“Enquanto o Céu Não Me Espera” vence Melhor Longa-Metragem e destaca-se como um grito poético vindo da floresta

Lisboa foi, durante vários dias, o palco onde o cinema em língua portuguesa celebrou as suas múltiplas vozes, paisagens e resistências. E no encerramento da 16.ª edição do FESTin – Festival de Cinema Itinerante da Língua Portuguesa, foi o Brasil a erguer bem alto o troféu mais cobiçado.

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O filme Enquanto o Céu Não Me Espera, da realizadora Christiane Garcia, conquistou o prémio de Melhor Longa-Metragem, mas não ficou por aí: Irandir Santos e Priscilla Vilela arrecadaram os galardões de Melhor Ator e Melhor Atriz, respetivamente. Um feito triplo que coloca a obra no centro das atenções e confirma o talento multifacetado que pulsa nas margens do Amazonas.

Um rio que respira e um cinema que resiste

O júri não poupou nas palavras ao justificar a distinção: “Em um gesto cinematográfico raro, o filme premiado pelo júri se impõe como uma força da natureza: intenso, urgente e poético.” Ambientado na Amazónia, o filme transforma a paisagem num corpo vivo, onde o rio ganha alma e o próprio ato de respirar se torna resistência. Nas palavras do júri, a realizadora — descrita como “filha da floresta” — não usa o território apenas como pano de fundo, mas sim como matéria-prima da própria narrativa.

Enquanto o Céu Não Me Espera apresenta-se assim como uma experiência sensorial e política, onde a natureza é tanto personagem como metáfora. Um cinema que pulsa, grita e canta.

FESTin: um festival de encontros e confluências

A edição deste ano do FESTin decorreu em diversos espaços de Lisboa, incluindo o Cinema City Campo Pequeno, o Fórum Lisboa, o Liceu Camões e o Avenidas, integrando a rede “Um Teatro em Cada Bairro”. Mas o cinema não foi o único protagonista. Na Galeria Graça Brandão, está patente até ao final do mês a mostra de videoarte Territórios Confluentes, com curadoria de César Meneghetti e Miguel Petchkovsky, reunindo obras breves de artistas oriundos de países lusófonos.

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O FESTin continua a afirmar-se como um ponto de encontro essencial para o cinema de língua portuguesa, oferecendo uma janela para realidades tão diversas como a floresta amazónica, os subúrbios lisboetas ou as ilhas atlânticas. Um festival onde as imagens falam em português — com sotaques múltiplos, mas com a mesma paixão pela arte de contar histórias.

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