan O’Brien e Greta Lee, que dá voz à recém-chegada Lilypad — a encantadora, mas potencialmente apocalíptica, rival tecnológica.

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A Pixar marcou a estreia de Toy Story 5 para o verão de 2026, o que significa que ainda teremos muito tempo para teorizar sobre o destino dos brinquedos, o impacto da tecnologia e se Woody vai finalmente aprender a lidar com o facto de que, às vezes, a concorrência tem bateria recarregável.

Uma coisa é certa: se a guerra entre brinquedos e ecrãs começar, nós estaremos na primeira fila para assistir.

Atriz de Succession Afastada por Agência e Perde Papel Após Entrevista com Nick Fuentes

Dasha Nekrasova enfrenta forte reação em Hollywood depois de participar num polémico episódio do podcast Red Scarecom o comentador da extrema-direita Nick Fuentes.

Hollywood tem memória curta para sucessos, mas longuíssima para polémicas — e Dasha Nekrasova está a descobrir isso da pior forma. A actriz, conhecida sobretudo pelo seu papel em Succession e pelo recente trabalho com a A24 em Materialists, viu a sua carreira sofrer um abanão significativo depois de dar uma entrevista ao lado de Nick Fuentes, uma das figuras mais controversas da extrema-direita norte-americana.

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A agência Gersh, que representava Nekrasova, confirmou que a despediu após o episódio começar a circular amplamente em Hollywood nos últimos dias. A entrevista, publicada há um mês no YouTube, integra o podcast Red Scare, que Nekrasova apresenta com Anna Khachiyan desde 2018. Se inicialmente passou despercebida, a conversa ganhou novo fôlego quando começou a ser partilhada por executivos, agentes e jornalistas, desencadeando reacções imediatas.

A consequência não se ficou pela perda de representação. A actriz tinha sido recentemente anunciada para o elenco de Iconoclast, thriller que marca a estreia na realização de Gabriel Basso (The Night Agent). No entanto, o contrato — ainda não assinado — foi cancelado. Em poucas horas, Nekrasova perdeu um papel e a sua agência, tudo devido ao conteúdo altamente problemático presente no episódio.

Um episódio carregado de polémica

O vídeo, com mais de 220 mil visualizações, inclui discussões sobre “international jewery”, comentários estereotipados sobre judeus, italianos, asiáticos e outros grupos, além de observações inquietantes sobre o Holocausto e imigração, especialmente no que toca a pessoas de países em desenvolvimento e não-brancas.

Nick Fuentes, convidado do episódio, é amplamente conhecido como líder do movimento “Groyper”, um grupo de jovens activistas de extrema-direita com uma ideologia “America First”, frequentemente mais radical do que aquela defendida por figuras como Charlie Kirk — personalidade conservadora que foi assassinada em Setembro durante um debate em Utah.

Segundo a CNN, Fuentes é um “nacionalista branco e negacionista do Holocausto”, além de assumido opositor de direitos LGBTQ, feminismo e outros avanços sociais. O facto de duas apresentadoras com visibilidade cultural se envolverem numa conversa que ecoa parte deste discurso tornou-se rapidamente um escândalo involuntário — mas inevitável — para Nekrasova.

Reacções e silêncio (para já)

Tanto a actriz como o seu advogado, Mark A. Gochman, foram contactados, mas ainda não emitiram qualquer declaração. Em Hollywood, onde a imagem pública é um activo tão valioso como o talento, o impacto desta entrevista poderá ter repercussões prolongadas na carreira de Nekrasova.

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Para já, o episódio serve como lembrete de que, na indústria cinematográfica, tudo o que se diz — especialmente quando gravado durante duas horas e meia — tem potencial para redefinir carreiras inteiras.

O Papa que Conquistou Hollywood — E Defendeu o Cinema Como Arte que Une e Faz Pensar

Pope Leo XIV recebeu Spike Lee, Cate Blanchett, Greta Gerwig e outras estrelas numa audiência inédita no Vaticano, celebrando o poder transformador do cinema.

