
Com Toni Servillo no papel principal, a nova obra do realizador de “A Grande Beleza” promete marcar o arranque da 82.ª edição do prestigiado festival italiano
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De volta ao ponto de partida — com mais maturidade e ambição
O cinema italiano estará em destaque na abertura do 82.º Festival Internacional de Cinema de Veneza com La Grazia, o novo filme de Paolo Sorrentino. O realizador napolitano regressa assim ao certame que viu nascer a sua carreira em longas-metragens, há mais de duas décadas, com L’uomo in più (2001).
O anúncio foi feito oficialmente esta segunda-feira pela organização do festival, que decorre de 27 de agosto a 6 de setembro. E, nas palavras do diretor do evento, Alberto Barbera, não podia haver melhor forma de dar início à edição de 2025:
“O regresso de Paolo Sorrentino à competição chega com um filme destinado a deixar a sua marca pela grande originalidade e poderosa relevância para o tempo presente.”
Uma nova história de amor à italiana
La Grazia, escrito e realizado por Sorrentino, é descrito como “uma história de amor passada em Itália” — o que, conhecendo o autor, pode significar tudo menos uma abordagem convencional ao género. Com Toni Servillo no papel principal, o ator-fétiche do cineasta volta a estar no centro de uma narrativa que, à partida, conjuga o existencial com o poético, o grotesco com o sublime — tal como em A Grande Beleza ou Foi a Mão de Deus.
Ainda não há muitos detalhes sobre o enredo, mas sabe-se que o filme foi adquirido para distribuição global pela plataforma Mubi, que se tem destacado nos últimos anos como casa para o cinema de autor mais aclamado.
Sorrentino, o esteta da decadência e da redenção
Nascido em Nápoles em 1970, Paolo Sorrentino é um dos nomes maiores do cinema europeu contemporâneo. Venceu o Óscar de Melhor Filme em Língua Estrangeira em 2014 com A Grande Beleza, uma espécie de atualização moderna de La Dolce Vita de Fellini, e tem marcado presença regular nos grandes festivais, incluindo Cannes, onde estreou títulos como Youth e The Hand of God.
O seu estilo visual inconfundível, a escrita melancólica e irónica, e a constante interrogação sobre o papel do indivíduo numa sociedade saturada fazem dele um autor reverenciado — e La Grazia promete continuar essa tradição.
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Veneza 2025 começa com alma italiana
Com La Grazia, o Festival de Veneza começa com uma declaração de intenções clara: cinema com assinatura, identidade nacional forte, mas com alcance universal. A escolha de Sorrentino para abrir a edição deste ano não é apenas simbólica — é uma aposta segura de que o festival quer começar em grande.
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