O Vaticano já foi palco de muitos encontros improváveis, mas poucos tão cinematográficos como este: Pope Leo XIV recebeu um autêntico desfile de estrelas de Hollywood para celebrar o cinema e a sua capacidade de unir, inspirar e provocar reflexão. Spike Lee, Cate Blanchett, Greta Gerwig, Chris O’Donnell, Judd Apatow, Monica Bellucci e Alba Rohrwacher foram apenas alguns dos nomes que atravessaram os corredores do Palácio Apostólico para ouvir o que o pontífice tinha a dizer sobre a sétima arte.

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Numa audiência repleta de frescos e flashes, Leo XIV descreveu o cinema como “uma arte popular no sentido mais nobre, destinada a todos”. Para ele, um filme bom não se limita a entreter: desafia, inquieta e até arranca lágrimas que nem sabíamos que precisávamos de derramar. O pontífice, o primeiro americano da história, cresceu na era dourada de Hollywood e confessou recentemente os seus quatro filmes favoritos: Do Céu Caiu uma Estrela (It’s a Wonderful Life), Música no CoraçãoGente Vulgar (Ordinary People) e A Vida é Bela.

Talvez por isso tenha passado quase uma hora — algo muito raro numa audiência tão grande — a cumprimentar e conversar individualmente com os convidados, claramente entusiasmado com o momento. Spike Lee, por exemplo, ofereceu-lhe uma camisola dos Knicks personalizada com o nome “Leo” e o número 14, enquanto explicava que a equipa conta actualmente com três jogadores oriundos da universidade onde o Papa estudou. Blanchett, por sua vez, destacou a sensibilidade com que Leo falou da importância da sala escura, aquele espaço onde desconhecidos se tornam comunidade.

O Papa não ignorou o declínio dos cinemas e alertou para o perigo da sua perda enquanto espaços sociais de encontro. Pediu às instituições que não desistam e reforçou a importância cultural destes locais, que descreveu como pontos essenciais na vida colectiva. As palavras foram recebidas com aplausos, especialmente por quem vive diariamente entre plateias vazias, estreias tímidas e orçamentos cada vez mais apertados.

A audiência, organizada pelo departamento cultural do Vaticano, contou com a ajuda de contactos próximos de Hollywood — incluindo Martin Scorsese — e foi montada em apenas três meses. O maior desafio? Convencer os agentes de que o convite era real. Uma vez confirmada a sua autenticidade, vários nomes até pediram para se juntar à iniciativa, numa espécie de corrida espiritual ao tapete vermelho do Vaticano.

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Entre os convidados, as reacções foram de surpresa e inspiração. Sally Potter elogiou o tempo que Leo dedicou a cada artista e a forma como valorizou o silêncio e a lentidão no cinema. Gus Van Sant, sempre conciso, resumiu tudo: “Tinha uma vibração fantástica.” O objectivo declarado do encontro era simples mas ambicioso — reforçar o diálogo contínuo com o mundo da cultura, onde o cinema se destaca como uma das artes mais democráticas e influentes.

Sentados na escuridão de uma sala de cinema, lado a lado com desconhecidos, experimentamos algo raro e precioso: a sensação de que, apesar de tudo, ainda há histórias que nos aproximam. E, se depender de Pope Leo XIV, continuará a haver espaço — literal e simbólico — para essas histórias serem vistas, discutidas e celebradas.

O Filme Português que Está a Surpreender a Estónia e a Argentina — e a Levar o Alentejo pelo Mundo

«18 Buracos para o Paraíso», de João Nuno Pinto, estreia em dois festivais internacionais e torna-se o primeiro filme português distinguido com o selo Green Film.

Há filmes que nascem de uma paisagem. Outros, de uma inquietação profunda. 18 Buracos para o Paraíso nasce dos dois. A nova longa-metragem de João Nuno Pinto, inspirada no território alentejano, está a dar que falar muito para lá das fronteiras portuguesas. Ontem estreou na 29.ª edição do Tallinn Black Nights Film Festival, na Estónia, e hoje chega ao prestigiado Mar del Plata Film Festival, na Argentina — o único festival de classe A na América Latina, ao lado de gigantes como Berlim, Cannes ou Veneza.

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A obra, com 108 minutos, percorre a ruralidade alentejana através de uma narrativa fragmentada, construída a partir de três olhares femininos. No elenco encontramos nomes como Margarida Marinho, Beatriz Batarda, Rita Cabaço e Jorge Andrade, acompanhados por membros da comunidade local onde decorreu a rodagem. A história passa-se numa herdade assolada pela seca, onde proprietários e trabalhadores relatam os mesmos acontecimentos, cada um segundo a sua visão, como se cada perspetiva fosse um raio de sol a bater de forma diferente na mesma terra.

Além da presença internacional, o filme já conquistou um marco importante: tornou-se o primeiro filme português a receber a certificação Green Film. Este selo reconhece práticas ambientais responsáveis no processo de produção audiovisual — um detalhe particularmente simbólico, tendo em conta o tema central da obra. Afinal, 18 Buracos para o Paraíso é tão sobre o que vemos no ecrã como sobre o modo como o próprio cinema impacta o mundo que retrata.

A produção é da Wonder Maria Filmes, liderada por Andreia Nunes, em co-produção com a italiana Albolina Film e a argentina Aurora Cine. A distribuição internacional cabe à Alpha Violet. Em Portugal, o público terá de esperar mais um pouco: a estreia comercial está prevista apenas para 2026.

As sessões no Mar del Plata decorrem no Auditorium e voltam a repetir-se a 15 de Novembro, às 14h30, no Colon — apresentando a história alentejana a públicos de dois continentes diferentes no espaço de 24 horas.

Uma reflexão nascida da terra

João Nuno Pinto revela que o filme nasceu da urgência de retratar uma realidade que conhece de perto. A viver no Alentejo desde 2020, o realizador tem observado “a seca, a desertificação e as pressões do turismo e da especulação imobiliária”. O filme, explica, procura olhar para a crise ambiental não como um alerta distante, mas como uma presença quotidiana, que molda a vida das pessoas e o futuro da região.

A estrutura tripartida — três mulheres, três narrativas, três formas de interpretar os mesmos factos — reorganiza constantemente a perceção do público, criando uma teia emocional onde cada revelação altera o significado da anterior. Para o realizador, esta abordagem coloca o espectador “dentro dos mundos inquietos e frágeis destas mulheres”, tornando a história simultaneamente íntima e universal.

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No fundo, como sublinha João Nuno Pinto, o filme é “uma reflexão sobre fragilidade: da terra, da sociedade e da conexão humana”. Um tema local que ecoa uma realidade partilhada em todo o mundo — e que agora encontra voz em palcos internacionais, onde o Alentejo se revela não apenas cenário, mas personagem viva.

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“Playdate” tornou-se um fenómeno global de visualizações, mas os críticos não poupam nas palavras. Afinal, estamos perante um sucesso merecido ou apenas um desastre divertido?

Escolher um filme no streaming pode ser tão complicado como montar um móvel sem instruções: há sempre demasiadas opções, e metade parece prestes a desabar. Ainda assim, há títulos que — por razões misteriosas ou simplesmente porque nos apetece rir sem pensar muito — disparam para o topo das tendências mundiais. É exactamente isso que está a acontecer com Playdate, o filme mais visto do momento na Amazon Prime Video a nível global.

A produção, lançada a 12 de Novembro, mistura comédia e acção num cocktail que parece ter acertado no gosto do público, mesmo que os críticos estejam a preparar tochas e forquilhas. Com Kevin James, Alan Ritchson, Sarah Chalke e Isla Fisher a liderar o elenco, Playdate promete energia, caos e muita correria — e entrega tudo isso com orgulho.

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A história segue Brian, um contabilista desempregado que só queria uma tarde tranquila de brincadeira entre crianças. Em vez disso, vê-se perseguido por mercenários, metido em sarilhos absurdos e obrigado a improvisar como se a sua vida fosse um videojogo dos anos 90. A premissa é simples: um pai suburbano, muita trapalhada e uma inesperada descida para o universo dos filmes de acção.

Até aqui, tudo parece inofensivo. Porém, basta espreitar a recepção crítica para perceber o contraste gigante entre o entusiasmo do público e a fúria dos especialistas. No Rotten Tomatoes, Playdate exibe uns modestíssimos 18%, com comentários tão delicados como “um filme incrivelmente estúpido que também acha que tu és incrivelmente estúpido”. No IMDb, o cenário não é muito mais simpático: 5,5 em 10 possíveis.

E, no entanto, milhões estão a carregar no “Play”. Porquê? Parte da culpa — ou mérito — está na tal “vibe de comédia dos anos 90” que muitos espectadores têm elogiado. A dupla Kevin James e Alan Ritchson também parece ter conquistado o público, oferecendo aquele tipo de química que nos faz pensar: “isto é tão parvo… mas estou a gostar.”

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Se procuras um filme profundo, inovador e com potencial para ganhar prémios… continua a procurar. Mas se o objectivo é desligar o cérebro, rir de situações absurdas e passar uma hora e meia de boa disposição, Playdate pode ser exactamente aquilo de que precisas. Pode estar a ser arrasado pela crítica, mas o mundo está a vê-lo — e, pelos vistos, a divertir-se à grande.

George Clooney Enfrenta o Lado Sombrio da Fama em Jay Kelly

(Estreia nos EUA hoje; chega à Netflix em todo o mundo a 5 de dezembro)

George Clooney não tem medo de interpretar homens complicados, mas Jay Kelly coloca-o perante um espelho distorcido: o de um actor tão famoso que perdeu quase tudo — principalmente a família — enquanto corria atrás do estrelato. O novo filme de Noah Baumbach, escrito com Emily Mortimer e produzido para a Netflix, estreia hoje nos cinemas norte-americanos e chega à plataforma a 5 de dezembro, também em Portugal.

A premissa é incómoda, quase provocadora: Clooney interpreta um actor cuja fama global é tão avassaladora que engoliu tudo à sua volta, desde amizades até à relação com as filhas. Para muitos, a personagem pode parecer um reflexo suavemente ficcionado do próprio Clooney — uma estrela mundial, omnipresente, acarinhada por várias gerações. Mas Clooney cortou essa ideia pela raiz durante a conferência de imprensa em Los Angeles, onde esteve presente a agência Lusa.

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“Dizem-me que estou a fazer de mim próprio”, afirmou, “mas eu não tenho os arrependimentos que este tipo tem. Os meus filhos ainda gostam de mim”. O actor descreve Jay Kelly com uma franqueza quase desconfortável: “Ele é um idiota. O desafio era perceber se conseguiria torná-lo simpático apesar disso.”

Baumbach, com o seu olhar habitual sobre a vulnerabilidade humana, confessa que a intenção do filme é outra: explorar aquele momento da vida em que a mortalidade deixa de ser uma ideia abstracta e passa a ser um facto concreto. É o instante em que a pessoa percebe que não há um segundo tempo, que as escolhas feitas foram as escolhas feitas — e que tudo aquilo que foi adiado pode já não voltar.

O filme acompanha não apenas Jay Kelly, mas também o seu círculo íntimo: Ron Sukenick, o agente interpretado por Adam Sandler, e Liz, a assessora que ganha vida pela mão de Laura Dern. Baumbach sublinha que todos eles gravitam em torno de Jay, como se a sua carreira fosse um sol demasiado quente para abandonar — mas que, com o tempo, começa a queimar quem está demasiado perto.

Laura Dern inspirou-se directamente na sua própria assessora, Anett Wolf, para construir Liz, incluindo o lenço Hermès sempre preso à mala. “Estas pessoas são como família e mentores”, disse. “Têm de ser insuportavelmente pacientes.” Adam Sandler, por seu lado, vê a sua participação como uma espécie de espelho profissional: “A minha fala favorita é quando digo ‘Tu és o Jay Kelly, mas eu também sou o Jay Kelly’. Acho que as nossas equipas sentem o mesmo.”

A verdade é que Jay Kelly promete muito mais do que o típico drama sobre Hollywood. É um retrato da máquina da fama e, sobretudo, das suas consequências invisíveis — aquilo que se perde quando todos pensam que se tem tudo. Clooney, sempre perspicaz, sempre confortável a brincar com a própria imagem, oferece aqui uma performance que parece tanto uma provocação como uma reflexão.

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E enquanto o filme chega primeiro às salas norte-americanas, será na Netflix, a 5 de dezembro, que o mundo inteiro — Portugal incluído — poderá ver Clooney desfiar este actor falhado de si mesmo, nesta história onde o glamour, a culpa e a auto-ilusão se misturam sem piedade.

O Pátio da Saudade — O Fenómeno Nacional de 2025 Já Chegou ao Streaming

O cinema português ganhou, este ano, um novo campeão de bilheteira — e fê-lo com uma velocidade impressionante. Bastou um único fim de semana para O Pátio da Saudade se tornar o filme português mais visto de 2025, ultrapassando os 15 mil espectadores logo após a estreia, a 14 de agosto. Os números oficiais do ICA ainda não foram actualizados, mas o impacto já é incontornável: este é o título nacional do ano.

gora, o filme entra numa nova fase da sua vida. Desde 14 de novembroO Pátio da Saudade está disponível na Prime Video, permitindo que o público que não pôde ir ao cinema descubra — ou revisite — a mais recente obra de Leonel Vieira, quase uma década depois do seu êxito com O Pátio das Cantigas.

Uma herança inesperada. Um teatro em ruínas. E o renascimento de uma arte.

A história segue Vanessa, interpretada por Sara Matos, uma actriz de televisão que se vê confrontada com uma herança tão inesperada quanto simbólica: um antigo teatro no Porto, deixado por uma tia com quem tinha perdido o contacto. O edifício está longe dos seus dias gloriosos, mas mantém intacta a memória dos tempos de ouro da Revista à Portuguesa — um género onde humor, música e sátira se misturavam numa celebração muito nossa.

A tentação de vender o espaço é grande — pressionada pelo agente, Tozé Leal — mas Vanessa sente uma ligação profunda àquele lugar. Decide então juntar dois amigos, Joana e Ribeiro, para montar um espectáculo que devolva alma ao teatro e tente recuperar a sua glória perdida. É um plano feito de entusiasmo, sonho… e uma boa dose de ingenuidade.

Mas cada renascimento tem os seus antagonistas. E aqui, o obstáculo atende pelo nome de Armando, dono de um teatro rival que fará tudo para impedir a recuperação daquele espaço histórico. O conflito transforma-se numa batalha pela memória cultural, pela relevância e pelo direito de sonhar num país onde, tantas vezes, o teatro vive entre a paixão e o sufoco financeiro.

Um elenco que une gerações do humor e da ficção portuguesa

Sara Matos lidera o elenco com a determinação de uma protagonista que tenta equilibrar humor, emoção e fragilidade. À sua volta, um verdadeiro desfile de rostos conhecidos garante que cada cena tem vida própria: Ana Guiomar, Manuel Marques, José Pedro Vasconcelos, José Raposo, Gilmário Vemba, José Martins, Alexandra Lencastre, José Pedro Gomes e Aldo Lima dão corpo a personagens que oscilam entre o exagero cómico e a humanidade mais terna.

As filmagens passaram por Lisboa, com destaque para o Jardim do Torel, e recriam uma estética visual que combina modernidade com aquela saudade luminosa que o título promete.

Uma homenagem à nossa memória — e um sucesso merecido

O Pátio da Saudade não tenta reinventar a roda. Faz outra coisa: olha para o teatro português com carinho, humor e alguma melancolia. E talvez seja por isso que o público respondeu tão rapidamente. É uma história sobre a vontade de reerguer o que caiu, de celebrar o que foi nosso, de acreditar que os velhos palcos ainda têm futuro.

Agora, com a chegada ao streaming, o filme pode finalmente encontrar o resto do seu público — aquele que, como Vanessa, sabe que certos lugares só voltam a viver quando alguém acredita neles.

Stranger Things Está a Acabar — Mas Hawkins Não Fecha a Porta Assim Tão Depressa

Durante quase uma década, Stranger Things foi mais do que uma série: foi um ritual global, uma máquina do tempo para os anos 80, um fenómeno cultural que transformou um grupo de adolescentes desconhecidos em estrelas internacionais. Agora, com a estreia da quinta e última temporada marcada para o período entre 27 de novembro e o fim do ano, chega finalmente o momento inevitável: a despedida. E, mesmo assim, a sensação dominante é esta — Hawkins pode estar a ruir, mas o seu universo vai continuar a crescer.

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A confirmação veio directamente dos criadores, Matt e Ross Duffer, numa entrevista recente à BBC. Quando questionados sobre o futuro, foram surpreendentemente abertos: já está em desenvolvimento uma nova série situada no mesmo universo. Não será uma continuação directa, mas um novo mistério, novas personagens, novas ameaças… e a mesma atmosfera que transformou Stranger Things numa série de culto. A Netflix já tinha dado pistas: há uma sequela animada em andamento e um projecto live-action em segredo. Agora é oficial — os portais não se vão fechar tão depressa.

O clima nos bastidores, no entanto, é outro. Para o elenco original, este adeus traz nervosismo, incerteza e uma nostalgia palpável. Gaten Matarazzo, que cresceu diante dos nossos olhos, confessou estar ansioso com a vida depois de Stranger Things. Aos vinte e poucos anos, vê o fim da série como um salto para o desconhecido. Caleb McLaughlin e Finn Wolfhard partilham dessa insegurança, lembrando as dificuldades de crescer sob os holofotes. As amizades criadas no set tornaram-se essenciais para sobreviver à fama precoce — e agora esse amparo emocional prepara-se para mudar de forma.

Joe Keery, que viveu Steve Harrington com um misto de charme e coragem, descreveu o final das filmagens como “surreal”. Natalia Dyer e Charlie Heaton lembram que só eles sabem verdadeiramente o peso desta jornada — foram testemunhas de cada momento, cada evolução, cada queda e cada redenção.

Por mais caótico que o universo da série seja, os Duffer garantem que o fim sempre esteve planeado. A última temporada decorre no outono de 1987 e mostra Hawkins devastada pelas Fendas, mergulhada numa quarentena militar e com o Mundo Invertido cada vez mais entranhado na realidade. O grupo segue numa missão final para destruir Vecna, enquanto Eleven é perseguida por forças que a querem capturar — ou pior. A cena final, dizem os irmãos, foi imaginada desde o início, muito antes de a série se tornar um fenómeno mundial.

E que fenómeno foi. O impacto de Stranger Things é irrepetível: uma celebração da cultura pop dos anos 80, misturando Spielberg, Carpenter, King, terror, ficção científica e uma sensibilidade profundamente humana. Transformou nostalgias individuais em memórias colectivas e levou milhões de espectadores a apaixonarem-se por bicicletas BMX, arcadas, walkie-talkies e monstros dimensionais. Caleb McLaughlin espera que a série “viva para sempre”, e não é difícil acreditar nisso — Stranger Things não é apenas vista, é revisitada, partilhada, citada, imitada.

A Netflix já divulgou os primeiros cinco minutos da última temporada, revelando finalmente o que aconteceu com Will Byers durante o seu desaparecimento inicial: um encontro imediato com Vecna, uma revelação que promete reconfigurar toda a narrativa futura. Os primeiros quatro episódios chegam a 27 de novembro; os seguintes, no Natal; e o capítulo final aterra na véspera de Ano Novo, como se a série quisesse fechar exactamente no mesmo espírito com que começou: entre luzes tremeluzentes, tensão, e aquela sensação de que algo maior está prestes a acontecer.

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Termina a série, mas não termina o mundo. Os Duffer dizem que este é “o fim destes personagens”, mas não o fim do mistério, da imaginação ou das histórias possíveis dentro deste universo. Hawkins pode afundar-se no chão, mas o Mundo Invertido — e tudo o que ele representa — ainda tem muito para revelar.

Being Eddie — O Regresso Íntimo de um Ícone Que Mudou a Comédia Para Sempre

Há nomes que moldam gerações e há artistas que moldam pessoas — e Eddie Murphy é um desses casos raros. Para quem viveu os anos 80 e 90 com a televisão ligada, Eddie era omnipresente: 48 Hrs.Beverly Hills CopTrading PlacesComing to AmericaSaturday Night Live, a dobragem inconfundível em Shrek.

Era impossível não ser fã.

Ele era energia pura, velocidade cómica, irreverência, carisma — um fenómeno.

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Agora, com Being Eddie, a Netflix oferece a Murphy aquilo que já tinha oferecido a Stallone ou Martha Stewart: um palco descontraído, pessoal, quase caseiro, onde a lenda se senta a olhar para a sua própria vida com o humor e a serenidade de quem já viu tudo… e sobreviveu a tudo.

A mansão, a família, as memórias — e um Eddie Murphy muito “Eddie Murphy”

O documentário leva-nos a passear com Murphy pela sua mansão californiana, incluindo um teto retrátil digno de ficção científica. A câmara de Angus Wall apanha-o a fazer aquilo que sempre fez tão bem: observar, comentar, brincar, transformar o banal em comédia — até quando está simplesmente a ver Ridiculousness, que ele descreve com a naturalidade de quem compara MTV a Alejandro Jodorowsky.

De vez em quando, senta-se, abre revistas antigas, lembra os fatos de cabedal e aquela época em que parecia uma estrela rock… mas em modo comediante. O filme acompanha essa subida meteórica, muito antes dos 30 anos, quando Beverly Hills Cop o transformou num dos maiores nomes de Hollywood quase da noite para o dia. Era jovem demais para lidar com tanta atenção? Provavelmente. Mas Eddie, à sua maneira, tratou sempre a fama como se fosse mais uma personagem para representar.

Um legado contado por quem o seguiu: Chappelle, Rock, Hart, Davidson

O documentário tem o cuidado de mostrar como Murphy não foi só um fenómeno — foi um fundador.

Dave Chappelle, Chris Rock, Kevin Hart e Pete Davidson surgem para explicar o impacto profundo que Eddie teve nas suas carreiras.

Ele abriu portas. Ele mostrou o que era possível. Ele ensinou, mesmo sem saber que ensinava.

E há algo comovente na forma como Murphy ouve essas homenagens.

Inclina ligeiramente a cabeça, sorri com aquele ar de surpresa quase tímida e parece, por vezes, um miúdo de Long Island que ainda se pergunta como chegou até ali.

As sombras — e o silêncio sobre elas

O documentário não esconde que parte do passado de Murphy não envelheceu bem. Os anos de Raw e Delirious deixaram piadas sobre mulheres e pessoas LGBT que hoje provocam desconforto, e a própria ausência prolongada de Eddie do stand-up parece carregar um pouco dessa vergonha implícita.

Mas Being Eddie escolhe não mergulhar nos temas mais polémicos.

Assim como também foge aos episódios tensos com John Landis, apesar da presença surpreendente do realizador.

É uma biografia carinhosa, quase uma carta de amor — e, consciente ou não, muito pouco interessada em desconstruir o mito.

A morte como presença constante — e um Eddie feliz mesmo assim

Há algo discreto mas pesado no documentário: a perda.

Murphy fala de quem teve de enterrar, de quem partiu cedo demais, de quem o inspirou e desapareceu — Belushi, Robin Williams, Michael, Prince, Whitney.

A aparição do irmão Charlie Murphy, falecido em 2017, é especialmente tocante.

E, mesmo assim, Eddie recusa qualquer amargura.

Para ele, viver continua a ser uma espécie de bênção cómica.

O homem que outrora varria palcos como um furacão agora caminha devagar pela casa, rodeado da família, absolutamente em paz.

A sua aparição em SNL em 2019 encerra o documentário com a energia de alguém que regressa não para provar nada, mas porque ainda se diverte a fazer isto.

O Eddie de ontem, o Eddie de hoje — e o Eddie que sempre foi nosso

Para quem cresceu com ele, Being Eddie é um reencontro caloroso com uma lenda que marcou infâncias, adolescências e o próprio ADN da comédia moderna.

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É ver o miúdo magricela de Nova Iorque tornar-se um homem maduro, sábio, tranquilo — e ainda assim incrivelmente engraçado.

E para quem, como tantos de nós, passou os anos 80 e 90 a idolatrar Eddie Murphy, este documentário funciona quase como um abraço:

uma celebração de tudo aquilo que ele nos deu, e da forma como continua — sem pressão, sem pressa — a ser um dos talentos mais únicos do cinema.

Keeper — O Novo Pesadelo de Osgood Perkins Chega Envolto em Mistério… e Com um Score Que Já Está a Dividir Críticos

Osgood Perkins tem construído, quase em silêncio e sem pressas de agradar, uma das filmografias de terror mais sugestivas dos últimos anos. Depois do fenómeno inquietante que foi Longlegs e da recepção calorosa a The Monkey, o realizador regressa com Keeper — um filme envolto em secretismo, promovido pela Neon com a mesma estratégia de sombras e silêncio que transformou o seu nome numa espécie de promessa para fãs de terror psicológico.

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E agora que as primeiras críticas chegaram, a pergunta impõe-se: está à altura do hype?

Segundo o Rotten Tomatoes, Keeper estreia-se com 65% de aprovação, baseado nas primeiras dezenas de críticas. É uma recepção intermédia, mas longe de ser um desaire — e, mais importante ainda, confirma algo que já se suspeitava: Perkins continua a ser um realizador fascinante, mesmo quando a crítica se divide.

O score não é o mais alto da carreira do cineasta, que recentemente atingiu os 86% com Longlegs, nem supera os 77% de The Monkey. Porém, supera outros trabalhos anteriores, como I Am the Pretty Thing That Lives in the House, que permanece nos 59%. Há uma oscilação clara, mas também uma evolução: Perkins é um cineasta que arrisca, que experimenta, que não segue tendências. E isso, no terror contemporâneo, vale ouro.

As primeiras críticas sugerem um padrão comum. A narrativa de Keeper pode ser “delgada”, como descreveu o Hollywood Reporter, mas aquilo que parece manter a tensão e a eficácia é o trabalho dos actores — especialmente Tatiana Maslany, cuja performance muitos descrevem como o verdadeiro coração da obra. É interessante notar que Perkins já a tinha dirigido num papel mais pequeno em The Monkey; aqui, ele dá-lhe espaço para respirar, sofrer, comandar a câmara. É visível, nas palavras dos críticos, uma espécie de “confiança absoluta” na actriz, que retribui com um desempenho feroz, íntimo e inquietante.

Há também quem note que a experiência de ver Keeper depende muito do espectador. Britt Hayes, da MovieWeb, escreveu que o filme funciona “se acreditarmos que Perkins usa estes tropos com um propósito claro, se considerarmos que os fins justificam os meios”. É uma observação certeira: o cinema de Perkins nunca foi sobre simplicidade ou gratificação imediata. É sobre atmosfera, silêncio, texturas emocionais — e sobre o desconforto que nasce do que não é explicado.

Independentemente de divisões críticas, há algo que ninguém contesta: Perkins está num ritmo criativo impressionante. Enquanto Keeper chega agora às salas, o realizador já está a meio da produção de The Young People, filme que tem gerado expectativas — não só pela premissa, mas pelo elenco, que inclui Lola Tung, Nico Parker e uma adição sonante: Nicole Kidman. É o tipo de velocidade criativa que poucos cineastas conseguem manter no género, especialmente num mercado onde o terror original luta para sobreviver entre sequelas, remakes e universos partilhados.

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Com apenas 1h39 de duraçãoKeeper promete ser mais uma obra contida, afiada e profundamente estilística — muito à imagem daquilo que fez de Perkins um nome incontornável do terror moderno. E mesmo que não atinja a mesma aclamação que Longlegs, o consenso é claro: este filme tem personalidade suficiente, risco suficiente e densidade emocional suficiente para justificar uma ida ao cinema.

Afinal, o terror precisa de vozes singulares. Mesmo quando essas vozes nos deixam inquietos, divididos ou fora do nosso lugar de conforto. Talvez especialmente por isso.